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História T3ddy-Um caso entre nós - Pesadelo


Escrita por: CahB3

Capítulo 5 - Pesadelo


Fanfic / Fanfiction T3ddy-Um caso entre nós - Pesadelo

— EU NÃO QUERO MAIS!— gritei em meio às lágrimas— Pra mim já deu.

— Carol...— ele tentava se aproximar mas eu me afastava— Por favor vamos conversar direito, não é assim…

— Eu não quero conversar, não temos nada pra conversar, eu não quero mais, não quero!

— Amor… Não faz isso comigo, não faz isso com a gente...—pediu com os olhos cheios de água.

— Otávio...— respirei fundo— Eu encontrei alguém!— ele me olhou assustado, e aquela vontade pra que eu não fosse embora desapareceu.

— Não...— levou as mãos a cabeça— Você… Você não fez isso...— forçou o riso— Você, você não seria capaz de fazer isso e...— falou andando de um lado pro outro, eu permanecia parada— Você, você não faria isso né Carol?— me olhou— NÃO FARIA!—gritou se aproximando e segurando em meus braços— RESPONDE!—gritou.

— Eu encontrei alguém sim...— disse quase num sussurro. Ele me olhou nos olhos, eu podia ver a raiva.

— Não...—riu— VOCÊ É UMA VAGABUNDA MESMO!— gritou depositando um tapa em meu rosto, com força me fazendo cair no chão. As lágrimas já começavam a escorrer— COMO PODE FAZER ISSO COMIGO?— gritava desesperado— COMO PODE CAROL?— gritou.

— Otávio...— tentei falar mas a voz não saia.

— CALA A BOCA SUA VADIA!— gritou se aproximando e me levantando do chão— Você vai sumir daqui, vai sumir da minha vida!— me jogou na cama com brutalidade— VOCÊ É UMA VADIA, VAGABUNDA!— gritava— Mas isso não vai ficar assim!— me encarou— MAS NÃO VAI MESMO!

— Otávio...—sussurrei— Otávio por favor...— Ele andava de um lado pro outro.

— EU QUERO SABER QUEM É O VAGABUNDO!— me olhou— FALA!

— Não… Otávio por favor se acalma!— pedi chorando.

— Calma?— me encarou rindo— Você quer que eu tenha calma?— riu— Você vai ver a calma...— veio até a cama, me levantou— Eu vou te mostrar a calma!— Me segurava com uma das mãos, enquanto a outra tirava o cinto da calça.

— Otávio o que você vai fazer?— perguntei desesperada— Otávio...— Ele não me respondia.

— Você vai ver...— riu, ele tirou o cinto— Vou te dar uma surra, coisa que você deveria ter levado a muito tempo!

— Otávio...— Ele me jogou no chão— Otávio por… AII— gritei ao sentir o cinto se chocar contra o meu corpo— Otávio pa...—Ele continuava.

— Isso é pra você aprender!

