História Surrender to love - You Can't Fight The Tears

Korra

Senti meu rosto ficando sem emoção. A felicidade que estava sentindo antes começava a se esvair agora. Vê-la com outra pessoa, vê-la beijando outra pessoa, era incrivelmente doloroso. Agora eu entendia, eu sabia. E ver aquela cena toda estava me partindo ao meio. Eu precisava sair dali.

Comecei a me afastar, eu não conseguia correr, sentia meu corpo todo dormente. Mas eu tinha que me esforçar, eu precisava sai daquele lugar, eu conseguia sentir minha garganta se fechando, estava começando a me sentir sufocada.

Asami continuava me olhando, ela não falava nada, tudo parecia estar em câmera lenta.

__ Korra? – Asami começou a falar, ela se afastou de Mako que continuava com cara de espanto e não fazia nada. – Me escuta Korra, não é o que você está pensando! – Asami falava tentando se aproximar, mas a cada passo que ela dava para perto de mim, eu me afastava.

__ Korra? – Começou Mako. – Korra, por favor, nos escute não é nada do que você está pensando, Asami não fez nada, a culpa é toda minha.

__ Korra? – Começou Asami, se aproximando mais rápido dessa vez conseguindo ficar na minha frente. – Por favor, vamos conversar, diga alguma coisa, por favor!

__ Eu... – Comecei a falar, mas eu não conseguia terminar, eu não conseguia nem olhar nos olhos dela. – Eu preciso ir.

__ Korra, não, por favor. Me deixe explicar! – Implorou Asami.

Respirei fundo. Eu não aguentava mais aquela situação toda. Eu me sentia mal, era como se algo me impedisse de ser feliz. Primeiro foi aquele acidente maldito que me roubou toda a minha vida e agora isso. Talvez fosse melhor retirar o band-aid de uma vez. Eu precisa deixar tudo isso certo. Chega de tantos erros. Chega me atormentar com os infinitos “e se”.

__ Ok. Vamos conversar então! – Disse indo me sentar no sofá do escritório. Soltando um suspiro alto de rendição.

Asami e Mako ficaram me encarando. Acho que eles não pensaram que pudesse ser tão fácil me convencer a conversar com eles. Talvez a antiga Korra fosse diferente, mas eu sentia que deveria dar uma chance, sentia que deveria resolver tudo de uma vez por todas!

 __ E então? – Perguntei me sentando e olhando para eles.

Asami foi a primeira a dar sinal de vida. Ela veio parar na minha frente, respirou profundamente duas vezes, e tentou começar a falar outras três vezes. Mas toda vez que ela começava a falar por alguma razão que eu desconhecia ela parava e me olhava profundamente nos olhos.

__ Você está diferente. – Sussurrou ela. Acho que ela nem percebeu que havia falado aquilo em voz alta. Resolvi não comentar nada. Apenas continuei olhando apenas para ela. Eu queria passar uma confiança, queria que ela entendesse que eu queria realmente entender tudo o que tinha acontecido ali. Que já estava cansada de tanto brigar.

__ Korra. – Finalmente começou ela. – Eu... Ah... bom. – Ela soltou uma lufada de ar e desviou o olhar para Mako, logo depois voltou a me olhar. – Eu preciso que você entenda, eu não tenho nada com o Mako, ele é nosso amigo, eu jamais faria isso com você, mesmo que você não se lembre de mim, mas eu preciso que você acredite em mim, eu amo você, o que aconteceu aqui foi algo sem importância, foi algo errado, mas foi apenas um beijo que veio no momento errado e para a pessoa errada. Eu não... Não foi culpa minha, por favor me entenda, eu te amo. – Asami falava rápido, e gesticulava demais. Seus olhos acabaram ficando marejados enquanto esperava alguma resposta minha.

Olhei para Mako. Estava disposta a ouvir a resposta dos dois para depois responder. Mako percebeu que eu encarava o rosto dele, ele se aproximou mais um pouco de nós duas e me olhou firme, porém seus olhos demonstravam arrependimento.

