História Survive - Where are you?

*Brooklyn Carter

Em toda minha vida, nunca pensei em entrar em um hotel como este mas aqui estou eu, no maior hotel de Los Angeles ,típico  hotel que apenas as pessoas  da elite frequentam, o que não  é  o meu caso. Escuto meus saltos entrando em contato com o piso, dou  passos  demorados mas confiantes , quero me lembrar desse lugar , talvez seja o lugar mais magnífico que entrei. Ando em direção a recepção porém sou interrompida por um segurança que deve ter no mínimo 1,90 de altura e nossa,ele é  muito forte.

-Senhorita Brooklyn Carter?  - Mesmo ele tendo uma aparência de rigidez , sua voz saiu bem calma e passiva.

- Sim, eu vim aqui para encontrar um empresário, na verdade eu não sei nem o nome dele mas me mandaram vir aqui.  -Tremi, esse homem me intimida e me deixa nervosa.

-Eu sei, Sr. Bieber infelizmente teve um imprevisto e saiu às pressas. Como desculpas mandou-lhe esse envelope e me deu ordens para levar a senhorita até sua residência. -O grandão me deu o envelope e então descubro que nome ou sobrenome  dele é  Bieber, interessante. O que será que tem nesse envelope, oh céus.

-Não preciso que me leve embora, pego um táxi, obrigada. -Dei-lhe as costas e sai rapidamente, esse segurança parece um robô.

-Senhorita Carter,- Ele me alcança-  peço  que aceite o pedido do Sr.Bieber, ele não costuma ter uma ordem sua não obedecida. Então, aconselho a você aceitar o pedido.

-Olha, Will - Avistei seu nome no crachá em seu terno - Eu não conheço seu chefe e eu não me importo se ele gosta ou não gosta de ser desobedecido, eu só sei que eu estou louca pra chegar na minha casa e dormir como se estivesse em coma. Diga ao todo poderoso Sr. Bieber que eu não aceito seu pedido e que na vida nem tudo é  como queremos. Foi em prazer conhecê-lo Will. - Sai dali o mais rápido que pude, preciso da minha cama agora.

Entrei em um táxi que estava no acostamento do hotel e logo motorista  deu partida. Analisei o envelope em minhas mãos e não esperei mais um segundo para abrir.E  minha reação não pôde ser outra além de ficar em choque,  uma grande quantidade de dinheiro e eu não tinha feito absolutamente  nada para ganhar, se isso era um pedido de desculpas imagine quanto ele iria me pagar por uma longa noite de prazer. Ele deve ser esses velhos que necessitam de sexo e querem dar uma boa impressão na primeira noite,com certeza deve ser isso mas não me importo, se ele for generoso como foi hoje  não  tem problema. Sinto o carro parar,  pago o taxista e logo desço do carro para meu humilde prédio  de três andares rumo a minha humilde cama de solteiro. Subo as escadas até o segundo andar, onde se encontra meu apartamento,  abro a porta e logo me livro dos meus sapatos e da bolsa. Escuto a televisão e então penso na possibilidade de Katherine estar acordada, olho em meu relógio que marca três e vinte da madrugada, eu vou mata-lá se estiver acordada ela sabe que tem aula amanhã cedo. Chego na sala e a vejo dormindo no sofá toda torta e babando nas almofadas,solto um leve sorriso ao ver a cena, ela está tão grande se tornou uma bela moça,  minha mocinha.

-Baby - Balanço levemente corpo - Kath acorde.

- Ah não Brook, não quero ir  à escola hoje - Permito apenas que Kath me chame de Brook.

-Ainda é  cedo boba, vá para o seu quarto, está muito grande para eu carregar você no colo.

-Nossa, que graça você - Revira seus lindos olhos verdes - Que horas são? 

-É examente a hora de você ir pro quarto dormir e esquecer  a possibilidade  de faltar aula.-Digo indo para o meu quarto.

-Que saco - Escuto minha irmã resmugar enquanto desligava a TV.-  Você chegou cedo hoje, o que houve?

-Um cliente teve um imprevisto e não rolou nada - Coloco meu pijama de abelinha.

-Imprevisto? Ele fez você perder a noite e não ganhar um centavo  - Oh, ela está bravinha.

-Relaxa, ele me deu muito mais que o necessário e nos salvou de sermos despejadas esse mês com a grana que ele me deu.- Só Deus e Kath sabem o quanto eu precisava desse dinheiro. -  Agora para de me enrolar e vai dormir bebê.

-Odeio quando me chama assim, Eu já tenho 15 anos.

-Oh então crie responsabilidade  e vaza daqui senhora "tenho 15 anos". - Essa garota é uma boba.

-Boa noite Brook - Me dá seu famoso beijinho na testa de todas as noites e de certa forma esse simples gesto sempre me conforta de todas as tormentas.

