História T3ddy - Quando é para acontecer - Namorada?

Ele tinha gravação com Christian e Mauro na casa do Christian então saímos as 18 horas para lá. Chegamos na casa do Chris e Mauro já estava lá. Eles iam gravar os três juntos. Igor também estava.

_mano, vocês não fazem nada mesmo viu. – T3ddy disse rindo quando vimos Mauro jogado no sofá de Christian.

_dá para vocês entrarem logo? Pararam nosso jogo. – Christian disse me puxando para dentro do apartamento. T3ddy entrou logo em seguida e Christian correu até o sofá e retomou um jogo de video-game. T3ddy fechou a porta.

_estávamos esperando a princesa para gente gravar. – Christian comentou sem tirar os olhos do jogo de futebol que eles jogavam na televisão se referindo a T3ddy.

_mas eu chego e nada de gravação. – T3ddy comentou enquanto olhávamos os dois gritando. Igor se levantou e nos cumprimentou.

_vou tomar água. – Eu disse e os dois assentiram. Quando entrei na cozinha Aline estava ali comendo. Ela me olhou e se levantou para me cumprimentar sorridente. _oi Aline, como voce está? – Perguntei quando nos abracávamos.

_estou bem e você? – Ela disse sorridente. Peguei a água e Aline e eu ficamos ali conversando.

Ouvimos a campainha tocar e Aline se levantou para colocar seu prato na pia.

_dá até medo de entrar na sala e eles terem destruído tudo. – Aline disse secando as mãos e eu comecei a rir.

_com esses meninos não seria uma novidade eles destruirem tudo. – Disse me levantando. Caminhamos até a sala e vimos Christian abrir a porta. Seu olhar foi assustado e uma moça morena, alta, bonita entrou.

_oi Chris! – Ela disse animada abraçando Christian. Aline e eu nos olhamos sem entender e Christian também não parecia estar entendendo muita coisa. _sabia que encontraria você aqui. – Ela disse sorridente soltando Christian e indo na direção dos meninos que estavam no sofá. _oi meninos. – Ela disse animada cumprimentando todos. Aquela moça andou até T3ddy e sentou no seu colo e o beijou, ele parecia estar sem reação nenhuma e assim que o beijou terminou ele olhou diretamente para mim, assim como todos. Tenho que admitir que tive que respirar fundo umas mil vezes para não chorar ali. _já que você não me apresenta eu vou perguntar, vocês são? – A moça disse se levantando do colo de Lucas e se aproximando de Aline e de mim. Lucas me olhava pasmo.

_Aline, namorada do Christian. – Aline disse forçando um sorriso.

_ai, que lindo Chris. – A moça disse animada olhando para Christian. _prazer, sou Tatiana, a namorada do T3ddy. – Ela disse animada e me recusei a olhar para T3ddy naquele momento. Ela me olhou e eu forcei um sorriso, aquela garota não tinha culpa do idiota que Lucas era.

_prazer, Gabriela, sou amiga do Christian. – Eu disse e ela abriu um sorriso gigantesco me olhando. _Chris, eu vou embora. – Eu disse olhando para Christian.

_ah, vai embora só por que eu cheguei? – Tatiana perguntou e eu a olhei.

_não, eu já ia embora. – Forcei novamente um sorriso e me afastei dela.

_você está bem? – Christian perguntou baixo me olhando enquanto eu abria a porta.

_estou, depois a gente se fala. – Eu disse saindo e fechando a porta. Eu com certeza não sabia lidar com todas as loucuras que aconteciam na minha vida, aquilo era loucura demais. Peguei o elevador e desci, para minha sorte tinha um ponto de táxi do outro lado da rua, na frente da casa de Christian.

_Gabi! – Ouvi a voz de Christian enquanto eu atravessava a rua.

_quem é Tatiana? – Perguntei me sentando no ponto de táxi com certa raiva. _

_até onde eu sei é uma garota que o T3ddy ficou, mas isso faz tempo já, eles nunca foram namorados até onde eu sei. – Christian disse se sentando ao meu lado.

