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História Sweet Revenge - Inglorious Bastards


Escrita por: focusnavy

Notas do Autor


Oi Gente, preciso que vocês leiam aqui antes de ler o capítulo.
LEIAM AQUI MEUSZAMO.

PRIMEIRAMENTE : Des pa cito ♡

》》Nesse capítulo, vocês vão ver a Hilary falar muito sobre o Filme "Bastardos Inglórios", primeiramente, eu não tirei nada do filme, só os apelidos que a Hill da para os personagens ( ela estará delirando), além de chamá-los de soldados e se referir ao Beadles de várias maneiras diferentes.
》》As partes em itálico no pov são ela falando de como foi a semana/dia ( achei importante avisar para não ficar confuso)
》》Os asteriscos (***) são para dividir um flashback do outro
》》 Se quiserem ouvir demons ( Imagine Dragons vai ficar legal, mas não é necessária pq não tem a música no capítulo )

boa leitura.

Capítulo 32 - Inglorious Bastards


Hilary Blake p.o.v



Sinto um cheiro forte e mexo o nariz, me arrependendo brutalmente quando eu sinto uma dor insuportável ali, tento abrir os olhos, mas os mesmos estão colados, não tenho força o suficiente para tentar piscar, não me atrevi a mexer meu corpo, pois eu sei que resultaria numa dor horrível, senti alguém puxando algo da minha lombar, abri a boca para reclamar da ardência do tiro, mas o que saiu foi um gemido de dor, ouvi um barulho de algo arrastando no chão, logo uma porta - parece ser de metal - se fechou e o quarto tremeu com o tamanho do estrondo, mesmo com os olhos fechados, eu sei que aqui está escuro.

Meus braços estão cruzados sobre o meu peito, como se eu estivesse sendo velada, desfiz a posição e a dor na lombar aumentou, o cheiro ruim vinha de mim mesma, era o sangue seco junto com algo que eu vomitei quando estavam me trazendo pra cá.

“Pra cá”... eu nem sei o que seria o “cá”, já que não tenho ideia de onde estou.

Tateei o chão, senti que era apenas concreto, apertei ali e tentei virar o corpo pra achar um ponto de equilíbrio, que me ajudará a ficar em pé.

De bruços eu apoiei a mão no chão, como se fosse fazer flexão, dei impulso e cai, bati o rosto no chão áspero, arranhei a bochecha.


Tentei mais uma vez, decidi que se essa não desse certo, eu continuaria caída no chão. Suspirei, fiz força e levantei cambaleando.

Gemi de dor ao passar a mão onde a bala estava, neguei com a cabeça, tentei abrir os olhos, consegui.

O cheiro de mofo pareceu dominar minhas narinas, não passa de um quarto pequeno com uma grade - se a intenção era ser uma janela, processe o arquiteto -, as paredes estão rebocadas e revestidas com um tipo de alumínio, então, qualquer coisa que eu gritar ninguém vai ouvir. No canto tem apenas um vaso sanitário e uma pia velha, caindo os pedaços.

Com esforço, caminhei até lá, abri a torneira e duas gotas caíram, suspirei e abri mais, uma fina linha de água gelada começou a cair nas minhas mãos, retirei a blusa de moletom, molhei e comecei a passar no rosto, onde eu sentia que tinha sangue, passei também sobre o ferimento do tiro, soltei um grunhido, me apoiei na parede.


Justin fez isso comigo, me surrou, descobriu.


Eu não estou surpresa com isso, Christian disse que falaria sobre mim, eu cheguei tarde, Justin me odeia.

As palavras, tudo. Tudo o que aconteceu na pista privada foi consequência dos meus atos - ou falta deles -.

As lágrimas estão à beira dos meus olhos, mas eu não quero derrubar nenhuma, porque dói, soluçar machuca meu corpo ainda mais.

Notei uma câmera pendurada no centro do teto, a escuridão daqui é evidente, só não está tão escuro por conta de alguns raios de sol que ultrapassam a pequena grade, quase no teto, de tão alta.

Por mais que eu esteja prestes a morrer, eu preciso avisar Justin de Jeremy, ele pode estar puto e fazer as piores coisas comigo, mas mesmo assim, ele tem que saber que o próprio pai quer assassiná-lo.


- Bom dia, princesa - ouço a porta se abrir e a voz de algum homem ecoa no quarto, me viro para ele, ainda de pé - olha o que eu trouxe - ele joga uma corda fina e uma sacola com bisturis no chão, em seguida, dois homens entram com uma cadeira enorme, deixando no centro do cômodo - vamos, sente-se.