-Boa noite baby - retribuo seu carinho com um forte abraço como sempre faço. Vejo Katherine apagar a luz e  sair do meu quarto, me deixando ali sozinha, pronta pra mais uma sessão de tortura através dos meus pensamentos. Quando menos espero, o sono me pega sem me dar chance de recusar sua chegada.

Acordo com o barulho de algo se quebrando, olho para a janela e vejo que já amanheceu. São sete da manhã,oh céus,  dai-me forças, dormi apenas quatro horas. Saio do quarto e vou  até a cozinha, me deparo com minha "amável" irmã com seu humor matinal super reconfortante.

-Bom dia Kath - Sorrio enquanto assisto ela limpando alguns cacos de vidro no chão.

-Bom dia só se for pra você -Ela diz revirando os olhos- Porque meu dia já começou péssimo.

- Quanta raiva para uma adolescente relaxa gata. Já tomou café?

-Já e já estou vazando, estou meio atrasada pra escola. - Ela me dá  um beijoe e pega uma maçã antes de sair de sair casa.

Bom, hoje vou fazer o que sempre faço nas manhãs:  dormir, fazer almoço pra  Kath, dormir denovo e descansar pra ter uma longa madrugada de trabalho. Não sei até quando irei aguentar essa rotina, tudo poderia ser diferente se meus pais estivessem vivos, maldita hora em que eles tiveram que sair  naquele carro velho deles. Meus pais morreram quando eu tinha 18 anos,uma semana antes do meu aniversário de 19, lembro como se fossem ontem, minha mãe com seu lindo vestido azul claro que dava um lindo contraste com seu cabelo preto, papai com sua bermuda surrada e uma  camisa xadrez, eles sairam para comprar algumas coisas do meu aniversário, lembro que naquele dia estava chovendo bastante mas nada impediu que eles saíssem de casa, papai estava dirigindo quando o carro perdeu o controle e capotou, meus pais morreram na hora.

E foi assim que meu fardo começou,  não que cuidar da  minha irmã seja um fardo,nunca, mas isso cancelou todos os meus planos, não fiz minha tão sonhada faculdade de Medicina e  muitas pessoas que se diziam ser meus amigos se afastaram de mim. Tudo mudou da noite pro dia e logo eu me vi louca atrás  de emprego mas ninguém me contratava, nessa época não tínhamos nada pra comer , nem mesmo um biscoito, realmente nós  não tínhamos nada , eu me vi pirando vendo minha irmã com fome, recordo me que sair de casa e ir pra um bar onde o Barman era meu amigo,logo  comecei a beber tentando esquecer  que minha vida era uma merda. E foi aí que conheci a Sarah, ela veio toda solidária pra cima de mim, agiu como uma amiga pra mim naquele  momento  e quando eu falei a ela o que me atormentava ela tirou de sua carteira 500 dólares e me deu, no primeiro instante eu recusei aliás, ela era uma estranha mas aí logo eu pensei na minha Kath é aceitei o dinheiro. Sarah não queria nada em troca, apenas me deu seu cartão onde continha um endereço e me pediu para passar lá no dia seguinte.

No dia seguinte fui direto ao endereço que Sarah me deu e chegando lá, me deparo com uma boate que por sinal estava  fechada, fui entrando e logo vejo Sarah sentada no bar.

~Flashback On* :

- Brooklyn! - Seu sorriso é   enorme, como se estivesse vendo algo totalmente satisfatório. - Estou feliz que tenha vindo, venha, vamos pro meu escritório.

E ela foi me puxando pelas escadas até chegar em uma porta de madeira bem polida. Quando abriu a porta pude visualizar seu grande escritório, tinha uma grande janela onde dava para ver toda a boate.

- Bom Brooklyn,  eu sou dona desse lugar e bom, você sabe o que rola em  boates como essas certo? - Apenas mexi a cabeça como sinal de que sabia muito bem o que rolava ali. - Quando te vi ontem naquele bar, pude perceber que você está em uma fase ruim da vida e precisa de dinheiro, uma garota que trabalha pra mim foi demitida e pensei em colocar você no lugar dela, o que você acha? -Ela dizia aquilo como se fosse a coisa mais admirável e normal de se fazer.

- Você está me perguntando se eu quero ser prostituta, é isso? Se for isso a resposta é  não. - Me levantei e fui em direção a porta mas antes de sair Sarah me disse algo que me fez extremecer .

- Tudo bem, eu só queria ajudar mas se você prefere ver sua irmã morrer de fome, não frequentar uma escola digna e se tornar uma pessoa vazia como você, então ok.- Olhei pra ela e vi que ela estava certa, era aquilo ou nada.

- Quando eu posso começar? - E ela sorriu novamente,  aquele sorriso de satisfação que parece que só ela sabe dar.

~Flashback Off *

E a partir daquele dia eu destruí tudo o que meus pais sonharam pra mim mas era morrer ou sobreviver e eu escolhi sobreviver.