— OTÁVIO PARA!— gritava— OTÁVIO.... OTÁVIO!!!

~~~~

— OTÁVIO...— abri os olhos assustada, minha respiração estava acelerada, meu coração batia acelerado,estava suando frio, Otávio entrou no quarto correndo.

— Amor...— me olhou assustado— Amor o que aconteceu?— perguntou vindo até mim. Olhei em minha volta, estava no nosso quarto, a ficha foi caindo, tudo tinha sido um sonho, ou pior, um pesadelo.

— Eu...— minha voz não saia…

— O que foi?— ele se sentou do meu lado— Escutei você me gritando, o que aconteceu?— ele me olhava preocupado.

— Eu… Eu tive um pesadelo… foi, foi isso...— forcei um sorriso, passei a mão nos cabelos— Acabei me assustando, foi isso…

— Oh meu bem...— se aproximou e me abraçou— Fazia tempo que você não tinha isso...— meio que com dúvida, passei meus braços em volta dele. Não disse nada— O que aconteceu no pesadelo?— perguntou se soltando e me olhou. É claro que eu não ia contar a verdade então inventei.

— Eu estava no escuro, não conseguia ver nada, alguém me chamava tentava me pegar, eu mal conseguia respirar, entrei em desespero, comecei a gritar seu nome mas você nunca vinha…— minha respiração e meus batimentos se acalmavam.

— Eu to aqui agora...— sorriu— Tá tudo bem...— me olhou sereno.

— Que horas são?— perguntei olhando pela janela e vendo que o dia estava quase indo embora.

— Seis e alguma coisa.— respondeu.

— Acho, acho que vou tomar um banho…

— Vai sim, o que acha de jantarmos fora hoje?

— Por mim tudo bem...— sorri.

— Eu reservei para irmos no restaurante de frutos do mar que tem aqui perto, aquele que você adora.— concordo.

— Maravilha.— sorri— Eu vou tomar um banho, você já avisou Mabel?

— Ainda não, ela saiu pra andar de bicicleta e ainda não voltou.

— Faz tempo?— perguntei me levantando da cama.

— Faz um tempinho…

— Você deveria ligar pra ela!— falei preocupada.

— Vou ligar, ela deve ta na praia, ou encontrou algum amigo…

— Mesmo assim, ligue, pode ter acontecido alguma coisa.— ele riu e concordou.

— Você como mãe seria bem neurótica!—riu.

— Besta!—ri lhe tacando o travesseiro— Só estou preocupada, ela não está acostumada a vir pra cá, pode ter se perdido, sei lá…

— Vocês brigam, brigam, mas você gosta dela né?!— sorriu.

— Não começa!— disse indo em direção ao banheiro.

— Ué, qual é o mal nisso?— perguntou.

— Nada senhor Otávio, agora vá ligar pra sua filha porque eu vou tomar um banho!— disse já dentro do banheiro.

— Sim senhora general!— riu.

— BESTA!— gritei rindo, liguei o chuveiro, comecei a me despir.

~~

A noite fomos jantar em um restaurante de frutos do mar, adorava o lugar, sempre que vínhamos passar um tempo na casa de praia tínhamos que dar uma passada nesse restaurante. O clima estava mais descontraído, o que me fez parar de pensar um pouco no pesadelo maluco de hoje a tarde, Mabel estava mais alegre, nos contava que descobriu um lugar onde os adolescentes frequentavam era tipo uma “boate”, ela tentava convencer eu e o pai de deixarmos ela dar uma passadinha por lá, até me convidou pra ir com ela caso Otávio não deixasse ela ir sozinha.

— A Carol tem a aparência de uma adolescente, se ela for comigo vocês vão se sentir mais seguros...— Mabel falava.

— Agradecida por dizer que tenho a aparência de uma adolescente.— ri.

— Eu acho uma péssima idéia!— Otávio respondeu— Enquanto vocês estão se divertindo eu fico fazendo o que?

— A pai, tem tantas coisas, você pode assistir tv, sei lá...—riu— Você pode ir naquele barzinho do seu amigo, Beto...Pedro, sei lá o nome dele.— Otávio me olhou.

— Eu não sei...— Ele falou— O que acha disso amor?— perguntou.

— Ah, por mim tudo bem.— sorri.

— To vendo que vocês não querem passar o tempo de vocês comigo!— se fez de chateado.

— Amor não começa...— ri— Vai ser bom irmos até lá.— sorri, ele entendeu o recado.

— Tudo bem podem ir.

— Ebaaa.— Mabel comemorou.

— Só não voltem tarde!— disse sério.

— Pode deixar.— sorri.

— Mas primeiro vamos terminar nosso jantar!— falou, concordamos.

Terminamos o jantar, Otávio se despediu e foi pro tal barzinho do amigo, Mabel e eu fomos andando até a tal boate onde acontecia a festa, não era muito longe, alguns minutinhos já estávamos chegando. Mabel estava animada. Na entrada tivemos que mostrar o RG, menores de dezesseis não entravam.

Ao entrar a música já nos invadiu, estava lotado, alguns dançavam, outros se pegavam, enquanto alguns só observavam sentados no bar.

— VAMOS FICAR AQUI?— gritei perguntando, o som estava muito alto.

— EU COMBINEI COM ALGUNS AMIGOS DE NOS ENCONTRARMOS NO BAR.—Gritou de volta.

— ENTÃO VAMOS LÁ.— gritei de volta, ela concordou, caminhamos em direção ao bar.

— Eles estão ali.— Apontou para um grupinho— Vem...— concordei, caminhamos até o grupinho.

— Mabel você veio...— um dos garotos falou sorridente, ela sorriu envergonhada. Já entendi tudo ~risos~— Galera deixa eu apresentar pra vocês...— disse olhando para todos— Essa é Mabel, uma amiga.— sorriu a olhando.

— Oi gente.— sorriu e cada um foi a cumprimentando com um “Oi” “Prazer” “Olaa” e ao acabar me olharam, Mabel percebeu— Ah, essa aqui é...— ela parecia pensar na palavra certa pra me descrever— Minha madrasta, Carol.— riu, sorri.

— Olá.— sorri. E todos me cumprimentaram.

— Nossa, muito bonita sua madrasta.— Uma das meninas falou me olhando.

— Obrigada.— sorri agradecida.