- Não - dou de ombros, falando mais baixo do que eu pretendia.

- Não? - ele vem até mim e eu mantenho a postura.

- Se você ousar encostar essa mão nojenta em mim - faço uma pausa, pela falta de fôlego - eu acabo com você.

- Sozinha? Toda machucada? - O rapaz passa a mão no meu rosto e eu seguro sua mão, empurrando, em seguida, acerto uma cotovelada no seu rosto, dando outro soco com o punho esquerdo.

- Sozinha e machucada, mas não morta - cuspo as palavras, evitando fazer cara de dor por conta dos movimentos.

- Ela é selvagem - o outro que ajudou com a cadeira murmura - mas nós estamos em maior quantidade, gata.

- Ah… claro - debocho, me sentando na cadeira, não porque eles mandaram, mas sim pela tontura que me deu - três homens ridículos que vivem de anabolizantes e são mais lentos que uma tartaruga com paralisia - dou risada, tombando a cabeça -  vocês não me dão medo, me dão vontade de rir, isso sim… vem cá? Quando foi que você fodeu alguém? Parece que nem pênis você tem - aponto para o mais baixo - você deve ser virgem, só pode.

- Você fala bastante, estou surpreso - suspiro pesadamente ao ouvir uma voz conhecida e desagradável…  James - saiam, Justin vai dar novas ordens em alguns minutos.

- Eu falo, falo bastante - gesticulo - falo… falo muito.

- Que bom, agora me fala, onde está o Blanco? - James para na minha frente e eu ergo o olhar.

- Só um segundo… - olho no bolso da calça - no meu bolso ele não está, o que é estranho, quer dar uma olhada nesse seu cu pra ver se acha ele? É que tanta coisa passa por aí…

- Engraçadinha… - James pega a corda e eu tento sair da cadeira, sendo empurrada de volta, rapidamente ele amarra meu pulso direito no braço da cadeira, em seguida, amarra o outro e eu reviro os olhos - vamos, engraçadinha.

- Você não sabe o quanto eu sou engraçada… - estalo a língua no céu da boca e mexo meus pés - Hey, James? - chamo e ele me olha, arqueando a sobrancelha  - você não serve nem pra amarrar meu pé - ergo a perna, acertando um chute forte no saco do segurança, ele se remói apertando ali e eu chuto sua canela com a outra perna, quase gritando de dor por causa do ferimento aberto no meu corpo - arrombado.

- Você está muito espertinha - James aperta meu rosto e eu tento virar, sentindo ele apertar mais - vamos esquentar as coisas, Blake - Suas mãos rasgam a minha roupa, deixando a parte dos seios exposta, mostrando o top.


Ofego um pouco, ouvindo a porta abrir e os mesmos seguranças que estavam aqui antes trazem uma barra de ferro, junto com uma caixa com carvão, sendo dominado pelo fogo.


- Esquente- James ordena e agora sim eu sinto um calafrio anormal, vendo a ponta do ferro começar a ficar alaranjada - Diga onde o Blanco está! Onde ele se esconde? Fala, vadia de merda.

- Falar o quê? - me faço de sonsa - Ah… Blanco, bom, ele deve estar rindo da sua cara, comendo alguém… quem sabe sua mãe, sua filha… sua irmã?

- Te dou mais uma chance de falar - Ele ergue o ferro.

- Uou, calma aí - faço uma pausa - eu sei onde está.

- Diga.

- Ele está aqui - dou de ombros, evitando rir - ele está aqui te olhando, dentro dessa sala.

- Aqui? - ele olha para os outros - como assim aqui?!

- Você é burro, superou o Beadles, ah… então, ele está aqui te olhando.

- Me olhando?

- É, James,  te olhando - reviro os olhos, começando a rir - otário.

- Filha da puta - ele não hesita em passar o ferro quente na minha barriga, fazendo ali arder de maneira constante, até os pingos de suor se evidenciam na minha testa e eu travo o maxilar, sentindo meu peito subir e descer - FALA!

- EU NÃO SEI! - Aperto a mão na madeira - não sei nem como ele é!

- Dá risada agora, vagabunda! - um deles vem por trás de mim e coloca uma mordaça na minha boca, o outro prende o meu pé, jogando o ferro longe.

- O que o patrão disse? - James toma a palavra.

- Socar até ela desmaiar - a resposta vem imediatamente.

- Isso é ótimo, Trevor - James responde, acertando um soco no meu estômago, em cima da queimadura e eu me contorço na cadeira.

