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História Survive (sobreviva) - Nate...


Escrita por: Magtrouxa-Matt

Notas do Autor


OLHA SÓ EU AQUI, TO VIVAAA

ME PERDOEM PELO VACILOOO!!! EU AMO VOCÊS!

Capítulo 15 - Nate...


Antes...

Corremos até o estacionamento meus pulmões imploravam por ar, minhas mãos trêmulas soltaram a pequena arma sem que eu percebesse, o barulho ecoou pelo chão de madeira completamente ensanguentado, meu corpo não correspondia aos meus comandos e naquele momento eu entendi que esse é o tipo de dor que bloqueia todo o resto, o tipo de dor que te dilacera por dentro e te faz questionar se você ainda consegue respirar, te faz questionar se consegue sobreviver a isso. Porque nesse momento o fim do mundo está diante dos meus olhos.

-Me perdoa, Nathan me perdoa

O choro desesperado de Amy irmã de Sammy ecoou pelo local enquanto meu pequeno Kenny parecia paralisado em seus braços, as mãos dela seguravam fortemente a arma, provavelmente a mesma que matou o andarilho responsável pelo o olhar já sem vida de Jenny.

-Não, não não, não

-Nate

Sammy sussurrou mas eu ignorei, me ajoelhei ao lado dela e a abracei o mais forte que pude, não posso deixar de me culpar, se eu não tivesse aceitado aquelas pessoas isso não teria acabado de acontecer.

-Jenny -meus dedos traçaram os detalhes em seu rosto- meu amor, por favor, por favor me perdoa.
 

E então se tudo que resta é a culpa . Não nos sobra muita escolha: ou você deixa a culpa te jogar de volta ao que justamente tira o melhor de si ou então você aprende com ela e faz o melhor para seguir em frente. Ou pelo menos agir como se tivesse esquecido.

(...)

-Com Nate foi diferente
-Diferente? -questionei, se ele era uma pessoa tão boa como Sammy diz ele deve ter atravessado o próprio inferno para ter se tornado o que ele é hoje.-

-Quando toda essa merda começou, eles bloquearam as saídas da cidade Los Angeles tudo se tornou um verdadeiro caos, o governo queria manter tudo sobre controle tirando os infectados das casas e levando para uma quarentena no Norte da Califórnia mas tudo saiu do controle quando os próprios parentes começaram a esconder os doentes em suas casas. Ninguém podia imaginar que não era só um simples vírus como a gripe suína ou alguma merda do tipo, em menos de um mês mais da metade da população estava morta.

-O que aconteceu com o CCD? (centro de controle de doenças)

-Mesmo depois de tudo ter virado um caos a quarentena do CCD não funcionou, mas o governo manteve as saídas da cidade bloqueada, e todos os casos de aparição de vírus nos Estados Unidos os infectados eram mandados para Los Angeles, a cidade virou uma zona da morte. -ele suspirou e tragou novamente o cigarro entre seus dedos- Acontece que nem todos os moradores haviam morrido nós fomos esquecidos, deixados como iscas para zumbis, crianças, idosos, todos. O governo não se importou e nem se preocupou em nos tirar daquela merda.

-Meu Deus -sussurrei, isso é tão cruel, tão desumano-

-As casas estavam começando a serem invadidas, Nate tinha uma academia personalizada no subsolo era o lugar mais seguro que conseguiríamos. -ele suspirou novamente- Então nos abrigamos lá. Foi então que ele pensou "se podemos sobreviver aqui outras pessoas também podem" então abrigamos um grupo de adolescentes para conviver conosco, minha irmã Amy, Jenny que era sua esposa e seus três filhos.

Ele travou o maxilar e respirou fundo, foram alguns minutos em silêncio até que ele suspirasse e voltasse a falar minha boca se transformou em um O ao perceber as lágrimas discretas que rolavam por seu rosto.

Nate POV

-Nathan, Nathan! -minha visão turva se acostumava a claridade enquanto Sammy me balançava desesperadamente, eu não conseguia racíocionar mas naquele momento eu soube que algo estava errado. -Eles fugiram! A casa já era!

-O que?

Eu me levantei sem ter noção do que fazia, as palavras de Sammy não me permitiam assimilar, seu olhar se revesava entre mim e Amy, sua irmã, que porra tá acontecendo? as trancas na porta pareciam frágeis contra seja lá o que está do outro lado

-Onde? Onde estão os outros? -engoli seco, enfim entendendo a situação meu coração paralisou por alguns instantes-
-Longe daqui com a porra das armas, comidas e tudo aquilo que conseguiram pegar.
-Filhos da puta

Antes que eu pudesse me conter minhas mãos se colidiram contra a parede, a queimação e a dor me trouxeram de volta, como eu pude deixar essa merda acontecer? Como eu pude ser tão ingênuo?

