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História Sweet Cody - A atípica folha de outono.


Escrita por: markie

Notas do Autor


Olá pessoas do meu core. ♡
Finalmente estou aqui com o segundo capítulo!
E nossa, que reação linda! Fiquei bastante surpresa com os comentários e os quase 40 favoritos!
Agradeço a ~Jark por ter betado pra mim!

Hm, só queria avisar que _acaso_ achem que as coisas estão acontecendo rápido demais... É proposital.
Boa leitura!

Capítulo 2 - A atípica folha de outono.


Fanfic / Fanfiction Sweet Cody - A atípica folha de outono.

Se havia uma estação da qual eu gostava era o outono. O aroma úmido que violava meus sentidos quando eu abria a janela do quarto era exuberante. A flora que jazia caída no asfalto molhado depois de uma noite de chuva o decorava com harmonia e naturalidade, sendo propício a artistas e fotógrafos. Ou simples admiradores.

Diziam que o outono era associado à nostalgia, por conta de suas nuances características, mas não tinha certeza se concordava com isso. A parte que me agradava era que as pessoas começavam a almejar o conforto de suas casas, e a aparição de bebidas quentes acompanhadas com cobertores quentes. Já estava aparente que eu não era fanático pela luz solar e o vento no rosto.

Era-me mais aprazível permanecer dentro de casa, ao som das minhas próprias músicas e derretendo-me pela fragrância do café que minha mãe preparava tão bem.

Era sábado.

Uma manhã qualquer de sábado que eu aproveitaria para limpar o quarto. Meu pai retornaria na segunda, confesso que estava ansioso por isso.

Depois de observar a rua pela janela do quarto, a primeira coisa que fiz foi procurar uma toalha e roupas-para-ficar-em-casa. No visor do celular marcavam exatas onze horas quando fechei a porta do banheiro, passando-se dez minutos para que saísse.

Dois dias haviam se passado depois que troquei meu número com Youngjae, e foram dois dias que ele não aparecia na escola ou me dava algum sinal de vida. Confesso que fiquei um pouco decepcionado com isso, porque estava com minhas alegrias altas demais. Foi um alerta para que voltasse à minha zona de conforto e esperasse alguma notícia.

Com a mudança de horário de Mark eu não pude mais vê-lo, e já comprovara que ele não trabalhava aos finais de semana. Isso me estimulava a pensar sobre o que estaria fazendo no momento. Talvez dormindo? Talvez tomando café da manhã? Talvez na dúvida de almoçar? Se bem que de qualquer jeito eu o admiraria da mesma forma.

Quando eu menos esperava meu celular começou a vibrar, e logo pensei que fosse aquele mesmo número que me atormentava ligando para nada dizer, ou ainda, na última esperança, Youngjae, mas era um telefone com local desconhecido.

Quando atendi, tomado pela curiosidade, senti meu universo imóvel por alguns segundos.

Era aquela voz.

A voz de Mark.

— Bom dia… Jackson, certo? — Firmemente ele não estava dormindo como uma de minhas hipóteses, sua fala não transparecia.

Queria ser alguém sensato e lhe responder de uma forma normal, entretanto a verdade se resumiria na ausência de minha voz e na falta do meu chão. Era inacreditável! A pessoa que tanto aguardava um contato há mais de três meses estava simplesmente me dando bom dia! Achei que fosse desmaiar, embora minha vontade fosse correr pela casa inteira.

— Será que cometi algum engano? — Ouvi-o dizer do outro lado da linha e percebi que fiquei tempo demais em silêncio.

— N-não, não cometeu. — Minha voz estava um pouco trêmula. — Só estava… Estou surpreso demais.

— Não esperava uma ligação minha? — Por que eu o senti sorrindo nessa hora? — Youngjae estava me contando um pouco sobre você, achei que valeria a pena arriscar.

Céus, o quão rápido um coração pode bater? Será que deveria me preocupar com o jeito como o meu batia?

— Q-que? — Sua risada atingiu meus ouvidos, logo, não soube se ficava maravilhado por ouvir ou se me alarmava um pouco mais com meu estado.

— Você está tão nervoso assim?

Puta que pariu.

— E-estou bem, estou bem. Hm, bom dia. — Pigarreei, sentando-me na cama, passando minha mão livre pelos cabelos. Deveria me concentrar em não gaguejar. — O que ele disse?

— Nada do que eu já sabia. — Um riso soprado soou do outro lado. — Que você sentia vontade de falar comigo. Era óbvio pelo jeito que ficava me olhando. Hm, nós podemos conversar.

