História Sweet Annie - Capítulo 4

  Annabeth on~~~
— Percy, estou indo — Falei. — Chegue cedo em casa.
  Ele esperou o homem que tinha acabado de fazer uma tatuagem sair e virou-se para mim, tirando as duas luvas.
— Por que?
— Tenho uma coisa para falar com vocês...
— Vocês?
— Sim, você e nossos pais. É importante para mim.
— Não é nada ruim, é?
  Forcei um sorriso e tentei demonstrar que estava calma, porque sabia que se dissesse que se tratava do Luke ele provavelmente iria surtar.
— É uma boa notícia.
  Ele franziu a testa, notavelmente desconfiado.
— Tudo bem então... Tome cuidado e vá direto para casa, não quero saber de você passando em nenhum outro lugar...
— Certo, Percy — O interrompi, suspirando e ele sorriu indo até mim e beijando minha testa.
— Sabe que eu fico preocupado contigo, né?
— Dá pra se notar... Até mais tarde, então.
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  Quando cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi entrar no chuveiro e passar mais ou menos meia hora embaixo da água, pensando na reação do Percy. Ele era muito chato quando o assunto era eu namorar, mas isso iriaacontecer uma hora ou outra e a única coisa que ele vai poder fazer é aceitar.
  Fechei os olhos e, sem perceber, comecei lembrar de mais cedo. Quando eu pulei em cima dele e ele ficou irritado... Quando ele deslizou os dedos pelas minha coxas e me olhou nos olhos de maneira atenciosa, falando para mim pensar direito sobre fazer uma tatuagem.
  Na verdade, toda aquela minha vontade surgiu por causa dele, e apesar do meu medo eu tinha certeza do que queria. Eu sabia que podia confiar nele. Sabia que iria fazer de um jeito que não iria me machucar.
  Saí do banheiro e fui até meu quarto, vendo que eram seis horas. Uma hora para me arrumar.
  Vesti um shorts jeans curto, uma blusa cinza de manga e um all star, depois passei apenas um batom cor de boca e um lápis de olho. Desci as escadas e fui até a cozinha, encontrando minha mãe cozinhando e eu puxei o ar pelo nariz, sentindo um cheiro delicioso.
— Hum! — Me aproximei dela. — O cheiro está ótimo.
  Ela virou-se para mim e eu encostei na mesa.
— Vai sair?
— Não — Olhei para minha roupa, me perguntando se estava estranha. — Está exagerado?
— Depende — Limpou as mãos em uma toalha. — Se for ficar em casa, está sim.
  Umedeci os lábios.
— Então... É que um amigo meu vem jantar. Você se importa?
— Amigo, é? — Sorriu. — Sei.
— Mãe...
— Tudo bem, eu estou brincando. Que horas ele chega?
— Daqui a... — Olhei as horas no relógio. — Dez minutos.
  E a campainha tocou. Apressado.
  Minha mãe fez um sinal com a cabeça, indicando que eu fosse até lá e eu fiz exatamente isso. Meu pai estava dormindo no sofá de um jeito engraçado então eu fui até a porta sem fazer barulho, abrindo-a com cuidado.
  Luke sorriu intensamente quando me viu e meus olhos foram para suas mãos, que seguravam um ramalhete de flores diversas e soltei um riso. Não era engraçado nem nada, mas acontece que eu nunca tinha ganhado flores nem nada do tipo, simplesmente fiquei sem reação.
— O que você...? — Parei de falar quando ele esticou os braços para me entregar, e eu peguei.
— Não vai me chamar para entrar?
  Pisquei os olhos várias vezes, sorrindo para ele.
— Desculpe.
  Então abri mais a porta e esperei ele entrar antes de fechar a porta. Luke começou a observar toda a sala e parou os olhos no homem praticamente jogado no sofá.
— Esse é meu pai — Sussurrei para o loiro, que assentiu.
  Peguei sua mão e o puxei até a cozinha, com certa vergonha por nunca ter levado um menino para casa, afinal tudo tinha que ser escondido por causa do Percy.
— Mãe — A chamei.
  A morena que estava colocando os pratos na mesa levantou o olhar e abriu um sorriso sem mostrar os dentes, que logo foi retribuído pelo loiro.
— Eu sou o Luke — Falou estendendo a mão para ela.
  Minha mãe a apertou.
— Eu sou a Sally, prazer em conhecê-lo. Que flores lindas.
— Eu não sabia a preferida da Annie, então tive que comprar de todas que tinha.
— Eu adorei — Fui até um vaso que tinha em cima da geladeira e coloquei-as dentro.
— Vá chamar seu pai, filha.
— Certo.
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  Depois de comer e das várias perguntas que meu pai fez ao Luke — que, sinceramente, parecia mais um interrogatório —, o loiro finalmente perguntou se poderia namorar comigo. Meu pai fez uma careta e provavelmente ia falar que não, mas vi quando minha mãe o cutucou antes do mesmo abrir a boca.
  Achei estranho o Percy não ter chegado à tempo no jantar, mas deduzi que era relacionado com o trabalho então não me preocupei.
  Meu pai acabou aceitando nosso namoro, mas ditou algumas regras que incluía sem sexo até meus vinte anos, e que sairíamos apenas nas sextas e sábados. Eu odiava ter que quebrar algumas das regras, mas era impossível.
  Meus pais se despediram do Luke e de mim, depois subiram as escadas e eu esperei ouvir a porta do quarto deles bater antes de beijar o loiro.
— Acho que vou indo — Falou quando nos afastamos.
