História Sweets or Kisses - Loiro maluco.

Capítulo 1.  — Loiro maluco. 

 — Como você está se saindo?

 — O que o senhor acha? 

 — Nem posso imaginar. — Ironizou a voz que parecia cansada do outro lado da linha. — A escolha é sua Chanyeol, se esforce se não quiser se tornar um morador de rua. 

— Você não faria isso com seu único filho. — Desafiou irritado.

— Sempre cumpro com minha palavra, mas arrisque se quiser. — O jovem engoliu em seco ficando em silêncio. Sabendo que o filho não o responderia, prosseguiu. — Nos vemos no final do ano, Chanyeol, se cuide. — E assim a chamada forá encerrada.

O ruivo irritado jogou o celular no chão e se encostou na parede do corredor praguejando. Não acreditava que se pai estava mesmo fazendo tudo aquilo consigo, tudo bem que não era um exemplo de filho, que abusava do dinheiro como bem queria, que adorava desobedecer seus pais e fazer festas em sua casa quando os mesmos estavam ausentes, que havia trocado de escola três vezes somente naquele ano, enfim, realmente estava longe de ser um filho exemplar, mas isso não era motivo suficiente para mandá-lo para uma escola interna em outro país e ainda exigir notas altas com a ameaça de perder sua herança e ainda ser expulso de casa. Aquilo era um absurdo! Que tipo de pai faz isso com o próprio filho? Em um ato de nervosismo levou as mãos até seus fios ruivos puxando-os, mas assim que sua enxaqueca ameaçou atacar, ele soltou seus fios e respirou fundo tentando se acalmar. Pegou o celular que se encontrava no chão, agradecendo aos céus por este não ter quebrado quando fora jogado com força contra o azulejo do local e se dirigiu para o refeitório. 

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— Por um momento eu pensei que você estava fantasiado para o Halloween mas aí eu percebi que era só sua cara de bunda mesmo. — Falou o moreno assim que o mais alto se sentou em sua frente com uma carranca desgostosa no rosto. 

— Não tô pra suas piadinhas hoje não, Kai. 

— Qual é a do mal-humor? — Perguntou o loiro recém-chegado enquanto entregava os lanches que havia buscado para os amigos logo se sentando ao lado de Jongin.

— Meu pai acabou de ligar, parece que ele não desistiu dessa história de me fazer seu sucessor. — Respondeu. — Vocês acreditam que ele ainda disse que se eu não me mantiver entre os três melhores alunos da escola posso ser expulso de casa? — Era visível sua revolta apenas pelo tom de voz irritado.

— Wow. — Soltou o moreno com a boca cheia. — Você acha que ele te expulsaria mesmo? — Sua pergunta saiu de forma embolada por culpa da comida.

— Caralho, Kai, não fala de boca cheia, tenho quase certeza de que um grão de arroz acabou de voar na minha cara. — Resmungou o ruivo passando um guardanapo no rosto afim de tirar o que quer que seja que o outro tenha cuspido em si. — E sim, ele expulsaria sem pensar duas vezes. 

— Você é muito filhinho de papai mesmo Chanyeol, homens de verdade comem enquanto falam. 

Ignorando a estupidez do amigo ao lado, Sehun comentou que não gostaria de ter um pai como o de Chanyeol. — Só te desejo boa sorte. Eu até te diria... — Riu negando com a cabeça. — Deixa pra lá, acho que tô ficando meio pirado. 

É claro que o ruivo curioso e esperançoso que o amigo tivesse uma opção para livra-lo daquela situação deplorável não deixou pra lá e continuou insistindo até que o amigo terminasse sua frase anterior.

— Eu ia sugerir que você procurasse Baekhyun. — Riu sem graça. — Mas é estupidez, todos sabemos que Baekhyun não existe. 

— Baekhyun? — Perguntou o mais alto confuso. 

Jongin que até então estava mais interessado em devorar sua refeição, explodiu em risos assim que ouviu a sugestão do loiro, cuspindo mais alguns vários grãos na cara de Chanyeol que o olhou irritado, assim como Sehun fazia. 

— Sehun, a convivência com o namoradinho tá te deixando pirado mesmo. — Zombou ainda rindo. 

— Luhan não é meu namorado. — Afirmou revirando os olhos. — Só foi algo que veio na minha cabeça, não é como se eu acreditasse. 

— Luhan? Baekhyun? Dá pra vocês me explicarem de que merda estão falando e como esse tal de Baekhyun poderia me ajudar? 

— Baekhyun é tipo uma lenda, um boato. — Suspirou. — Luhan é o cara que eu fico de vez em quando. — Viu Chanyeol erguer a sobrancelha e revirou os olhos pelo ato do maior. — O quê? Vai dizer que não sabia que eu pego garotos? 

— Claro que não! — Respondeu de imediato fazendo o moreno rir. — Sehun, eu tô aqui à uma semana e ontem mesmo eu vi você jogando uma cantadas pra loirana quadra. 

— Eu sou bi. — Esclareceu como se fosse óbvio. — Enfim, Luhan é o nerd que o pessoal procura quando quer saber de alguma resposta pra prova, mas ele diz que é de Baekhyun que ele recebe as informações. 

