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História T3ddy-Cuidar de Você - A mesma garotinha...


Escrita por: CahB3

Capítulo 11 - A mesma garotinha...


Fanfic / Fanfiction T3ddy-Cuidar de Você - A mesma garotinha...

Meu pai me olhava, ele esperava que eu dissesse algo, mas o que ia dizer? Eu não conseguia pensar em nada. Eu deveria dizer que acreditava? Mesmo tendo uma pulga atrás da orelha? Ou deveria dizer que ele estava louco?

— Eu sei que você deve estar confusa, e que não é fácil acreditar em algo assim, mas essa é a verdade Milena, sendo ela fácil ou difícil de acreditar!— Era como bombas, uma explosão atrás da outra. Primeiro Paulo, Allan, sei lá o nome dele, ele aparece, diz que quer levar Gabriel, e me perturba por dias, depois meu pai aparece, e vem me contando que é um agente? e que trabalha em uma agência investigando traficantes? Isso era muita coisa pra minha cabeça— Eu posso te dar um tempo pra digerir tudo, mas eu preciso da sua ajuda, eu soube que você tem recebido ligações de Paulo, Allan na verdade, ele quer pegar seu irmão, filho dele, eu preciso que me dê o numero que te faz as ligações!

— Não tem número, ele liga privado.— respondi— Mas, como sabe de tudo isso?

— Desde que voltei pro Brasil a um mês, tenho tomado conta de você, na verdade até mesmo quando estava fora, eu tinha alguém que cuidava.— sorriu.

— Você anda me vigiando?— O encarei.

— Não é bem isso…

— Isso… Isso é errado!— O olhei irritada— Invasão de privacidade!

— Não para um agente!— Lucas disse, me virei o encarando— Desculpa, sempre quis dizer isso.— riu.

— O que?— O encarei, ele riu— Esquece...— Voltei minha atenção ao meu pai.

— Eu sou seu pai, quero que esteja em segurança…

— Então você deve saber que alguns dias atrás eu estava sendo seguida?— o encarei.

— Você foi seguida?— Lucas me olhou— Porque não me contou?— a sua alegria tinha desaparecido.

— Eu acabei assustando o idiota!— falei, meu pai riu.

— E adorei a forma que interrogou o rapaz!— riu— Uma perfeita Walker!— disse todo orgulhoso.

— Você enfrentou o cara que estava te seguindo?— Lucas disse ignorando o que meu pai dizia—  Você ficou maluca? E se fosse um ladrão? E se ele tivesse armado?

— Eu estava lá!— meu pai disse o interrompendo.

— E você acha certo deixar sua filha enfrentar um cara que estava seguindo ela?— Lucas o olhou irritado— E se ela leva um tiro?

— Lucas não é pra tanto!— falei.

— Não é pra tanto?— me encarou irritado— Levar um tiro não é pra tanto?

— E eu levei um tiro por acaso?— o olhei irritada— Viu porque eu não te contei? Você ta surtando, se tivesse contado no dia ia querer sair procurando o cara!

— Nunca mais faça isso!— me olhou autoritário.

— Não vou!— falei— Agora relaxa!

— Relaxa...— resmungou.Meu pai observava tudo.

— Fico feliz que você tem alguém que se preocupa com você!— meu pai disse— Você me parece um bom rapaz!— disse olhando para Lucas, que estava irritado demais para agradecer— Bom, mudando de assunto, será que pode me emprestar seu celular Milena? Preciso rastrear de onde é o número! — Fiquei em dúvida, mas acabei concordando, me levantei.

— Eu já volto!— disse saindo e indo até a mesa da cozinha, peguei meu celular, antes dei uma olhada pela cozinha e vi que não tinha terminado o jantar, e logo Gabriel acordaria com fome. Retornei a sala— Aqui.— Disse entregando o celular a ele,ele pegou, levou a mão ao bolso da jaqueta tirou um aparelho, mexeu em alguma coisa, depois mexeu no meu celular, eu e Lucas apenas observamos.— Será que você poderia ligar pra uma pizzaria e pedir uma pizza?— Perguntei baixinho a Lucas— Eu não acabei de fazer o jantar, e Gabriel pode acordar com fome!

— Claro.— Ele concordou, se levantou e foi pra cozinha.

— Pronto!— meu pai disse me entregando o celular depois de alguns minutos.

— Conseguiu?— Perguntei.

— Não, ainda não, eu levarei as informações e com a ajuda de um computador vou rastrear.— Sorriu.

— Ah, claro.— Forcei um sorriso.

— Bom, agora eu preciso ir, aqui está meu número, qualquer coisa é só ligar!— disse me entregando um cartão— Qualquer informação que eu tiver eu aviso.— Concordo.

— Não quer ficar? Vamos pedir uma pizza e...— Saiu por impulso, era estranho pensar em meu pai jantando com a gente, depois de um tempão.

— Eu gostaria, mas preciso mesmo ir, quem sabe uma próxima vez?!— sorriu. E se não tivesse outra vez? E se ele sumisse de novo? Nossa eu não havia parado pra pensar, mas isso me aterrorizava, saber que ele pode ir embora de novo, e quando eu o verei novamente?

