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História Sweet Cody - Tentativas de desculpas.


Escrita por: markie

Notas do Autor


Tentei ser o mais breve possível, me perdoem, de verdade. Porém, quero muitíssimo< agradecer pelos mais de 200 favoritos, eu sou extremamente grata por isso (sem falar dos comentários maravilhosos de vocês)!! ♡
Embora eu não tenho certeza se ela verá essa postagem, eu queria muito agradecer em especial a Daisy, minha Unnie maravilhosa, por ter me ajudado tanto com essa fanfiction (não apenas com essa, mas). Eu sempre tenho dificuldades para seguir com algo além de OS e as amigas sempre são meu alvo para pedir aquela ajuda com o enredo ou simplesmente pedir opinião sobre alguma ideia, etc. E sério, Unnie, se você conseguir aparecer e ver essa postagem, muito obrigada de verdade. ily <3

E, bem, depois disso tudo apenas me resta desejar boa leitura para vocês, meus momozis. O capítulo ainda não está betado por culpa da minha ansiedade, porém em breve modifico as coisas. Por ora, desconsiderem os erros e até as notas finais. ♡

Capítulo 10 - Tentativas de desculpas.


Fanfic / Fanfiction Sweet Cody - Tentativas de desculpas.

 

É um aniversário”, ele havia dito. Porém deveria ser mais especificado quando tal aniversário se passaria em uma boate. Não por ter escolhido vestimentas que não condiziam com o lugar, acabou vestindo as melhores, porém simples, roupas que habitavam seu guarda-roupa, mas não estava pensando que seu destino seria compartilhar um espaço com pessoas desconhecidas e propícias a ficarem bêbadas.

Esse era seu pensamento inicial assim que adentrou o lugar de iluminação baixa com Jaebum, mas sua visão não fora tão chocante. Tinha sim uma boa aglomeração, mas estava até que pacífica, sem muita gente encostada uma na outra, apenas mulheres e rapazes dançando livremente a música eletrônica que aos poucos subia seu nível. Youngjae conseguiu simpatizar com o lugar em poucos instantes.

— Não é tão ruim assim, hm? – a voz, rouca demais em sua opinião, lhe fez sobressaltar por tê-la próxima de seus ouvidos. Contudo era compreensível, até porque já estavam dentro da casa e o som alto obrigava-os a conversar perto um outro do outro. Aquilo que encheu seu corpo era só o efeito que o moreno tinha sobre si. Balançou a cabeça negativamente em resposta e assistiu de camarote aquela linha perfeita de dentes surgindo, num sorriso satisfeito. — Vou te apresentar meus amigos, e para o aniversariante. – seguiu na frente. — Não se perca de mim.

Não tivera tempo para proferir alguma coisa pois Jaebum imediatamente começara a andar, forçando-lhe a segui-lo atentamente para não perdê-lo. Enquanto o fazia, se viu ligeiramente fascinado rastro que o mais velho deixava com o seu perfume. Youngjae deveria realçar que a fragrância amadeirada era forte, mas um forte que fazia-lhe gostar mais ainda dele. E, infelizmente, ao vê-lo cumprimentar algumas mulheres, deveria se lembrar que ele não seria o único a admirá-lo. O pensamento acabou abalando-o um pouco, mas foi firme em ignorá-lo conforme se apresentava para os colegas de Jaebum e parabenizava o rapaz baixinho que completava seus vinte.

Após isto, o Im indagou-lhe sobre o que queria fazer, e Youngjae sem muitas alternativas sugeriu, um pouco sem graça, que fossem sentar próximo do bar. Jaebum perguntou de uma maneira risonha se ele queria beber logo do início, e esta parte afetou um pouco a circulação sanguínea de Youngjae, pela qual teve um percusso mais duradouro em seu rosto. O coreano mais jovem sentiu-se um pouco ridículo por corar tão facilmente.

Dessa forma se acomodaram nos bancos altos, pedindo drinques suaves. Youngjae não conhecia muito bem sobre bebidas, porém o mais velho teve o papel de lhe auxiliar em alguma coisa. Aquilo fez o castanho recordar-se da época da escola, onde Jaebum já estava praticamente encaminhado para aquele caminho de festas e popularidade. Respirou fundo ao refletir. Lembrava-se também dos pequenos momentos em que se reunia com um círculo de garotos e descontraía dentro dele, rindo de algum fato, aumentando aquela admiração que Youngjae sentia.

