Emma ON
Ao ver Regina abrir aquela porta duas realidades me atingiu: Era a mulher da minha vida e eu jamais a deixaria partir outra vez.
Aquela Regina não era nem longe a mulher que eu tinha deixado com lágrimas no rosto naquela maldita noite.
A minha rainha agora tinha com os cabelos curtos, amarrados numa tentativa linda de rabo de cavalo e alguns fios rebeldes soltos no rosto. Ela estava vestida de uma forma completamente relaxada como nunca eu havia visto. Uma jardineira jeans azul, com uma blusinha branca por dentro e ali, diante de mim estava meu filho ou filha, sendo gerado no ventre da mulher que eu amo, dentro de uma barriga perfeita de 4 meses. Não estava tão grande, mas era mais que visível. Conhecendo o corpo perfeito de Regina, eu já notava as mudanças físicas nela. O rosto estava um pouco arredondado, livre de maquiagem e os seios mais volumosos.
Eu estava estática.
Ela me olhava com um olhar surpreso e assustado e se eu pudesse adivinhar com certeza ela estava se perguntando mentalmente o que fazer. Em momentos de constrangimento ou medo ou frustração não sabemos onde colocar as nossas mãos, Regina, assim que me viu levou à mão direita a barriga e a esquerda segurava a porta com força, parecia pensar se batia a porta na minha cara com certeza.
Quando os meus olhos pousaram na barriga linda que Regina exibia, eu perdi completamente a noção do que eu ia lhe dizer, mesmo que eu tenha ensaiado por todo esse tempo o que eu diria a ela.
Emma- Regina eu...Eu...Você
Aparentemente eu tinha perdido o dom da fala.
EMMA OFF
Regina- O que está fazendo aqui?
Emma- Eu estou aqui por você! Por vocês.
A loira aponta pra barriga de Regina, que faz todo esforço do mundo pra não se sentir atingida.
Emma- Meu Deus. Você está linda grávida!
Emma esticou a mão pra tocar a barriga já protuberante, mas Regina deu um passo pra trás.
Regina- Vá embora.
Ela ia fechando a porta, mas Emma segurou sem forçar muito pra não machucar a morena.
Emma- Por favor, pelo amor de Deus, me escuta Regina.
Regina- Solte a porta senhorita Swan.
Regina começou a sentir o bebê se agitando dentro dela. Não eram bem chutes, mas obviamente o bebê reagia à voz da mãe.
Emma- Eu só preciso que me escute.
Regina- Eu não quero ouvir nada que tenha a dizer.
Emma- Eu te imploro Regina.
A loira olhou pra barriga de Regina mais uma vez.
Emma- Nós precisamos conversar. Sobre nós, sobre Henry e sobre o bebê.
Regina- Não precisamos conversar nada. Volte pra sua vida Swan.
Emma- Regina, você é minha vida.
Regina- Não. Eu não significo nada pra você e você deixou isso bem claro naquela noite. Disse que não teríamos futuro juntas.
Emma- Eu posso me explicar.
Regina- Eu não quero suas explicações. Não posso lhe culpar por dizer a verdade. Eu quero que você suma daqui.
Emma- Eu não vou sumir. Eu...
Emma olhava pra barriga de Regina completamente extasiada por estar tão perto do bebê pela primeira vez.
Emma- Deixa eu me aproximar do meu filho.
Regina- Esse filho não é seu.
Dessa vez Emma encara Regina.
Emma- O quê?
Regina- O bebê não é seu.
Emma- Qual é Regina? Eu sei que ele é meu. Pelas minhas contas foi bem quando começamos a...
Regina cruza os braços. Emma tira no bolso da jaqueta o sapatinho.
Emma- Por que mais você me surpreenderia com esse sapatinho?
Regina não respondeu.
Emma- Naquela noite quando...
Regina- Eu já disse que não quero as suas explicações.
Emma- Mas...
