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História Survive (sobreviva) - Perdendo


Escrita por: Magtrouxa-Matt

Notas do Autor


(cap 8**)

Mais um cap. espero que gostem, não se esqueçam de comentar please!
As opiniões de vocês, são extremamente importantes galerous!

Capítulo 9 - Perdendo


Fanfic / Fanfiction Survive (sobreviva) - Perdendo

   Quando ficamos tão cansados a ponto de não aguentarmos a pressão da nossa própria mente, imploramos e gritamos por rendição, algumas palavras perdem ou ganham um significado novo e quando o mundo se perde dessa maneira, eu estou me rendendo agora porque a dor é aquilo que eu não consigo encarar. Eu realmente nunca me senti tão fraca.

Senti o líquido frio contra o meu pescoço, a sombra de Nate ao meu lado me fez despertar de meus devaneios, Sammy me puxou pra si bruscamente fazendo nossos corpos colidirem, ele segurou meu rosto em suas mãos, me fazendo encara-lo seus olhos castanho ganhavam uma luz diferente e eu podia focar em cada minimo detalhes de seu rosto, como se eu mesma tivesse o desenhado 

-Alisson 

Ele sussurrou  e eu engoli seco, seu rosto sujo de sangue do andarilho que mataram era um pouco intimidador, mas eu ainda podia identificar suas covinhas ou admirar a maneira como seus lábios se mexiam ao pronunciar meu nome, senti alguém agarrar meus ombros com força o bastante para machucar fazendo com que eu virasse automaticamente

-Sua idiota, ta querendo oque? morrer? Se é pra se matar faça isso sozinha -Nate cuspiu aquelas palavras para mim-
-Mamãe -Carly choramingou com a maneira como Nate dizia, ele bufou e me olhou novamente seus pais estão mortos, já era -ele gritou e eu senti a ferida exposta em meu peito doer ainda mais-
-Nate! -Sammy o repreendeu enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas e em minha mente aquelas cenas predominavam, o último sorriso de minha mãe ao lembrar de Taylor ou a maneira como pai gritava por socorro-

-Eles se foram, eu sei isso é um saco -ele engoliu seco, embora suas palavras fossem rudes eu sentia a sinceridade- Mas você não pode se entregar assim, como uma garota mimada, se mexe e ajuda a tirar a gente daqui antes que seu príncipe encantado morra -ele se aproximou do meu ouvido-  Não estou dizendo por mim, nem por você mas por elas. Alisson, elas.

Uma onda de eletricidade percorreu meu corpo quando encarei Carly e Cassey que se encolhiam nos braços de Carter, eu passei por tudo isso para te-las comigo e se tem algo que me torne capaz de lutar, são as duas. Peguei a faca as mãos de Nate e ele sorriu de canto assentindo para mim

-Carter, você vem comigo e as crianças vamos disparar o alarme ou um barulho qualquer na direção oposta, assim....
-A Skylynn não vai com vocês -Hayes protestou-
-Prefere ela dando um passeio entre os mortos? Anda logo frangote.
-Mamãe -Cassey sussurrou-
-Ele vai cuidar de vocês okay? -me agachei ao lado delas- eu prometo. 

Depositei um beijo na testas das duas, elas me abraçaram apertado e Nate me encarou sem perder a pose rude de sempre, me ajoelhei ao lado do cadáver e rapidamente passei a faca fazendo um grande corte do pescoço até a cintura, o cheiro podre dominava aquele lugar e Hayes resmungava por ter que fazer aquilo.

(....)

 -Todos prontos? -Sammy perguntou segurando a maçaneta-
-Cara, eu nunca vou está pronto pra isso 
Hayes tampava o nariz, Nate riu e enrolou um entranha no pescoço do Grier menos que fez um careta, Nate se divertia com aquilo, qual é a graça em ser tão cruel? 
-Prefere ficar ai e morrer, isso é com você -Nate disse e logo soltou uma risada sem humor- 
-A opção de ficar parece agradável -Carter fez careta olhando pela janela-
-Pensei que os chineses fossem mais inteligentes 
-Somos coreanos -Glenn corrigiu-
-Que se dane. -Nate resmungou-
-Da pra ir logo com isso

Perdi a paciência, com toda certeza eu não estou nem um pouco ansiosa para me camuflar entre os mortos, mas também não estou nem um pouco afim de ficar aqui e aguentar as grosserias gratuitas de Nate.

A porta se abriu e eu respirei fundo ao passar por ela, os grunhidos e o mal cheiro faziam meu coração disparar, centenas deles a nossa volta não notaram nossa presença mas mesmo assim minhas pernas estavam trêmulas, eu evitava olhar para eles mas algo chamou minha atenção para a criança no meio deles, os cachos loiros e o vestido rosa com desenho de arco-iris lembravam Cassey, a boneca de pelúcia jogada no chão suja pelo sangue e sabe-se lá a quanto tempo está ai.

Engoli seco sentindo meus olhos lacrimejarem, eu não queria nem imaginar se fosse Cassey, mas é impossível, eu parei de caminhar ao observa-lá, minhas pernas bambearam e eu não sabia oque me assustava mais, está no meio deles ou imaginar minha filha como uma daquelas coisas. Senti os dedos de Sammy entrelaçarem os meus despertando uma sensação estranha em mim.