— Você não parece sair tanto, Youngjae. O que fica fazendo nesse tempo? – o rapaz iniciara repentinamente, sorvendo um pouco do líquido em mãos. Naquele instante o mais novo se sentiu meio acanhado, já que não tinha sua vida tão movimentada como a dele, e sim havia de ficar em sua residência, estudando inglês online e pesquisando coisas sobre canto, o que possivelmente seria alvo de sua dedicação num futuro próximo.

— Nada de muito interessante na verdade. Ando estudando. – naquele meio tempo o maior havia terminado o que tinha em mãos, demonstrando sua habitualidade em beber. Ali o Choi notou parte de suas diferenças, porém não deixou se abalar e bebericou um pouco mais da bebida. Sentiu-se um pouco travado, e quis soltar-se um pouco mais, rapidamente terminando com o que havia no copo. — Já você continua saindo bastante, hm?

Choi Youngjae tinha certeza que Jaebum havia escutado sua pergunta, mas subitamente sua visão tivera outro foco, de modo que fizera sua expressão mudar para uma mais tensa. Daquela proximidade vira seus olhos tornarem-se sérios, e quando foi mover-se para saber o que estava acontecendo, Jaebum lhe olhou, respondendo o que fora questionado, no entanto, obviamente meio alheio. Youngjae ficou meio apreensivo, porém aceitou a oferta de um pouco mais de bebida, repetindo a dose anterior.

Im Jaebum, nos próximos minutos, permaneceu calado, reflexivo, e isso inquietou o menor. O moreno fixou seu olhar em um ponto qualquer, e Youngjae até mesmo tocou-lhe os ombros para indagar sobre o seu estado. Havia recebido uma resposta um pouco lenta, como se ele estivesse pensando ainda, e, subitamente, olhou nos olhos castanhos do mais baixo.

— Tá a fim de dançar um pouco?

Nisso, Youngjae fitou onde as pessoas dançavam e sentiu um reboliço subir até sua garganta. A única dança que realizava era a dentro de seu quarto ainda quando estava muito animado. Ele não sabia dançar e em frações de segundos se viu passando vergonha não só para Jaebum mas aos seus amigos também. Respondeu com um “se quiser, sinta-se à vontade, eu irei depois” e viu o outro deixar o copo consigo.

E o mais jovem, enquanto observava a aglomeração, sentiu-se um pouco deslocado. Ele não conhecia ninguém ali, e pouco tempo depois se arrependeu de não acompanhar o maior. Ele era sua única referência em todo o ambiente. Entretanto, no momento em que se pôs a procurar pela cabeleira negra, avistou o que definitivamente não queria.

Jaebum estava ao ponto de beijar uma mulher.

×

Possessividade.

 

O que essa palavra carregava sempre foi um grande problema para Mark.

Ele não gostava quando alguém colocava-lhe o título de meu e saísse feliz da vida esperando que ele fosse seguir o que foi imposto. Da primeira vez em que isso aconteceu ele se sentiu tão irado que fez questão de mostrar o contrário, armando um jeito de expor-se com outro alguém aos olhos do “amante”. Lembrava-se bem da expressão que atingira sua visão, aquela expressão decepcionada, onde as íris perdiam o seu brilho e os lábios conservavam-se retilíneos. Mark deveria ter um problema sério. Alguma espécie de sadismo lhe predominava.

No entanto, talvez fosse por esse desgostar que não firmava-se com ninguém. Que além de ter começado sair às boates para fugir da solidão, ter alguém para suprir suas vontades momentâneas por uma única noite estava de bom tamanho. Não existiam obrigações, responsabilidades, ou qualquer coisa que namorados tinham.