Nicholas- Bom dia.
Nicholas Peterson
Emma encarava o homem com cara de poucos amigos. Regina e Nicholas se olhavam constrangidos.
Nicholas- Tudo bem, Regina?
Regina- Tudo bem, querido!
Ele se aproxima e beija a face de Regina.
Nicholas- Eu trouxe a calda de chocolate que você tava desejando ontem.
Regina abre um meio sorriso e o ele entra no apartamento, aparentando muita intimidade com Regina. Emma olhava pra morena, como se esperasse que ela lhe desse alguma explicação, mas essa explicação não veio.
Emma- Quem é ele?
Regina- Não é da sua conta! Vou fechar a porta agora e espero que seu pé não esteja no caminho dela.
A loira dá um passo pra trás enquanto Regina fechava a porta e quebrava o seu coração ao mesmo tempo.
Emma vai pra seu apartamento. Estava completamente arrasada com aquele primeiro contato desastroso, mas não desistiria. Nicholas, até o nome daquele desconhecido lhe causava repulsa! Sabia que ele havia chegado até sua família, mas também tinha a certeza que não deixaria que ninguém atrapalhasse os seus planos de se reconciliar com a morena.
Emma- Pode até ter se aproximado dela, mas nunca ficará com ela. Eu te garanto.
No apartamento Regina estava sentada no sofá de sua sala.
Nicholas- Bebe um pouco.
A morena se tremia enquanto engolia um copo com água e açúcar.
Nicholas- Agora me diz o que aconteceu. Você estava branca como um papel!
Regina- É ela.
Nicholas- Ela quem?
Regina- É a Emma.
Nicholas-A Emma? A sua Emma?
Regina- Ela não é minha.
Nicholas- Você tá me dizendo que essa loira é a Emma Swan? Como ela chegou aqui?
Regina- Não sei como ela me achou. Eu acho que o Henry acabou dizendo pra ela.
Nicholas- E agora?
Regina- Eu não sei! Eu fiquei completamente confusa quando abri a porta e dei de cara com ela.
Nicholas- Não pretende fugir outra vez não é?
Regina- Eu não sei Nicholas. Eu tô perdida.
Nicholas- Querida, ela tem direito sobre o bebê.
Regina- Não.
Levanta-se furiosa.
Regina- Ela perdeu o direito a qualquer coisa, Nicholas.
Nicholas- Ei, não pode ficar nervosa.
Regina- Ela deixou claro que não se imaginava tendo um futuro comigo, nem formando uma família comigo.
Nicholas- Eu sei querida, mas ela tem ao menos o direito de se explicar, não acha?
Regina- Eu sei o que ela vai dizer. Que tudo aquilo que ela falou realmente não sentia. Que se arrepende por ter terminado tudo e que agora vai provar que se importa comigo. Eu não quero ouvir ou serei capaz de arrancar o coração dela.
Nicholas- Nossa, você agora ficou sombria Regina.
Regina- Parece realmente que você desconhece toda a minha história.
Nicholas- August me falou muito, mas prefiro ignorar tudo.
Regina- Não devia.
Nicholas- Regina senta aqui!
A morena mesmo relutante senta-se perto dele.
Nicholas- Nos conhecemos nesses longos dois meses e desde então tenho te acompanhado todos os dias. Sei que a ama e sei que tem sofrido por ela todo esse tempo, por que não dá uma chance ao amor?
Regina- Não era amor Nicholas.
Nicholas- Tem certeza? Porque do jeito que ela tava te olhando parecia sim.
Regina- Ela só veio atrás de mim por causa do bebê.
Nicholas- Como pode ter tanta certeza?
Regina- Eu sei.
A morena alisava a barriga, mas não estava mais sentindo os tremores.
Anoitece.
Emma estava dentro do apartamento andando de um lado pra o outro quando alguém toca a campainha.
Ela abre a porta e tem uma grata surpresa.
