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História Sweet Cody - Auge.


Escrita por: markie

Notas do Autor


OI MEU POVO! Peço perdões pela pequena demora para atualizar, eu tentei terminar isso até domingo passado mas não foi possível, então cá estou eu na madrugada. Como vocês estão? Tudo bem? Pois eu estou bem, apenas com muito sono. Eu não vou saber o que falar aqui por esse motivo exatamente, então, desde já desejo boa leitura!! ♡


P.S.: MUITO OBRIGADA UNNIES PELA AJUDA COM ESSE CAPÍTULO MEU DEUS DO CÉU/chora de emoção.

Capítulo 11 - Auge.


Fanfic / Fanfiction Sweet Cody - Auge.

 

Dos lábios mais avermelhados que o normal por estar ingerindo os morangos que sua mãe trouxe, escapou um suspiro audível. Três dias haviam se passado desde o ocorrido e lá estava ele: sem alguma resposta definitiva. Havia pedido um tempo para que pudesse pôr as ideias no lugar por si só, sem pressões. Viu que precisava daquele tempo quando finalmente o teve, notando que daquele jeito sua mente parecia refletir melhor sobre as coisas que aconteciam, em sua opinião, rápido demais. Existia mais facilidade, e almejava um pouco mais de tempo para, também, curtir a sua vida. Afinal de contas, concluíra que ela não se resumia apenas em Mark Tuan.

Naquela quarta-feira de inverno não teve que ir para o trabalho. Por causa de outro rapaz que agora dividiria alguns dias com ele, acabou ganhando quartas e sábados completamente livres para que pudesse realizar o quisesse — o domingo já não havia expediente para si desde o começo. A casa estava toda para si já que seus pais haviam saído em compras e ele preferiu ficar no conforto da residência. Para falar a verdade, estava com muita preguiça de ter que encontrar roupas para sair, ajeitar os cabelos bagunçados, e sentir o vento gélido no rosto naquele dia. Apenas ele, os morangos, e a série que acabou de lembrar que lançava no mesmo dia estava de bom tamanho.

Ainda era um pouco estranho adentrar o seu quarto e dar de cara com sua cama parcialmente arrumada e se lembrar que perdera a virgindade acima dela, mas tentava não se focar muito nisso. Mesmo que tivesse feito um grande progresso em lidar com sua vida sozinho, vez ou outra era inevitável pensar no dono de fios vermelhos. Em seus risos divertidos, em seu olhar que sempre enxergava-lhe a alma. De vez em quando algo sempre levava-lhe até ele, porém estava lidando.

Lembrar daquela forma de Mark apenas levava, posteriormente, seu pensamento ao pequeno amigo tailandês. Foi errado a manipulação do americano em jogar a culpa para ele. Conhecia o jovem há tanto tempo e se sentia sujo apenas por questioná-lo sobre drogas. Não havia lógica alguma. Bambam não tinha motivos nem para se drogar, quanto mais drogar os outros.

Daquele ponto, indagou-se se ele estaria livre. Apesar de nutrir uma preguiça de sair de casa, achava que poderia fazer um esforço para tentar se redimir com o mais novo e ainda voltar a ser como eram. Ele havia ficado abalado com o assunto e tudo que Jackson achava mais insuportável era num climão pelo qual ele causou. Acabou inclinando-se e agarrando o aparelho cujo ficara no criado-mudo, arriscando o convite. Talvez fosse uma boa ideia sair com ele sem motivos exatos, apenas para descontrair um pouco. Em poucos minutos obteve sua resposta, e dentre algumas outras mensagens, a final foi positiva. Estava marcado a ida para um dos fast food no shopping em uma hora, o que significava que teria que começar se arrumar naquele exato instante.

A série havia de ficar para depois, e o aconchego dentre as cobertas também. Abrira o guarda-roupas, escolhendo roupas simples, e ajeitou seus fios no espelho do banheiro. À medida que travava uma pequena luta contra alguns fios rebeldes, escutou o celular notificar uma, duas, três vezes. Encaminhando-se para o quarto novamente, no visor aparecia mensagens do dono de seus pensamentos mais cedo.

Não sabia se julgava aquilo bom ou ruim, e, estranhamente, não tinha tanta vontade de conferir o que ele dizia no momento. Afinal, o que poderia esperar de Mark àquela altura? Seria outros pedidos de desculpas? Caso sim, ele apenas tinha que esperar um pouco mais. Havia de aprender ser paciente com sua lentidão e indecisão. Ou simplesmente entender que nem tudo era no tempo dele.