Porém, ele deveria entender que há pessoas que não pensam assim, e que o que fazia era muito errado. Haviam pessoas que gostavam de alguma relação mais estável e ele tinha o dever se respeitar isso. Haviam pessoas como Jackson, que eram cheio de amor, e que magoá-lo por uma simples inapetência era idiotice. No fim, ele foi hipócrita o bastante para repetir as ações de certo tailandês, fator demasiadamente vil. Foi depois de dias que, acima de sua cama e no auge da madrugada, questionou-se de sua idade. Ele não era mais um adolescente lotado de hormônios para atuar de forma tão insensata. No começo até encheu-se de satisfação por ter finalmente retribuído a dor que sentira, afinal, ele não estava fazendo birra por não querer ser internado em uma clínica de reabilitação, existiam motivos antigos que lhe amarguravam, e ter ido para lá lhe fizera colocar na cabeça que quando voltaria causaria um dano semelhante ao mais jovem. Contudo, àquela altura a graça já havia dissipado como um estalar de dedos. Não era algo para brincar. Não poderia continuar com aquela mentalidade. Tinha que ser mais forte.

Por isso determinou-se a conversar com Jackson, e naquele instante ensaiava o que diria quando ficasse frente a frente com o mesmo. Apenas por imaginar a cena um fel lhe acometia, lembrando-lhe que fora o responsável por toda a confusão. Que ele quem colocara palavras tão cruéis nos lábios vermelhos do chinês, e praticamente lhe corrompera, pois Jackson não tinha aquela visão dura das pessoas. Ele enxergava as partes boas, era um otimista, e fora Mark aparecer para que o equilíbrio que prevalecia decaísse e chegasse onde estava.

Mark era um cretino.

Mas um cretino arrependido, e disposto a, pelo menos, tentar mudar a situação.

E estava ali.

 

 

Era um sábado, e tudo que precisava fazer era aguardá-lo retornar do trabalho para que assim pudesse ter ao menos um tempo para se explicar. Pelo que conhecia Jackson, ele deveria fazê-lo, não? Mesmo que tivesse se portado daquela maneira tão enfurecida e soltado aquelas palavras tão fortes, no fundo ele ainda era o mesmo Jackson, certo?

Era isso que iria descobrir, no fim de tudo.

Permaneceu sentado na calçada com seus olhos revezando o foco no celular e nas ruas. O mesmo horário que encontrou Jackson no restaurante junto de Youngjae se aproximava e apenas torcia para que Jaebum não tivesse esmagado sua oportunidade de se redimir com o chinês. Em sua mente predominavam teatros, ensaios, onde fazia a tentativa de organizar suas ideias, mas nem tudo estava funcionando como queria. Seus ombros pesavam e um nervosismo começou a crescer em seu peito conforme as horas passavam rápido e nada da presença chinesa aparecer pela esquina.

Até que, enquanto distraído no celular, ouvira uma movimentação ao seu lado, e rapidamente se levantou ao constatar quem estava para abrir o portão de casa.

— Jackson, Jackson, espera. – Mark pedia, cheio de uma afobação por vê-lo sequer lhe olhar, apenas colocando a chave na fechadura e a girando. O ruivo tocou-lhe o pulso para demandar um minuto de atenção, mas o mais jovem foi meio bruto ao sair do toque alheio. Entretanto, daquela maneira conseguiu fazer com que lhe olhasse. — Desculpa por isso, mas... Será que a gente poderia conversar?

O semblante que o menor vestia não era nada mais nada menos que inexpressivo. Ele simplesmente olhava para Mark, silencioso, e o mais velho não soube identificar se aquilo era um sinal verde ou não. Daquela forma, Mark tentou arriscar, porém assim que abriria a boca, o chinês impôs-se.

— Você parece não conhecer esse clichê, Mark... Obviamente não temos nada para conversar. – no instante em que as palavras saltaram da boca de Jackson, o americano teve a certeza de que causou um estrago gigantesco apenas pela entonação de sua voz. Jackson respondia grosso, curto, impaciente. Era até surpreendente vê-lo com uma expressão tão rígida, como se realmente não desejasse lhe ver nem pintado de ouro. E, bem, Mark não o julgava, ele fazia-o até com razão. — Se era só isso, quer me dar licença? Eu ficaria super grato se você não aparecesse mais ou tentasse consertar o que seja lá que você vai dizer que errou. – por impulso o maior fora tocar em Jackson novamente ao vê-lo virar-se para entrar. — Não me toca.

