1. Spirit Fanfics >
  2. T3ddy-Um caso entre nós >
  3. Momento difícil

História T3ddy-Um caso entre nós - Momento difícil


Escrita por: CahB3

Capítulo 2 - Momento difícil


Fanfic / Fanfiction T3ddy-Um caso entre nós - Momento difícil

Sentada na varanda, tento me concentrar na leitura do meu livro, mas Mabel parece querer me provocar, está com o som no ultimo volume, resolvi que não iria me importar, afinal logo o síndico bateria na porta, levaríamos mais uma multa, e o pai dela teria que resolver. Fechei o livro e o coloquei sobre a mesinha ao lado da cadeira, peguei meu celular, havia algumas mensagens de Karina, minha melhor amiga, e algumas da minha mãe, mas nenhuma de Lucas, respirei fundo, ele deveria estar ocupado, por isso não havia respondido minha mensagem. Me levantei da cadeira, abri a porta e voltei pra dentro do quarto, eram três e meia da tarde, Otávio ainda não havia chegado, eu já estava me irritando, respirava e contava até dez tentando me segurar pra não ir até o quarto de Mabel e arrancar sua cabeça. Mas não consegui, eu já estava irritada por Lucas não me responder, isso me deu passagem pra correr pro quarto da pirralha e abrir a porta e sai puxando a tomada desligando o som.

— CHEGA!—  gritei a assustando, ela me olhou.

—  Eu estava escutando música!—  reclamou.

—  Quer escutar música?—  a encarei—  òtimo...—  caminhei até a cômoda onde estavam os fones de ouvido dela, os peguei e os joguei sobre a cama onde ela estava—  A partir de hoje se você quiser ouvir música, use esses fones, se eu tiver que vir aqui de novo porque você ligou esse maldito rádio as coisas vão ficar feias!

— Você não manda em mim!— me olhou com raiva.

— MANDO, A PARTIR DE HOJE EU MANDO!— gritei— Olha Mabel eu lhe dei um tempo, deixei que me irritasse, que me humilhasse, mas pra mim chega, você não é mais nenhuma criança, precisa entender que essa casa é minha, e que eu faço as coisas aqui, eu cuido de você, então trate de me respeitar!

— Você não é minha mãe!

— Não, eu não sou, e nem se preocupe, eu não quero ser, só quero que me respeite, eu sei que não é fácil ver outra mulher com seu pai que não seja sua mãe, mas já se passaram dois anos, está na hora de aceitar!

— Nunca vou aceitar, você acabou com a minha família!— ela disse com a voz embriagada pela raiva.

— Eu não acabei com nada, mas quer saber?—  a encarei—  Pense o que quiser, pra mim não faz diferença, quer fazer birra? faça! mas a partir de hoje tudo que fizer terá consequências!

—  EU ODEIO VOCÊ!— gritou.

—  QUE SEJA!— gritei de volta.

— O que está acontecendo aqui?—  Otávio entrou no quarto assustado, Mabel o olhou.

— Essa mulher, ela quer me dizer o que fazer, diga a ela que ela não manda em mim!— ela disse chorando.

— Carol o que aconteceu aqui?— Otávio me olhou.

— Pergunte a sua filha, de qualquer jeito ela vai inventar histórias e você vai acreditar nela!— disse me virando e saindo dali.

Estava irritada, sentia que iria explodir a qualquer momento, eu só queria paz, só queria estar nos braços dele e esquecer de tudo, de todos…

Apenas ele sabia como me acalmar, sabia como me fazer esquecer dos problemas, apenas com um olhar, apenas com um toque, eu só queria que ele me ligasse e dissesse que estava me esperando lá na portaria, pronto pra me tirar dali e me levar pra bem longe dessa coisa toda, eu queria poder olhar pra ele e ver seu sorriso…

 

— Amor...— a voz de Otávio ecoou pela sala, me fazendo sair dos meus pensamentos— Por que desligou o rádio dela?— perguntou se sentando ao meu lado.

— Sério?— o encarei.

— Carol vá com calma…

— Otávio, ela estava com o som  no último, só pra me provocar…

— Era só pedir pra que ela abaixasse!

— E ela me escuta?—  o encarei—  Olha eu estou morrendo de dor de cabeça, não quero discutir!— disse me virando.

