3 dias depois…
Fazia tempo que havia acordado. Não sei o que me deu, mas pulei da cama, coloquei uma roupa leve e fui correr na praia. Meu corpo sentia falta da academia. Fiquei umas duas horas e agora estava sentada na areia tomando água de coco e observando as pessoas. Iríamos embora hoje e eu já estava com saudade.
— Pulou da cama? – ouvi de repente e me assustei. Era a Pathy.
— Porra, que susto, vaca! – disse com a mão no peito e ela riu.
— Adivinha com quem que eu acordei pelada? – ela perguntou olhando o mar e eu já consegui entender.
— Mentira, Patrícia! – digo animada e dando um tapa leve no braço dela. – Tá de sacanagem?
— Tô não… Ai, Clara, o que eu faço? – ela me perguntou e claramente estava confusa.
— Foi como antes? Teve sentimento? – perguntei. Sou péssima pra essas coisas, mas sempre ajudo as pessoas.
— Claro que teve... Ele disse que me ama e eu não consegui segurar o “te amo também”
— Meu Deus, que lindos! Casalzão da porra! – eu disse muito animada e ela riu — Deixa rolar, Castanhari sabe o que faz – pisquei pra ela, que riu.
— Quem sabe o que faz é você. Você que falou pra ele vir conversar comigo, né? – perguntou me encarando.
— Não sei do quê você tá falando… – digo levantando as mãos.
— E você? Já falou “eu te amo" pro T3ddy? – perguntou e eu arregalei os olhos.
— Claro que não! – digo rapidamente — Olha, nós não pensamos nisso e eu vou continuar não pensando porque você não vai me pilhar com isso! – digo séria e ela ri alto enquanto a gente se levantava.
— Tá bom, vamos fugir do assunto. Amo – disse irônica e eu apenas revirei os olhos.
Entrei no quarto e ele ainda dormia calmo. Tirei minha roupa e coloquei em uma sacola. Peguei uma toalha e fui tomar um banho gelado pra tirar o suor. Escutei passos e me virei. Lucas estava ali tirando o short com uma carinha de sono linda.
— Bom dia! – disse sorrindo e caminhando até o box.
— Bom dia, bebê!
Ele me abraçou e seu corpo estava quente. Ficamos ali trocando carícias e depois que terminamos, saímos de toalha. Vesti um vestido soltinho e uma calcinha. Arrumamos nossas coisas e meu Deus, ele é muito desorganizado. Tive que ajudar a separar as roupas sujas das limpas, procurar cueca embaixo da cama e coisas assim.
— Até que enfim! – disse comemorando quando terminamos.
— Deixamos o quarto bonitinho! – digo admirada.
— Agora descemos porque eu tô morrendo de fome – disse abrindo a porta.
— E quando você não tá, né? Porpeta! – digo me lembrando da maneira que Chris chamava ele.
Lucas se virou e me olhou indignado. Mas logo me puxou pela cintura, chocando nossos corpos. Se abaixou até minha orelha e sussurrou.
— Você mais do que ninguém sabe que eu sou é gostoso! – mordeu o local e eu arrepiei.
— Real! – disse apertando a bunda dele com as duas mãos.
— No meio do corredor, casal? – ouvimos e eu olhei pra trás. Vendo Castanhari saindo do quarto do “abate”, como denominou o Igão.
— Que cara de feliz, Castanha! – sacaneio e ele ri.
— Eu tô muito, vamos ver ela né… – disse sorrindo e se virou, entrando no banheiro.
Descemos e tomamos café da manhã com quase todos que vieram.
{•••}
— Gente, obrigada por tudo, foi foda! – Chris gritava enquanto todos já estavam com as malas em mãos.
Nos despedimos de geral por quase meia hora. Mas eu adorava isso. Lucas colocou nossas coisas no porta mala e eu entrei, com ele logo em seguida.
— Obrigado, Lucas. Foi maravilhoso! – agradeci o olhando. Ele sorriu.