Henry- Você é mesmo boa em encontrar as pessoas não é?
Emma- Dizem que sou a melhor.
Henry abraça fortemente a mãe.
Henry- Mãe.
Emma- Ah meu filho, que saudades!
Eles ficam abraçados um bom tempo.
No apartamento Regina estava mais uma vez vomitando.
Regina- Não é possível que eu vá passar a gravidez toda assim.
Limpa a boca e vai saindo do banheiro tonta.
Regina- Ah meu Deus.
Arrasta-se até a cama e se deita vendo o mundo girar diante dos seus olhos.
No apartamento de Emma.
Henry- Então passou esse tempo todo nos procurando?
Emma- É claro Henry. No outro dia, quando eu cheguei a mansão e percebi o que tinha acontecido, imediatamente eu coloquei umas poucas roupas no fusca e comecei a procurar vocês. Eu estava desesperada!
Henry- Eu disse que estávamos bem.
Emma- Não era suficiente. Não ver mais vocês não era uma opção pra mim Henry. Por que não me disse nada Henry? Eu poderia ter impedido vocês.
Henry- Porque eu encontrei a minha mãe desesperada. Grávida e aos prantos, pois a pessoa que jurou amá-la pra sempre, havia terminado com ela. Deixando claro que não teriam futuro juntas.
Emma- Me perdoa Henry.
Henry- Não é a mim que deve pedir perdão mãe.
Emma- Eu sei. Mas eu devo desculpas a você também. Por minha culpa você se afastou de tudo e de todos pra cuidar dela.
Henry- Ela estava desesperada pra sair de lá.
Emma- Eu entendo. Entendo mesmo. Eu teria feito o mesmo.
Henry- Ela preparou com tanto carinho aquele jantar.
Emma sente a culpa lhe abater.
Henry- Chamou o David e a Snow. Ela queria se declarar, queria te surpreender e foi surpreendida.
Emma- Eu sei garoto. Não sabe o quanto isso me dói. Se eu pudesse eu voltaria ao tempo, mas não dá. A única coisa que posso fazer agora é tentar reparar os meus erros e tentar me redimir.
Henry- Não vai ser fácil.
Emma- Eu sei disso.
Henry- Ela ainda está muito magoada e muito sensível.
Emma- Eu sei disso também.
Henry toma um pouco d’água.
Emma- Como ela está? De saúde.
Henry- Ela tem muita queda de pressão. Ainda tem muita tontura e enjoos, mas eles estão bem.
Emma sorri.
Emma- Ela tá fazendo o pré-natal?
Henry- Sim. Tem consultas a cada duas semanas por causa do problema de pressão.
Emma- E faz yoga?
Henry- Já sabe de muita coisa pra quem chegou ontem.
Emma- Quando eu cheguei no parque ela tava entrando no carro do tal do Nicholas.
Henry ergue uma sobrancelha ao ouvir Emma falar com desprezo do homem.
Emma- O que é?
Henry- Ciúmes?
Emma- Não.
Henry a encara.
Emma- Estou. O lance deles é sério?
Henry- Olha...
O celular do garoto toca.
Henry- Mãe?
Regina- Filho, onde você está?
A morena fala com uma voz arrastada e Henry fica em alerta.
Henry- É o bebê?
Regina- Não estou me sentindo muito bem.
Henry- Tô aqui no prédio. Tô subindo.
O jovem desliga e vai saindo.
Emma- O que aconteceu?
Henry- Ela tá passando mal de novo.
Emma- Vamos lá.
Henry- Não.
Emma- Henry, eu quero cuidar dela e do bebê.
Henry- Tudo bem, mas hoje não. Deixa ela se recuperar do choque.
Emma- Mas...
Henry- Por favor, mãe.
Emma- Tudo bem, mas me mantem informada.
O jovem Mills corre pra o elevador.
Quase uma hora depois.