~~~ E ali o papo começou, eles estavam bebendo, Mabel me olhava pedindo para que pudesse beber alguma coisa, acabei deixando ele beber energético.~~

 

— Ei...— A chamei, ela me olhou— Acho que tem alguém te olhando de mais.— disse olhando em direção ao garoto que ficou feliz em vê-la quando chegamos, Vinicius.

— Claro que não...— riu envergonhada.

— Acho que ele gostou de você!— sorriu.

— Capaz mesmo...— sorriu de lado.

— Vai lá boba, chama ele pra dançar.— A incentivei.

— Eu?— me olhou— Eu não…

— Larga de ser boba, vai logo!— ri.

— E se ele recusar?!— perguntou com medo.

— Ele não seria louco.— a olhei séria, ela riu.— Vai lá, prometo que não conto pro seu pai.— sorri.

— Tudo bem.— respirou fundo.

— Vai lá garota.— sorri a incentivando— Enquanto isso vou ao banheiro.— Ela concordou, saiu andando em direção ao garoto, a observei, ela se aproximou, os dois trocaram algumas palavras e ele a puxou pra dançar, sorri, saí dali e fui em busca de um banheiro, não foi muito difícil já que havia uma placa brilhante escrita “Banheiro”.

Aproveitei pra dar um retoque na maquiagem, não que estava na esperança de encontrar alguém, afinal acho que já passei da idade, sem falar que sou casada, e Mabel está aqui ~risos~saí do banheiro. Caminhava em direção ao bar, quando de repente alguém esbarrou em mim, fazendo a sua bebida cair sobre sua roupa.

— Droga!— a moça disse rindo.

— Oh, me Desculpe eu...— olhei para a moça que ria da situação.

— Tudo bem, eu sou meio desastrada.— riu. Ela deveria estar bêbada, ou o seu humor era ótimo— Estava tentando arriscar alguns passos novos, acho que não deu muito certo.—riu, eu estava sem reação— Tá tudo bem?— riu me encarando.

— Esta...É… Está sim!— gaguejei, acabei rindo de mim mesma.

— Prazer me chamo Camila.— sorriu estendendo a mão.

— Prazer, Carol.— estendi a mão a cumprimentando.

— Acho que essa é uma boa maneira de iniciar uma amizade.— riu, ela parecia ser maluquinha, acabei rindo— Está sozinha aqui?— perguntou sorrindo, antes que eu pudesse responder ela falou— Não que eu esteja lhe passando uma cantada, você é bonita e tals, mas eu curto homens...— riu, , cara era ela muito louca.

