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História Sweet Dreams (Malec) - Descanse em paz


Escrita por: Dany_Malec

Notas do Autor


Como não temos submundanos nessa fanfic, a foto se trata de uma festa fantasia em que ele foi com Magnus, 1 ano atrás.

Capítulo 44 - Descanse em paz


Fanfic / Fanfiction Sweet Dreams (Malec) - Descanse em paz

A agonia assolava o peito de Alexander naquele momento, os gemidos de dor do Ragnor eram fracos e havia sangue se espalhando pelo chão, rapidamente se aproximou tentando o levar para seu carro e dirigir rumo ao hospital, porém, pessoas que ali se aproximavam não o deixou fazer isso dizendo que seria melhor esperar a ambulância que logo foi acionada.

Mas quanto tempo eles demorariam? Queria mais do que tudo, o levar logo para ser atendido e salvo pelas equipes médicas, não odiava Ragnor apesar da discussão que tiveram, em momento algum desejou provocar aquele acidente, em momento algum quis que aquilo tudo ocorresse mas quando percebeu, um carro Ursula 1966 Cadillac estava passando por cima do Ragnor e indo embora sem parar para prestar socorro.

Qual seria a reação de Magnus? Ragnor sobreviveria? Ele o perdoaria pelo empurrão? O que aconteceria de agora em diante? Não sabia, não fazia a minima ideia e isso tudo o corroía, mas precisava ser forte e Isabelle o apoiaria sempre, onde ela estava agora? Na biblioteca, ligou para a irmã, desesperado enquanto seus olhos cheios de lágrimas não se desgrudavam da vitima.

-Alô? Izzy?-

-Oi, você já está vindo?-

-Ragnor foi atropelado-

-O quê? O Ragnor? Para qual hospital vocês vão?-

E ao fundo foi possível escultar a voz do Magnus dizer: O que aconteceu com o Ragnor? Ele vai pro hospital? Qual hospital? Isabelle, me da esse celular agora.

-Espere ai Magnus- A morena pediu enquanto tentava ouvir Alec que ao perceber a ambulância chegar, correu em direção aos enfermeiros perguntando o nome do hospital e nem foi preciso que o mesmo falasse para Izzy pois a própria conseguiu escultar um dos enfermeiros.

-Já estamos indo pra lá- Isabelle disse antes de desligar o celular.

É incerto o lugar onde a morte te espera e é incerto se algo realmente te espera após a morte, a morte pode ser um grande "talvez", talvez certa coisa aconteça ou talvez não, assim como acontecimentos enfrentados durante a vida, após a morte seu corpo não poderá mais viver das alegrias e risadas que algum dia lhe foram oferecidas pelo destino mas também não lhe dará choros e ressentimentos.

O famoso, "descanse em paz", á pessoas que dizem: A morte é a forma mais silenciosa de comemorar uma vida inteira.

Mas e quando mal se viveu? Quando se parte ainda jovem sem ter realizado ao menos 10% do que se planeja? Sabemos que o ser humano planeja sim muitas coisas e fica impossível concluir todas elas mas podemos tentar, expectativas e sonhos estão ai, não digo que os alcançará com exatidão mas o fato de tentar já vale a pena.

Apesar de tudo, há coisas na vida piores que a morte.

Ragnor Fell, nascido em 14 de setembro, se despediria do mundo 24 anos após seu nascimento, em um hospital de New York devido á seus órgãos terem sidos perfurados durante um acidente de carro e os médicos terem mais nada para fazer a não ser esperar a morte se concluir em menos de duas horas.

-Onde está o Ragnor? Como é que ele está?- Perguntou Magnus ao entrar no hospital com lágrimas nos olhos, aperto no peito e tremedeira em seu corpo.

Alec estava sentado em uma cadeira no canto se recordando de toda a cena inclusive quando entrou na ambulância dizendo que acompanharia Ragnor.