Não podia crer na perfeição de sua voz. Grossa, mas com um quê de suavidade. Ideal para um “boa noite” baixinho quando se está quase dormindo ou alguma confissão repentina. Mas, da forma que a utilizava, deixava-me inexplicavelmente tímido e sem jeito. Ele aparentava ser direto, objetivo; e eu não era alguém que lidava extremamente bem com isso.

— Ah… Sério? — Proferi um pouco atônico. Chegava a ser surreal o jeito simples que consegui o que ansiava por tanto tempo. Seria assim caso eu tivesse tentado antes?

— É. Por que não?

Após segundos, cai na real que aquilo era o que queria há tempos, e que não existiam motivos para aquela timidez e vergonha que afloravam meu interior. Mark estava praticamente me chamando para sair! Qual era o meu problema?

— Tudo bem! — Disse um pouco mais confiante, permitindo o friozinho na barriga.

— Você vai fazer alguma coisa hoje? Poderíamos ir no cinema e ficar conversando enquanto comemos. Topa?

Embora passasse pela minha cabeça o fato dele parecer empolgado demais, deduzi que era um sentimento recíproco ao meu. Um interesse semelhante ao meu. Por isso acabei descartando o plano de arrumar o meu quarto e concordei com ele.

Marcamos o local e horário, e quando desligou fiquei um pouco muxoxo. Era um tom tão perfeito para ele, algo que eu ansiava presenciar mais e mais vezes.

Óbvio que para um rapaz que sofria de ansiedade foi extremamente difícil esperar até a hora dita. Até mesmo, em um momento, pensei em desistir da ideia com medo de como agiria em sua frente, mas que ficava impossibilitado já dentro do metrô.

Era um simples cinema e refeição no shopping, no entanto o suficiente para eu me sentir tão apreensivo. Eu fui alguém muito apressado? Estava indo com sede ao pote? Não saberia dizer.

A pressa das pessoas no metrô sempre me parecera exagerada, porém naquele instante eu até as compreendi. Apesar delas terem o tempo curto por causa do trabalho e serem apressadas por isso, meu passo era apertado ainda que estivesse um pouco adiantado, tudo por um garoto.

Um mero garoto que trabalhava numa cafeteria, perfeito demais para estar sozinho.

O ar-condicionado do shopping já atingia minha pele enquanto me aproximava do nosso local de encontro. Pelo tempo fresco, escolhi uma calça preta, um calçado de mesma cor e uma camisa branca com grafias de estampa com uma jaqueta jeans por cima. Não muito diferente dos padrões dos jovens da minha faixa etária.

Enquanto nosso horário marcado se aproximava, cada vez mais eu ficava nervoso. Meu interior tremia junto das minhas mãos, a cada segundo fitava as horas no celular ou certificava meus arredores para confirmar se ele apareceria ou não e, por fim, para variar, meu coração batia constantemente forte.

Nenhuma mensagem. Nenhuma ligação. Nenhuma aparição. Tudo bem que começaram a se passar poucos minutos do combinado, eu não poderia ser tão ansioso assim, o metrô ou o ônibus poderiam demorar um pouco, não?

Foi o que eu pensei por dez minutos. Quando estava para dar os quinze, fui em busca de um assento para esperar mais alguns minutos e então determinar que ele não viria. Um sentimento esquisito se alastrava enquanto com um pouco de esperança olhava à minha volta, mas só enxergava rostos desconhecidos. Meu coração agora batia apertado, dolorido, por mais que eu não demonstrasse.

Vinte minutos e eu me pus de pé. Havia sido o suficiente.

Meu celular foi ao bolso, um suspiro surgiu, e meus pés rumaram à escada rolante. Era incrível como alguns minutos poderiam evaporar a alegria de uma pessoa e enfatizar uma mágoa estranha. Até porque, quais seriam os motivos que o levaram até isso? Eu teria sido muito tolo? Talvez a empolgação que senti mais cedo fosse apenas uma ansiedade de me fazer de trouxa.

A escada descia, mas do lado dela havia a que subia, e dela eu senti meu ombro ser tocado rapidamente. Nos segundos seguintes eu pensei em muita coisa, um embolo de sentimentos predominavam meu interior de maneira árdua, confusa, me dando aquele desespero pelo conforto de minha casa, mas uma surpresa tomou lugar assim que virei minha cabeça.

— Espere-me lá em baixo, vou descer. — Eu havia ficado meio confuso, e acabei não movendo um músculo até chegar ao piso. Como dito, aguardei-o, e ainda me perguntando o que diabos fazia ali, ele me cumprimentou devidamente.