— Tudo bem, já sabia que não tinha chances com você.— disse entrando na brincadeira.

— Você supera.— rimos— Mas então você está sozinha?

— Não, eu vim com a minha “filha”.— fiz aspas, ela riu.

— Filha?— me encarou.

— Longa história...— ri.

— Tenho certeza que tenho tempo, bom algum dia...— riu.

— Amor ainda bem que te achei...— E sabe quando tudo parece ficar em câmera lenta? Em que você perde a capacidade de raciocinar por alguns segundos? E você sobe e desce várias vezes, parece que está numa montanha russa, seu estômago se embrulha. Foi assim que eu me senti, quando vi Lucas se aproximar da garota, e chamá-la de amor. Então essa era a tal “Camila”? Meu Deus eu… Nunca passou pela minha cabeça que essa era a Camila do Lucas, e que eles estariam aqui, bem aqui, na mesma cidade, na mesma boate, respirando o mesmo ar que eu, quer dizer nesse momento o ar faltou em meus pulmões. Foi quando ele me olhou, seus olhos se arregalaram, apesar da pouca luz eu conseguia ver, ele parecia ter visto um fantasma— Carol?— ele perguntou surpreso, apesar da voz ter falhado um pouco.

— Pera ai, vocês se conhecem?— Camila perguntou sorrindo, Lucas a olhou em seguida voltou seu olhar a mim. Eu não sabia o que dizer, simplesmente travei.

— Nã… essa… Eu...— Lucas tentava explicar mas nada saia.

— Que isso Lucas?— Camila perguntou rindo.

— A Carol é uma velha amiga...— forçou um sorriso.

— Nossa, que mundo pequeno...— Ela disse rindo.

— Muito pequeno...— ri forçado, Lucas ficou me encarando por alguns segundos.

— Bom...— Camila disse quebrando o momento— Eu preciso ir ao banheiro me limpar...—riu olhando para seu vestido— Acho que a Carol pode lhe fazer companhia Lucas.

— Você… Você não quer que eu te ajude?— perguntei, eu não queria ficar ali.

— Não, não precisa eu me viro.— riu.

— Eu ajudo...— insisti.

— Não precisa mesmo, me ajude ficando de olho no Lucas, já que se conhecem não vejo problemas, preciso tomar cuidado, a muitas que querem esse rapazinho aqui.— riu passando a mão no queixo de Lucas.

— Eu...— tentei falar algo mas ela foi mais rápida.

— Eu não demoro.— sorriu, e foi saindo.

— Eu preciso ir...— disse me virando, mas Lucas segurou em meu braço.

— Carol...— minhas pernas bambearam, me virei o olhando.

— Lucas eu preciso ir.— disse tentando convencer a mim mesma que eu precisava ir.

— O que faz aqui?— perguntou sério, o encarei— Está me seguindo?— acabei rindo.

— Acha mesmo que eu faria isso?— ri.

— Preciso responder?— franziu a testa.

— Não viaja Lucas.— ri— Será que pode me soltar?— perguntei olhando para sua mão sobre meu braço, ele fez o mesmo— Será?— insisti, ele soltou.

— Se não está me seguindo esta fazendo oque aqui?

— Não que seja da sua conta, mas eu vim pra cá com o meu ‘MARIDO’...—fiz questão de destacar o marido— Passar o final de semana!

— Ah, se acertaram?— riu, o deboche era evidente.

— Não seja patético!— revirei os olhos.

— Eu que sou o patético?— me encarou, não respondi— Porque não atendeu minha ligações?— perguntou irritado.

— Você não tem o direito de me cobrar nada!— o encarei séria— Se me lembro bem, quem não atendeu minhas ligações primeiro, foi você!

— Então está se vingando?— riu— E o patético sou eu!

— Não estou me vingando, só não vejo necessidades de atender suas ligações!