— Amor...— sussurrou se aproximando— Talvez se nós descemos um irmãozinho pra ela talvez ela se sentisse menos…

— Otávio!— me virei o olhando— Não, já falamos sobre isso!— o encarei séria.

— Você não acha que está na hora de tentarmos de novo? Não é porque aconteceu aquilo que…

— Não!— disse séria, aquele assunto me incomodava— Eu já disse que não!

— Mais amor…

— Otávio, por favor para, se vai falar sobre isso acho melhor sair daqui!— o olhei nos olhos.

— Tudo bem...— respirou fundo—  Só acho que você deveria ir às sessões e…

— Não vou a lugar nenhum, estou bem, eu só não quero ter um filho, não pra deixar sua filha melhor!— disse irritada.

— Tudo bem...— abaixou a cabeça— Não vou tocar mais nesse assunto.

— Obrigada!— agradeci.

— Você está precisando relaxar, ultimamente anda muito estressada...— disse se aproximando e tocando em meus ombros.

— Otávio...— sussurrei.

— Relaxa...— sussurrou massageando meus ombros, se aproximou dando beijos em meu pescoço, começava a me amolecer em seus braços—  O que acha de irmos lá pro quarto?— sussurrou mordendo a ponta de minha orelha.

— Sua filha está em casa...— sussurrei.

— Ela está concentrada no que está fazendo, vem...— disse me levantando.

— Não faz isso!— pedi mole.

— Estou com saudades de você...— falou beijando meu pescoço, me virei de frente pra ele— Vem...— sorriu, saiu me puxando em direção ao quarto.

E ao chegar no quarto acabamos transando, não era amor, não como fazíamos antes, era algo mais como prazer, apenas pra ele, eu não sei, eu não conseguia me soltar como antes.

Deitada sobre seu peito ele acariciava meus cabelos.

— Eu te amo tanto...— sussurrou sorrindo. Não respondi— Obrigada por ainda estar aqui.— sorriu.

— Não tem que me agradecer...Somos um casal...— Se bem que fazia tempo que não parecíamos um casal.

— Eu andei pensando...Acho que deveríamos tirar férias, sabe, dar um tempo em tudo, eu você, Mabel, como uma família.— me levantei me escorando em seu peito, o olhei.

— Acho que não é uma boa idéia!— falei.

— Por que?—  me encarou.

— Mabel iria odiar, e sem falar nas brigas que poderia ter!

— Isso seria uma passagem para as coisas melhorarem!

