Existem inúmeras linhas do tempo, todas únicas, mas as vezes umas se diferem das outras apenas por meros detalhes, coisas que não aconteceram e pessoas que tomaram caminhos diferentes em suas vidas. Em duas linhas do tempo um humano caiu no subsolo habitado pelos monstros, e lá eles seguiram seus caminhos em busca da liberdade, humanos são muito mais poderosos que monstros, e não há monstro que consiga parar um humano com desejo genocida.
Porém, mesmo com esse poder, um dos humanos era inocente, doce e gentil, sem o desejo de matar aquelas criaturas, mesmo algumas com as reais intenções de matá-lo e coletar sua alma. Frisk, sempre agia de forma pacífica e bondosa com os monstros, fazendo grandes amigos em sua viagem pelo subsolo…
Por outro lado, na outra linha do tempo, Frisk sem mostrar qualquer piedade eliminava todo e qualquer monstro que cruzava seu caminho, deixando apenas uma trilha empoeirada por onde passava. Mesmo enfrentando oponentes fortes, nada iria conseguir pará-lo com aquela determinação poderosa que o humano possuía, não havia esperança para o subsolo.
…
Na linha do tempo pacifista, Frisk havia chegado no castelo de Asgore, onde travou uma dura batalha contra o rei dos monstros, sagrando-se vitorioso, porém mostrando piedade quando seu adversário já esperava pela morte. Surpreendentemente logo após isso, Flowey, a flor atacou Asgore dando o último golpe que tirou a vida dele, a flor revelou que tinha pegado as seis almas humanas e se transformou em uma criatura gigantesca e horrenda, dizendo que iria controlar a linha do tempo, mas Frisk se dispôs a enfrentá-lo.
Em uma longa batalha, que parecia impossível para o pequeno humano, as seis almas humanas absorvidas por Flowey resolveram ajudá-lo, assim conseguindo com muito esforço, vencer a batalha, fazendo seu oponente voltar a ser uma Flor quase sem forças para continuar que pedia para ser morto por Frisk, que não quis fazê-lo, indo dar Piedade a ele.
— Apenas… Me mate… — Dizia Flowey pedindo para que Frisk tirasse a sua vida naquele momento.
…
Ao mesmo tempo na linha do tempo genocida, Frisk havia matado todos os monstros que encarou, inclusive aqueles que eram amigos do Frisk da linha do tempo pacifista, como Toriel, Papyrus e Udnyne, ele chegou finalmente ao castelo do rei, onde encontrou Flowey que conversou com ele. Porém, o instinto assassino de Frisk genocida amedrontou a pequena flor que foi perseguida pelo humano castelo adentro, mas no último corredor antes do jardim de Asgore estava Sans, pronto para dar o julgamento final no humano.
Depois de uma conversa entre eles, uma árdua batalha se iniciou, que durou muito tempo, e Frisk morreu várias e várias vezes, sempre retornando para seu save e reiniciando aquela batalha, chegou a um ponto em que Sans não conseguiria vencer Frisk novamente, ele estava cansado, e o humano se preparava para continuar a atacar o esqueleto, escolhendo Lutar novamente.
— Fique longe… — Falou Sans ofegante, cansado após a grande batalha que travaram.
Naquele momento, algo mexeu com aquelas duas linhas do tempo, algo inexplicável que misturou as duas naquele ponto específico, de repente o Frisk assassino que matou todos os monstros que via pela frente foi substituído, agora estava de pé naquele grande corredor o Frisk gentil que havia feito amizade com todos do subsolo, sob sua mão direita estava a opção de Lutar que até poucos segundos atrás para ele era a opção Piedade, a criança levantou a cabeça e viu que não era mais Flowey em sua frente e sim Sans.
— Sans… O que está acontecendo? — Sem obter resposta Frisk viu um osso voando em sua direção, ele conseguiu desviar, mas em seguida apareceu um Gaster Blaster que atirou nele o machucando muito jogando ele alguns metros atrás. — Socorro! Toriel! Papyrus! Undyne! Alphys! Alguém me ajuda!
— Se tem algo que eu ainda não entendi… Por favor me diga Frisk, chamar por todos eles como se você se importasse… Depois de tudo o que fez... — Sans olhou para Frisk com uma lágrima descendo pelo rosto. — Como se você não tivesse matado todos eles… Você tem um sujo senso de humor…
— O que? Do que você está falando? Eu não matei ninguém, ta todo mundo bem. — Frisk se levantava do chão, confuso. — O que aconteceu?
— … Algo não está certo, você não é o Frisk que eu estava lutando, não é?
— Eu não faço ideia do que você tá falando… — Frisk continuava confuso olhando para seu amigo.
— O que você fazia antes disso? — Ele olhou para o lado.
— Eu estava poupando Flowey, quando vi estava com a opção de Lutar, e quando olhei você estava lá. — O humano esfregava a mão sobre um dos ferimentos. — Por quê você ta chorando Sans? O que houve?
— Desculpa pivete. — Sans enxugou as lágrimas. — Parece que houve algum tipo de mistura.
…
Na linha do tempo pacifista, enquanto o Frisk gentil e amigo dos monstros foi parar em um lugar onde “ele” havia matado os mesmos, o Frisk assassino se encontrava em frente a Flowey quando se deu conta, percebendo que estava com a opção de Piedade, Sans não estava mais ali.
— Asriel? — Ele disse um pouco confuso pelo que estava acontecendo.