-Não podemos parar

Ele sussurrou em meu ouvido para não chamar atenção dos andarilhos, eu assenti enquanto ele me puxava lentamente sem soltar nossas mãos, não consigo descrever como isso me passou uma estabilidade.

Ouvi o alarme soar no prédio da direção oposta a nossa, suspirei aliviada por saber que o plano de Nate deu certo, nos esquivamos dos andarilhos que passavam apressados na direção oposta a nossa. Aquilo parecia uma tortura, foram poucos passos mas parece que estamos caminhando entre eles por várias horas.

Quando finalmente nos aproximamos do boeiro, estava destampado, meu coração se acelerou não sei ao certo o que isso significa mas com toda a certeza não é algo bom.
Glenn foi o primeiro a descer o cheiro daquele lugar exalava por todo o quarteirão, mas eu não consigo comparar com o cheiro dos cadáveres a minha volta, ele nos deu o sinal de que "a barra estava limpa"

Sammy soltou minha mão lentamente, eu pensei em protestar ou agarrar teus dedos novamente e aproveitar a segurança que sua presença me trás, mas esse pensamento parece tão errado. Matthew.

Desci pela escada cheia de lodo e musgo, era nojento e frio eu tentava ignorar o fato de que toquei em algumas lesmas, esse é o meu menor problema agora. Não pude evitar fazer uma careta quando meus tênis tocaram a água de esgoto abaixo de mim, baratas e ratos realmente grandes não pareciam se importar com a nossa presença pois andavam calmamente entre nós.

-Temos de ser os mais silenciosos possíveis, tem alguns deles aqui em baixo, vai ser perigoso demais se ficarmos encurralados

Glenn disse calmamente, enquanto Sammy observava os mínimos detalhes, eu estava perdida e completamente sem chão, ainda torceia para que tudo isso foi uma grande piada ou um terrível sonho, olhei ao redor tenho que procurar qualquer detalhe de Matthew, que nos leve até ele.

-Ele foi por ali

Sammy apontou para o túnel escuro e fedido a nossa direita, eu não questionei como ele sabia ou como ele deduziu isso tão rápido, apenas o segui como os outros, a água podre agora molhava todo o jeans em minhas canelas.

Glenn estava a minha frente, Hayes caminhava o tempo inteiro ao meu lado, Sammy estava bem a frente com sua  besta que é a arma mais silenciosa que podemos usar, haviam alguns cadáveres espalhados pela água é impressionante a quantidade de pessoas que devem ter pensado em se esconder no esgoto. O olhar de Hayes vagava sem rumo, era evidente o quanto ele escondia as emoções e eu não sei ao certo oque aconteceu com os pais dos Grier's mas posso imaginar 

-Skylynn atirou nela -Hayes disse depois de minutos que caminhava nos em silêncio naquele lugar nojento-
-O que? 
-Skylynn, ela atirou em nossa mãe -engoli seco e o encarei assustada, pensar em Skylynn segurando uma arma era uma cena apavorante-
-Ela se transformou não sabíamos oque fazer nem se quer sabíamos oque estava acontecendo, eu não soube oque fazer quando ela se aproximou de Nash, eu tinha uma arma em minhas mãos, mas não soube oque fazer. 

Sua voz falhou devido as grossas lágrimas que rolavam em suas bochechas estava claro pra mim que é a primeira vez que ele diz isso em voz alta, eu o admiro por conseguir falar sobre isso, e posso concluir que Nash não consegue fazer o mesmo

-Hayes -sussurrei, ele encarava o chão com seus olhos lacrimejando- eu sinto muito
-É, eu também 

Ele enxugou o canto de seus olhos, olhando para cima mas logo sua atenção se voltou a  Sammy que parou encarando a divisão de dois túneis a nossa frente, meus olhos se arregalaram com a quantidade de sangue que havia pelas paredes, senti meu corpo inteiro estremecer.

Ouvimos um disparo próximo o suficiente para fazer meus ouvidos doerem Sammy me encarou mas antes que ele pudesse dizer algo, ou se quer procurar por algum vestígio de Matthew, eu corri pelo o logo túnel enquanto sentia a água podre adentrar meus tênis

-Alisson! -Sammy gritou atrás de mim- espera, você sabe que é perigoso

Ignorei seu pedido e continuei correndo o mais rápido que pude, em direção aos gritos, eu tenho certeza, é a voz de Matthew.  
 

Eu gritei seu nome repetidas vezes enquanto corria ignorando a ardência em meus pulmões, respirar não era a prioridade no momento, podia sentir o nó se formando em minha garganta.
Minhas pernas fraquejam pelo medo que percorre meu corpo, mas eu me forço a continuar eu não posso deixar isso me paralisar, não quando alguém precisa de mim. Não quanto Matt precisa.

-Matthew 

Eu gritei sentindo minha garganta arder, ele acertavam o cranio de alguns andarilhos com o punhal da arma, quando o vi cair cercado pelos zumbis a sua volta eu não posso perde-lo eu não consigo lidar com essa dor, me reerguer nunca pareceu tão impossível como nesse momento. 