— O que você está fazendo aqui? — Questionei ao que pairava em minha mente.

— É assim que se cumprimenta um velho amigo? — Um bico apossou de seus lábios. — Poxa, faz muito tempo que não te via, esperava ao menos um abraço.

Algo que disse tinha razão, há muito tempo eu não via mais seu corpo esguio perambulando pelo meu bairro. Como se fosse um robô, imediatamente o abracei, não conseguindo ignorar o quão perfumado estava.

— Desculpe Bam, estava um pouco abalado. Acho que acabei de levar um bolo. — Proferi sem jeito, assistindo sua expressão tomar forma da pura indignação. — Mas ainda te pergunto, o que está fazendo aqui?

— Não acredito nisso, Jackson hyung. — Da indignação, surgiu algo raivoso. — Você vai conversar com ele, não deixe fazerem isso com você, hm? — Suspirou, aproximando-se de uma vitrine para conferir sua aparência. — E eu vim em um encontro.

Agora a única coisa que transpareci foi minha surpresa. Não que com Bambam aquilo fosse raro, mas ainda não dizendo que sempre fazia isso, era só algo… Inesperado. Sequer tive tempo para continuar aquela conversa pois dizia que um pouquinho mais e se atrasaria. Quase revirei olhos pela palavra “atraso”, mas felizmente, contive e ligeiramente ele desapareceu dentre aquelas pessoas.

Suspirei. Tudo que me restava era voltar para casa. Não havia mais nada que pudesse pensar; estava ali, estampado em minha face, que coloquei expectativas demais.

Certo, não poderiam ser bem expectativas, eu só não estava contando com a possibilidade de ele não aparecer. Será que Youngjae sabia disso e por isso falou aquilo?

Eu estava pronto para confirmar meu pensamento, contudo, saindo de uma loja de roupas, eu o vi. E não, não era alguém parecido com ele; era ele.

A primeira coisa que invadiu minha mente foi a pergunta: o que ele fazia em uma loja enquanto eu estava desapontado, confiando na sua ausência? No entanto, em seguida, o que predominou foi uma sensação com a realidade que na verdade ele estava distraído em lojas, e não em sua casa rindo da minha cara de idiota por esperá-lo.

Entre aqueles sentimentos atrapalhados, ele me notou. Seu olhar encontrou o meu e rapidamente se aproximou. Ato que, num estalar de dedos, trouxe meu nervosismo à tona.

— Jackson, você já estava aqui? Desculpe-me então, creio que te deixei esperando. — A princípio não consegui expressar alguma reação. A voz que ouvi pelo telefone estava ultrapassando meus tímpanos de forma predominante, seu perfume agridoce em minha frente era forte, seu rosto parecia mais bonito que o normal. — Como você é jovem, pensei que se atrasaria, então fui vendo algumas roupas que me lembrassem de você para comentar depois. Você estava indo embora?

— Hã? Não, eu só vim aqui para baixo para ver se te encontraria. — Sorri amarelo. — E veja, eu te encontrei! Na verdade, cheguei há pouco tempo. — Caso minha mãe me visse contar tantas mentiras de uma só vez, talvez me puxasse pelas orelhas.

— Mesmo? Então eu não estava tão errado assim. — Sorriu para mim e desviou o olhar ao visor do celular. — A sessão começa daqui quinze minutos, podemos indo conversando até a bilheteria, depois damos algumas voltas até a hora. Tudo bem?

Algo que percebi: Mark sempre estava planejando seus compromissos, objetivos. Achei isso ótimo, porque de confuso e desorganizado já bastava eu. Ligeiramente assenti, começando a caminhar ao seu lado.

E, à medida que dialogava com ele, vi que inexplicavelmente nos dávamos bem. Foi um pouco difícil para eu me soltar no começo, porém ele tinha um tom de me passar segurança. Uma segurança que aos pouquinhos fui acatando e assombrosamente já estávamos rindo por bobagem. Nossos gostos, nossas opiniões, se cruzavam perfeitamente.

Estranho? Um pouco.

Por conter certa timidez, conversar com alguém que me deixava exprimir o que quer que fosse daquela forma, fazia-me um pouco mais descontraído. A única coisa que continuava me acanhando era o seu olhar fixo ao meu enquanto proferia algo. Era tão intenso; ele aparentava ler-me por inteiro.

Finalmente estávamos a caminho das salas do cinema. No momento o silêncio pairava, mas não me senti incomodado. Observava meu redor, com o rapaz justaposto em minha mente, lembrando-me sem cansar de seu sorriso. Seu riso. Coisas que eu nunca teria chance de ver se não fosse por todos os acontecimentos anteriores.