— Chara?! — Flowey olhou para Frisk, vendo nele seu antigo amigo, o primeiro humano a cair no subsolo.
— Acho que eu disse pra você ficar fora do meu caminho! — O humano caminhou na direção da flor, irritado. — Onde está Sans?
— Eu não… — A flor falou um pouco assustado, antes que pudesse responder foi interrompido.
— Inútil! Porquê você está aqui? Você não pode ter mexido com a linha do tempo! — Ele foi para cima de Flowey que afundou no solo, Chara mexia com a terra tentando encontrá-lo, irritado. — Você não pode ter determinação! Volte aqui! Onde está Sans?
— Chamou? O que houve parceiro? — Chara olhou para trás, se assustando vendo Sans junto com os outros o acompanhando. — Parece que viu um fantasma.
— Não… Não… — Chara olhou para cada rosto, e veio em sua mente a imagem da morte de cada um deles, de todos eles virando pó. — Porquê vocês estão vivos?
— Frisk, você está bem? — Papyrus falou com ele, ele lembrou dos ultimos momentos do esqueleto dizendo “Eu recebo você de braços abertos”.
— Meu nome não é Frisk, é Chara! E vocês estão no meu caminho! — Chara pegou sua faca e partiu para cima dos monstros.
…
— Aqui, coma isso. — Sans tirou do bolso um gato quente e entregou para Frisk, a criança olhou para ele estranhando.
— Você realmente não é meu Sans… Isso é só uma salsicha em um pão — Sans abaixou um pouco a cabeça. — Você nem disse ‘Bone Appetit’... acho que algo aconteceu com minha linha do tempo.
— Sim, eu também acho... Vamos para o Grillby’s, eu conheço um atalho. — Ele segurou na mão de Frisk, se teleportando para o bar em Snowdin, que estava vazio. — Sente-se.
— Onde tá todo mundo? — Sans abaixou a cabeça, o garoto entendeu o que havia acontecido. — Quando você disse que eu matei todo mundo…
— Ele não pode ser Frisk… Não pode ser você, o humano dos meus sonhos... — Frisk parou de falar por um momento, olhando para Sans. — Nos meus sonhos, as coisas sempre iam bem, e nós conseguimos chegar até a superfície, é você, não é? …Nós somos amigos na sua linha do tempo?
— Amigos? — Frisk deu um sorriso, olhando para o esqueleto. — Nós éramos como irmãos Sans…
— Uh… — O silencio prevaleceu entre eles por alguns momentos, até que Frisk se lembrou de algo.
— Sans, se eu estou aqui… Na minha linha do tempo… — O garoto olhou pra Sans, que devolveu com um olhar de preocupação.
— Eu sei o que fazer para salvá-los... Mas não devo… Mas eu preciso… Bem, vem comigo. — O esqueleto puxou Frisk pelo braço e saiu andando.
— Ei, onde estamos indo?
— Aguenta aí. — Sans continuou levando Frisk pra onde quer que ele queria levá-lo.
…
Na linha do tempo pacifista, todos estavam assustados como Frisk/Chara estava se comportando, ele corria irritado na direção daqueles que supostamente eram seus amigos com a intenção de atacá-los. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, Sans fez ele brilhar em azul e começar a flutuar, fazendo o mesmo se bater contra o chão se machucando um pouco e o esqueleto viu seu HP diminuindo e viu também que o humano estava com 19 de LOVE.
— Ei pivete, como conseguiu tanto Lv? — Sans começou a levantá-lo no ar novamente. — Você deveria ser… O monstro dos meus pesadelos...
— Sans, o que você está faze… — Antes de terminar o que ia dizer, Toriel viu Sans jogando Chara para todos os lados, fazendo com que ele se ferisse muito.
— Ei Sans, acho que já é o suficiente. — Papyrus tentou conversar com Sans, que olhou para ele com um olhar bravo.
— Vão me dizer que vocês não tem esses pesadelos também? Alphys, eu sei que você viu Undyne morrer várias vezes... — Sans continuou jogando Chara para vários lados fazendo ele se chocar contra o chão, todos olhavam para o humano preocupados.
— Sans isso já basta! — Toriel segurou o braço do esqueleto antes que ele pudesse dar o golpe final em Chara, o mesmo deixou o humano livre do seu controle, vendo ele cair de cara no chão, a mulher foi em direção a ele.
— Tori… Espera. — Sans ainda tentou dizer algo, mas foi retribuído com um olhar muito bravo dela.
— Minha criança… Você está bem? — Ela se agachou pegando Chara em seus braços, o abraçando. — Por favor, me deixe entender… O que está acontecendo? Como você conseguiu tanto Lv?
— Ma… Mamãe… — O humano retribuiu o abraço em Toriel.
— Toriel, por favor… — Sans tentou ir até lá, mas Papyrus o impediu, o esqueleto sabia que aquilo não estava certo.
— Sans, eu sei que os seus pesadelos vem te incomodando, mas deixe que Toriel cuide disso. — O esqueleto maior colocava a mão no ombro de Sans, tentando convencê-lo.
— E como você aprendeu esse nome? ‘Chara’… — Toriel seguia abraçada com o garoto.
— Me desculpe mamãe… — Chara com as mãos fora da vista de Toriel, pegou sua faca, pronto para dar a ela um ataque fatal pelas costas. — Me desculpe mesmo…
*Você sente seus pecados rastejando pelas suas costas
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