— Não sei não…

— Podemos pensar nisso depois. Agora vem cá!— sorriu safado, se aproximou me beijando.

~~~~

— MABEL!— gritei batendo na porta— MABEL!— continuei batendo, tentava abrir a porta mas estava trancada— MABEL EU NÃO VOU CHAMAR MAIS, ACHO BOM SAIR DAI PRONTA PRA ESCOLA!— gritei irritada. Escutei o barulho da chave, a porta se abriu.

— Já vou, não precisa gritar!— Me olhou irritada.

— Não demora, o café ta pronto, eu não posso me atrasar!

— Vai se encontrar com o seu amante?— me encarou.

— O que?— a olhei não acreditando no que ela falava— Olha garota...— Estava prestes a lhe xingar, mas ela fechou a porta na minha cara, respirei fundo e sai dali.

Fui pra cozinha tomar meu café, Otávio havia saído cedo hoje, então não deu pra levar sua filhinha na escola, acabou sobrando pra mim, como sempre, sem falar que ela havia se metido em confusão e eu teria que participar de uma reunião. Alguns minutos depois, finalmente ela saiu do quarto, se sentou na mesa, se serviu e tomou café em silêncio, enquanto eu conversava no celular com Karina.

 

— A gente pode almoçar juntas…

— Mas e a sua querida filhinha?— ela perguntou rindo.

— Ela tem aula de inglês hoje a tarde.

— Assim, então nos vemos na hora do almoço?!

— Nos vemos, agora preciso desligar que tenho que levá-la na escola, e ainda participar de uma reunião!— ela riu— Não ri!

— Okay, até mais mamãe!— riu.

— Não começa!— ri— Tchau querida!

— Tchau querida!— riu, desliguei.

~~

— Podemos ir?— olhei pra Mabel que bebia seu suco.

— Podemos!— respondeu colocando o copo sobre a mesa e se levantando.

— Ótimo.— peguei minha bolsa, as chaves do carro e sai andando, ela veio atrás. Saímos de casa. O caminho até a escola fomos em silêncio, depois de alguns minutos finalmente chegamos na escola, estacionei o carro, tiramos o cinto e descemos, ela saiu andando na frente— Será que da pra me esperar?— disse segurando em seu braço.

— Não sei porque veio, não é meu pai, muito menos minha mãe!

— Sou responsável por você, se não queria que eu tivesse aqui não teria aprontado!

— Que seja!— disse puxando seu braço.

— Pelo menos me diga onde fica a direção!— pedi, ela revirou os olhos.

— Vem logo!— disse e saiu andando, respirei fundo e fui atrás dela. Ela me guiou pelo enorme corredor, os alunos passavam por nós, alguns a cumprimentava, ela sorria retribuindo o gesto, depois de finalmente andarmos pela escola chegamos na sala da diretora— Aqui!— Apontou pra porta onde estava escrito a palavra “Direção”

— Obrigada!— agradeci.

— Agora to indo!

— Não, você precisa estar junto!

— Ta brincando né?— me encarou.

— Não!— disse séria, ela bufou, ignorei e bati na porta. Alguém lá de dentro gritou para que entrasse, abri a porta e entrei, ela veio atrás.

— Bom dia, posso ajudar?— a mulher que deveria ser a diretora, perguntou.

— Bom dia, eu sou a responsável por Mabel, recebemos um bilhete dizendo que algum responsável teria que comparecer na escola.

— Assim, claro.— sorriu— Pode se sentar.— apontou para cadeira— Você é?— me olhou.

— Carol, Carol Collins.— estendi a mão a cumprimentando.

— Prazer senhorita Collins, sou Helen, a diretora—  você também senhorita Mabel, pode se sentar!— olhou pra Mabel que estava em pé emburrada, ela caminhou e se sentou na cadeira ao meu lado— Bom, acho que sabe o porque está aqui?— perguntou me olhando.

— Tenho algo em mente, mas preferiria ouvir da senhora.— disse com postura séria. Bancar a mãe responsável não era comigo.

— Bom, é sobre o andamento de Mabel, ultimamente ela tem caído no rendimento, está deixando de fazer trabalhos, se envolvendo em bagunças, respondendo os professores, coisa que ela não fazia, e isso está no assustando.— Olhei pra Mabel que olhava pra diretora, podia ver a raiva em seus olhos— Ela costumava ser uma boa aluna, com boas notas, mas de alguns meses pra cá, não sei o que aconteceu!

— Mabel é uma garota muito inteligente, mas quem convive com ela sabe como tem um gênio difícil, ela não se abre comigo, muito menos com o pai dela, nós tentamos, a senhora deve saber como são os adolescentes, eles criam bolhas entram dentro e acham que são donos do próprio nariz.

— Eu sei muito bem, mas precisamos que vocês conversem com ela, que nos ajude a entender o que está acontecendo, a senhora como mãe deve saber como começar isso...

— Ela não é minha mãe!— Mabel disse irritada, a olhei.

— Me desculpe por isso!— forcei um sorriso.

— Eu que peço desculpas, eu achei que vocês tivessem uma relação de mãe e filha já que se casou com o pai dela e…

— Mas não, ela não é minha mãe!— Mabel respondeu.

— Mabel tudo bem!— A olhei.

