História Suspiros. - Notas.

Eu não acho que conseguiria descrever a história toda neste momento. Mesmo que esta seja uma pequena nota para mim mesma; com o único e exclusivo propósito de me lembrar do quão importante aquele momento foi. Mas, mesmo que este único momento seja nítido e claro, algumas partes parecem... Em branco. Talvez por conta dela...

Talvez fosse de se esperar, mas eu não sabia o que fazer com ela ali. Mesmo que achasse que sim. Ela deixava minha mente em branco. Completamente em branco. Tudo se apagava, exceto a respiração ofegante em meu ouvido; o seu calor, os seus suspiros...

Eu tentei ser o mais gentil possível e me controlei o máximo que pude. Mas a silhueta dela me tirava o ar. As pernas que se apertavam contra minha cintura numa tentativa falha de se fecharem, os pequenos espasmos que percorriam seu corpo... Suas unhas ''criando'' caminhos pela pele das minhas costas... Seus seios sendo fortemente pressionados contra os meus... O jeito com que ela escondia seus gemidos baixos contra o meu pescoço - que admito, me arrepiava.

A cada suspiro que ecoava pelo quarto escuro, minha respiração falhava. A cada toque que fazia a sua pele se arrepiar, eu queria mais. A cada vez que ela pressionou seu corpo contra o meu, a cada vez que ela cravou suas unhas ou seus dentes em mim, a cada gemido, a cada suspiro... A cada segundo... Minha mente se apagava e um único desejo tomava conta: eu precisava de mais. Eu precisava toca-la, senti-la, ouvi-la. Tê-la.

Eu tive medo de machuca-la - apesar de obviamente não o estar fazendo - a cada vez que meus dedos se moviam suavemente e eu a ouvia suspirar em meu pescoço. Eu não sei exatamente como me sentir sobre isso... Mas a sensação de ter meus dedos deslizando suavemente pelo seu ponto mais sensível, enquanto os sentia cada vez mais úmidos e... Rápidos... Era única. Eu posso já ter dito isso antes, mas ainda não entendo como... Cada momento está tão dentro de quem eu sou... Eu posso sentir cada toque dela em minha pele até mesmo agora... Mas minha mente continua em branco. Eu não entendo como, mas ela me deixa assim. Especialmente naquele momento...

Honestamente, até mesmo agora meu ar some toda vez que eu penso naquele único segundo. Aquele único gemido... Nunca pensei que ouvir meu nome pelos lábios de outra pessoa me deixaria assim. Mas ela deixou.

Depois daquele breve e curto gemido com o qual ela chamou por mim, eu não me importei com mais nada. Antes que eu pudesse perceber, meus dedos deslizaram para mais baixo ainda.

Ela era tão... Pequena. Quente. Aconchegante.

Eu já não me controlava mais. Eu esperava (e ainda espero) ter feito algo certo naquele momento... Pois conforme eu movia suavemente aquele meu único dedo - eu posso jurar que senti como se ela estivesse ''chamando por mim'' ali... Apertando-o cada vez mais naquele pequeno espaço, molhando-o... E tive certeza de ter feito algo certo quando os pequenos espasmos ficaram maiores. As costas retorcidas e as unhas tentando entrar em minha pele... Eu poderia ter tentado me segurar mais naquele momento, mas não quis. Não poderia resistir - mesmo se quisesse - a marcar o pescoço dela naquele momento. A descer para seus seios onde, admito, me diverti tanto quanto já estava me divertindo lá embaixo.

E sei que ela entenderá quando acordar que... A sua voz, seus espasmos, suas pernas que - falhamente e quase desesperadamente - tentavam se fechar enquanto tremiam contra minha cintura, me fizeram enlouquecer...

Minha mão simplesmente deslizou suavemente pela silhueta dela enquanto minhas mordidas voltaram para seu pescoço. Até aquele momento eu não havia sentido suas unhas tão fortes contra minha pele, realmente pareciam querer me rasgar...

Eu não sei descrever o quanto eu gostaria de estar ali, entre as pernas dela - que tanto apertavam e tremiam em minha cintura -, mas ao mesmo tempo, estava extremamente feliz por estar perto de seu rosto.  Confortando e protegendo-a. Os gemidos continuavam tão baixos... E então, quando apertei sua cintura e voltei meus dedos encharcados ao seu ponto mais sensível novamente... Eles sumiram. Eu apenas sentia seus dentes contra meu ombro, suas unhas contra minhas costas, seus seios contra os meus... Suas pernas voltaram a ter espasmos... Quanto mais eu a tocava, mais ela se movia tentando desesperadamente ficar perto de mim...

Eu senti como se meu coração fosse parar, e meu ar todo foi embora. Senti minhas costas arderem e meu ombro também... Um - já nem tão pequeno - espasmo percorreu por todo o corpo dela e, pela primeira vez naquela situação, senti o mesmo que ela. Um arrepio percorrendo por todo o meu corpo. Eu não sabia mais o que fazer além de aperta-la forte, mantê-la próxima a mim, protegê-la de tudo que existia fora dos meus braços...

Até que eu a ouvi grunhir tentando dizer meu nome. E, naquele momento, senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto e uma enorme vontade de chamar seu nome também.

Depois daquilo, eu não poderia deixa-la ir. Nunca.

Admito que não resisti em deslizar meus dedos para baixo novamente depois que percebi que suas pernas apenas tremiam e tinham espasmos, mas já não tinham mais forças para apertar minha cintura. Podia sentir algo escorrendo pelas minhas costas - provavelmente sangue ou suor. E meu ombro molhado pela saliva dela, enquanto ambas tentavam - inutilmente - recuperar o ar de nossos pulmões.

E, ao deita-la cuidadosamente no travesseiro para que pudesse descansar, percebi que seus olhos traçavam o mesmo caminho que os meus... Ela estava chorando, assim como eu... Mas sorrindo... E no momento em que a mão dela tocou meu rosto, eu soube: era com ela que eu passaria o resto de minha vida.

Mas, claro, eu não deixei que minha pequena e inocente - talvez menos inocente do que era três horas atrás - amada ficasse molhada daquele jeito... E creio ter descoberto meu novo sabor preferido.

Espero que ela não se zangue quando eu disser isso para ela quando acordar... Até lá... Continuarei cuidando para que nada atrapalhe seus sonhos que, espero, serem comigo.

Até mesmo adormecida calmamente ao meu lado, como agora, ela ainda tira meu ar.