Kath POV’s:
Faz quase um dia inteiro que não vejo o Paul, e confesso que, sinto falta dele. Sei que, não quero me apaixonar, mas é inevitável não se encantar com o Paul, seus olhos, seu sorriso, seu jeito carinhoso e preocupado, é simplesmente encantador. Passei a tarde com minha mãe assistindo alguma besteira que passava na TV e tentando distrai-la das dores que vem sentindo constantemente. Tínhamos falado com o Daniel, mas ele diz que na verdade não são dores, são efeitos dos medicamentos receitados para ela. Estava na hora do almoço, então, a enfermeira entregou o almoço da minha mãe e resolvi ir almoçar na lanchonete onde estada Paul, Daniel e Gabi. Peguei minha comida e meu suco indo até eles.
-Como vão, meus amores? – perguntei sorrindo.
-Can-sa-da – Gabi falou nos fazendo rir.
-Isso é o que você vai passar quando começar a trabalhar – Paul a falou e eu assenti.
-Quando começa seus estágios, Kath? – Paul me perguntou.
-Falta mais um período para começar – falei.
-Pretende ir para consultórios ou trabalhar no hospital? Aqui tem uma ala psicológica – Daniel falou e eu assenti.
-Eu ainda não sei, Daniel. Estou pensando muito sobre isso
-E como está a tia Liza? – Gabi me perguntou preocupada.
-Nos conformes, e sinceramente, eu não sei se tenho tantas esperanças assim
-Como assim? – Paul perguntou.
-Qual é, Paul, todos nós sabemos aqui que, o caso da minha mãe não é tão simples – falei e eles assentiram –E ela foi pega no estágio avançado do câncer
-Eu sinto muito – Daniel lamentou abaixando a cabeça.
-Daniel, você é um médico, não é Deus e nem um curandeiro, e eu sei que, tem coisas que nem o médico consegue salvar – falei e senti a mão do Paul sobre a minha. Olhei para Gabi que estava com lágrimas nos olhos e saiu. É horrível dizer isso, e eu sei, só eu sei como dói, porque eu estou perdendo minha mãe, não é uma amiga ou coisa parecida, é a minha mãe. Falei para eles que eu iria atrás dela e que não precisariam se preocupar.
Procurei ela por todo o local, mas nada de acha-la. Então me lembrei do jardim que, ultimamente tem sido o lugar dela. A encontrei ajoelhada chorando, mas o estranho era que, tinha alguém ao lado dela. Tentando reconforta-la, sem sucesso. Tentei ter uma boa imagem da pessoa e entrei em choque. O que ele está fazendo aqui?! O que ele quer com a Gabi!? O que o Zac está fazendo aqui com minha melhor amiga!? Sai dali e voltei correndo para lanchonete onde estava Paul e Daniel rindo. Parei ao lado deles ofegante e eles me olharam confusos.
-Kath, está tudo bem? – Paul perguntou segurando levemente meu braço.
-Não – falei.
-O que está acontecendo, Kath? – Paul voltou a perguntar.
-Daniel
-O que houve, Kath?
-O Zac está aqui – falei e os dois levantaram rapidamente.
-Onde? – Paul perguntou.
-Bem - comecei e olhei para Daniel meio hesitante –no jardim tentando reconfortar a Gabi
-O QUE? – Daniel gritou e o pessoal o encarou. Ele começou a tentar respirar profundamente, e então, todos voltaram a seus afazeres. Os meninos saíram na minha frente até o jardim, onde ambos estavam. Sai correndo atrás deles, tentando acompanhar, o que era meio difícil porque eles corriam muito. Eu não sei se, se lembraram, mas o Zac não é muito amigo do Daniel, e o mais estranho foi não termos notado que ele tinha desaparecido do nada. Chegamos no jardim e eles continuavam na mesma posição, mas a Gabi não esbouçava nenhuma reação e nem sentimento, por um momento fiquei aliviada por isso, queria dizer que, ela não estava muito animada para recebe-lo. Daniel se aproximou deles morrendo de raiva. Paul entrelaçou nossas mãos, acho que de algum modo ele queria passar segurança para mim, e agradeci por isso.
-O que você está fazendo aqui? – Daniel perguntou seco. Gabriela se levantou e o Zac olhou para o Daniel e por incrível que pareça, para o Paul com cara de deboche.
-Não se deixa uma dama sozinha, Daniel – falou sarcástico. Daniel pegou Gabi delicadamente pelo braço e a botou atrás de si.
-Eu já falei para ficar longe dela
-E desde quando eu faço algo que você fala!? Pois é, nunca. Elas são encantadoras – falou e tentou se aproximar de mim e da Gabi, só que eles não deixaram
-Qual o seu problema, Zac? – Paul o perguntou.