— Ou seja. — Interferiu o moreno. — Luhan é um pirado que inventou alguém super inteligente pra não se passar por nerd, o que na verdade fez com que ele ficasse conhecido como O Loiro Maluco. — Riu ao terminar de falar. 

— Então quer dizer que eu só preciso pedir ajuda pro seu namoradinha problemático? — Perguntou fitando Sehun. — Você acha que se eu pagasse ele faria meus deveres? 

O mais novo bufou repetindo que Luhan não era seu namorado. — Não, não vai fazer. Outro dia ele me disse que tava cansado dos alunos o chamarem de loiro maluco e disse que não vai passar resposta pra mais ninguém. 

— Isso porque ele ainda não viu a cor do meu dinheiro. — Sorriu determinado a convencer o tal Loiro Maluco a ajudá-lo. 

— Ó o playboy achando que a cor do dinheiro dele é diferente do nosso. — Comentou Kai cutucando Sehun e fazendo os dois amigos o olharem com um ponto de interrogação sobre suas cabeças. Definitivamente, Jongin tinha problemas.

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Assim que o sinal que informava o final das aulas soou, Chanyeol se levantou e passou a seguir o loiro que mais cedo Sehun havia apontado como Luhan. O garoto saiu da sala, assim como Chanyeol que vinha disfarçadamente atrás de si e se encaminhou até à biblioteca, que não ficava tão longe de sua sala de aula. 

Ao chegarem no local, o loiro seguiu para o último corredor, Chanyeol foi atrás aproveitando para observar a enorme biblioteca já que nunca havia entrado ali antes por falta de tempo e também de interesse. 

— Por quê está me seguindo? — A voz que soava um tanto alta vindo do final do último corredor tirou Chanyeol de seus devaneios fazendo-o pular para trás pelo susto.

Depois de se recompor, Park seguiu até a entrada do corredor de onde ouvirá a voz e sorriu vendo o loiro mais baixo que si com um livro em mãos, folheando o mesmo. — Então você me notou. — Constatou. — Fiquei sabendo que você é o mais inteligente da escola. — Comentou fazendo Luhan suspirar e fechar o livro desviando os olhos para si. 

— Não posso te ajudar. — Respondeu já imaginado o porquê do outro tê-lo procurado. — Sinto muito. 

— Ah não, cara. — Choramingou o ruivo se aproximando. — Eu tô numa situa terrível, sério, se você não me ajudar meu pai pode me expulsar de casa! 

O loiro passou ao seu lado, ignorando-o. E Park aflito, foi atrás. — E se eu te der dinheiro? Pode pedir o que quiser, o que quiser mesmo. 

— Eu já disse, hm... Qual seu nome? — Perguntou o mais baixo entrando em outro corredor de livros.

— Park Chanyeol. 

— Então, Park Chanyeol, não posso ajudá-lo. 

— Por quê? Eu juro que se você me ajudar, vai ficar só entre nós. 

— Eu e Baekhyun brigamos. — Ao ouvir a fala do outro, Chanyeol não pode se conter e acabou por soltar um riso fazendo o loiro olhá-lo irritado e passar ao seu lado novamente afim de ir embora, porém Chanyeol insistente como era, foi atrás. 

— Desculpa! Olha, que tal você me dizer onde posso encontrar esse tal de Baekhyun, aí se eu encontrá-lo paro de te encher o saco mas caso contrário volto a te pedir ajuda, e pode ter certeza que não desisto fácil. 

Luhan cogitou mas logo negou virando-se de frente para Chanyeol.  — Não é tão fácil assim. Por que você acha que as pessoas me chamam de maluco? Se eu pudesse mostrar à elas Baekhyun, acreditariam em mim facilmente.

— E por que não pode? 

— Baek só vê quem ele quiser. 

Chanyeol revirou os olhos, desacreditando de todo aquele papo do mais velho. Sabia que o chinês estava mentindo mas não podia ser ignorante com ele pois precisava de sua ajuda desesperadamente. 

— Certo, você fala de mim pra ele e se ele quiser me ajudar, beleza, você fica livre de mim, senão você mesmo me ajuda. 

— Já falei que estamos brigados. — Falou torcendo o rosto. 

— Porra, Luhan. — Elevou seu tom assustando o chinês não só pelo tom mas por ter o chamado pelo nome fazendo o mesmo se encolher. — Desculpe... — Suspirou levando as mãos aos fios de cabelo puxando-os de leve. — Eu realmente preciso de sua ajuda, desesperadamente. 

— Tudo bem... Eu vou ver o que posso fazer. — Respondeu quase em um sussurros deixando rapidamente à biblioteca, fugindo o mais rápido possível de Chanyeol. 

— Fala sério. — Bufou o ruivo pegando o celular para ligar para Sehun e deixando a biblioteca sem perceber que era observado atenciosamente de longe por um pequeno ser de cabelos rosados que se encontrava no topo da escada próxima ao último corredor, escada essa que havia passado despercebida pelo Park.