— Eu nem sei porque ela tá aqui, ela não vai resolver nada, ela nem me conhece direito, ela não passa de uma vagabunda que tirou meu pai da minha mãe, ela não vai resolver meu problema, ou o seu diretora!— Mabel disse se levantando.

— Mabel...—tentei pará-la.

— Senhorita Mabel...— A diretora tentava acalmá-la.

— Acho que já acabamos aqui, com licença!— falou se levantando, e saindo dali, eu a chamei mas ela me ignorou.

— Sinto muito por tudo isso.— Olhei para diretora— Ela não aceita o pai ter se casado novamente, ela não vai muito com a minha cara, será que eu posso ir atrás dela?— perguntei.

— Claro, podemos remarcar a reunião, e dessa vez quero que o pai dela também esteja presente!

— Okay.— concordo— Com licença.— disse me levantando, sai dali, olhei pelo corredor e não conseguia encontrá-la, eu mereço. Corri pelos corredores, sai da escola, fui consegui encontrá-la sentada no gramado do lado de fora, caminhei até ela— Mabel!— a chamei.

— Vai embora!— falou com a cabeça entre as pernas, chorava.

— Mabel por favor, para com isso, olha a vergonha que nos fez passar diante da diretora!

— E você se importa?— me olhou— Você não está nem ai!

— Mabel não é assim, se não me importasse não estaria aqui!

— Você só tá aqui porque meu pai mandou!

— Para com isso Mabel, você parece uma criancinha de cinco anos, olha pra você,uma moça bonita, em vez de ficar ai se fazendo de coitadinha, de injustiçada, deveria erguer a cabeça e seguir a vida, eu sei que me odeia, mas tem que parar com isso, eu não te fiz nada, e nem venha falando que separei seus pais, ou fui a culpada de sua mãe morrer, eu me casei com seu pai quando ele se divorciou de sua mãe, e eu não fui a culpada por ela ficar doente, isso aconteceu porque tinha que acontecer!

— Tudo começou a piorar quando ele deixou ela pra ficar com você!

— Meu Deus Mabel, quando você vai entender que sua mãe já estava doente? Eu, nem seu pai, nem ela, ninguém tem culpa dela ter morrido, ficar agindo assim não vai resolver nada, não vai trazer sua mãe de volta!— falei— Olha...— Me abaixei se sentando ao lado dela— Eu sei que é difícil, perder uma mãe não é fácil, nem um pouco, mas você acha que sua mãe ia querer te ver assim? Se acabando? brigando com todo mundo, indo mal na escola?— A olhei nos olhos— É claro que não, ela ia querer te ver sorrindo, feliz, seguindo a vida!

— Não venha se fazer de amiguinha…

— Ai Mabel...— respirei fundo— Eu tento te ajudar, eu juro que tento, olha quer saber?— a encarei—  Eu sinto muito, sinto mesmo, pra mim já deu, eu não preciso ficar aqui me estressando com você, não preciso ficar aqui deixando você me tratar mal, levanta daí e vai pra sala que eu to indo pra casa!

— Você não tenta… Você nem me entende!— me olhou— Você só se importa com você, machuca meu pai, pensa que eu não sei que você o trai? Que sai com outro?— a olhei séria— Eu até poderia te aceitar Carol, mas você não presta, só destrói tudo, você não merece meu pai, não merece o que tem, você é baixa, suja, você é uma vagabunda!— cuspiu as palavras, a raiva me subiu, minha mão estava pronta pra atingir o rosto dela— Por que não some das nossas vidas? Vai viver com o seu amante!

— Cala a boca Mabel!— falei com a voz embriagada— Cala a boca antes que eu faça você se arrepender!

— Vai fazer o que?— me encarou— Me bater?— riu— Vai bate, Bate se for mulher!— ela me provocava.

— Eu sei que é isso que você quer, que eu perca a cabeça e agrida você!— ri— O Mabel, a única pessoa baixa aqui é você, será que não percebe que machuca seu pai? Não percebe que ele sofre em te ver assim? Fazendo pirraças, procurando motivos pra implicar comigo? Para e pensa!— disse olhando em seus olhos— Eu não preciso ficar aqui discutindo com você, portanto pegue suas coisas e vá pra sala de aula!— disse autoritária.

— Você não manda em mim!— Me enfrentou.

— Quer apostar?— disse séria.

— Não manda!

— Ótimo!— Peguei em seu braço, levantei ela do chão, peguei sua bolsa e sai a puxando— Já que está se comportando como uma criancinha mimada, vou te tratar como uma criancinha mimada, vou te levar até sua sala e te colocar sentadinha na carteira!.

— Carol me solta!— se debatia— Me solta, me solta ou eu vou gritar!

— Grita, grita mesmo!

— Carol…

— Vai parar, e vai direto pra sua sala?— parei e a olhei. Ela não respondeu— Eu posso continuar se quiser!

— Eu vou!— disse puxando o braço—  Eu odeio você!— e saiu andando.

— Boa aula querida!— sorri, ela se virou e me mostrou o dedo do meio, ri— Ai meu Deus...— respirei fundo.

Sai dali, eu só precisava esquecer tudo aquilo, liguei para Lucas, mas ele não atendeu, liguei várias vezes e nada dele atender, isso estava me deixando mais irritada.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...