— Onde vai querer se sentar? — Sua pergunta me despertou, e logo me surpreendi com a proximidade que tínhamos.

— Onde você quiser, eu não ligo muito para os lugares. — Respondi com sinceridade. — Desde que não seja muito na frente.

Um intervalo de tempo foi preciso para que pudéssemos comprar pipoca e refrigerante. Havia bastante pessoas vagando por onde estávamos, provavelmente por ser sábado e ter um filme em estreia.

Nós, assim que tivemos as guloseimas em mãos, gastamos segundos para termos o conforto daquelas cadeiras almofadadas e macias. Surpreendi-me pelo número grande de pessoas no lugar, porém Mark não mostrou a mesma reação. Na verdade, estava de cabeça baixa, conferindo alguma coisa em seu celular da qual não tentei ver. Parecendo notar meu olhar indagativo, seus orbes voltaram-se aos meus. Meu ar falhou.

— Está tudo bem? — Murmurou, e por algum motivo titubeei a respondê-lo.

— Sim. — Poderia ser equívoco, mas ainda com a má iluminação, via-o fitar meus lábios. Ele sorriu.

— Quer pipoca? — Ofereceu-me o pacote cheinho. — Fique com ele.

A partir do fato, dispersou-se de mim. Isto é, apenas até o filme começar – o que não demorou. Enquanto as cenas começavam à nossa frente, em certos momentos eu o percebia inquieto. Sua perna esquerda se mexia freneticamente e sua mão direita jazia acima do bolso do qual continha seu celular. Foi inevitável notar.

Mas, conforme o tempo passava, sua atenção voltou-se ao telão e eu o via interessado. Apenas nesse momento que me permiti aproveitar também. Uma comédia fazia bem à mente.

Quando tudo terminou, estranhei a claridade da praça de alimentação. Ouvi-o comentar que tinha sido um bom filme enquanto estávamos andando até um dos fast food, e sem outra opinião, concordava com ele. Mark gostar de comédias fora um dos pontos em comum que encontrei. Diria que a diferença destaque entre nós seria nossas personalidades com pessoas novas. Ele, tão extrovertido, e eu, introvertido. Algo tão distinto que acabamos por achar estabilidade.

Gostava daquilo.

Com a bandeja preenchida de lanches gordurosos, batatas fritas e sucos, custamos a localizar uma mesa vazia. Shoppings verdadeiramente enchiam aos sábados, e só tivemos sucesso quando um casal de adultos saiu de uma mesa próxima de onde vendiam sorvetes.

— Posso perguntar uma coisa? — Questionou-me logo que se sentou ao meu lado, pegando uma batata frita e levando-a à boca. Deixei-o perguntar. — O que te deixou interessado? Digo, o que eu tenho que te atrai?

Àquele momento eu bebia um pouco do meu suco de laranja e demorei a soltar o canudo por pura timidez mesmo. Ela retornou. Não pensei que ele poderia me fazer aquele tipo de pergunta.

— Talvez o seu jeito. — Soltei sem encará-lo, sabendo que o mesmo o fazia comigo. — Não sei dizer direito, eu apenas queria te conhecer.

Meu olhar estava caído ao lanche que abria, notando o suor que brotava em minhas mãos e sentindo meu coração bater um pouco mais rápido.

— Você está tímido. — Fitando-o instintivamente, seu sorriso me atingiu de uma forma extremamente errada, porém inexplicavelmente certeiro. — Não precisa ficar desse jeito comigo.

— Não repare nisso.

Mark acabou ficando quieto depois disso – não antes de sorrir de canto – e, por um instante, agradeci, já que daquela maneira poderia ingerir aquele monte de calorias como bem queria. Trocando alguns olhares de vez em quando, comemos até que estivéssemos satisfeitos. Foi quando reparei que sequer sabia que horas eram, e conferindo meu celular, constatei que estava tarde demais para estar fora de casa, quando apenas avisei minha mãe que sairia pelos arredores de onde morava.

— Algum problema? — Nem me dei conta que me analisava. — Precisa ir para casa?

Um pouco sem graça, acabei concordando com a cabeça, reforçando a resposta com minha voz. Nossos pés estavam parados no meio do corredor, pessoas andavam ao nosso redor sem pressa, visualizando os produtos provindos das lojas. Dentre tantos sons, o único que captei com exatidão, fora seu suspiro, que fez-me arrepender ligeiramente de não especificar precisamente onde iria mais cedo.