— Certeza?—riu— Porque até alguns dias atrás ficava louca quando eu ligava, me implorava pra…

— Não começa...— o parei— Você se acha muito!

— Vai me dizer  que não implorava pra eu...— se aproximou— quantas vezes você implorou por coisas que eu fazia Carol?!— sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar— Nós sabemos muito bem...— sussurrou.

— Para com isso!— disse o empurrando.

— Eu te deixo louco né?!— sorriu me provocando.

— Patético!— sorri falsa.

— Cada seu marido?— perguntou com um sorriso de deboche.

— Lhe interessa?— o encarei.

— Vai me dizer que ele tá em casa?— riu.

— Eu não sei onde ele está, e mesmo se soubesse isso não lhe interessa!

— Ele se acha muito velho pra essas festas?— riu.

— Vai se catar!— falei irritada.

— Prefiro catar você!— disse se aproximando e puxando em minha cintura.

— Me solta!— disse o empurrando.

— Que foi?— riu— Porque ta me rejeitando tanto?

— Não to afim de me envolver com você de novo!

— É uma piada?— riu me encarando.

— Não, estou falando sério, muito sério!— disse cruzando os braços.

— Carol eu te conheço...— sorriu— Sei que isso tudo não passa de uma pose, está com ciúmes porque estou com alguém, porque não admiti?!

— Você se acha né?— ri— Ciúmes?— o encarei—Para que eu tenha ciúmes de você eu teria que sentir algo por você...—sorri—e não, eu não sinto, você sabe muito bem que o que temos, quer dizer, o que tínhamos não passou de pegação, distração, coisas que não envolvam sentimentos!

— Se você diz!— riu erguendo as mãos— Mas vamos ver se vai me dizer isso quando estiver gemendo na minha cama!

— Não seja idiota!— cerrei os olhos— Nem sei porque to perdendo meu tempo aqui com você, com licença!— disse me virando, ele me chamou, mas o ignorei e continuei andando, a minha respiração estava acelerada, olhava pros lados tentando encontrar Mabel, mas não a achava.

Mabel havia sumido, eu não conseguia encontrá-la, ligava em seu celular mas ela não atendia, já estava entrando em desespero, meu coração batia acelerado, meus olhos já se enchiam de água, me sentia tão vulnerável.

— Oi...— disse ao me aproximar do grupo de amigos que Mabel havia feito.

— Olá.— Um dos garotos disse sorridente.

— É… Por acaso vocês viram Mabel?— perguntei com o coração acelerado, rezava pra que eles soubessem onde ela estava.

— A última vez que eu a vi ela estava dançando com Vinícius ali no meio da pista.— ele apontou, havia várias pessoas ali, mas eu já havia passado por lá, ela não estava— Aconteceu alguma coisa?— perguntou curioso.

— Não, é que eu estou querendo ir embora e não encontro ela.— forcei um sorriso— Mesmo assim obrigada, se a ver diga que estou procurando por ela.— sorri.

— Digo sim.— sorriu. Sai dali, continuei procurando pela boate, agora tinha duas coisas para me preocupar, encontrar Mabel, e rezar para não me encontrar com Lucas.

           Fazia vinte minutos que procurava a garota, mas nada de encontrá-la, ela havia desaparecido, eu tinha certeza, me sentei no banco, encostei no balcão, levei a mão ao rosto, respirei fundo, Otávio iria me matar, eu estava ferrada, já estava até vendo, iria me xingar, dizer que era irresponsável, que não sei cuidar de ninguém, as vezes acho que foi por isso que não consegui ter meu próprio filho, eu não sirvo pra ser mãe, eu nunca vou servir.

— Carol?— escutei uma voz embargada me chamar, levantei a cabeça, me virei.

— Ai meu Deus...— disse surpresa, me levantei— Graças a Deus.— a abracei apertado, a escutei fungar— Mabel onde você estava?— perguntei a olhando, seus olhos estavam cheios de água— Você tá chorando?— a encarei.