Mas, no fim, acabou abrindo a conversa dele, e franziu o cenho para o que dizia. Coincidentemente ele convidava-o para o mesmo programa que fez com Bambam, e sem nenhuma cobrança por sua resposta. Ele apenas sugeriu que passeassem um pouco, o que deixou parte de Jackson em alerta e outra não. Parte de sua mente lembrou-se da vez que o mesmo fizera um convite para sair e notara onde fora parar, enquanto a outra não enxergava um problema. Ele estava online, mas teria que recusá-lo. Quem sabe outro dia não poderia dar uma chance a ele?

"Eu tenho alguns compromissos marcados, será que poderia ser outro dia?"


E enviou.


"Ah, claro... Eu deveria ter perguntado isso primeiro. Boa sorte, de todo modo."

 

"Obrigado, Mark. Estou saindo, até mais."


Dito e feito. Isto é, não antes de borrifar um pouco de perfume em si e pegar sua carteira.

×

Quando encontrou o amigo tailandês em frente do grande prédio cumprimentaram-se com um meio abraço, e Jackson se admirou pelo fato de Bambam só vestir um casaco por cima de uma blusa fina. Como de praxe, ele estava magro, e ainda se perguntava se haveria um dia que ele comece e ganhasse alguns quilos a mais. Tinha a impressão que ele poderia comer o quanto quisesse e continuaria com sua estrutura esguia.

Foi natural um climinha meio estranho, mas graças aos céus Kunpimook lhe ajudou com o passar do tempo que caminhavam até o terceiro andar. Ele comentava um pouco pensativo sobre o problema que estava a passar com Yugyeom – aquele que custou a se lembrar, entretanto –, onde, subitamente, ele largara de lhe procurar e sempre estava com assuntos da faculdade que adentrou. O chinês enxergou uma clara situação de ciúmes, embora fosse um ciúmes totalmente diferente e em níveis bem mais baixos. Na fila para pedirem o que comeriam ele ainda continuava que sabia das responsabilidades que ele, agora, tinha, só não conseguia lidar com elas de maneira sensata – eles brigaram da última vez.

O Wang nunca viu problema em ajudar seus colegas, e por mais que ultimamente tenha vivenciado situações contrárias, onde recebia ajuda de terceiros, tentou encontrar algo que confortasse o tailandês. Era um pouco complicado pois era exatamente ele que tinha que ser mais paciente com Yugyeom e ser compreensível o suficiente. Se eram assuntos da faculdade, ele deveria entender, não? Só tinha que ter certeza que eram realmente assuntos didáticos caso houvesse uma relação mais estável dos dois.

Com bandejas em mãos, os dois rapazes procuravam uma mesa em que pudessem se sentar. Entretanto, antes mesmo que localizassem-na, Jackson sentiu seu ombro tocado com certa pressão. E algo que nenhum deles esperava era que Mark aparecesse no mesmo lugar que eles.

— Então era esse o seu “compromisso”? – a maneira que a voz saíra foi nervosa demais para que Jackson levasse numa boa. Não entendera nem um pouco a razão dele em agir daquele jeito, e por motivos acabou atingindo o âmago do chinês em cheio.

— Era. Algum problema? – indagou seco, de cenho franzido.

— Depois de tudo o que eu falei, você vai sair exatamente com ele?

Jackson acabou achando cômico a situação.

— Não vejo problemas em sair com um amigo que conheço há mais tempo que eu conheço você, aliás. Acho que ele merece melhor a minha confiança. – no momento em que notou o que saiu de seus lábios, espantou-se um pouco por ser tão rancoroso e expor aquilo. Mas ainda havia uma certa irritação porque Mark lhe dirigia a palavra de maneira estúpida, embora tivesse recuado um pouco ao ouvir-lhe.

— Eu estou tentando me redimir contigo, acertar as coisas, e você vai e sai com ele?

— Eu fiz muito mais por você, e mesmo sabendo de tudo, sabendo dos meus sentimentos, inclusive, você teve coragem de fazer o que fez. Então não acho que você tem moral para agir assim.