__ Korra. Eu juro para você, pelo que você quiser. Não aconteceu nada demais. A culpa foi toda minha, Asami não fez nada, eu juro, eu a peguei desprevenida, não foi algo planejado. Você sabe que nós somos amigos há muitos anos. Por isso eu preciso que você acredite em mim. Eu jamais tentaria algo com a Asami, nem ela comigo, ela ama você, qualquer um pode ver isso. Por favor me perdoe. – Mako terminou de falar e me olhava com os olhos tristes. Algo me dizia que ele estava sendo verdadeiro e que provavelmente ele já estava se castigando por dentro.

Eu não sei o que estava acontecendo comigo. Por todo esse tempo que eu estava aqui, mais memórias me voltavam. E várias lacunas na minha mente começaram a ser solucionadas. E eu sentia, eles estavam sendo verdadeiros. Após entender aquilo, senti meu peito se aliviando e minha respiração saindo fácil. Era como se eu estivesse sendo liberta de um fardo imenso.

__ Acredito em vocês. – Disse por fim, olhando para Asami e Mako respectivamente.

Asami abriu a boca, mas não falou nada, Mako por outro lado veio para o meu lado e me deu um abraço desengonçado.

__ Korra? – Perguntou Asami intrigada.

__ Sim. – Respondi olhando bem nos olhos dela.

Ela me olhou por mais algum tempo, a cabeça tombando de um lado para o outro, depois de alguns segundo fazendo isso, ela se aproximou mais, eu não me mexi.

__ Você... – Começou ela quase esbugalhando os olhos e depois os cerrando. Tentando formular a frase que queria. – Você se lembra, não é mesmo. – Disse ela mais como um sussurro.

Um pequeno sorriso começou a se formar nos meus lábios. Ela realmente me conhecia. Ela sabia que eu estava voltando, ela já podia ver.

__ Eu vou matar você! – Disse entre lagrimas e sorrisos, pulando direto para o meu colo e me dando um abraça de urso. – Eu senti tanto a sua falta Korra.

Ela parou de me abraçar e então me olhou direto nos olhos.

__ Sim... Definitivamente é você.

Asami sorria grande, e sem que eu entendesse ela juntou seus lábios aos meus. Ela me beijava primeiro lentamente, como se estivesse explorando minha boca pela primeira vez, mas logo então ela começou a me beijar com mais vontade, me puxando cada vez mais para ela. Eu me esqueci completamente de todo o resto, tudo o que importava naquele momento, era ela, ali nos meus braços. Meu coração batia forte e quanto mais eu a puxava pra mim e a beijava mais eu queria. Fomos interrompidas por uma pigarreada de Mako, que agora estava parado um pouco mais para trás, com um sorriso nos lábios enquanto tentava desviar o olhar de nós.

__ Me desculpe. – Disse Asami, começando a sair do meu colo. Mas eu a interrompi e a segurei ali comigo.

__ Não se preocupe. Acho que vocês tem muito que conversar. Eu vou resolver aquele meu problema, você sabe onde me encontrar. Mais uma vez me desculpe Korra. – Mako terminou de falar e saiu rápido da sala.

__ Sobre o que ele está falando? – Perguntei buscando os olhos dela novamente.

__ Te explico mais tarde. Agora eu quero saber sobre você. – Disse ela sorrindo. – Você se lembrou de tudo? Quando foi isso? Por que demorou tanto? Korra me conta! – Ela falava rápido e me dava pequenos tapinhas nos braços a cada pergunta.

__ Hey calma. – Falei sorrindo para ela. – Vou te explicar tudo ok. – Falei passando a mão no rosto dela, tirando uma mexa de cabelo que cobria o rosto dela e colocando atrás da orelha. Asami deu um pequeno sorriso com o gesto e fechou os olhos aproveitando o carinho. Eu a puxei para um pequeno beijo e logo voltei a falar. – Eu não sei o que aconteceu Asami, num minuto minha cabeça estava completamente nublada e confusa, eu estava cheia de duvidas, e com raiva de mim mesma por estar daquele jeito. E de repente eu estava sendo consumida por imagens e sentimentos que eu não sabia que era capaz de sentir. E a única coisa que me passava pela cabeça era o quanto eu te amava, e como eu precisava te ver urgentemente. Eu precisava ver você, porque eu sabia que se eu te visse agora, eu iria realmente saber quem você era. – Parei por uns segundo e olhei bem fundo naqueles lindos olhos verdes respirei fundo e voltei a falar. – Você pode por favor, me perdoar? – Perguntei simplesmente.

