História Survive - Humanidade

Ao chegar no final das longas escadas ambas podiam ver muita luz vinda do local, mais do que no segundo andar, mas desta vez, a luz era diferente. A luz que havia era de ouro, uma luz dourada irradiava da sala que elas entraram. No centro da sala havia uma pequena estufa redonda, rodeada de flores e, obviamente, muito ouro.

- Finalmente no fim. - Seiko se espreguiçava. - Aquela estufa deve ter, ou até mesmo ser, um teletransporte. Vamos lá. - E saiu correndo como um criança.

Naomi apenas caminhava tranquilamente e atenta ao seu redor, a paisagem que se formava por dentro da torre era impressionante para seus olhos, as plantas que esculpiam as paredes, o ouro espalhado pelo chão e apenas uma pequena estufa no meio da sala, tudo isso deixava Naomi tranquila.

- Naomi..- Seiko gritou, Naomi apenas seguiu a voz da garota rapidamente. - Olhe, olhe.

Seiko apontava para uma espada fora de sua bainha, era idêntica a que Naomi possuia. A espada era afiada e sua bainha era de cor preta. Os olhos de Seiko brilharam e ela pegou a espada do chão, ela segurava e brincava com ela.

- Naomi, olha. - Ela mostrava seus movimentos toda animada. - Posso ficar com ela?

- Pode sim. - Naomi sorria. - Tem certeza que você é mais velha que eu? - Naomi apenas sorria das palhaçadas que Seiko fazia, era a única coisa que ela poderia fazer. Naomi procura a sua volta, achou algo a brilhar no fundo da estufa. - Deve ser o teletransporte.

- Ah, verdade. - Seiko pegou a bainha e guardou a espada. - Vamos?

- Vamos. - Naomi e Seiko caminharam calmamente até o lugar que estava a brilhar.

Após passarem pelo luz que Naomi achou elas são teletransportadas para vila, é a torre do local, misteriosamente, desaparece. A torre fica ativa apenas até alguém chegar ao fim dela, só então ela desaparece, não só ela como os NPCs dentro dela.

- Liberdade.. - Cantarolava Seiko, logo pôs suas mãos na barriga - Fome..

- Deve haver alguma lanchonete por aqui perto. - Naomi sorria, mas logo lembrou-se de algo importante. - Não temos dinheiro, e ainda mais se aparecer algum jogador louco? Aparentemente ninguém morreu ainda.

Seiko logo coloca a mão dentro de seus bolsos do vestido e tira algumas moedas douradas e objetos pequenos que ela pegou da torre.

- Enquanto você estava distraída olhando a paisagem, eu peguei isso. - Ela guarda novamente, pois os NPCs olharam para as duas - Deve ser o suficiente para algum lanche.

- Sim, é mais que o suficiente. - Naomi indagava olhando em volta e nervosa, se algum jogador visse aquilo, seria seu fim - Vamos procurar alguma lanchonete, rápido.

Elas andaram pelas ruas cuidadosamente, olhando em volta e observando as lojas que preenchiam as calçadas. A pequena vila era bem arrumada, suas calçadas cheias de paralelepípedos perfeitamente alinhados, várias plantas e animais, algumas carroças passavam pelas duas de vez em quando. Naomi e Seiko fizeram uma caminhada, não tão longa, para encontrar uma lanchonete, logo encontraram uma e se sentaram, fizeram os pedidos e esperaram.

- Cansativo? - Seiko estava séria.

- Um pouco, eu apenas quero ir para casa. - Naomi dizia olhando para paisagem além da janela, observava uma criança NPC brincando com sua mãe e pai perto de uma fonte. - Pelo menos, eu acho que é isso que eu quero.

- Como assim? - Seiko pergunta confusa, logo Naomi olha para ela e solta um pequeno sorriso.

- Acho que aqui eu tenho mais amigos do que na realidade. - Naomi diz e Seiko tenta entender, pois a única pessoa que ela conheceu até o momento era ela. - É, exatamente isso, apenas uma amizade... Meus pais trabalham muito... escola é o inferno, apelidos por toda parte e pessoas te julgando.

- Você se parece comigo antigamente.. - Seiko falou baixo, apenas pra si.

- Disse algo? - Naomi pergunta e Seiko diz que não e dá de ombros.

Os lanches são entregues na mesa, Seiko parte rapidamente para eles, sem pensar duas vezes abocanha um pão recheado.

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Após elas comerem, Naomi faz uma pergunta que lhe incomodava a muito tempo, algo que ela não poderia deixar passar em branco.

- Você está escondendo algo de mim, não está? - Naomi estava séria, nenhum sorriso esboçado em sua face

- Deu para perceber? - Seiko solta um sorriso - Ok, irei te contar tudo, tudo mesmo, mas se você me culpar por o Controlador querer te matar... - Seiko se torna apavorante, seu rosto estava muito sério. - Você irá passar por tempos difíceis.

- N..Não tem problema - Naomi concorda com a proposta e escuta atentamente

- Primeiramente eu menti sobre não ter escapado da torre, eu já cheguei até o segundo andar, após disso os jogadores que enfrentam a Hina perdem sua humanidade, ou seja, eles matam a NPC Hina, e perdendo sua humanidade eu sou obrigada a mata-los. Uns jogadores já tentaram escapar, mas logo são mortos pela magia de Hina.

- Mas se a pessoa, como eu, não matar Hina?

- Então eu entro em ação. Os ataques de Hina são simples e fracos, apenas pessoas com humanidade baixa não resistem à ataques daqueles. Sinceramente, eu não desmaiei em momento algum, mas também não posso simplesmente ajudar todo jogador que entra aqui, apenas aquele que me mostre que tem sua humanidade intacta. - Seiko suspira - Tipo você.

- O que você fez com ela? - Naomi fez sua última pergunta com muito medo da resposta.

- Oras, eu fui obrigada a matá-la. - Seiko sorri ironicamente - Ou queria ela por ai, te caçando para te matar?

- N..Não, obrigada. - Naomi sente um arrepio. - E sua humanidade?

- Minha humanidade... - Seiko suspira novamente. - Eu a perdi depois de todos esses anos matando várias pessoas, mas tem um diferencial entre eu e os jogadores que perdem a humanidade, eles não tem controle sobre si.. Já eu, eu consigo me controlar para não matar todos. Ah, e esse é o ponto que você deve ter em mente, não mate ninguém, assim o Controlador irá ter raiva de você... Assim você o encontrará e será...

- Livre... - Naomi completa a frase de Seiko.