O americano ouviu, e ficou segundos em silêncio para finalmente perceber os patamares diferentes em que eles se encontravam. Olhou então o tailandês que situava-se inexpressivo, e talvez um pouco sem jeito. Porém Mark não conseguia engolir aquele rosto. Olhou de novo para Jackson, sem ter respostas. Um reboliço estava enorme dentro da sua mente, sua respiração estava rápida.

— Você continua o mesmo ingênuo... Mas tudo bem. Quem se importa? – resmungou baixo demais, para si mesmo.

— Não é desse jeito que vai conseguir se redimir comigo, apenas para você saber. – observou Mark suspirar, impaciente. Mandando últimos olhares mortais aos dois, girou os calcanhares e foi embora. Um longo suspiro escapou também dos lábios do chinês e olhou para o amigo justaposto sem jeito, desculpando-se rapidamente e fazendo o máximo para não tocarem naquele assunto. Embora estivesse sem um humor perfeito, não deixou Bambam ali sozinho, e juntos conversaram.

— Desculpa por isso, Bambam. – pediu assim que se sentaram.

— Nah, não se preocupe com isso. Acho que já me acostumei. Ele nunca vai sequer querer saber que na verdade eu nem sabia que tinha drogas naquele copo.

— Lhe deram ele, não é? Aquela pessoa que estava com você, quando vocês estavam conversando?

— Isso. Não me lembro direito do nome dele, eu já estava meio bêbado, mas tinha algo com Park... Até hoje eu me pergunto dos motivos disso. Tudo bem que o Mark não é nem um pouco santo, mas fazer isso é exagerar na dose. Ele me largou também em um dia desses e nem por isso... – deixou sua frase morrer.

— Entendo... É complicado, primeiro por ser ele, e segundo porque é um assunto delicado. Se você ao menos lembrasse do nome...

— É... Enfim, isso é algo que não vai acontecer tão cedo. – comentou com humor. — Mas... Que tal deixarmos isso de lado e começar a comer?

— É. Você tem razão. Vamos comer!


×

Há dias Jaebum não tinha notícias de Youngjae e ele já estava literalmente desesperado. Como o encontro involuntário pelos corredores do colégio não eram mais possíveis, lhe deixava agoniado uma ausência tão grande do garoto pelo qual nutria um carinho especial. Youngjae era um garoto legal que não desejava perder o contato tão de repente e nem se esse processo fosse mais demorado. Queria a amizade ele, sobretudo.

E ser ignorado com tamanha força não lhe deixava com os pensamentos tão lógicos assim. Não suportava aquela situação onde sequer sabia das razões. Portanto, naquele dia resolveu que as coisas não ficariam assim. Ele procuraria Youngjae pelo menos para saber seus motivos e entendê-lo melhor, caso fosse um motivo plausível, ele prontamente certificaria de fazer alguma coisa.

No instante em que tocou a campainha foi atendido por uma mulher baixa, pela qual imaginou ser a mãe dele. Cumprimentou-a e se apresentou, perguntando sobre o seu filho. A mesma mulher que lhe pareceu imensamente gentil a primeira vista orientou-o pela casa, explicando ligeiramente que ele estava no seu quarto, e sem que Jaebum esperasse – ele até mesmo se assustou –, ela gritara que havia visitas para o mesmo. Sorriu sem jeito para ela e subiu as escadas com calma, não tardando nem um pouco para encontrar quem procurava, vestindo roupas que, com certeza, não eram de sair, no corredor.

A expressão dele imediatamente caiu, e o Im não obteve sucesso em descobrir o que se passava na mente alheia.

— Podemos conversar? – o mais velho perguntou, e, apesar daquela expressão continuar ali, recebeu um maneio de cabeça e o mesmo concedeu a entrada em seu quarto. Após a porta ser fechada, o maxilar do mais jovem situava-se travado, e de seus olhos aparentavam escapar balas certeiras que definitivamente lhe matariam. — É... Você ‘tá legal? Depois daquele dia na festa eu nem te encontrei para levar você de volta, depois me ignorou todo esse tempo, o que aconteceu? Eu estava preocupado com você, sabia?

E, diferente de qualquer reação que Jaebum esperasse, o menor não deveria estar em seus melhores humores para agir como de praxe, gentil e atencioso, com os olhinhos brilhantes. O Choi encontrava-se nervoso, e o mais velho não era tolo para não notar que ele era o problema. Contudo, desejava apenas que houvesse alguma justificativa. Queria fazer as pazes com o dono de fios castanhos. Este que, revirou olhos de maneira impaciente, e sentou-se na cama, demostrando incontestavelmente sua intolerância.