- Melhor ainda vai ser encher ela de cortes, quando acordar no chão frio, vai morrer de dor - o que eu não sei o nome diz debochando.

- Eu sou mais homem que todos vocês juntos - murmuro  embolado por causa do pano na boca e recebo outro soco no estômago, logo, Trevor pega uma faca e passa na minha coxa, onde eu já havia levado um tiro, abrindo a cicatriz, como meu corpo está quente, a dor não é forte, mas é existente.

- Só que tem uma buceta - James ri.

- Deve ser bem apertada, rosinha… - Trevor morde os lábios e eu tombo a cabeça para trás, sentindo um chute nas pernas, o outro filho da puta deixa a faca fincada no meu joelho e eu nem ouso mexer.

- Olha como ela está suada - Os dedos dos três trilham meu rosto - imagina ela na cama, suando selvagem desse jeito… a gente podia ver como é.

- O patrão não mandou foder a ruivinha - James repreende os amigos - mas se ele mandar, nós três vamos nos divertir.

- Antes dessa verruga me tocar - sinto saliva sair da minha boca, junto com sangue - eu arranco fora nos meus próprios dentes e costuro na boca de vocês…

- Realmente, ela não cala a boca.

- Não, Kenny, ela não se cala - James murmura e eu olho pro tal Kenny.

- Muita conversa e pouco serviço - Trevor arranca a faca do meu joelho, passando no meu pescoço, onde também tinha um corte feito por Gerald, quando me sequestrou em casa e me trancou com Justin e os garotos no casebre.


A dor ali foi maior que qualquer outra, os três tornaram a me socar, não resisti, meu olho fechou e eu apaguei.



Justin Bieber p.o.v



Retirei o fone e fechei o notebook, sem esperar uma segunda palavra do Christian.

Cada soco que deram na Hilary, mostrado na câmera de segurança, me deixou com dor de cabeça. A forma em que ela dizia tudo em deboche.

Eu quero que ela tema à mim, e ela é totalmente destemida.

Ela é forte, ela é uma filha da puta que resiste à muita coisa.


Com dificuldade me levantei da cadeira dura feita de plástico e massageei as têmporas, fitei a parede com a placa exigindo silêncio e vi o médico passar pelo corredor apressado, entrando no quarto em que Chaz está, o que me desesperou foi que ele não  entrou sozinho, a equipe médica seguiu junto, Ryan - que está calado, provavelmente por conta da namorada ser também uma mentirosa - se levantou do seu canto e foi até o vidro. Caminhei até lá, vendo uma muvuca de médicos e enfermeiros, não entendi o ocorrido, apertei meu cabelo.


É tanta coisa na minha mente que eu chego a ficar tonto.


Saí do aeroporto, voltei pro hospital, e aqui estou desde ontem. Juro que tento focar minha mente em achar Blanco, já que vi ele no aeroporto, mas ele saiu do país, estou louco, louco de ódio da Hilary, e cada vez mais eu me lembro de tudo o que ela dizia, de como eu estava cego.


Lembrei da tatuagem do calcanhar quando analisei um dos documentos que Christian pegou da casa dela, tinha tudo sobre Marvin, inclusive a data que ela tinha tatuada - que ela dizia ser o nascimento do tal Maurício -, lembrei do vídeo do ataque com máscaras do coringa, fui pensando em tanta coisa que fiquei sufocado, cheguei louco no hospital, Butler até pediu que os médicos me dessem algum calmante.


Mas eu juro que não entendo, não entendo porque ela se aliou com Blanco e se fazia de vítima, concordava em ter uma irmã, levou em conta a morte da mãe.

Será possível que tudo isso foi só pra fazer com que eu confiasse nela?

Tivemos tantos momentos juntos e ela não tentou nada.


Não, Justin, claro que ela não tentaria… com o apoio de Blanco, Hilary não precisava mover um dedo, ele já estava acabando comigo e com a minha família aos poucos.


Para ajudar, Blanco retirou uma quantia enorme do meu capital aqui em Chicago. Coitado dele se achar que me deixou sem nada.

As outras meninas sumiram, provavelmente estão com Blanco, ou fazendo algo por baixo dos panos para resgatar a amiga, a mãe dela também não deu as caras. Todos sumidos.


O que eu espero agora é que a equipe toda apareça repentinamente no galpão pra ajudar a Hilary, eu já ordenei para os meus funcionários que se alguém desconhecido chegar ali, é pra eles meterem bala, ninguém entra e quem sair, sairá morto.