_parece que ela não sabe disso. – Eu disse olhando para Christian e ele assentiu. _olha, eu sou uma idiota. – Eu disse escondendo o rosto pelas mãos.

_não é não, Gabi. – Christian disse acariciando meu ombro.

_eu dormi com um cara que namora. – Eu disse e Christian me olhou surpreso. _é, eu dormi com seu amigo. – Eu disse olhando para Christian.

_escuta o cara, tenho certeza que ele não faria isso. Ele gosta de você e você sabe disso. – Christian disse e eu respirei fundo.

_vou para casa. – Eu disse me levantando quando um táxi parou no ponto.

_não prefere entrar e resolver isso logo? – Ele perguntou se levantando e me olhando.

_não. – Eu disse abrindo a porta do táxi. _prefiro descansar. – Eu disse e ele assentiu.

_me liga se precisar de alguma coisa. – Christian beijou minha testa e eu assenti e entrei no táxi.

Cheguei em casa 20 minutos depois. Eu estava me sentindo cansada, totalmente destruída. Tenho que admitir para mim que preciso chorar. Sentei no sofá e comecei a chorar, eu precisava disso e fiquei ali uns 20 minutos só chorando, não olhava para nada, não pensava em nada, eu não conseguia ter noção ainda do que estava acontecendo, mas precisava chorar. Depois de um tempo peguei o telefone e liguei para Beatriz, ela não me atendeu as três vezes que eu liguei, então decidi ligar para Luba, só tinha me esquecido que eu não conseguiria dizer nada.

LIGAÇÃO ON

_oi Gabi. – Luba atendeu animado. Me mantive em silencio por um tempo. _Gabriela, você está aí? – Luba disse depois de uns instantes em silencio. As lágrimas já estavam rolando novamente no meu rosto. Respirei fundo e tentei falar, mas a voz não queria sair, o que saiu foi um soluço fundo e abafado. _Gabriela, está chorando? – Luba perguntou mais alto com a voz mais firme e eu tentei falar, mas as lágrimas sufocavam minha voz. Mais um soluço se fez e eu desisti de falar e comecei a chorar tudo o que precisava. _ok, você está chorando. Gabi, onde você está? Fala comigo. – Luba pediu e senti a preocupação em sua voz. _está com o T3ddy? Onde você está, Gabriela? – Ele perguntou e quando ouvi o nome T3ddy meu choro duplicou, eu estava mal. _se você não falar nada eu vou ligar pro Lucas, Gabriela. – Ele disse firme. _onde você está? – Ele perguntou alto. _ok, fica onde você está, vou te achar. – Ele disse e desligou o telefone. Respirei fundo e depois de uns 2 minutos meu telefone começou a tocar, era T3ddy me ligando. Luba já tinha ligado para ele e logo eles iam aparecer aqui. Me levantei e reparei que estava chovendo, fraco, mas estava. Respirei fundo e peguei minha bolsa.

_boa noite, dona Gabriela. – Seu Renato disse sorridente quando passei pela portaria e eu assenti forçando um sorriso. _aceita um guarda-chuva? – Ele perguntou se levantando da cadeira em que estava sentada.

_não, obrigada. – Eu disse rapidamente. _tomar chuva hoje é o de menos. – Comentei seguindo para o portão e saindo do prédio. Fui caminhando sem prestar muita atenção para onde estava indo, a chuva estava aumentando, mas eu não estava ligando, afinal, o de menos do dia era a chuva. Eu estava cansada de todos os altos e baixos da vida, eu estava cansada de ser feliz por um dia e no dia seguinte acordar péssima, estava cansada de passar por tantos problemas. Eu sei que meus problemas não são os piores do mundo, eu não sofro com fome, nem com falta de moradia ou algo do tipo, sei que esses problemas são bem piores, mas esses problemas estavam acabando comigo. Quando prestei atenção eu estava em uma praça. Andando rápido normalmente eu levava uns 30 minutos para chegar aqui, eu já devia estar andando a uma hora mais ou menos. Meu telefone não parava de tocar.