Um gosto amargo subia até a garganta do ruivo e, por algum motivo, aquela ação do outro estava mexendo consigo. O fato de não ter sequer a paciência de lhe escutar estava lhe perturbando ligeiramente, mas jurava que tentava manter a calma. Não poderia deixar-se levar tão facilmente. Pediu desculpas pelo toque impulsivo, afastando-se a alguns passos dele, até que ele estivesse com uma postura um pouco mais confortável.

— Mas eu precisava te dar uma explicação... Eu... Eu precisava te pedir des...

— Não, Mark. Não. – cortou, simplesmente, aborrecido. — Eu imagino o blá-blá-blá que você vai falar. E sério, eu não ’tô a fim. A validade desse seu brinquedo já foi, sugiro que procure outro, o que não deve ser difícil pra você.

Mark respirou fundo. Muito fundo.

— Eu só queria que você me escutasse. Olha, eu fiquei pensando, me remoendo por todos esses dias e vim até aqui me desculpar, o que custa você me ouvir?!

— Acontece que não tem como acreditar em você, caramba! Esse tempo todo você me enganou, Mark, você brincou comigo, como quer que eu aceite seu “pedido de desculpas” assim? Como vou saber se não é mais um de seus teatrinhos? Desculpa, mas isso não vai dar certo.

— Então ‘tá bom, Jackson. – àquela altura ele também tinha perdido a calma que nutria. Se o chinês queria agir daquela forma, ele que não se humilharia. — Eu ia explicar toda a história pra você, dizer que o culpado de tudo isso é aquele seu amiguinho, o tal Bambam, ele quem me drogou, que lhe fez me mandar para uma clínica, que despertou minha raiva, que fez eu descontar em você fazendo o que fiz! Mas ok, você não quer conversar. A gente se vê por aí. Mofe na porcaria do teu quarto e passe bem.

— Não, espera! O que você disse? – o assunto aparentou chamar a atenção de Jackson, que olhou o americano, confuso. Como Bambam teria a ver com isso? Era só mais uma mentira dele, não era?

Desculpa, Jackie, mas não temos o que conversar.

E dessa maneira deixou o chinês sozinho, virando a primeira esquina.

×

 

Após aquela cena toda em frente sua casa, Jackson situava-se pensativo sentado no sofá de casa. Já havia almoçado decentemente junto de seus pais, e agora, enquanto a televisão estava ligada num programa de variedades, sua mente estava longe, ainda fixado no que Mark havia lhe dito mais cedo. De cabeça fria até compreendia o modo que ele se portou, afinal ele poderia ter dado a fala ao mais velho mesmo que não fosse acreditar nele. Porém, o que de seus lábios desprendeu-se deixou-lhe abalado, pois, poxa, conhecia Bambam há tanto tempo, mesmo que atualmente não tivesse um contato grandioso com o mesmo. Não poderia imaginar que ele estaria envolvido com essas coisas e que sobretudo atraíra outros ao seu rolo. Era surreal demais.

— Tudo bem, Jackson? Parece preocupado.

A voz de sua mãe subitamente lhe despertara, e logo a olhou, já habituado com a maneira que ela lhe conhecia apenas por seu momento de silêncio. Respondeu positivamente, dando-lhe espaço para se sentar junto a si. Diferente do que poderia esperar, a genitora não insistiu em saber o motivo de sua quietude, mas sim permaneceu consigo durante aquele programa, acariciando-lhe os fios do topo de sua cabeça. Entretanto, por mais que estivesse gostando daquele carinho, ainda sentia-se inclinado a conversar com o amigo tailandês. Portanto, pediu licença apenas para pegar o celular e voltar, esticando-se no estofado, deixando sua cabeça pousada nas pernas da mulher, enquanto certificava-se de segurar o aparelho de uma maneira que não caísse em sua face.