- Meu filho! Eu quero ver o meu filho! - saí dos devaneios com gritos femininos, conhecidos por mim - Eu quero ver ele, me deixe ver ele! - me virei, vendo a senhora Somers ( minha segunda mãe) correndo, sendo impedida por médicos - Justin!

- Cassie - vou até ela, recebendo um abraço apertado, ouvindo ela soluçar.

- O que aconteceu com ele? Meu filho, meu único filho, ele… ele tá em coma, Justin, ele tá morrendo - sua voz sai desesperada e eu aperto seu corpo, tentando achar as palavras certas - meu filho não… a gente tem que fazer alguma coisa, você pode ajudar? Por favor!

- Ele precisa de doação sanguínea e um transplante de fígado… o médico disse que achou um doador para a transfusão e ele vai chegar aqui de noite.

- Mas a cirurgia que ele vai fazer é arriscada, ele pode morrer no processo, eu quero ver ele, eu preciso.

- Tia Cassie, - seguro seu rosto, vendo ela limpar os olhos - vai dar tudo certo, você vai ver - assegurei e ela assentiu, ajudei ela a se sentar, Ryan e Chris vieram cumprimentá-la em seguida.

Se o Somers morrer, eu acabo com toda a geração dos Blake e faço esse sobrenome ser extinto.



(...)


Hilary Blake p.o.v



Primeira semana


Eu mal posso contar quantos socos e tapas eu já levei, sei que hoje completa uma semana que eu estou aqui, não sei se compensa contar os dias, nem as horas, nem nada, mas jogada nesse chão vestida apenas com calça e top, eu concluo que não, não compensa.

Depois de me apagarem com socos, eu não acordei de forma agradável... 



- Em pé! - gritaram bem no pé do meu ouvido, não pude ver quem era, ou ao menos, reconhecer a voz, minha cabeça estava latejando - Eu mandei levantar! - fiz o que mandaram, mas com a perna machucada e o frio ambiente cortando mais minha pele em dor, eu caí no chão sem forças, mas levantei.

- Quer um show de Strepetease? - ainda fiz piada e o homem alto e robusto foi atrás de mim, uniu minhas mãos e as prendeu, percebi que a porta estava aberta e uma ponta de esperança fez meu coração se aliviar um por cento, será que eles iriam me soltar por aí e me deixar fugir? As meninas estão aqui presas… minhas amigas, eu mal sei como elas estão, e se elas foram pegas? E se Amber deu um jeito de me tirar daqui?

Minhas perguntas foram respondidas quando eu fui empurrada pelo corredor imenso de cor escura, entrando numa sala gigantesca.


Era a mesma sala em que Justin torturou Bruce, aquela dos ganchos e tudo mais.

Vi uma brecha, uma porta aberta que dava em outro lugar, assim que o idiota foi falar com outro, meu desespero percorreu pela minha corrente sanguínea e eu corri até a porta, corri como nunca tinha corrido antes, o lugar parecia mais um labirinto, meu coração saltava de felicidade e medo.

Os gritos dos homens furiosos atrás de mim me amedrontavam, me fazia tremer ainda mais, fui de corredor em corredor, lembro que acertei um deles que estava na minha reta com o par da algema que ficou solto, já que o cara estava soltando minhas mãos quando eu corri.

Corri  mais ao ver uma porta enorme aberta, passei por ela e tropecei em um pé tamanho 44, cujo sapato social estava ralado, reconheci imediatamente.

James.

Fui levantada por ele e jogada em suas costas, gravei bem o trajeto que eu havia feito.

James, o segurança mais filho da puta de todos me levou para a sala que eu estava antes, o tumulto de homens de preto cessou, aquilo até me lembrou um filme péssimo de ação e drama, estrelado por Brad Pitt. Ah… Bastardos Inglórios.

Esse será o nome do meu livro, que sairá assim que eu me mandar daqui.

Se eu sair.


Olhei em volta, escolhendo o meu Brad Pitt, que no filme atua como o tenente Aldo Raine.

Perdi a seleção do meu elenco quando o rapaz que me acordou aos berros grudou no meu cabelo, me dei conta do que aconteceria quando me deparei com um barril transparente cheio de água e nem tive tempo de contestar, o meu rosto foi de encontro com a água e ele aprofundou minha cabeça ali, prendi a respiração o máximo que pude, mas o Sargento Donnie Doniwitz ( o apelidei assim, pois esse cara é o que eu mais odeio no filme ), me chacoalhou fortemente enquanto me afogava.