A verdade era que o baixinho não sabia lidar, de forma alguma, com o seu ciúmes. Nunca soube enfrentar os sentimentos fortes que lhe tiravam de órbita no momento que situações semelhantes ocorriam. Até ficaria feliz em ver que Jaebum se preocupara consigo, mas vê-lo em sua frente, com roupas bonitas e estupidamente cheiroso, traziam lembranças pelas quais apenas queria esquecer.

— Não é nada.

— Se fosse mesmo ‘nada’, você não me ignoraria esse tempo todo e falaria olhando para a minha cara, Youngjae. – no mesmo minuto percebeu que estava com o rosto virado. O corpo do maior aproximou-se levemente, ainda mantendo uma distância considerável. — Eu surto quando me ignoram assim, sem nem eu saber o porquê, então... Por favor, Youngjae, eu só quero entender. Eu fiz alguma coisa que te chateou?

Silêncio.

E mais silêncio.

— Se eu te contasse realmente o que aconteceu, não adiantaria nada. E outra que agora vendo, é uma tremenda bobagem. – até porque só então constatou, mais uma vez dentre aquele ciclo de raiva e mágoa, que Jaebum tinha todo direito de ficar com quem ele quisesse. Mas que se dane, ele estava mesmo com ciúmes, levando isso em conta ou não.

— Por quê? – ele agachou em sua frente, e apenas naquela hora o mais novo direcionou o olhar aos olhos dele, enxergando que ele realmente estava ansiando respostas e demonstrava-se preocupado. Se tinha uma coisa que aprendeu com o maior era que ele sempre olhava nos olhos daquele jeito quando era sincero. Isso foi Youngjae suspirar audível, e inconscientemente abaixou o rosto, concluindo que se não falasse naquela hora, ele nunca mais teria coragem para fazê-lo novamente.

— Porque não seria uma confissão minha que iria te fazer meu e me livrar desse ciúmes todo.

O silêncio novamente reinou, agora acompanhado das bochechas do Choi que esquentavam-se gradativamente. Ficou na dúvida se havia respondido baixo demais e ele não tivesse lhe escutado, porém viu-o erguer-se, e apenas por aquele ato entendeu que havia cometido a maior besteira de sua existência. Começou então brincar com seus dedos e, pronto para pedir-lhe desculpas, não conseguiu, já que Jaebum falou primeiro.

— Você está dizendo que... Gosta de mim... De uma maneira diferente de amigos? – a fala fez Youngjae levantar o olhar e fitar o rosto do mais velho, conseguindo decifrar em seu semblante certa confusão, talvez ainda surpresa.

— É, eu gosto de você. E te ver beijando aquela garota me deixou desse jeito. Tudo que eu queria era não ver a sua cara, mas já que você está aqui e já ouviu minhas razões, quer me deixar sozinho?

 

Dessa forma, realmente agradeceria se ele seguisse suas ordens e se retirasse daquele quarto, deixando-lhe com sua timidez subitamente forte mesclada com aquela confusão que se formara em sua cabeça. Porém seria fácil demais caso isso acontecesse, logo, lá estava Im Jaebum estacionado em sua frente, com aquela mesma expressão.

— Eu nunca gostei de um garoto antes... Digo, eu nunca reparei em um dessa forma. – Até aí nenhuma novidade, Youngjae pensou, lembrando-se que ele era indiscutivelmente hétero. — Mas talvez... Você possa me ajudar com isso.

Ok, aquela, sim, era uma novidade das grandes caso Youngjae tivesse entendido direito o que passou por seus ouvidos. Fitou-o de olhos um pouquinho arregalados, posteriormente franzindo o cenho. Um nervosismo característico encheu-lhe.

— O que você quer dizer com isso?

Sutilmente, Jaebum sentou-se ao seu lado na cama, respirando fundo antes de responder.

— Me mostre sobre essas coisas. Acho que não deve ser ruim... Experimentar.

E, no fim, Choi Youngjae ficou espantado. Nunca esperaria algo como aquele vindo de Im Jaebum. No entanto, ele ainda continuou, ocasionando rapidamente aquele suor nas mãos.

Quem sabe eu não goste e... Goste de você também?