Pelo KakaoTalk deu sorte em achá-lo conectado, e num cumprimento um pouco acanhado mas ao mesmo tempo simples mandou a mensagem para o amigo, cujo não demorara nem um minuto para lhe responder. Não sabia direito e nem se havia como iniciar aquele tipo de conversa, assim, de repente. Mas, no fim das contas, perguntou-lhe se ele estava ocupado, e como a resposta foi negativa, acabou convidando-lhe para comer alguma coisa.

E dali, tentaria encontrar algum jeito de chegar até aquele assunto e tentar, pelo menos, sentir-se menos confuso.

×

 

Entretanto, no fim, tudo que conseguiu foi mais confusão.

Foi realmente complicado chegar naquele assunto, mas quando chegou, a reação do amigo não das melhores. Bem, não poderia esperar algo bom quando falava que Mark desconfiava que ele quem havia o drogado. Ele havia se sentido ofendido, e realmente ficou chateado com o feito, e tudo aquilo apenas lhe fez ficar sem saber em quem acreditar. Era péssimo situar-se num dilema entre o rapaz que gostava e seu amigo, e durante os minutos de seu banho refletiu muito sobre os fatos. Achou até graça ao constatar que parecia aqueles detetives em busca de uma resposta para um caso complexo – o que não deixava de ser.

Mas, entre tantos pensamentos, até encontrou uma lógica naquela história toda. Onde Mark esteve, o velho amigo também situava-se, e no mesmo dia que esteve com o americano na boate – lugar onde tudo se iniciou – havia encontrado Bambam e mais uma galera toda, e as chances de ter acontecido algo não eram nulas. No entanto, após concluir isso, pensou também que nem se tudo que Mark dissera fosse verdade, nada poderia justificar seus atos tão cruéis.

Bambam poderia até ter feito aquilo, mas ele não tinha provas para lutar contra, e caso realmente tivesse feito, ele teria ciência de seus feitos e alguma hora ele cairia na realidade e veria que o fez foi algo estupidamente errado. Jackson sempre acreditava que a vida sempre dava o que cada um merecia, mas quando pensou nisso e visou a sua própria, começou indagar-se se havia feito algo errado para ser tão magoado.

O Wang havia se entregado tanto àquela relação conturbada de Mark Tuan que não era possível imaginar que acabaria daquele jeito. E, sinceramente, queria que tivesse dado certo. Não seria tão difícil, ele – Jackson – não tinha uma personalidade complexa e era extremamente fácil de lidar. Todavia, este até mesmo questionou-se dela assim que foi tomado pela fúria mais cedo e dias atrás. Quando Mark deixou-lhe sozinho no quarto à mercê das lágrimas grossas ele sentiu-se irado, e por segundos pensou e sentiu vontade de ficar com todas as pessoas existentes na face da terra apenas numa forma de aliviar o que sentia.

Ele só não queria ter sido tolo, e tão maleável nas mãos daquele – atualmente – ruivo. Este mesmo ruivo que, em seu âmago, ainda nutria sentimentos. Afinal, aquele tipo de sentimento não se dissipava em vinte e quatro horas. Em sua memória ainda estava fixa a forma que os seus lábios se tocavam, ainda estava presente o cheiro, o ressonar suave dele ao dormir. Mark por completo fazia morada dentro de si e não enxergava maneiras tão simples de livrar-se do mesmo.

Por fim, acabou suspirando.

Secando seus fios descoloridos em frente do espelho perguntava-se como havia deixado-se levar. Frustração inundava seu ser assombrosamente, e não sabia o que fazer. De repente, se não tivesse gastado dinheiro comprando cheesecakes por um longo tempo sua vida amorosa pudesse estar melhor. Perguntou-se então do estado do lugar, já que não entrava dele há tempos. E nisso, devaneou, cogitando a ideia de ir até lá, pedir qualquer outro doce, ser servido por outro atendente e nesse instante acontecer algum romance que desse certo. Até porque o outro rapazinho que trabalhava com Mark antes não era nem um pouco feio. Poucos momentos havia se focado nele, contudo lembrava-se do riso acanhado que ele deu em uma mesa em determinado dia. Poderia ter se apaixonado por ele, não?

Mas não, a vida não quis desse jeito.