Ouvi risadas de todos ali, alguém até apertou minha bunda, acariciou de modo bruto minha intimidade, me senti impotente e violada, tentei chutar o infeliz, isso resultou em uma ardência na lombar onde o buraco do tiro está , resultou também em eu gemer de dor e começar a engolir água, sem conseguir parar.

Foi instigante, eu passei a gritar, me debater e consegui erguer a cabeça, respirei cuspindo água de maneira abundante, minha garganta chegou a doer e sangrar, eu ja tinha perdido as contas de quanto sangue eu cuspi esse dia.

Impiedosamente, Donnie voltou a me afogar, eu não fui capaz nem de prender o fôlego antes, os hematomas do meu rosto latejaram, a água do meu cabelo escorreu abundantemente pelas minhas costas, mais mãos passaram pelo meio das minhas pernas, eu quase esperneei, a água foi entrando na minha boca cada vez mais, e dentro do barril eu tentava cuspir o líquido, idiotice a minha.


Quando me levantaram mais uma vez, eu comecei a vomitar, água, sangue e o pedaço de pão que me deram pela manhã, senti um tapa na minha cara e gemi, ainda cuspindo a substância nojenta.


Ergui minha cabeça, com a visão embaçada, cambaleando, jurei ver Justin ali, eu até gritei algo sobre Jeremy, mas não, ele não foi nenhum dia dessa maldita semana.


Delirando, me levaram para o quartinho novamente, meu corpo surrado estava dormente de tanto frio.

Caí no chão e me encolhi no canto, a câmera continuava ligada, eu enxergava duas ou três delas.


E foi assim, pelos seis dias seguintes.



Segunda semana



Barril de água, o que poderia ser pior que um maldito barril cheio d’água?

Me perguntei sobre isso aquela manhã.


James e o resto dos bastardos insistem em me perguntar onde Blanco está.

Como se eu soubesse.


Falei sobre Jeremy e eles acharam ser delírio meu, estranhei a demora dos Soldados aquela manhã.


Já apelidei todos conforme o filme.


Duas horas caída no chão sem conseguir me mexer direito, sentindo o peito arder em uma gripe forte.

Eu não poderia esperar menos.


Pois bem, a porta foi aberta.


Aldo Raine entrou, apelidei James assim, pois ele é o que manda aqui, assim como no filme, ele é o mais impiedoso. Em seguida, Donnie, o cara que me afogou entrou, Trevor, o Frederick Zoller, chamou alguém e touché.


- Olá, ruiva - Hans Landa, o coronel, mas conhecido como Christian Beadles riu ao me ver naquele estado.

- Barbie - murmurei - que saudade - ri repugnante e ele ordenou que me colocassem em pé, me analisando - não sou pro seu bico, Hans - ele pareceu estranhar o nome que eu disse - onde está o meu querido diretor? - me referi ao Justin - sabe, não tem como estrelar isso sem ele.

- Está delirando - Christian se aproximou e acariciou meu rosto.


E no fundo eu sabia que estava delirando, com certeza a febre e a fome causou isso.


Eu ri.


- Hans, quando o diretor souber quem é você realmente ele dirá “ Até tu, Brutus?” - senti meu estômago revirar e vomitei mais sangue - Jeremy vai matar o próprio filho e você sabe…

- Ela está delirando - Beadles repetiu, não, nessa parte ele sabia que não era delírio meu - podem começar, rapazes.


A trupe de bastardos me arrastaram lá para fora e eu gritei, gritei e tentei correr ao ver os ganchos suspensos ali.


Os soldados me seguraram com força e eu berrei implorando por misericórdia.


- Por favor, não! - repeti aquilo muitas vezes ao imaginar meu corpo suspenso ali - por favor, eu imploro - caí de joelhos, gemendo de dor pelos cortes ali feitos com a faca - Não faça isso, eu imploro!

- Comovente - o coronel me levou até lá e segurou o gancho, me debati e o resto deles me seguraram.

- NÃO! - Meu grito foi alto e eu recebi um tapa na cara, parei de lutar quando senti o gancho atravessando meu joelho.


Esperneei de dor, era uma sensação horrível. O suor escorria sem cessar e o objeto na minha pele continuou a atravessar por ali, até perfurar o outro lado.


- PARA COM ISSO! - Alucinação talvez, dizer que essa voz era do meu marido - EU DISSE QUE NÃO ERA PRA FAZER ISSO! - Caí para trás e dei com a cabeça no chão, com a imagem de Justin sob meus olhos. Logo, o gancho foi puxado de volta e eu gemi de dor, sendo arrastada para o quarto.