×

 

Depois de poucos dias, quase uma semana, o seu celular apitava no braço do sofá. Ele estava num tédio desigual e de mau humor. Não havia conseguido dormir direito naquele noite, e tudo que tinha feito foi ficar quieto boa parte do dia. Questionou-se ligeiramente como parara naquele patamar, visando que antes era tudo tão distinto e simples, decidindo por fim que iria beber alguma coisa para distrair-se e passar o tempo. Bebericava do chocolate quente já em mãos quando pegou o celular, franzindo o cenho ao visualizar a tela do mesmo. De novo? Pensou.

"Jackson... Você está ocupado?"


"Não... Por que? Pode falar."


"Você pode vir aqui? Eu acho que a gente precisa conversar direito."


 

Nesse meio tempo nenhum deles haviam trocado sequer uma palavra e agora simplesmente Mark queria conversar. De fato, o chinês já havia se habituado com aquele jeito único que o ruivo constantemente expressava. Poderia ter diversas reações diante aquilo, poderia simplesmente deixá-lo falando sozinho e não dar-lhe bola, porém, no fundo, não possuía os feitios de quem faria aquilo – bem provavelmente Jaebum.

Dessa forma, ligeiramente confirmou a demanda realizada. Apesar de tudo, eles tinham mesmo que se resolver uma vez ou outra, e Jackson, naquele instante, encontrava-se já farto de ficarem em situações como aquela. Gostava muito do mais velho, talvez até o amasse, mas sua mente e seu âmago estavam desgastados com tanto estrago e turbulência. Caso uma resolução não ocorresse naquele dia, tentaria esquecer de toda a história feita até o momento e seguiria seu caminho.

Sem o dono de fios vermelhos.

×

Houve um cumprimento sem jeito assim que a porta havia sido aberta. Era claro que a atmosfera seria desconfortável com tudo que aconteceu. Mark ofereceu o sofá para que pudessem melhor ficarem, e, de uma forma distinta de outras, quem tomara a iniciativa ali fora Jackson depois de um breve tempo em silêncio.

— Por onde vai começar? Acredito que tem coisas para me dizer.

Os olhos do americano vieram aos seus na mesma hora, e depois se abaixaram sutilmente. Aparentava estar um pouco confuso consigo mesmo. Mas na verdade apenas não estava habituado com aquele jeito duro que Jackson era de vez em quando. Ainda lembrava-se que ele era apenas gentil, e se arrependia de ter o julgado. Deveria lembrar-se que Jackson Wang era uma pessoa como qualquer outra, acima de tudo, e que tinha todo direito de se irritar, principalmente consigo.

— Eu só queria entender... Sério, por que... Ele?

Dizia estar de mau humor, mas não sabia se aquele aborrecimento era devido a tal ou se sim por simplesmente Mark começar pelo pior ponto possível. Parecia cismado demais, mesmo que não proferisse irritação em sua voz. Um longo suspiro saiu dos lábios do Jackson. E, pensando ligeiramente no que fazer, acabou achando algo que provavelmente não usaria em outras situações. Apenas o faria porque tinha que saber o que se passava na cabeça daquele ruivo.

— Ele é meu amigo, Mark. Aliás, você até parece estar ciúmes disso tudo, sabia?

E se eu estiver?

Foi uma resposta rápida demais. Surpreendente demais. Incerta demais. Deixou Jackson sem o que responder por alguns instantes. Tinha a impressão que mesmo se olhasse mais e mais nas íris escuras do americano não conseguiria obter alguma emoção delas, algo que lhe mostrasse que estava sendo verdadeiro ou não. Até porque, ainda não poderia confiar totalmente no que ele dizia. Mas, de repente, achou algum ponto que necessitou indagar.

— Por que você estaria com ciúmes se deixou bem claro que não sentia nada por mim?

E, como pensou, a questão deixou Mark um pouco abalado. Poderia tentar esconder e até mesmo olhar o piso com demasiada atenção, mas naquele exato minuto ele não teve sucesso. Podia-se ver o modo que ele tentava encontrar o que retrucar, contudo, cada vez mais deparava-se com fracassos. O Wang havia encurralado-o.

— Esse não é o ponto. – desconversou se levantando, fazendo uma risada sarcástica surgir dos lábios do chinês, que deixava seu olhar pousado na figura ereta. — Você não me respondeu, sobre o que estava fazendo com aquele merda.