— Vamos embora, por favor?— pediu.

— Mabel...— tentei dizer algo mas ela pediu.

— Por favor.— Me olhou com os olhos cheios de água. Pensei em perguntar o que havia acontecido mas achei melhor esperar que ela me contasse por vontade própria.

— Tudo bem.— forcei um sorriso— Vamos?!— a chamei, ela concordou, me virei e saímos dali.

          O caminho todo foi um silêncio total, Mabel simplesmente encostou a cabeça no vidro do táxi e se calou, sabe lá o que ela pensava, eu me afundei no banco e respirei fundo, tinha esperança que a noite fosse boa, mas vejo que deu tudo errado.

           A imagem de Lucas se repetia em minha cabeça...A namorada dele… Ela parecia ser uma boa pessoa, sei lá, talvez seja assim que as coisas devam ficar, Lucas merece alguém que o faça feliz, Camila parece ser esse alguém, o que me cabe é aceitar, eu também devo esquecer esse garoto e focar em meu casamento, que sei lá, parece que vai acabar a qualquer momento.

        Chegamos em casa, ao descer do carro Mabel correu pra dentro, deveria ter ido para o quarto, eu paguei o taxista e desci, caminhei para dentro da casa, estava um silêncio que só, as luzes estavam apagadas, Otávio não havia chegado pelo jeito, fui até a cozinha, estava tudo bem arrumado, fui até a geladeira peguei o jarro de água e bebi a água ali mesmo, sem precisar de copo, voltei a guardar o objeto em seguida caminhei em direção a sala seguindo para escada enfim indo pro quarto, pensei em parar no quarto de Mabel e falar com ela, mas talvez ela não queria conversa, fui direto pro meu quarto, fechei a porta joguei a bolsa sobre a cama, tirei os saltos e o vestido ficando apenas de lingerie fui direto pro banheiro, resolvi tomar um banho de banheira, liguei a água e deixei que a banheira enchesse, voltei ao quarto e peguei meu celular dentro da bolsa, olhei havia uma mensagem de Lucas e duas de Otávio, abri a mensagem de Otávio, ele me avisava que chegaria um pouco mais tarde, olhei a hora, já se passavam das nove, apenas respondi “Okay” e bloqueei o celular ignorando a mensagem de Lucas, não tava afim de saber dele no momento.

         Rolava de um lado pro outro na cama, o sono não vinha, já se passavam das onze, Otávio não havia chegado, já havia ligado pra ele alguns minutos atrás mas ele não atendeu, tentei novamente mas uma vez caiu na caixa postal, estava preocupada, Otávio nunca foi de ignorar minhas ligações, até mesmo quando brigamos e ele saia com os amigos, claro isso raramente acontecia, ele nunca foi de querer sair sozinho. Resolvi me levantar, calcei os chinelos e fui até o quarto de Mabel ver se estava tudo bem, abri a porta, a encontrei dormindo, ainda usava os sapatos, o celular na mão, quase caindo, a janela aberta, fui até ela, com cuidado retirei o celular de sua mão e coloquei sobre o criado mudo, depois tirei seus sapatos, em seguida fui até a janela e a fechei, estava prestes a sair do quarto quando ouvi uma voz rouca.

— Obrigada por hoje Carol...— olhei para trás e vi Mabel me olhando, estava meio sonolenta, sorri.

— Sempre que precisar de uma companheira pra festa, estou aqui.— sorri, ela sorriu.

— Apesar de não ter sido muito agradável eu curti falar com você.— sorriu.

—  Eu também “curti”.— ri, ela riu em seguida bocejou— Bom agora você precisa dormir.— ri—  Boa noite Mabel.

— Boa noite Carol.— sorriu, sorri de volta, ela fechou os olhos, fechei a porta e sai do quarto indo em direção a sala, onde acabei me deitando no sofá, e cansada de esperar por Otávio acabei dormindo.

 



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