Não queria proporcionar aquele tipo de expressão ao seu rosto. Não queria terminar aquele dia. Queria ficar um pouco mais com ele. Porém eu não poderia dar mais preocupações à minha mãe que ultimamente vinha tendo algumas crises de baixa estima.

— Então vamos.

Um pouco sem jeito, fui com ele até a escada rolante. Entretanto, a coisa que eu mais temia fazer em público, aconteceu. Talvez eu tenha me distraído no caminho e na entrada daquelas escadas eu tenha olhado para trás e, consequentemente, pisando em falso. Eu iria cair. Iria, pois Mark me segurou.

Foi aí que pude sentir o tato dele em minha pele, por mais que fosse apenas para não me deixar pagar mico na frente de tantas pessoas.

— Cuidado, Jackson. Queria sair rolando lá pra baixo? — Sua voz soou repreensiva aos meus ouvidos, deixando-me mais envergonhado do que já estava. Principalmente por ver que pessoas nos degraus acima seguravam a risada.

— Desculpe. — Disse baixinho, abaixando o olhar, prestando atenção na onde pisava dali para frente.

Rapidamente estávamos no piso térreo e lá fiz de tudo para andar um pouco mais devagar. Até mesmo toquei em seu pulso, pedindo em silêncio para acompanhar o ritmo de meus passos. Sem necessidade de palavras, ele pareceu entender. No entanto, aquilo não nos impediria de chegar à saída. E aconteceu, de uma forma que sentisse meu coração apertar, assim que ultrapassamos aquelas portas automáticas.

No primeiro segundo fora de todo aquele ar-condicionado, notei pelo asfalto escuro que havia chovido e, além do ar úmido, existiam muitas flores no chão. Outono.

— Por onde você vai? — Vi seus cabelos movendo-se por causa do vento que nos atingiu.

— Para lá. — Apontei.

— Vai ir de metrô? — Logo que perguntou, balancei a cabeça assentindo.

— Vamos até lá, depois eu volto. — Dentro de mim, surgiu aquela dúvida do porquê de retornar ao shopping. Quem sabe deixei isso transparecer, já que ele logo acrescentou. — Deixei meu carro por aqui.

Isso foi inesperado.

— Você já tem um carro? — Tentei conter-me acerca da pergunta. Ele riu leve.

— Tenho. 23 anos.

Puta merda. Tínhamos uma diferença de cinco anos.

Eu até mesmo pensei em falar mais alguma coisa, no entanto Mark começou a descer os degraus na frente do grande estabelecimento, obrigando-me a segui-lo. Os carros andavam mais devagar devido ao trânsito que se formava, assim logo vi que o garoto mais velho demoraria para chegar em casa. Ele deve ter percebido também, pois suspirou ao meu lado olhando aquela linha de veículos.

Já próximo do metrô, a ventania aumentou. Eu parei acima de um dos degraus enquanto ele permaneceu na calçada. Chegou a hora que eu deveria me despedir, contudo, o problema era que eu não sabia direito como fazer aquilo. Apenas dar tchau? Dar-lhe um aperto de mãos formalmente?

Outra vez, peguei-o me analisando. A rajada de vento não trouxe apenas movimento àquelas folhas caídas, mas também espalhou a fragrância única e agridoce que sua pele possuía. Conseguia ouvir claramente as batidas do meu coração enquanto era privilegiado com a visão de seu sorriso de canto.

Pela segunda vez, Mark havia retirado meu fôlego.

— Nos falamos depois. — Pôs as mãos no bolso do casaco que trajava. — Até, Jackson. Foi bom passar esse tempo com você.

Tudo que consegui fazer depois de ouvi-lo, se resumiu no meu acenar e alguma confirmação. Ele não havia me achado chato. Tinha gostado da minha companhia. Riu comigo. Deixou-me tímido. Sobretudo, eu tinha lhe divertido, e isso era a melhor coisa que eu poderia ter entendido.

As folhas de tons amarronzados caídas pelo chão, com o vento, dançavam pelo asfalto, transmitindo graciosidade. Contudo, com o mesmo, elas rapidamente terminavam sua atração e partiam pelas ruas, fazendo-o você observá-las até… Sumirem.

Como eu fiz, até vê-lo desparecer na primeira esquina. 


Notas Finais


Aqui eu joguei algumas coisinhas que influenciarão mais pra frente, porém acho que não é perceptível jdfkgh.
Hm, o que acharam do Mark? Acho que esse é o ponto que eu estou mais curiosa -q
Nos comentários nos falamos. Hm, lembrei ligeiramente da Fallen escrevendo a parte do quase mico, ahah;;
Bem, encontro vocês, até o próximo! <3


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