— Claro que respondi. Bambam é meu amigo há muito tempo, Mark, e não gosto de você falando dele com esse tom, nem desse jeito.

— Você está do lado dele agora? Não acredita mais em mim? – Mark estava tão afetado com a história que não se importava mais com a altura de sua voz subindo um pouco.

— Chega a ser cômico ouvir você falar sobre eu “acreditar em você”, sinceramente. Eu acreditava, óbvio, em cada coisa que você falava. – àquela altura ergueu-se também, dirigindo suas palavras diretamente à face do Tuan. — Mas você brincou com isso. Acha mesmo que tem minha confiança agora?

— Eu te pedi desculpas por tudo, Jackson. Sério. Você nem falou comigo esse tempo todo!

— Por que você não me procurou? Eu estive online boa parte do tempo, que inclusive, foi só uma semana. Sentiu saudades? – e, também, o loiro já não tinha sua calmaria de sempre.

— Pra você me recusar e sair com outros amiguinhos? Saudades, pelo amor de Deus. – dizia com escárnio.

— Eu estou aqui agora, não estou?

— Ah, vai se foder, Jackson. Na moral, como você consegue ser assim? Eu estou cansado. – deu de ombros, no fim. O que, definitivamente ativou uma indignação desigual dentro do mais jovem, tal cujo sentia seu coração acelerado e aquela sensação de que tremia pela raiva. Quando notou já estava avançando contra o maior, chocando com força as costas do mesmo na parede mais próxima.

— Você está cansado, Mark? De verdade? Cansado do que? – Jackson praticamente gritava. — Eu que estou cansado dessa coisa toda, você nem tem argumentos o suficiente para debater o que eu falo, não percebe isso? Não percebe que você é o errado dessa merda toda? Você brinca com todo mundo. Ri disso. O quão longe você pode ir com isso? – o chinês questionou, mas não deixou-o responder quando fez menção de mover os lábios um pouco pálidos. Aos poucos abaixava o tom, mas prevalecia com a ira imposta. — Eu sou alguém bem maleável, eu confesso, e você me teve da melhor forma em suas mãos. Eu fiquei tão puto quando você falou aquelas merdas que eu queria ter fodido todas as pessoas possíveis e te mandar pro inferno com todas as minhas forças, mas depois eu tive minha consciência de volta. E, diferente de você, eu consigo ser homem o suficiente para assumir o que eu sinto. Não fico zoando e depois pedindo mil perdões depois como se tudo fosse ficar bem novamente. Eu tomo cuidado, eu demonstro tudo. Você consegue ver o quão irado eu estou? – silêncio. — Me responde!

— Jackson... Eu... Eu não queri...

— Nah, Mark. – cortou-o, exasperado. Não queria ouvir aquilo naquela hora, e tudo o que fez foi bater suas palmas na estrutura atrás do mais velho, ao lado de sua cabeça, e olhar bem no fundo de seus olhos, apenas soltando suas frases seguintes num tom sério. — Eu gosto de você. Gosto muito. Mas eu não sei o que acontece com você. Não tem como te entender. Você fez tudo isso, ok, mas com que propósito? Porque era divertido? Sinceramente, eu sou mais novo que você e consigo ver o quão idiota isso é. Cresça um pouco. Perceba, pense, sobre o que você está fazendo com a sua vida.

Dessa forma, o ruivo apenas escutou tudo quieto. Jackson ainda tinha certa adrenalina correndo em suas veias, porém situava-se mais comportado devido ao tanto de coisa que soltou, cujas estavam aprisionadas em seu peito. Os olhos ainda estavam conectados, e quando estava ao ponto de se afastar do mais velho e deixá-lo reflexivo sozinho, ele se manifestou, ainda que de maneira confusa:

— Olha... Eu sei que eu fiz muita besteira, e eu fui até você me desculpar, eu tentei me redimir. E, já por tudo que você disse sobre mim e não nego, sabe que eu não fiz isso por mais ninguém. Normalmente são as pessoas que correm atrás de mim e eu fiz o contrário com você... Eu só queria uma chance para mostrar que eu posso... Sabe...

— Eu não sei, Mark, de verdade. – falou baixo com um pouco de insegurança, observando agora que os olhos em sua frente continham certo brilho. — Eu pensei que seria fácil fazer isso, te perdoar, mas minha mente não me deixa esquecer que você tem chances de repetir tudo e eu acabar me machucando de novo...