— Eu que agradeço por ter aceitado vir – disse e me puxou, roubando um selinho.
— Foi maravilhoso, cara… – digo vagamente olhando as ruas.
— Tirando meus amigos te olhando de biquíni foi ótimo mesmo – disse e eu ri alto.
{•••}
— Vamos pro meu apê, depois eu te levo em casa. – disse Lucas quando entramos na rodovia. Assenti e voltei a dormir.
Só acordei quando chegamos ao estacionamento do prédio do Lucas. Pegamos nossas coisas e fomos caminhando até o hall, na intenção de pegar o elevador. Ia apertar o botão quando vimos seu Robson correndo até nós. Cumprimentamos ele, que fez o mesmo
— Só ocorreu um probleminha… – ele disse sem graça.
— Assaltaram meu apartamento! Puta que pariu! – Lucas disse desesperado colocando a mão na testa.
— Não, não é nada disso! – Robson disse rapidamente – É que… Aquela morena entrou sem minha permissão e não saiu da sua porta até agora. Eu tô sem o menino que me ajuda, então não poderia deixar a portaria sozinha. – disse ele intercalando seu olhar em mim e Lucas.
— Que morena? – ele pergunta. Deve ter um monte de morena na vida dele, né?
— A Emily! – disse e Lucas me olhou, depois respirou fundo. Mauro havia me contado tudo sobre essa Emily e sobre eles dois.
— Tudo bem, seu Robson. Só não pode acontecer de novo, por favor – Lucas disse ainda educado e seu Robson foi embora.
— Vou pegar um Uber, vai resolver sua vida – digo me afastando e pegando meu celular.
— Não, Anna Clara. Eu vou dar um jeito… Espera. – disse me segurando.
— Esperar você dispensar uma mulher que está plantada na porta do seu apartamento? Não, obrigada – digo tentando me afastar novamente, mas ele me segurou perto dele. Não queria de forma alguma me envolver nisso.
A porta do elevador se abriu e saiu uma mulher morena dele. Viu Lucas e pulou no pescoço dele, que ficou sem reação. Sonso! Ela ia dizer alguma coisa, mas me viu ali e me olhou de cima a baixo.
— Você quem é? – perguntou com desdém e eu revirei os olhos, saindo dali.
— Anna… – Lucas me puxou de novo. Que inferno!
— Para de me puxar, que merda! – digo já ficando puta.
— Ah, então você é a Anna Clara… – disse com cara de nojo.
— Eu mesma! – digo dando atenção ao aplicativo do Uber no celular.
— A que tá fazendo a cabeça dele, que tá roubando ele… – disse com a voz mansa e Lucas repreendeu ela.
— Fazendo a cabeça? Me parece bem espontâneo quando ele me procura… – digo irônica.
— Procura você e mais outras 10, né? – perguntou rindo irônica.
— Não fala o que você não sabe, Emily! Já deu sua hora! – Lucas disse puto e ela riu pra ele. Nojenta.
— É, mas quem foi que ele chamou enquanto estava na cama com você? – digo sarcástica e ela muda a expressão. Parece que cheguei na ferida. Meu celular vibrou e olhei rapidamente, era meu Uber.
— Escuta aqui, garota… – ela ia dizer, mas interrompi.
— ‘Escuta aqui’ porra nenhuma! Abaixa esse dedo e abaixa seu tom de voz – digo firme e me aproximando mais, ela recua e eu paro — Se você quer armar barraco, você procura gente da sua laia, comigo não que eu tenho mais o que fazer. E se é ele que você quer, todo seu!
Peguei minhas coisas e me virei. Não ouvi nenhum piu dela.
— Anna… Deixa eu te levar – Lucas dizia vindo atrás de mim.
— Não! – me virei pra ele – Você vai ficar aqui! Eu não quero gente louca na minha vida – digo encarando seus olhos, que estavam tristes.
Me virei e fui caminhando até o Uber. Não quero ter que lidar com confusão. Minha vida estava tão tranquila, não quero essas loucas atrás de mim tirando meu sossego.
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