— Tudo bem.— forcei o sorriso— Eu posso te perguntar uma coisa?— O olhei séria.

— Claro.— sorriu.

— Você por acaso sabe...sabe onde minha mãe está?— eu não queria perguntar, mas a curiosidade falou mais alto, não que eu me importasse com ela, mas nessa história toda onde ele se encontrava?— Ela ainda está com Paulo?

— Ela está em um ótimo lugar, e não, não está com Paulo.— sorriu. Ótimo lugar? Eu pensei em perguntar, mas eu não queria demonstrar que queria saber dela.

— Ah...— Forcei um sorriso.

— Ela sente sua falta Milena...— sorriu. Sente? Então porque foi embora? Se sente minha falta porque não me procurou?— Ela espera que um dia a perdoe por tudo.— forçou um sorriso.

— Eu também...— sussurrei.

— Bom, agora eu vou indo nessa, me acompanha até a porta?— sorriu, concordei, caminhamos em silêncio até a porta, a abri, e ele saiu— Despeça-se de seu namorado por mim— sorriu— Ele é um bom rapaz, espero que cuide muito bem de você, e do seu irmão.— balancei a cabeça concordando com um sorriso no rosto— Foi bom falar com você.— sorriu— Até mais filha!— “FILHA” a palavra se repetiu na minha cabeça por milhares de vezes, mesmo depois que ele se virou e foi embora e eu fechei a porta, até na hora de dormir, tudo se repetia em minha cabeça, ver meu pai depois de anos, descobrir essas coisas sobre meu pai, sobre Paulo, eu queria saber qual papel minha mãe tinha nisso tudo. Naquela noite sonhei com meus pais, se bem que não parecia um sonho e mais uma lembrança.

~~~~~~

O dia estava quente, mamãe preparava o seu delicioso bolo de chocolate, eu a observava sentada na mesa enquanto rabiscava uma folha de papel, ela cantarolava uma música em inglês,

— You were my strenght when I was weak, you were my voice when I couldn’t speak, you were my eyes when I couldn’t see...— Mamãe adorava cantar, me lembro de pedir pra que ela cantasse sempre quando ia dormir, e essa música era uma das minhas preferidas, Céline Dion, Because you loved me, ela dizia que essa música havia tocado no dia do seu casamento, depois disso essa música passará a ser a trilha sonora dela e de meu pai se tornando a minha favorita. Achava tão lindo isso, a forma como eles se amavam, mesmo que não fosse demonstrado com tanta frequência, mas só a forma como eles se olhavam quando estavam juntos, como falavam um com o outro... Mas o que eu entendia disso? Eu era apenas uma criança, mas vai por mim, eu sentia que aquilo era amor. Eu poderia ouvi-la cantar o dia todo, mas sua cantoria foi interrompida por alguém tocar a campainha, ela parou o que fazia e olhou em minha direção, eu entendia seu olhar, me levantei da cadeira, e corri em direção a sala, pronta a abrir a porta. Assim que levei a mão a maçaneta, senti ela sendo girada, e a porta se abriu, e lá estava meu pai, segurava uma mala na mão direita. Gritei por ele e me joguei em seu colo, ele sorriu me girando no ar.

— Papai...— sorria alegremente.

— Como vai minha princesa favorita?— sorriu.

— Bem...— sorri—Melhor agora...— o apertei. E foi quando ouvimos passos vindo da cozinha, e logo a figura de minha mãe foi revelada na sala.

— Querida...— meu pai sorriu olhando em sua direção.

— Finalmente...— Minha mãe sorriu de canto a canto, começou a andar em nossa direção, meu pai me colocou no chão indo de encontro a minha mãe, onde os dois se abraçaram e deram um beijo, suspirei de amores.

Naquele dia passamos o dia juntos, papai nos levou ao parque, onde tomamos sorvetes, brincamos no lago, e ainda conversamos sobre termos um cachorro, papai havia percebido que eu simplesmente fiquei encantada com um dos cachorros do parque e havia me prometido se fosse responsável poderia ter um, mamãe não gostou muito da idéia, mas acabou concordando. O dia foi incrível, tinha meus pais apenas pra mim, e foi assim durante uma semana, até meu pai ter que viajar de novo, mas dessa vez… Dessa vez ele não voltou, e tudo ficou escuro, semanas, meses se passaram, e minha vida mudou de vez….

~~~~~~

Acordei chorando, Lucas me abraçava e me pedia para se acalmar, mas eu não conseguia, a ficha ia caindo, não passava de um sonho, ou uma lembrança. Durante anos eu havia me bloqueado, havia me proibido de pensar em tudo que havia vivido a anos atrás, mas parece que ver meu pai, acabou me desbloqueando, e o medo, as lembranças, tudo havia voltado, e eu me sentia a mesma garotinha de doze anos, a que esperava na calçada seu pai voltar pra casa, mesmo sabendo que ele nunca chegaria.

 



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