Ao ouvir daquelas palavras que pareciam amarras em seu coração, Mark sentiu-se levemente desesperado. Não soube exatamente do que, mas sentia que estava a poucos instantes de perder algo que não queria. Ele não queria perder Jackson. Portanto, por conta dessa sensação em específico, mordeu seus lábios com nervosismo, aproximando seu rosto do mais baixo que, instintamente afastou. Contudo, insistiu um pouco mais, levando suas duas mãos à nuca dele, fechando seus olhos, sussurrando sua última súplica conforme acariciava o nariz bonito de Jackson com o seu. Podia senti-lo reagir às suas investidas. Felizmente tudo não havia se dissipado.

Por favor...

Num tom como se estivesse implorando – e realmente estava –, colou os lábios nos dele, e forçou suas mãos para não deixar Jackson se distanciar como demonstrou que iria. Entretanto, com um certo tempo incitando o chinês a beijá-lo, conseguiu o que tanto queria, mas sequer esperando que ele fosse tão intenso. Jackson simplesmente cedeu passagem para a língua do americano e aprofundou o beijo de uma forma profunda, como Mark nunca sentiu. Ele aproximou o máximo que pôde os corpos, agarrando a cintura esguia com avidez, arrancando ar dos pulmões do Mark. Eles se beijaram, e os dedos do ruivo mergulharam dentre as madeixas, ofegando na primeira oportunidade que tivera. O americano se viu encrencado com apenas aquele calor que emanava-os. Notara que, sim, havia sentido falta daquele corpo colado no seu e nos beijos que, àquela altura, estavam absurdamente bons. Notou que seu corpo tremelicava de nervoso quando tinha Jackson consigo daquela maneira.

Assim, quando a boca do jovem foi desviar-se da sua, outra vez impediu-o. Quer dizer, ele tentou impedi-lo, já que o Wang apenas mordiscou seu lábio inferior e segurou as mãos alheias, deixando-as longe de seu corpo ligeiramente. Jackson recebia a respiração ofegante do Mark em seu rosto, e fitando seus lábios tão vermelhos desejou imensamente grudar os seus ali e degustar da maneira que quisesse, sem restrições ou receios.

No entanto, nem aquele beijo deveria ter acontecido.

Ficou, portanto, com suas testas coladas, realizando um leve carinho com os narizes, fazendo a tentativa de conter-se. De certa maneira, havia ficado um pouco realizado em ver que Mark estava tão vulnerável naquele momento, que poderia fazer o que desejasse com ele se fosse o caso. No fundo, constatou que ele não era o único que caía em encantos baratos. Concluiu que ele também afetava sim toda sua estrutura e que havia de usar de seu poder mais vezes. Riu suave e nasalado quando o americano tentou arrancar-lhe mais um beijo.

— Descubra o que você sente primeiro, Mark. – proferia baixinho. — Tenha certeza dos seus sentimentos e então fale comigo. Você pode ter a minha amizade, eu te perdoo até, mas não ficaremos mais até você decidir o que fazer. Já sabe que eu gosto de algo sério, hm? – soltou os pulsos alheios e deu um selinho demorado na boca vermelha, partindo do lugar imediatamente.

 

Mark estava com seu interior completamente bagunçado depois de ouvir o baque de sua porta.


Notas Finais


E EITA QUE O BARRACO ACONTECEU E QUE VERDADES FORAM REVELADAS MEUS DEUS QUANTA COISA EM UM CAPÍTULO SÓ COMO FAZ? Gente, eu estava/estou tão nervosa em postar esse capítulo por ser uma parte bem importante da fanfic, mas espero que dessa vez eu tenha seguido tudo que eu queria e que tudo tenha dado diversas emoções para vocês. Por favor, que vocês entendam o dono Wang, amém akdhakda. Estou ansiosíssima para saber o que vocês acharam então por favor, me deem amor, eu vou gostar tanto. E outra, eu agradeço demais aos favoritos, ao carinho de vocês, puta que pariu, eu amo vocês.

Há algo que eu precisava comentar sobre 2JAE: A participação deles na fanfic vai ser breve, então é normal que tudo esteja fluindo, talvez, aparentemente rápido demais. Bem, para mim está um pouco rapidinho sim, mas pode ser mal de escritora mesmo.

Bom, acho que seria apenas isso? Opinem sobre o que acharam, deem seus palpites, e mantenham-se saudáveis. <3


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