Me sentei em um banco de frente para a rua ainda ali na praça. Estava escuro, mas tinham vários prédios em volta, eu não estava em perigo. Meu choro não parava, assim como meu celular não parava de tocar. As ligações se alternavam entre Lucas, Christian e Luba. Eu precisava ficar sozinha. Abaixei a cabeça e deixei as lágrimas cairem se misturando com a água da chuva.

_Gabi? – Ouvi alguém dizer e levantei a cabeça.

Thiago estava na minha frente me olhando.

_o que você está fazendo aqui? – Ele perguntou pondo o guarda-chuva aberto em cima de mim. Eu respirei fundo e me mantive em silencio. _está chorando? – Ele perguntou me olhando. Me mantive em silencio e abaixei a cabeça, eu não queria conversar. _vem, vou te levar para casa. – Ele disse tirando seu casaco e pondo em cima de meus ombros. Meu celular voltou a tocar. _não vai atender? – Ele perguntou me olhando e eu neguei com a cabeça. _tudo bem, então vem, vamos para casa. – Ele disse me ajudando a levantar. Eu fui com ele, não estava com forças para discutir ou negar qualquer coisa.

Thiago me colocou no banco do passageiro e deu a volta entrando no carro.

_o que está fazendo nessa chuva? – Thiago perguntou e eu me mantive em silencio vendo a chuva cair na janela fechada do carro. _tudo bem, não quer conversar. – Ele disse ligando o carro. _posso atender? – Ele perguntou vendo meu telefone em cima do meu colo tocar. Olhei e o nome de Luba estava na tela. Respirei fundo e assenti. _alô? – Thiago disse atendendo meu telefone. _estou com ela. – Ouvi ele responder. _ok, estou levando ela para casa. – Thiago disse depois de um tempo, desligou a ligação e pôs o telefone em cima da minha perna. _seu amigo está te esperando na sua casa. – Ele disse e eu assenti. Thiago saiu com o carro. Estava em um silencio enorme que se manteve até Thiago parar na frente do meu prédio e buzinar. _vai ficar bem? – Thiago perguntou quando vimos Luba sair do prédio. Eu assenti tirando seu casaco de meu ombro e lhe devolvendo. Luba abriu a porta do carro com um guarda-chuva. _Gabi. – Thiago me chamou quando estava saindo e me virei olhando-o. _estou com saudade. – Ele disse e eu dei um sorriso sem ânimo.

_obrigada, Thiago. – Eu disse saindo do carro. Luba me abraçou de lado e fechou a porta do carro. Eu não podia mentir a Thiago, eu não tinha saudades, não sentia sua falta.

Thiago saiu com seu carro e Luba e eu nos aproximamos do prédio.

_já sei o que aconteceu, então se prepara que o T3ddy está aí. – Luba disse e eu respirei fundo enquanto entrávamos no prédio.  Respirei fundo e minha vontade era voltar, não entrar no prédio. Fomos ao hall social onde pude ver Christian e T3ddy ali sentados. Os dois se levantaram quando me viram.

_pode explicar o que te deu? – Christian gritou bravo se aproximando e me abraçando.

_não grita, Chris. – Eu disse baixo enquanto ele me abraçava.

_não grita o caralho, cadê a merda do seu celular? – Ele perguntava estressado.

_eu precisava de um tempo. – Eu disse enquanto ele me soltava. Me recusei a olhar para Lucas.

_eu te mato se fizer isso de novo, você mora em São Paulo, Gabriela, essa merda de cidade é perigosa, cassete. – Ele dizia estressado. Respirei fundo.

_Chris, relaxa. Ela está bem. – Luba disse e eu assenti forçando um sorriso.