-Como vamos sair daqui? -questionei, rezando para que Sammy tivesse uma solução, meu Deus isso não pode está acontecendo-
-Mamãe, eu to com medo -Kenny choramingou abraçando Jenny e meu coração se apertou mais ainda-
-Ei meu garoto -me agachei ao seu lado- Vai ficar tudo bem, eu vou tirar você, a mamãe, todos nós daqui.
-Nathan -a voz trêmula de Amy me fez arregalar os olhos- Acho que temos um problema. 
-E-eu... -meus olhos se arregalaram ao encontrar os de Jenny- A bolsa, estorou.

-Merda -Sammy gritou-
-Papai, eu não quero morrer aqui. -as lágrimas grossas rolando pelas bochechas de Kenny faziam meu desespero aumentar-
-Ei Kenny, olha pra mim -Sammy cuidava disso enquanto eu pensava em mil maneiras de tentar tirar todos daqui em segurança- Você precisa ser corajoso, corajoso como o...batman e ajudar a salvar sua mãe.
-Mas o batman não tem mãe.
-Então seja corajoso como...o.

-Meu papai?
-Sim, exatamente como seu pai. -meus olhares se revesaram entre Kenny e Sammy-
-Preciso que fique com sua mãe e a tia Amy, consegue fazer isso? -questionei e o mesmo assentiu enxugando os olhos-
-Esse é o meu garoto. Amy, eu e Sammy vamos atrai-los para fora da casa, ainda tem um carro a picape azul do outro lado da rua.
-A que era de -o tom triste em sua voz me fez engolir seco, o carro de Wilkinson, encarei Sammy que logo entendeu o recado.
-Não tem problema cara.

Ele jogou a chave da picape, com o chaveiro que eu conhecia bem, uma foto antiga da família Wilkinson, isso é tudo que Amy e Samuel tem para se lembrarem deles, engoli seco eu não posso deixar que minha família se torne apenas uma foto antiga no chaveiro enferrujado em meu bolso.

-Nathan -Amy sussurrou-
-Vamos distrai-los para que consigam chegar lá, você consegue?
-Eu acho que sim.

-Amy -Sammy disse- 

-É, nós conseguimos. -ela afirmou e eu encarei novamente Kenny, sei que Jenny vai odeiar isso porém-
-Ei, campeão ainda sabe como atirar?

-Claro -ele se gabou e eu retirei a pequena arma em minha cintura-
-Use somente, se for preciso me entendeu?

-Entendido.
-Nathan não, eu não...- a voz fraca de Jenny ecoou pelo quarto-
-Shiiu -pressionei meus dedos carinhosamente em seus lábios- vamos sair daqui, e dar esses dois irmãozinhos a Kenny. Tudo vai dar certo okay? -suas lágrimas molharam minha mão enquanto a outro acarenciava lentamente sua barriga-
-Obrigada, obrigada por tudo você é o cara mais especial que alguém poderia conhecer, ai meu Deus você não tem nem noção...
-Shiiu, ei meu amor, isso não é uma despedida.
-Não é -ela sorriu e eu me levantei encarando Sammy que fez um gesto familiar com a cabeça, é agora.-
-Nathan. -encarei Jenny novamente- 
-Sim
-Eu amo você. -selei nossos lábios em um beijo desajeitado, eu não sabia quão importante seria aquele misero segundo, eu não sabia que aquele momento queimaria em minha mente eternamente-
-Eu amo você.

Eu disse antes de sair pela janela junto com Sammy convencido de que tudo daria certo

Eu engoli seco, ele perdeu a esposa e dois filhos, ele perdeu tudo isso de uma vez só eu posso imaginar o quão insuportável é a dor e a culpa que o domina por completo. Eu consigo sentir​ o peso em seus ombros

-Meu Deus -foi tudo que eu consegui dizer-
-Nate sempre soube que ela não voltaria mas ela se transformou ele não teve o sangue frio que precisava ter, ele não conseguiu atirar, o dedo no gatilho mas ele não o fez. 
-E o que aconteceu com seu outro filho? -questionei com medo da resposta, Sammy suspirou e seus olhos encontraram os meus me proporcionando a onda de arrepios familiar-