Ele e Nicholas observam a morena dormir.
Vão pra sala.
Henry- Obrigado cara.
Nicholas- Não precisa agradecer.
Henry- Eu deixei ela sozinha por duas horas.
Nicholas- Não deve se culpar Henry. A gravidez tem altos e baixos. Ela teve emoções demais hoje.
Henry- Eu sei.
Nicholas- Com a medicação que eu apliquei nela, com certeza ela vai dormir a noite toda.
Henry- Tem certeza?
Nicholas- Eu sou o médico aqui. Claro que eu tenho certeza.
Henry- Tem razão.
Nicholas- Vou voltar pra o apartamento, se precisar de alguma coisa me chama!
Henry- Ela disse que tentou te ligar, mas o celular deu desligado.
Nicholas- Havia descarregado. Não vai acontecer outra vez!
Henry- Valeu.
Nicholas vai saindo do apartamento e quando abre a porta dá de cara com Emma e sua mão direcionada ao botão da campainha.
Emma- O que está fazendo aqui?
Nicholas- Eu faço a mesma pergunta.
Emma- Vim saber da Regina.
Henry- Eu já ia te ligar.
Emma- Ela tá bem?
Nicholas- Está bem.
Emma- Não perguntei a você.
Nicholas- Que grosseria!
A loira trava a mandíbula.
Nicholas- Pode até ser a mãe do bebê, mas isso não lhe dá o direito de invadir a privacidade da Regina dessa maneira.
A loira se surpreende com o fato do homem a sua frente saber da realidade dos fatos.
Henry- Ele sabe tudo. É amigo do August.
Emma- Que bom que sabe. É bom que fique ciente que o bebê é meu e a Regina também é minha.
Nicholas- Sobre o bebê eu concordo.
Emma- Escuta aqui seu...
Henry- Vamos parar com isso. Minha mãe tá repousando.
Nicholas- Desculpa Henry. Tem razão! Eu vou indo. Se ela precisar de mais alguma coisa me avisa.
Henry- Valeu Nicholas.
Nicholas- Até mais Emma Swan, nos veremos em breve.
Nicholas solta um sorriso irônico e entra no apartamento vizinho
Emma- Eu espero ver você num saco preto, enterrado numa vala.
A loira fala mais pra ela do que pra ele.
Emma- Sério? Ele já mora aqui do lado?
Henry- Qual é o seu problema?
Emma- Esquece. O que aconteceu com a Regina?
Henry- Ela teve um pico de pressão outra vez.
Emma- É muito frequente?
Henry- Um pouco. Como eu disse o problema de pressão precisa ser monitorado quase diariamente.
Emma- Meu Deus. O bebê está bem?
Henry- Está. O Nicholas verificou a pressão dela e constatou que sim.
Emma- Ai que ódio. Esse conquistadorzinho aí é o doutor?
Henry- Sim. É o médico dela.
Emma- QUe ótimo. Um doutor no meio do meu caminho? Sério?(Fecha os punhos)
Henry- Eu vou entrar.
Emma- Eu posso ver ela?
Henry- Mãe, não é uma boa ideia. Ela tá dormindo.
Emma- Exatamente. As chances de ela me matar são menores.
Henry pondera, mas deixa que Emma entre.
O apartamento não era luxuoso como mansão, mas tinha requinte, ou seja, todo decorado com elegância por Regina.
A loira entrou no quarto bem devagar e sentiu suas emoções lhe invadirem, ao ver Regina, deitada na cama tão vulnerável. Se aproxima e nota Regina respirar de forma suave.
Emma- Eu vou fazer o possível e o impossível pra te ter de volta meu amor.
Emma aproxima a mão devagar e finalmente toca a barriga de Regina. Naquele momento ela sente as lágrimas correndo em seu rosto.
Henry observa as mães naquele momento e tem a certeza que sua família só estará completa com a presença de Emma em suas vidas.
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