_bom, eu vou subir, preciso descansar, vocês vão subir? – Perguntei andando até o elevador.

_vou subir para garantir que não vai se matar hoje. – Christian disse andando na minha direção e eu revirei os olhos.

_vamos subir então. – Luba disse tocando no ombro de T3ddy para que ele andasse. Ele assentiu e o elevador abriu. Entramos todos e subimos. Abri o apartamento e tirei os sapatos molhados ali mesmo.

_vou ligar para Aline, ela está preocupada. – Christian disse saindo em direção à varanda. Eu fui até o quarto.

_T3ddy quer conversar. – Luba disse entrando no quarto.

_vou tomar banho e descansar. Hoje eu realmente não quero conversar. – Eu disse separando uma roupa.

_deveria resolver isso logo, Gabi. – Luba disse me olhando andar até o banheiro.

_não estou com paciência, Luba. – Eu disse olhando-o. _vou ser grossa com ele, provavelmente, e não quero isso. – Eu respirei fundo.

_tá, mas escuta. – Luba disse e eu parei olhando-o. _T3ddy ficou com essa garota a uns tempos, faz mais de dois anos, eles ficaram sério, não ficavam com mais ninguém sabe? – Assenti e ele continuou: _e aí ela foi embora, sumiu por uns 40 dias e depois ele viu no twitter que ela foi para Europa morar com a mãe, ele mandou mensagens, mas ela nunca respondeu e eles não se falavam a dois anos, ninguém nem lembrava que essa garota maluca existia até ela aparecer hoje. Ela é louca, Gabi, não deixa ela estragar o que vocês tem. – Ele disse e eu respirei fundo.

_a diferença é essa, não temos nada. – Eu disse olhando-o.

_bom, você vai pensar melhor, tenho certeza. – Luba se aproximou e beijou minha testa. Eu sorri e respirei fundo.

Luba saiu do quarto e entrei no banheiro. Tomei um banho demorado e quando sai Luba estava no quarto sentado na minha cama.

_vai descansar? – Ele perguntou e eu assenti respirando fundo. Me deitei na cama e Luba se deitou ao meu lado. _vou estar com você quando acordar. – Ele disse e eu sorri. Eu estava me sentindo péssima, me sentindo cansada e muito estressada. Acabei adormecendo e quando acordei Luba estava ainda deitado do meu lado mexendo no celular. _bom dia, bela adormecida. – Ele disse rindo.

_bom dia? Que horas são? – Perguntei olhando para Luba.

_relaxa, são 3 da manhã. – Ele disse sorrindo.

_nossa, eu te prendi esse tempo todo.- Eu disse me sentando.

_relaxa, tá tudo bem. – Luba disse sorrindo. Luba me contou como tinha resolvido tudo com Wellinton e todo o mal entendido e também que no dia seguinte ia visitar sua mãe e por isso tinha que ir para casa para aproveitar a companhia de Well no último dia. Nos despedimos e o levei até a porta. _ah, eu prometi que não te contaria, mas é por uma boa causa. – Luba disse parando na porta. Fiquei em silencio esperando ele dizer: _fiquei triste pelo T3ddy.

_por que? – Perguntei sem entender.

_tinha que ver ele se despedindo de você. – Ele disse e eu permaneci em silencio esperando ele contar mais: _não sei o que me deixou triste, se foi o beijo na testa, as palavras de conforto, as carícias no rosto e no cabelo ou ele dizendo que sempre estaria com você. – Quando Luba terminou eu estava com um sorriso bobo no rosto. _deixa de ser boba e larga o orgulho, idiota. – Ele disse e eu ri. _boa noite, amiga.

_me liga quando chegar em Santa Catarina. – Eu disse e ele assentiu, mandou um beijo no ar e saiu.

Fechei a porta e aquele sorriso bobo ainda estava no meu rosto. Um sorriso involuntário de imaginar tudo o que Luba tinha dito.

Não consegui dormir mais aquela noite.