__ Korra... – Começou ela me olhando com lagrimas começando a sair dos olhos dela. – Eu não tenho que te desculpar de nada.

Asami começou a chorar e eu senti meus olhos ardendo e liberando aquelas emoções fortes que eu já não conseguia mais aprisionar dentro de mim.

__ Me desculpa Asami. – Sussurrei entre os lábios dela. – Eu te prometi que ficaria bem, e não pude cumprir aquela promessa. – As lágrimas começaram a sair mais forte desta vez e em pouco tempo Asami já estava me apertando e me consolando.

__ Não foi culpa sua amor, entenda isso. Eu estou mais do que feliz, você está aqui, finalmente você voltou para mim, isso é muito mais do que eu poderia pedir. E você se lembra de mim! – Asami gritou num misto de riso e lágrimas essa última parte, e isso arrancou uma gargalhada de mim.

__ Senti saudades do seu riso. – Comenta ela passando a mão no meu rosto limpando todo o vestígio de lágrimas.

__ Senti sua falta. – Respondo simplesmente puxando- a para perto de mim e dando um beijo forte e necessitado.

Nosso beijo no começo era um beijo de saudade e reencontro, mas não demorou muito e eu senti as mãos de Asami me buscando, me tocando e me puxando cada vez mais para perto. Não tive chance de reação, num minuto ela estava me beijando sentada no meu colo, no seguinte ela me empurrava para baixo me fazendo deitar no sofá me prendendo de baixo do seu corpo.

Asami soltou meus lábios e passou sua boca apressada para o meu pescoço arrancando arrepios e suspiros de mim. Eu não tinha forças para empurrar e nem queria isso. Eu sentia uma necessidade incalculável de tocá-la, de fazê-la gemer, de tê-la gemente meu nome.

Num rompante consegui trocar nossa posição, ficando dessa vez em cima dela. Olhei em seus olhos e os encontrei completamente brilhantes a pupila estava dilatada encobrindo quase que totalmente a íris verde. Ela estava excitada e isso me deixava ainda mais louca. Mas confesso que perdi a noção de tudo quando ela me puxou forte me deu um beijo na orelha e sussurrou:

__ Eu preciso de você... dentro de mim, por favor Korra.

Aquilo foi tão surreal e sensual. Ela mordia o lábio inferior e estava com um olhar completamente sexy, senti minhas pernas tremerem, eu precisava dela, rápido, não aguentaria passar por toda uma preliminar.

Tirei as roupas dela apressadamente e ela se livrou das minhas com a mesma facilidade, mas quando ela veio tentando ficar em cima de mim eu a empurrei de volta. Era a minha vez no comando. Eu precisava saber como ela estava, eu precisava sentir o gosto dela.

Quando cheguei ao meio das pernas dela, ouvi um suspiro dela enquanto me encarava com os olhos em chamas. Não demorei muito e abocanhei. Passei minha língua por toda a extensão dela. E ela gemeu o meu nome. Suas mãos enroscaram no meu cabelo me puxando mais para ela. Chupei tudo  o que ela tinha para oferecer. Alternava caricias pelo seu clitóris e enfia dois depois nela, fazendo movimentos lentos. Eu queria que ela sentisse tudo o mais profundo possível, queria que ela se entregasse por completo a mim, que me deixasse dar o máximo de prazer que eu poderia oferecer.

__ Korra... ah... por favor. – Asami implorava pelo orgasmo e eu não aguentei mais.

Comecei a chupá-la mais forte e a aumentar o ritmo dos meus dedos. Suas mãos puxaram meus cabelos e eu senti sua vagina se contorcendo nos meus dedos. Com um gemido alto, ela se deixou levar. Todo o corpo dela tremia e sua respiração estava irregular. Ela soltou meus cabelos e eu fui até ela, dei um beijo casto no canto da boca dela e ela sorriu procurando por mim.