Pensou se a maneira mais difícil fosse lhe render algo melhor, e por alguns meros instantes até se sentiu meio feliz. Caso fosse possível alcançar o coração de Mark ele se sentiria maravilhado pois o caminho até ele fora repleto de obstáculos, como num belo filme. Um filme bem clichê, quem sabe.


 

Acabou por deixar as coisas como estavam pelos próximos dias. Manteve seu trabalho, um contato breve com Jaebum – este que ora desabafava sobre o fato de Youngjae estar lhe ignorando arduamente ou simplesmente lhe respondendo com frieza –, e sem nenhum cumprimento com Mark. Por vezes chegou a pensar em como ele estaria, se estaria bem e coisas do tipo – aquilo ainda era inevitável – contudo, ao tempo, conseguiu de certa forma lidar com aquela ausência. Viu então que aquilo já era parte de seu amadurecimento, já que outrora estava desesperado conversando com o melhor amigo na volta do colégio.

Algumas coisas haviam mudado, e finalmente deixou-se acreditar que Mark já era alguém crescido e que se cuidaria sozinho, embora em diversos momentos tenha mostrado o contrário. Ele ainda gostava dele, porém tinha que ir com calma, e manter-se numa posição favorável e que não lhe trouxesse mais mal. De repente começou a nutrir certa insegurança e sua cautela havia se elevado a níveis altos, apenas para conservar o que tinha sobrado de seu coração bobo-apaixonado e o que estava se reconstruindo. Apesar de saber que estar em seus dezenove significava que ainda tinha um longo caminho pela frente, ele realmente não queria se decepcionar daquela maneira novamente.

Fora devastador.

Já passavam-se das dez da noite quando a dor de cabeça aparentava melhorar. Estava deitado na cama com um dos braços cobrindo seu rosto. Naquela quinta-feira, por algum motivo, sentia-se mais cansado do que o habitual e não havia feito nada de muito diferente. Seria possível que aquela uma hora extra lhe deixaria daquele jeito? Não era possível saber o motivo exatamente, no fundo, queria somente dormir e relaxar para a sexta-feira que ainda estava por vir.

Virou-se para o lado de seu criado-mudo e fitou a gaveta do mesmo, sabendo que ali continha o colar que Mark havia lhe dado. Pensou em pegá-lo para adormecer – apenas para tê-lo consigo e não como se o acessório contivesse algum poder sobrenatural –, porém desistiu da ideia em pouco tempo. E claro, se viu frustrado por não conseguir esquecê-lo e ter alguns minutos de paz enquanto situava-se sozinho.

Subitamente o celular vibrara acima do pequeno móvel, e com preguiça o pegou, espantando-se pelo remetente da mensagem via aplicativo. Sentimentos estranhos lhe tomaram no mesmo minuto, ficando na dúvida se aquele nervosismo era o mesmo nervosismo que sentia quando se tratava daquele rapaz. Tardou em abrir a mensagem e o que atingiu sua visão assim que o fez foi um praticamente um texto. Um texto que, pelo início, dizia respeito a desculpas sinceras. Logo o jovem começara a ler.


 

Oi, Jackson. Eu espero você esteja melhor, pois não acho que esteja perfeitamente bem depois de tudo que fiz. É, eu estou aqui novamente, e mesmo que não me responda, foi um jeito que encontrei para me desculpar de verdade pelo o que fiz sem ter você me esnobando ou falando coisas que pudessem me irritar e acabar por piorar a situação. Aliás, desde já me desculpe por ter agido daquele jeito com você. Foi errado. E não apenas isso, como também todo o resto. Eu nunca deveria ter brincado com você já que sempre foi tão sincero comigo, foi erradíssimo descontar meus sentimentos em você, te fazer sofrer por algo que dizia respeito a mim e ainda que, no fundo, você só tivera as intenções de me ajudar. Eu fui muito idiota por ter feito tudo isso... E, sério, se quiser parar de falar comigo eu vou entender, mas eu precisava me desculpar por tudo. Você não merecia. Espero que com um pouco mais de tempo você fique bem e possa me perdoar. Seria bom caso fizesse, eu prometeria melhorar. Por você, é claro. Se possível, faria o que quisesse. E... Obrigado por tudo. De verdade. Você é uma ótima pessoa. Me desculpe por tudo.


