História Sweet Night - Capítulo único

Vagar pela madrugada era comum para ele e gostava daquela vida noturna. Assistir os humanos festejar como se fossem seus últimos dias era divertido. Bem, para alguns poderia ser.

Sua jornada era solitária, não gostava de andar com muitos da sua espécie para evitar as inúteis brigas pelo alimento. Caçava e fisgava sua presa sozinho. E era isso que estava para fazer no momento.

A séculos Jung vaga pelo mundo e estava sempre se adaptando para passar despercebido, mas pecava em ter uma maldita boa aparência. Isso facilitava na hora de atrair algo para comer, mas o estressava por ter de dispensar humanos que não o interessava.

Entrou na boate que estava lotada em sua noite de estreia, cumprimentou o segurança com um aceno. afinal quem melhor para cuidar das boates que os próprios filhos da noite? Sim, boa parte das noitadas eram organizadas pelos vampiros, um ótimo negócio para manter sua espécie viva.

O cheiro de suor, álcool e sangue entrou pelas narinas de Jung antes mesmo de estar no salão fazendo seu corpo acordar e ele respirou profundamente aproveitando o aroma, suas presas fizeram menção de sair mas ele se conteve por hora. Porque acabar tão rápido?

Subiu para os camarotes ganhando olhares diversos devido ao decote de sua regata. Estava de preto com um terno estampado em preto e branco, um pequeno acessório no pescoço para presentear sua vítima da noite.

Sentou-se à mesa pedindo um conhaque sem olhar para quem lhe atendia, seus olhos já procuravam algo para o distrair na pista abaixo. A música era alta como sempre e as pessoas pareciam ser as iguais. Estava no fim de sua bebida e desistindo de tornar a caçada interessante quando seus olhos esbarraram em fios loiros e uma blusa de seda branca.

É você!

Seus lábios sorriram. Sua imaginação ativou vendo aquele tecido tão claro e limpo. Passou a língua nos dentes já imaginando aqueles tecidos sujos de sangue. Levantou-se e sem esforço encontrou o loiro na pista. Ele passava com habilidade entre as pessoas. Parou atrás do loiro que conversava animadamente e em um movimento rápido fez que se esbarrassem  derramando a bebida do outro.

- Oh! Desculpe - O loiro gritou por causa da música alta.

- Está tudo bem. -  Falou no ouvido do outro criando uma aproximação. Sorriu mostrando seus dentes brancos. - Foi minha culpa, estava distraído..

- Bem, eu devia achar um lugar melhor pra conversar também. - O loiro riu fazendo menção a sua roda de amigos.

Estavam próximos para poder ouvir o que o outro falava. Jung acenou para que o outro aproximasse um pouco mais.

- Me desculpe dizer, mas você não combina com o ambiente. Quer dizer.. - Jung riu disfarçando um embaraço. - você chama muito atenção.

- Gosto disso. - Respondeu flertando e caindo na armadilha de Hoseok.- Mas se formos observar, você combina menos ainda.. - Levantou uma sobrancelha e mordeu o lábio. - Arrumado demais, não acha?

Hoseok sorriu percebendo que havia sido notado. Apontou para cima nos camarotes.

- Não costumo ficar aqui em baixo. - Explicou notando o olhar do outro acompanhar seu dedo que apontava para cima. - Me dê a oportunidade de recompensar a bebida que perdeu e suba comigo.

Se olharam por alguns instantes. O loiro procurava sinais de que poderia confiar no homem a sua frente, seu corpo apenas queria segui-lo. Ele se aventurava eventualmente, mas essa noite algo dizia para ele não ir. Calou o aviso mental e assentiu fazendo Hoseok sorrir largo.

- Seu nome? - Hope perguntou ao pé do ouvido do outro aproveitando a aproximação e sentindo o cheiro do sangue que corria rapidamente.

- Kim Taehyung. - Respondeu.

Encontraram rapidamente os degraus e dirigiram-se a mesa com um lugar adicionado ao pequeno lugar. Pediu dois conhaque e olhou para o convidado oferecendo sua mão.

- Hoseok. - Deram um pequeno aperto de mãos. - Melhor conversar aqui, não?

- Muito. - Tae apoiou-se no vidro que os impedia de cair na pista observando as pessoas. - Ficou me olhando daqui de cima?

A pergunta direta do loiro surpreendeu Jung, mas o mesmo sorriu colocando as mãos no bolso.

- Me pegou. - Os dois riram.

- Pareci ser interessante o suficiente para te levar até lá em baixo? - Tae virou encarando o outro.

- Muito. - Hoseok  aproximou-se o cercando e ambos sorriam. - E eu pareço  interessante para você?

- Mais do que imagina. - Taehyung ia findar o espaço que tinham entre si, mas parou seus movimentos quando viu o garçom.

As bebidas chegaram, Hoseok pegou os dois copos, ofereceu um para Tae que pegou. Era a bebida que se assemelhava ao sangue, a ardência e satisfação que desciam pela garganta eram quase iguais. A diferença era que poderia ficar bêbado com o sangue, mas não com a bebida alcoólica.

Quando maestramente Taehyung degustou aquela bebida da maneira mais correta. Hoseok recostou-se atrás do loiro, fechou o olhos, mas mal sabiam que ele estava observando cada gesto e sentindo o álcool entrar no sangue mudando levemente o aroma de sua presa.

- Repita. - Hope ordenou começando sua brincadeira e usando seus dons.

Taehyung sentiu a voz do outro ecoar dentro de si como um comando automático. E enquanto repetia a degustação sentiu os lábios umidos tocarem a pele de seu pescoço e quando soltou o ar algo espetou sua pele. Quis gritar, mas era tão bom quanto era ruim. Sem perceber tombou a cabeça no ombro de Hoseok atrás de si.

Assim que o líquido encostou em sua língua,o vampiro, sentiu o corpo abaixo estremecer, então iniciou uma sucção lenta. O sabor daquele loiro era maravilhoso. Quando o peso do corpo de sua presa escorou sobre si ele sabia que havia ganho. Engoliu o primeiro gole da noite, tirou as presas e lambeu o local.

- Quer mais? - Tae perguntou.

- Não vai fugir? - Hope disse oferecendo solta-lo.

- Porque fugiria de algo tão bom? - Suspirou pesadamente e virou a cabeça oferecendo o pescoço.

Hoseok sabia que era o veneno fazendo efeito mas era adorável ver algo tão entregue a si. Voltou as presas ao local e desta vez ouviu um gemido e uma mão veio em seus fios. Deixou um filete de sangue escapar assistindo este descer na pele morena do outro encontrando o tecido branco e o sujando. Tae mexeu-se esfregando seu corpo no dele e segurou a cintura do mesmo sugando mais do sangue. Quando soltou desta vez não limpou o local, deixou que o sangue escorre-se para que depois pudesse usar a língua e ouvir os gemidos que queria.

Ele amava aquilo, e Tae seria seu brinquedo essa noite. Talvez o deixasse vivo, isso claro se conseguir segurar sua vontade de consumir cada gota daquele corpo.