__ O que foi tudo isso? Meu deus... – Ela suspirava e sorria me olhando.

__ Estava com saudades. – Digo sentindo meu rosto corando.

__ Senti falta disso. – Ela fala passando a mão no meu rosto quente. – Não leve a mão, todas as vezes que ficamos juntas foi incrível, mas hoje, eu não sei, acho que estávamos em outro patamar.

Coro violentamente, mas fico imensamente feliz em saber que ela está satisfeita.

__ Mas agora... – Asami me empurra e senta em cima de mim, me olhando com um interesse maligno. – É a sua vez! – Antes que eu possa dizer qualquer coisa, sua boca me cala e me arranca um gemido.

Ficamos ali por horas. Eu já não aguentava mais, estava tremendo e suada. Asami havia me dado uma canseira que eu nunca imaginei possível. Eu estava imensamente feliz. Ela havia adormecido há algum tempo deitada em cima do meu peito me apertando cada vez mais. Eu sentia que ela não queria me largar, e eu estava soltando fogos de artificio por isso.

 Eu estava com sede. Resolvi tentar sair de baixo dela sem acordá-la, mas assim que fiquei de pé ela abriu os olhos.

__ Onde você vai? – Perguntou baixinho.

__ Acho que devemos ir para o quarto. – Falo tentando conter o sorriso.

Nós havíamos feito sexo ali mesmo no escritório da casa dela. Usamos o sofá e o tapete felpudo, foi incrível, eu não nego, mas tê-la nua ali naquele tapete correndo o risco de algum funcionário entrar no local, começou a me desesperar.

Ela ri da minha cara e se senta.

__ Vamos então. – Disse me estendendo a mão para puxá-la do chão.

Assim que ela se levanta eu perco o ar, ela estava ainda mais linda, com aquele cabelo pós-sexo e os olhos brilhantes. Fui até ela e dou um beijo suave que ela logo trata de intensificar. Desvencilho-me dela, eu precisa de água, e queria realmente ir para o quarto. Queria testar uma coisa que estava na minha cabeça, e para isso precisaria da cama dela.

__ Vou buscar água para nós, quer mais alguma coisa? – Pergunto enquanto me visto.

__ Você na minha cama! – Diz ela sedutoramente.

__ Estarei lá em breve. – Falei dando um selinho nela.

Asami termina de se vestir e me olha, assim que termino digo a ela que vou até a cozinha pegar água e mais algumas coisas para gente comer, peço que ela vá para o quarto e esquente a cama para mim. Ela sorri safada com a ideia e concorda.

Vou diretamente para a cozinha e procuro um copo para pegar água, depois caço algumas coisas para comer e coloco numa bandeja, depois que eu acabasse com ela, ela iria comer aquilo tudo sozinha. Sorri maliciosamente com o pensamento. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas eu estava com um desejo monstruoso por aquela mulher.

Sai da cozinha e então eu ouvi um grito vindo do andar superior. Um frio na espinha me paralisou e a bandeja caiu de minhas mãos. Corri escada acima, fui direto para o quarto de Asami, mas assim que abri a porta, ela não estava ali.

A porta da sacada do quarto dela estava escancara. Corri diretamente para lá, mas não vi nada.

__ Asami?! – Gritei.

Mas só recebi o silencio mortal como resposta. Em cima da cama havia um bilhete, e mais nada. Fui até ele e quando comecei a ler, senti todo o sangue sumindo de mim.

“Espero você no píer à meia noite, venha sozinha, ou ela morre, você sabe que eu não brinco em serviço. Se a chefe de polícia ou qualquer um além de você aparecer ou demonstrar conhecimento sobre isso, eu degolo a sua namoradinha. Não me tente, estou procurando apenas um motivo para fazer isso.”

O papel escorregou da minha mão e minhas pernas cederam...