Assim, o dono de fios descoloridos se viu realmente desnorteado. Era mais um pedido de desculpas, e por um instante notou que o Mark que aparentemente não corria atrás de ninguém estava ali, pedindo por mais perdões. De súbito percebeu que caso quisesse poderia ele brincar com o mais velho, porém Jackson não era daqueles que retribuía na mesma moeda. Ele achava, aliás, tal atitude um tanto desconexa. Revirou-se na cama, lendo mais uma vez as palavras do americano, sem saber de fato o que fazer. Deveria perdoá-lo? Sim? Não? Sem esperar, o celular vibrou novamente, e na tela surgiu:


Só... me dê uma resposta se falará comigo ou não quando pensar. Eu não vou insistir mais se a resposta for negativa. Era só isso... E obrigado novamente.

 

Com aquelas mensagens em mãos ficou um bom tempo refletindo e refletindo, até que finalmente viu que não conseguiria pensar naquilo sozinho e decidiu contatar seu melhor amigo. Seus pensamentos estavam divididos, como se seu coração optasse pelo sim e sua razão pelo não. Até porque o sentimento existente e direcionado ao ruivo não queria mantê-lo longe, mas o perigo de ser magoado novamente estava em alta.

Assim que Jaebum atendeu o telefone, perguntou-lhe se já estava pronto para dormir, recebendo um “quase isso” que contudo estaria disposto a lhe ouvir e tentar lhe aconselhar. Dessa maneira tentou iniciar o assunto, puxando-o desde o momento repentino em que Mark mudou de humor. Explicou-lhe tudo, e conforme o fazia, Jaebum já demonstrava sua indignação e raiva. O Wang conhecia o feitio do amigo e já até imaginava aquelas reações. Esperava que, no fim das contas, ele conseguisse ser um pouco compreensível.

Caramba Jack, que rolo terrível, na moral. – Jackson pôde ouvir um suspiro do outro lado da linha. — Eu fico numa posição desfavorável porque não o conheço o suficiente para julgar, mas... Bom, presta atenção nos seus sentimentos. Você sabe que se fosse comigo eu nem olhava mais na cara dele, né?

O chinês soltou um riso pelo jeito que ele falou, mas sabia que aquela era a realidade.

— Sei.

Pois bem, mas como estamos falando de você, veja se consegue uma segurança no que ele disse. Sei lá, perdoa. Você pode perdoá-lo, mas você tem que parar de ser tão ingênuo e achar que todas as pessoas são legais, Jackson. Sua mãe nunca lhe disse para sempre manter um pé atrás?

— Você sabe que é complicado, Jaeb... – tentou dizer, porém fora rapidamente interrompido.

Nah, não é nada complicado tomar cuidado com ele. Principalmente agora que ele já mostrou todos esses lados. Como te conheço bastante sei que não vai parar de pensar nisso, então tenta arriscar. Afinal de contas, você só vai saber se vai dar certo ou errado se você tentar, hm?

Jackson Wang absorvia todas as palavras ditas pelo coreano e avaliava cada uma, tentando encontrar uma conclusão para aquela história. Seria possível um tempo para pensar sobre aquilo? A única certeza que tinha era que um frio tremendo em sua barriga que fazia seu corpo tremer levemente em nervosismo. Poderia não ser complicado para Jaebum, mas para si se tratava de algo complexo demais. Complexo pelo simples fato de ser Mark Tuan ali. Queria tanto saber lidar com ele, descobrir os botões certos para apertar e conseguir ser feliz com ele... Mas era tão difícil.

Um longo suspiro escapou de seus lábios, não demorando praticamente nada para que Im Jaebum retornasse à linha.

E então, o que vai ser?


Notas Finais


E foi isso pimpolhos. Mark está se mostrando arrependido por tudo que fez, mas será mesmo que Jackson Wang vai aceitar as desculpas dele tão facilmente? Espero que sejam compreensíveis com os acontecimentos daqui. Eu estava com saudades de vocês, apareceram para a gente trocar um carinho. E... Desculpa se decepcionei alguém, mas na moral, amo vocês e me empenhei aqui. ♡


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