A voz dele me seguiu pelos corredores e impossibilitada eu fui jogada no chão, no meu cantinho empossado de sangue seco.


Eu o via sentado me analisando vestido de soldado, coronel e vestido como o diretor do filme, meus olhos não reproduziam sua imagem com perfeição, mesmo aos delírios, eu sabia que ele estava lá.


- Te ver assim acaba comigo - sua voz tomou conta do local e meus olhos mal abriram - mas ao mesmo tempo, me deixa equilibrado ver que a mulher cujo fez minha vida se desgraçar está sofrendo.

- Não tiro sua razão - silabei - cuidado com o Hans… ele sabe sobre coisas demais e é mais falso do que eu - abri meus olhos - eu ia vingar de você até… - tossi, cuspindo - até você me mostrar sua família… eu nunca faria mal pra pessoas inocentes… eu sei que você não acredita, diretor - ri com o adjetivo - mas eu não sei quem é o Blanco, eu só sei a verdade sobre o Hans… só isso.

- Quem é Hans?! - foi tudo o que ele perguntou.

- Você o selecionou no elenco, mas ele é um traidor - fechei os olhos - abra os seus - apontei pro meu olho, como aviso - Abra seus olhos, anjo - tentei fazer o joelho parar de sangrar - abra os olhos e me mate logo, eu chego a implorar para que você me mate com suas mãos - suspirei, engasgado com algo.

- Eu não consigo - foi tudo o que meu marido disse, se levantou e bateu a porta.



A segunda semana foi menos dolorosa, socos e tapas diariamente, foi tudo o que eu recebi.

Rezei para que a terceira semana fosse assim.



Terceira Semana



Justin Bieber p.o.v



- Ei, cara - entrei no quarto, vendo Somers abrir os olhos minimamente - como está se sentindo?

- Podre, cara - Chaz se senta, melhor - eu falei à pouco com a minha mãe, ela está mais aliviada.

- Cassie estava desesperada -  cruzo meus braços.

- Eu sei… - ele ri e eu suspiro, vendo Ryan entrar - Butler…

- Dude - Ryan faz um toque comigo e finge beijar o Somers  - vem cá, deixa eu fazer sarar - Butler brinca e eu dou risada.

- Agarra tua morena, cara - Chaz o empurra e eu suspiro pesadamente, vendo Ryan perder o sorriso - disse algo errado?

- Tem muita coisa pra ser explicada, Somers - digo e ele cruza o cenho - se resume pela Hilary ter atirado em você.

- A Hilary? - Ryan pergunta e eu assinto.

- A Hill não atirou em mim, Gerald atirou - Charles diz e eu que fico confuso.

- Eu estava lá, Justin, no tiroteio ela estava no quarto, se escondendo, Chaz foi atingido pelo Gerald - Butler fala com estranhamento.

- Mas a etiqueta na roupa do Somers com o nome dela…

- Etiqueta? - Charles pergunta, mais perdido que cego em tiroteio.

- Charles, relaxa aí - saio do quarto, puxando Ryan - como ela não atirou nele?

- Ela pode ser a vadia que for, Justin, mas ela não atirou nele.

- Mas o Christian me mostrou a etiqueta!

- Ninguém colocou a etiqueta na roupa do Charles, eu estava lá  - Ryan dá de ombros - Acho que Christian se confundiu.


(...)



Já é terça-feira e essa é a terceira semana dela no galpão, parei para pensar nisso assim que sai hoje do hospital, desde ontem quando Ryan disse que Chris se confundiu eu estou com o pé atrás.

Hoje eu vou questioná-lo.

Passei esse tempo todo em Chicago, só fui pra LA  quando impedi que os seguranças colocassem ganchos na Hilary.

Eu queria saber quem passou tal ordem, certo que eu quero vê-la  machucada, mas eu nunca mandei que fizessem isso, na verdade, eu não tenho passado muitas ordens desde quando vi a do barril de água pela câmera.


Suspiro vendo Chris entrar - como sempre com o notebook - e ele se senta ao meu lado, fito o computador por um tempo, vendo que ele está no sistema do galpão, mostrando a Hill caída no canto de sempre, aparentemente, desmaiada.


- Por que está me mostrando isso? - pergunto.

- Achei que gostaria de ver como ela está.

- Christian, não foi a Hilary que atirou no Chaz.

- Não? - ele me olha parecendo confuso.

- Não, não foi ela - cruzo meus braços, sem desviar o olhar dele - não tinha nada com o nome dela na roupa do Somers, Ryan estava na sala, ele viu… - faço uma pausa - de onde você tirou aquilo?