-Meu problema, Paul? Hm, deixe-me pensar, bem, talvez, o fato do seu amiguinho ter namorado a garota que eu gostava
-Eu não sabia que você gostava dela – Daniel respondeu e o Zac revirou os olhos.
-Devo dizer Daniel, você tem uma ótima escolha para namoradas. Os lábios da Gabi são doces e macios, adorei essa sensação – Zac falou e Daniel ia para cima dele, mas Paul o segurou fazendo Zac rir. –Bom, deu minha hora. Tchau para vocês – falou e saiu sem dizer mais nada. Olhei para Gabi que estava com os olhos cheios de lágrimas e só piorou quando Daniel saiu sem olhar para ela. A abracei e deixe que chorasse por um tempo.
-Paul, pode ir. O Daniel precisa do melhor amigo dele – falei e ele assentiu dando um beijo em meu rosto e na cabeça da Gabi. Me sentei na grama com ela e fiquei alisando seu cabelo.
-Vai ficar tudo bem, meu amor – falei e lhe dei um beijo na testa.
-Não vai, Kath, ele me odeia – Ela respondeu entre soluços. Vê-la assim me machuca demais, ela é uma das melhores pessoas que eu já conheci, e está ao meu lado há anos. Vê-la sofrer novamente, e o pior por um homem, é terrível.
Paul POV’s:
Eu ainda estava em choque com toda a cena do jardim, corri o mais rápido possível para achar o Daniel, mas o único local que se passava na minha cabeça que, ele poderia estar, era seu escritório. Bati levemente na porta e a abri, escutando leves fungadas. Entrei na sala do Daniel e o encontrei sentado em sua cadeira.
-Dude...
-Por que ela fez isso, Paul? – Perguntou deixando as lágrimas saírem livremente de seus olhos.
-Daniel, de boa, você saiu de lá sem olhar para garota, então, você não tem o direito de supor o que aconteceu, sem ao menos, falar com ela
-Mas...o Zac falou...
-DANIEL – gritei e ele me olhou assustado –Você sabe mais que ninguém, o quanto esse cara é manipulador. Ele quer te atingir, e sinceramente!? Ele está conseguindo
Ele abaixou a cabeça tentando ainda controlar suas lágrimas, respirei fundo, tentando ao máximo, não gritar com o Daniel e mandar ele ir atrás da garota dele. Escutamos leves batidas na porta, então Gabi e Kath entraram. Estava me preparando para sair, até me interromperem
-Pode ficar, Paul – Gabi falou –Não tenho nada para esconder e nem vergonha do que vou dizer
-Gabi, cuidado – Kath pediu.
-Sabe o que é interessante, Daniel!? Zac sempre foi seu inimigo, e, no primeiro momento que ele aparece, e fala um monte de merda, você acredita. Você prefere acreditar em seu inimigo, do que em mim
-Gabi, não é isso..
-Não!? Vai me dizer que não se passou na sua cabeça que, eu realmente tinha o beijado – falou com lágrimas nos olhos –Pois bem Daniel, eu não beijei, e, nunca beijaria e sabe por quê!? Bem, porque eu amo você e nunca seria capaz de ser infiel a você, mesmo que, eu não saiba o que temos
Eu e Kath estávamos encolhidos em um canto constrangidos, sem saber o que fazer. Entrelacei nossas mãos e a puxei para fora da sala, eles precisavam do momento deles, e nós precisávamos do nosso tempo. Caminhamos pelos corredores do hospital sem falar absolutamente nada, e, por incrível que pareça, não era um silencio incomodo, e sim, um silencio reconfortante. Segurei delicadamente sua mão e a puxei até o jardim, estava na hora do nosso segundo encontro.
-O que estamos fazendo aqui, Paul? – Kath perguntou confusa.
-Bem, eu não sei como fazer esse convite, mas eu preciso, e para começar, eu tenho que dizer para você, Kath. Eu amo sua companhia, escutar o som de sua risada, ver seus olhos verdes brilhantes ao me olhar, ver seu sorriso, sentir o seu toque delicado sobre minha pele, eu amo tudo isso, mas no momento apenas quero uma coisa. Kath, você aceita jantar comigo, amanhã à noite? –Ela me encarava surpresa e sem reação, por um momento achei que tinha feito alguma besteira até ela se aproximar de mim e mostrar o seu mais lindo sorriso.
-Claro que eu aceito, Paul – respondeu. Sorri para ela e a abracei beijando em sua testa, eu precisava voltar para o meu trabalho, mas tenho que confessar, estou muito ansioso para o nosso segundo encontro.
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