-Kenny  tinha nove anos quando aconteceu Nate e eu precisávamos de suprimentos já faziam semanas sem comer nada, deixamos Kenny do lado de fora enquanto limpamos o lugar matando os andarilhos, quando tudo estava seguro voltamos para buscar Kenny mas já era tarde demais, Nate e Kenny eram muito parecidos era de se esperar que ele não conseguisse atirar na própria mãe já que nem mesmo Nate conseguiu faze-lo

Meu coração se dilacerou, Kenny foi mordido pela própria mãe. Talvez eu esteja me sentindo culpada por pensar todas aquelas coisas horríveis sobre Nate, mas foi preciso descobrir sobre isso, sobre tudo que aconteceu pra conseguir entender porque ele ser assim, ele não é um desalmado como eu pensei ele só se tornou forte o bastante pra conseguir sobreviver.

Afinal depois que você perder tudo, o que é que sobrará de você? Ou de quem você costuma ser?

-Como disse com Nate foi diferente. 
-Eu não sei o que dizer -sussurrei- 
-Nate não é o vilão Alisson, o mundo o transformou nisso mas eu acredito que no fundo seu coração ainda é bom.

Ele se levantou e eu senti vento frio me atingir, todos nós temos nossas derrotas, nossas batalhas. Cada história tem seus altos e baixos, existem demônios e monstros guardados dentro de nós as vezes eles vencem para que possamos sobreviver.

(....)

Na manhã seguinte, eu estava disposta a fazer qualquer coisa para continuar nesse lugar. Eu não sei bem pelo o que lutar, na verdade ninguém aqui sabe mas se com certeza há algo que eu sei é que está aqui é melhor do que está lá fora e eu vou fazer de tudo para manter minhas filhas em segurança.

-Você ficou de tocaia a noite toda? -a voz rouca de Carter soou atrás de mim-
-Bem, pelo menos as noites no plantão me deram algumas experiências.

Eu disse e ele sorriu, me levantei e alonguei meus braços eu sei que o dia hoje será difícil e eu não posso dizer que estou preparada para isso. Mas diante de tudo, não há como está preparada para coisa alguma.

Caminhei para a cozinha onde boa parte das pessoas já estavam a tomar seu café da manhã, meu olhar cruzou com o de Nate que sorriu sarcástico mas eu não consegui sentir todo aquele desprezo por ele. Não mais, não posso vê-lo como o monstro egoísta que eu pensei que fosse, ele é só um ser humano cheio de feridas de guerras das quais ele perdeu, todos nós aqui perdemos.

-Bom dia 

Eu disse para os demais na mesa e segui em direção o quarto onde Matthew e as crianças estão, meu corpo doí parece que a falta de sono está começando a fazer um péssimo efeito sobre mim, a porta estava entre aberta e antes que eu pudesse bater na mesma a conversa me chamou atenção

-Papai, se a gente sair daqui pra onde vamos? -Carly questionou e eu engoli seco-
-Eu ainda não sei meu bem
-Eu não quero ficar lá fora, eu tenho medo de perder vocês como aconteceu com o tio Tay 

Cassey disse e eu senti meu coração se apertar ao me lembrar de Taylor e de tudo e todos aqueles que perdemos desde que esse inferno começou. Eu não posso deixar isso acontecer de novo e eu sei que a chance de sobrevivermos lá fora é quase nada e eu vou fazer o possível e o impossível para isso não acontecer.

-Bom dia -digo ao adentrar o quarto chamando a atenção de todos-
-Bom dia mamãee -Cassey correu para meu colo e eu a abracei o mais forte que pude-
-Vamos tomar café? 
-Obaa, eu to com fome -Carly deu um pulo e Matthew riu, embora as coisas entre mim e ele ainda estejam estranhas é bom vê-los juntos-
-Eu vou chamar a Skylynn 

Cassey cantarolou e antes que eu pudesse dizer algo as duas corriam pelo corredor, eu ri sinto saudades de casa e dos momentos que eu perdi por ter sido tão ausente. Eu e Matt nos encaramos por alguns minutos mas antes que eu me virasse ele tocou meu punho.
 

-Está tudo bem? -ele questionou-
-Vai ficar -suspirei-
-Vamos dar um jeito de continuar aqui, não vamos? 
-Eu espero que sim 

Engoli seco, Matthew me puxou envolvendo seus braços ao meu redor eu o abracei me aconchegando na sensação familiar é bom saber que o Matt está aqui independente de tudo.
 



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