- Da roupa dele, eu tenho certeza - ele volta a olhar pro computador e eu fico pensativo - ela não para de delirar.


Mordo o lábio, massageando minha cabeça, pegando um fone, para ver como ela está.


- Está falando nomes, se referindo à eles como soldados… acho que está chegando no fim da linha, já é a terceira semana e ela está resistindo, sendo que na semana passada não passou de socos e chutes, acho que deveríamos aumentar mais o grau de sofrimento… digo, ela já fez coisas horríveis com você e com sua família, acho que estar viva machucada ainda é bom demais pra ela, ela tem que implorar pela morte, Justin.

- Você tem razão, Chris - observo ela tentar levantar, caindo em seguida - só o barril de água e os machucados pelo corpo está sendo pouco… eu, - suspiro, tentando usar a razão ao invés do sentimento - eu preciso esquecer tudo o que ela já foi pra mim.


Christian aperta meu ombro, e eu olho no computador, vendo os dois  seguranças que eu deixei cuidando dela entrarem, Kenny e Trevor.


- Come - Kenny joga algo numa sacola em cima dela e ela abre, jogando a sacola para o lado.

- Onde está o Aldo Raine, bastardo? - sua voz sai tão baixa que eu custo entender - me trouxe um pedaço de pão sujo… enfie isso no seu cu, ou peça para o seu amigo enfiar.

- Está mais forte do que na primeira semana aqui… já que semana passa fomos bons com você.

- Foi bom porque Hans não deu as ordens, aposto que foi aquele inútil que mandou me pendurar no gancho - o olhar da ruiva foca na câmera - Se não fosse meu namorado/marido, eu estaria lá como num frigorífico… mas sabe, a Barbie se fodeu…

- Ela está falando de você, Christian? - pergunto - você é o tal Hans?

- Ela me chamou assim algumas vezes - Chris afirma e eu coloco a mão no queixo.


    

- Você está de brincadeira? - me parece surpreendi, ainda com o telefone na orelha, sem desgrudar os olhos do Somers pelo vidro - o Christian até me mostrou o bilhete e…

       - Não quero ser chata - Hilary cortou minhas palavras - mas eu acho que você deveria medir mais as ações do Beadles.


                       ************

- Não tiro sua razão - ela silabou - cuidado com o Hans… ele sabe sobre coisas demais e é mais falso do que eu - abriu os  olhos - eu ia vingar de você até… - tossiu, cuspindo - até você me mostrar sua família… eu nunca faria mal pra pessoas inocentes… eu sei que você não acredita, diretor - riu ao me chamar assim - mas eu não sei quem é o Blanco, eu só sei a verdade sobre o Hans… só isso.



- Qual verdade ela sabe você, Beadles? - pergunto assim que me lembro da nossa conversa no galpão e ele me olha de imediato.

- Eu não faço idéia, cara, ela tem dito coisas loucas.


Concordei com o pé atrás e me levantei, indo tomar um banho.


Ela pode estar delirando, mas Christian está me escondendo algo. Eu tenho certeza.


- Cara, o que eu faço agora? Vai deixar ela ilesa?! - ouço ele gritar e suspiro, encostando na testa na parede.

- Decida você… só me mantenha informado - dou a ordem e entro no chuveiro.


Maldita seja essa ruiva, maldita seja ela por me fazer sofrer, maldita seja por fazer eu me encantar.


Maldita, maldita, maldita.


Eu não consigo mover uma palha e dar uma ordem decente para matar essa vagabunda.



Hilary Blake p.o.v



- Eu já estava com saudades, Aldo - disse  para James e ele manteve a porta aberta, vindo até mim para me levantar.


Três semanas.


Como eu estou viva? Com certeza foi pela semana passada eu não ter sido torturada no estilo Hans Landa. Digamos que eu esteja com uma ponta de esperança, por eu saber que Justin não está conseguindo fazer nada que me mate.

Deus ajude que ele esteja pensando, ou melhor, que ele abra os olhos e veja o que o Beadles está fazendo com ele.


- Você está delirando demais - James me puxou e eu travei o corpo sem muito sucesso, já que meu joelho está aberto - anda logo, ruiva - ele me arrastou até a sala principal, me jogando em uma cadeira velha, alguns bastardos seguraram meu corpo ali e arrancaram minha calça, fraca demais para cruzar as pernas, eu apenas uno elas mais, morrendo de frio.

- Sabe o que o patrão mandou fazer hoje? - Trevor, o tal Frederick Zoller, um dos personagens mais inúteis do filme perguntou-me - sabe?