— Fica mais um pouco — Sussurrei, beijando seu pescoço e fazendo ele apertar meu quadril.
  O empurrei no sofá e sentei no seu colo, ficando com uma perna em cada lado do seu corpo e beijando sua boca devagar. Senti suas mãos subirem pela minha cintura e afastei nossos rostos quando fiquei sem ar, mas ele não perdeu tempo e começou uma trilha de mordidas no meu pescoço.
  Segurei com força seu cabelo e me contorci porque cada vez mais as mordidas eram fortes. Rebolei devagar no colo dele e já senti que ele me queria, então comecei a tirar sua camisa aos poucos enquanto o mesmo colocava as mãos por dentro da minha blusa.
  A porta da frente bateu com força, o que fez pararmos o que estávamos fazendo para olhar para lá. Percy estava com a testa franzida.
— O que caralhos...? Luke, seu filho de uma...
  Engoli em seco, levantando de cima do Luke que estava visivelmente excitado e Percy pulou em cima dele com os punhos cerrados.
— Percy! — Gritei, tentando puxá-lo, mas era em vão. — Deixe de ser infantil.
  Ele me ignorou e socou Luke com ainda mais força, então o peguei pela camisa e fiz toda força do mundo para puxá-lo.
— Nunca mais... — Se interrompeu, gritando com o loiro, que estava com a boca sangrando. — Olhe para mim. Agora.
  Luke não fez o que ele pediu, então o moreno deu um chute em sua barriga, o que fez o loiro se contorcer e olhá-lo com raiva.
— Nunca mais chegue perto da minha irmã. Está entendido? NUNCA mais.
— Você acha que é o que para me proibir de ver alguém? — O olhei furiosa.
— Seu irmão que deve cuidar de você.
— Annabeth, não perca seu tempo — O loiro conseguiu abrir um sorriso sarcástico. — Eu nunca gostei de você mesmo... Tanto faz.
  Ri, achando que ele estava brincando.
— Como assim?
— Esses fodendos anos perdidos... — Murmurou. — Querendo sexo contigo, mas você sempre se fazendo de difícil. No começo eu fiz uma aposta com uns amigos para ver se eu conseguia, mas depois passou a ser uma coisa pessoal... Nós quase conseguimos hoje, não é? — Sorriu de lado e eu vi as mãos do Percy se fecharem novamente. — Acha mesmo que eu iria te chamar para aquela festa quando você tinha 14 anos? E que iria ficar apenas contigo por todos esses anos?
  Senti um nó na minha garganta e meus olhos se encherem de lágrimas, mas consegui me segurar.
— O que quer dizer?
— Você é muito idiota mesmo — Levantou-se do sofá e vestiu a camisa, com cuidado para não machucar mais sua boca. — Você nunca passou de uma aposta.
  Agora foi demais. Percy avançou, dando vários socos no rosto do loiro, e dessa vez eu não fiz nada para impedir.
  Então era aquilo? Eu não valia mais que uma aposta? Eu fui iludida por todo esse tempo... Tudo era mentira, todas aquelas palavras bonitas... Eu realmente achei que ele estava esses anos todos esperando eu ter coragem de assumir seja lá o que era que nós tínhamos.
  Já não conseguia pensar mais em nada, apenas em ir para meu quarto e pular na cama. Foi o que eu fiz. Deixei os dois na sala e corri escada a cima, agora desabando em lágrimas.
— Sua... Idiota. Imbecil. Você merece, burra — Solucei, agarrando um travesseiro. — Foi acreditar no popularzinho da escola logo de primeira.
  Ah, espero que ele saía daqui morto. Eu normalmente não concordo com qualquer tipo de violência, mas com aquela raiva fervendo dentro de mim, até eu socava aquele filho de uma... Caramba, vai se ferrar, como ele teve coragem?
  Achei estranho meus pais não acordarem com o barulho, eles deviam estar mesmo cansados. Mas não consegui pensar sobre isso por muito tempo, porque ouvi batidas fracas na porta. Será que eram eles? Limpei minhas lágrimas e me deitei, depois respirei fundo.
— Entra.
  A porta foi aberta devagar, e aos poucos fui percebendo que era o Percy. Eu estava curiosa com o que ele teria feito com Luke, mas com certeza ele veio apenas para falar besteiras.
— Não quero conversar agora.
— Ah, você vai conversar comigo sim.
  Respirei fundo e fechei os olhos, sentindo uma vontade enorme de chorar.
— Percy... Sai daqui.
— Por que?
— Porque eu não quero conversar, caramba! — Uma lágrima desceu por minha bochecha e eu solucei.
  O moreno ligou a luz e adentrou meu quarto, mas eu cobri meu rosto com o lençol para ele não me ver chorando.
— Levanta, Annabeth.
— Não!
— Annie... — Ele puxou meu lençol.
— Para de encher meu saco.
— Vamos conversar — Sentei na cama e revirei os olhos, e ele limpou minhas lágrimas. — Eu te avisei que ele queria apenas...
— Ah, fala sério! Eu tô aqui me sentindo horrível e ao invés de me consolar, você você vem falar que me avisou?
  Ele provavelmente percebeu que eu estava prestes a desabar novamente, pois apenas me puxou para seus braços e as emoções ficaram mais fortes.
— Desculpa... — Falou, me puxando para ainda mais perto. — Conversamos depois. Apenas durma.
  As lágrimas ensoparam sua camisa rapidamente, e aos poucos minha mente foi descansando mais, enquanto eu sentia aquele perfume ótimo me deixar mais calma junto com o cafuné. Então eu peguei no sono.