Se lembrava nitidamente de ter pedido perdão pelo empurrão se explicando, dizendo que não era a intenção dele provocar o acidente e Ragnor tossindo sangue enquanto via o desespero e arrependimento transbordarem os olhos azuis de Alec, apenas disse: "Você não teve culpa mas mesmo assim eu perdoo, não se culpe".

Doía a cada vez que dizia algo e quanto mais tempo passava, mais seus órgãos se definhavam.

Agora no hospital, Magnus tentava entrar enquanto enfermeiros estagiários o impediam mas a sorte de serem novatos é que não desobedeceriam uma ordem de Izzy que trabalhava naquele hospital a mais tempo como uma médica já formada, mesmo que estivesse atuando atualmente como pediatra, fez faculdade para medicina em geral e isso a dava credibilidade para mandar e desmandar nos estagiários.

-Deixem ele entrar- A morena afirmou e assim sendo, Magnus saiu correndo pelos corredores longos e brancos do hospital, estava com algumas tonturas mas isso não o impediria de chegar até seu amigo irmão.

-Ragnor?- Adentrou o quarto e se ajoelhou ao lado da cama do amigo.

Ele estava cheio de aparelhos e os batimentos cardíacos já não eram mais as mesmas coisas, ainda estava consciente, provavelmente veria sua morte chegar mas por outro lado estava feliz em ver Magnus ali.

E mesmo com a voz fraca, ousou falar -Você veio- sorriu o olhando.

-Claro que eu ia vir- O indonésio afirmou enquanto segurava a mão de seu amigo -Ragnor, você vai sair dessa, vai ficar tudo bem-

-Preciso te contar uma coisa- Tossiu logo em seguida.

-Não gaste energia, descanse, a noite você me conta-

-Eu não estarei mais aqui até lá-

-Não diga isso-

Ragnor sabia que não estaria mais vivo, sentia dores fortes e sabia que os médicos não conseguiriam o salvar, apenas encarou a parede amarela clara de seu quarto e segurando lágrimas, começou a falar.

-Obrigado, obrigado por tudo, todos os momentos especiais- levou a mão esquerda na barriga apertando de leve tentando disfarçar a dor -Magnus...- olhou nos pequenos olhos cheio de lágrimas do indonésio que permanecia segurando sua mão direita -Magnus, eu te amo-

-Eu também te amo Ragnor, eu te amo tanto, você é o melhor irmão de todo o mundo-

Viu um sorriso fraco e sem graça se esboçar na face de Ragnor que juntou sua força para erguer um pouco o braço e com o polegar começou acariciar as bochechas de Magnus.

-Magnus, eu te amo mais do que um irmão- E naquele momento lágrimas quentes começaram a percorrer o rosto de Ragnor e Magnus ficou espantado com o que ouviu -Desde os meus 14 anos, te amei e te desejei tanto, tive sonhos que eu havia me casado com você e formado uma família contigo adotando muitos filhos, mas foram apenas sonhos, eu sei que você amava e ainda ama o Alexander, sei que ele te ama também e o amor que ele sente por você não é pouco, eu juro que desde os meus 14 eu tentei deixar de te amar, me esforcei para me apaixonar por outros mas não consegui, eu fui um fraco e não quero que sinta dó de mim -Abaixou o braço novamente -me promete duas coisas?-

Magnus estava sem voz, lágrimas não paravam de percorrer seu rosto, como reagir ao que acabara de descobrir? Como? Mas ele entendia o Ragnor pois o próprio Magnus se apaixonou pelo Alec quando tinha 14 anos e tentou de todas as formas o esquecer, mas ninguém manda no próprio coração, Ragnor não tinha culpa e Mag mais do que qualquer pessoa, entendia isso e o que descobriu agora mudaria nada entre eles, Magnus continuaria amando Ragnor incondicionalmente como irmão e se ele saísse vivo do hospital, ele ajudaria seu querido irmão Fell a conhecer novas pessoas e se dar a chance de apaixonar por alguém em alguma balada ou até mesmo no The Bane's, ele se tornaria o cupido de Ragnor e anos depois os dois ririam tanto quando se lembrassem daquela conversa, tipo um:

"'-Lembra aquela época que você disse que gostava de mim? Hahhahahha-

-Sim hahah, que bobagem, já pensou que coisa louca? Ainda bem que hoje estou com outro e você continua com o Alec, nós dois nascemos pra ser irmãos mesmo-

-Eu concordo, bora tomar uma?-

-Só se for agora-"

Bem, na verdade não seria exatamente dessa forma mas quem sabe? Nunca descobririam pois Ragnor não teria a oportunidade de enxergar um outro dia, não teria nem a oportunidade de ver as estrelas daquele mesmo dia em que ele se encontrava, o dia 26.

Mas Magnus não havia conversado com algum médico, não fazia ideia do estado em que Ragnor se encontrava por dentro, apenas queria ficar ali dando seu ombro amigo e resolveu finalmente o responder.

-Qual as duas coisas que você quer que eu prometa?-

Tossiu sangue mas limpou com um pano que estava próximo e voltou a unir suas forças para falar, agora sua voz não era mais a de antes, sua testa estava com curativo mas visivelmente se percebia os maxucados, estava soando frio e seus olhos não tinham mais o brilho que sempre teve, sua boca estava seca e suas mãos geladas -Primeiro... coff coff, se qualquer briga vier algum dia, não esqueça que o Alexander te ama de verdade, e segundo... por favor, não se recorde de mim com raiva-

-Ragnor, eu não tenho raiva de você, eu não tenho raiva pelo que me contou, eu continuo te amando da mesma forma que antes, você continua sendo meu irmão e quando nós dois sairmos daqui, eu vou te apresentar um tanto de gente maneira, tu vai ver, vai acabar com a fama de pegador que eu tinha nas festas, vai ficar tudo bem com você-

Outra tosse de sangue veio e Mag ajudou o amigo a se limpar.

-Magnus...Não precisa ficar vendo isso-

-Lembra? À anos atrás você tinha conseguido se inscrever em uma excussão para a disney, quando você tinha 14 anos. E eu subi em uma árvore para pegar manga. Eu cai e quebrei o braço, lembra? Você desistiu de ir pra disney, cancelou tudo e em nenhum momento desgrudou de mim no hospital, você me disse "Hey, vai ficar tudo bem, e eu não vou desgrudar de ti nem que você tente quebrar meu braço, eu estou aqui você pro que precisar"- Ambos sorriram ao se lembrar daquilo emocionados -Ragnor, nem que você tente quebrar meu braço, eu vou continuar aqui-

Os batimentos cardíacos começaram a cair cada vez mais, os órgãos agora estavam atingindo outra região de seu corpo e naquele momento Ragnor começou a se contorcer.

-Ragnor? O que está acontecendo?- Olhou para trás tentando buscar ajuda, precisava que alguém salvasse seu amigo, mal sabia que ele já não tinha mais salvação -SOOOCOOORROOOO, ALGUÉM AJUDA AQUIIII- Virou novamente para Ragnor que ainda se contorcia de dor -Aguente firme, por favor, seja forte- segurou a mão dele voltando a chorar mais -Seja forte Ragnor, eu juro que nunca mais roubo seus doces-

-Me perdoe- Por um impulso Ragnor se aproximou, segurou a nuca de Magnus e o deu um selinho, na verdade aquilo não foi uma traição de Mag e em momento nenhum ele quis aquele selinho, quando viu, Ragnor já estava o dando um selinho e caindo pra trás na cama novamente, desejou tanto encostar nos lábios do indonésio algum dia e agora 20 segundos antes de morrer, fez isso, realizou seu sonho, seu último desejo -Seja feliz com o Alec e obrigado por tudo meu amigo, por tudo meu pateta-

E ali Ragnor morreu com os olhos abertos, ali Magnus gritou e chorou de dor, ali Alec chegou no quarto e o abraçou consolando, ali o dia 26 deixou sua marca.


Notas Finais


Ps: Amo vocês 💘


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