- Acredito que não, Frederick… - falei baixo, olhando para o meu joelho machucado, sentindo calafrios ao lembrar da sensação do gancho atravessando ali.

- Me chame do que quiser, moça, Frederick não é tão mal - Trevor murmurou - então, Ruiva, o chefe não está satisfeito com toda essa moleza… - Vi Kenny entregar um litro de querosene para Trevor e James pegou algo numa prateleira, fechei os olhos por cansaço e sinto um deles despejar a querosene no meu corpo, mas especificamente, nas minhas pernas.


Gritei já começando a suar com a ardência sôfrega no joelho aberto, juro que não sei como pude gritar tão alto, e o pior foi tentar me debater e não conseguir mover ao menos meu dedo.


Lembrei-me de Justin chegando e impedindo que eu fosse pendurada pelos ganchos, implorei para Deus que ele entrasse lá mais uma vez e gritasse para que os bastardos parassem com a tortura.


Mas não, não aconteceu.


- NÃO FAÇA ISSO - Minha voz se exasperou assim que eu vi James com um lança chamas, ajustando a pressão do gás para liberar o fogo - Não faça isso, por favor! - eu cheguei a sair da cadeira e fui de encontro ao chão, associando tudo.


Querosene no corpo, para o que mais seria? Droga!


- Vai querer ficar no chão mesmo? - James riu e Trevor jogou mais um litro de querosene nas minhas pernas.

Eu tentei focar na dor do joelho, para esquecer a que estava por vir.


- Justin… - repetia várias vezes - Justin, não faz… - Vi algum bastardo entrar com uma prancheta e uma caneta, James me sentou e deixou-me encostada nas pernas da cadeira, o bastardo com a prancheta se agachou e me entregou uma caneta.

Tentei ler, mas meus olhos apenas decifraram a assinatura do meu namorado no fim da folha, ri por dentro ao pensar que era uma declaração que eu estava deixando o poder para ele.


Eu nunca faria e nem farei isso. Não pelo meu poder, mas por Jeremy, é isso que ele quer.


- O que é isso? - murmurei, sentindo a primeira chama atingir minha perna esquerda, gemi sentindo meu lábio tremer, fechei os olhos e assinei de qualquer jeito. Ou eu assinaria, ou eu morreria queimada, e bom, eu posso estar morrendo aos poucos, mas assim seria horrível.


Só me restou rezar para que Jeremy não mate o filho.


O bastardo, cujo trouxe a folha para eu assinar ligou para alguém, ouvi ele dizer algo sobre divórcio.


Lembram-se de quando eu senti aquela ponta de esperança? Ela foi para o ralo assim que o soldado desligou e saiu, e eu não fui poupada como pensei.


James Raine apertou o botão do lança chamas, queimou mais as minhas pernas e eu, impotente, vi às chamas trilharem o rastro da querosene até a altura da minha barriga, se tinha alguma calcinha ali, se desfez, eu fiquei totalmente exposta, queimando, suando, gritando, morrendo.



E assim foi pelos outros seis dias da terceira semana.

 Temi pela quarta.


Lembro que no fim daquele dia, as queimaduras não me deixaram dormir, nenhuma posição era confortável, eu estava perdida.

Eu estou perdida e com medo do que pode acontecer na próxima semana.


Passei a noite acordada e olhei para a câmera, algo me dizia que ele estava me olhando, fitei a luz vermelha que tem ali e analisei o cômodo em volta de mim, olhei para a minha perna queimada, sem conseguir me encolher.



- Eu sei que você quer me ver fazer isso - o fio de voz foi suficiente para aparecer na gravação - eu sei que você quer ver eu me humilhar… então - suspiro, sentindo algumas lágrimas saírem involuntariamente - eu imploro para que você me mate… eu imploro, Justin, eu não aguento mais - fecho os olhos, tentando me manter sentada - acabe logo com isso, mate-me.



Notas Finais


Eu não sei distinguir como eu estou triste pela Hilary, e mais ainda pelo Justin, ele está totalmente indeciso... e bom, mesmo desconfiando do Chris, a pior mar da que ele fez foi deixar o Beadles decidir como torturar a Hilary.
Esse capítulo ficou bem confuso, mas se vocês leram as Notas iniciais acho que deu pra entender bem.

Capítulo que vem eu falo sobre a Lana, Amber, Kate e o resto da team Blake.
Tô feliz pelo somers ter acordado, tadinho ♡

Amo vocês e... DES PA CITO ♡


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