Meu coração se apertou ainda mais, eu focava tanto em Matt que mal conseguia ver os mortos tão próximos de mim, empurrei a cabeça do mesmo contra a parede várias vezes, quando escutei o grunhido tão próximo aos meus ombros que me fez estremecer.
Logo vários disparos ecoavam pelo local, senti as mãos de Hayes me puxarem para trás, ele me olhou cauteloso e eu somente assenti dando sinal de que estou bem, voltei meu olhar para Matt os andarilhos aos poucos colidiam com o chão.

 Matthew estava agachado completamente sujo de sangue dos corpos que caiam ao seu lado, eu corri até ele e me ajoelhei ao seu lado sem me importar com a água imunda que encharcava minhas roupas, ele me olhou tocando meu rosto com as duas mãos

-Você está bem? 

Perguntei, ele assentiu diversas vezes como se duvidasse da realidade e duvidando de sua própria resposta, seus braços envolveram minha cintura me puxando pra si e me abraçando fortemente, ele está tão cansado quanto eu, ou melhor quanto qualquer um de nós.

-Vamos sair daqui.

Me levantei ao ouvir os grunhidos do outro lado do tubo de esgoto, Matthew se levantou recobrando a consciência do que está acontecendo eu podia sentir o quão apavorado ele está, eu sentia o medo dele que por sinal não é tão diferente de como me sinto desde aquela noite no hospital quando tudo isso começou pra mim.

-Deixa que eu ajudo ele

Hayes e Glenn colocaram os braços de Matthew ao redor de seus pescoços, para ajuda-lo a caminhar, com uma imensa dificuldade conseguimos sair daquele lugar fedido, logo avistei Nate e Carter, gradeci mentalmente por eles estarem dentro de um trailer.

Matthew gemia de dor enquanto caminhamos em direção a eles que nós dão cobertura atirando nos poucos mortos que se aproximavam, colocamos Matthew no pequeno sofá, enquanto Carter dava partida 

-Papai! -Carly gritou ao ver que Matthew sangrava-
-Mamãe, oque aconteceu com ele? -Cassey questionou já com os olhos marejando-
-Foi só um machucadinho minha princesa -Matthew sorriu para ela que me encarava curiosa-
-Você vai curar ele né?! -Carly perguntou para mim- Papai disse que você sempre fica longe de casa porque está curando as pessoas, você vai curar o papai não é mamãe?

Senti meu coração se parti em milhões de pedaços e a tão familiar culpa por ser tão ausente consumiu minha mente, eu não sabia o que dizer para os olhinhos curiosos que aguardavam uma resposta minha, engoli seco enquanto tentava organizar as palavras em minha mente

-Sim, ela vai. -Sammy disse por fim- A mamãe de vocês curou o meu amigo, ela é incrível.
Cassey e Carly sorriram tranquilizadas e eu pude ouvir Nate bufar baixinho ao meu lado
-Era só oque me faltava

Lancei um olhar rígido para o mesmo e logo me arrependi ao lembrar como Nate consegue intimidar alguém só pela maneira de olhar. Tentei focar apenas na ferida de Matthew, era algo superficial sangrou bastante mas não irá precisar de pontos, suspirei e ajudei Hayes a procurar por algo nos armários do pequeno trailer

-Não é melhor fazer isso quando chegarmos? -Carter perguntou sem tirar os olhos da estrada-
-Não, na verdade sim, mas quero diminuir o risco de infecção. 

Disse mordendo os lábios, eu estava tão nervosa que minhas mão estão trêmulas, peguei as gases e o conhaque, olhei para Matthew que fazia uma careta ele sabe bem como isso vai doer, ele é um policial já perdi as contas de quantas vezes Matthew deu entrada no hospital com ferimentos na maioria das vezes de bala.

-Isso vai doer
-Queria muito que dissesse o contrário -ele choramingou e logo depois fechou os olhos respirando fundo- Amor. 

Assenti despejando o conhaque pelo seu ferimento e ele apertou as próprias pernas com força, limpei o máximo que pude e então coloquei a gase, suspirei e me sentei ao seu lado o abraçando com cuidado é óbvio que ele ainda está sentindo dor.

  O olhar de Nate queimava sobre Sammy, eu podia sentir a reprovação em seu olhar talvez pela maneira como os olhos de Sammy queimavam sobre mim, a cena de nossos dedos entrelaçados invadiu minha mente, a maneira como me senti ao toque dele e eu me sinto suja por pensar nisso enquanto estou nos braços de Matthew  

-Obrigado 

Ele sussurrou e depositou um selinho demorado em meus lábios, ele acariciou meu rosto como se eu fosse uma miragem, ele esteve bem perto da morte hoje eu entendo. Aliás eu também, mas não consigo me sentir grata por ter sobrevivido, bem, não tanto quanto sei que Matt se sente. Sei que ele é do tipo que ao se deitar para dormir rezará para sobreviver ao dia seguinte e eu? Eu não iria tão longe, não agradeceria por algo que parece como uma condenação.



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