História Tabu do amor - O beijo.

Pov. Yuri - On

— Por que você gosta de pegar na minha mão assim? – Perguntei de um modo simples depois de um tempinho andando com o Arthur pela escola, as pessoas olham pra ele admiradas por sua aparência completamente diferente e ao mesmo tempo confusas por estarmos de mãos dadas, é cochicho pra lá e pra cá junto com olhares direcionados para mim e o Arthur. Agora que eu percebi já que parei pra ver as pessoas em volta, Arthur chama atenção para um caralho já que ele é novo na escola e ainda por cima estrangeiro.

Logo após uns segundos que eu perguntei o motivo de ele gostar de pegar na minha mão, Arthur parou de andar.

— E-Eu... – Ele murmurou enquanto fita o chão com um olhar de choro, esse garoto é tão fofo que dá vontade de apertar e guardar ele num potinho.

— Pode falar, eu não vou brigar com você. – Falei me inclinando um pouco na frente dele pra poder fitar o rosto de Arthur, ele é muito baixinho, seu corpo mede até a altura do meu peito e toda vez que ele fala comigo, ele tem que erguer a cabeça. Porém existe um fato sobre ele que me deixa intrigado, não importa a situação ou seja o que for, Arthur nunca olha diretamente nos meus olhos.

— T-Tem um cara assustador que estava me perseguindo pela escola desde ontem... E-Eu estou com medo dele, por isso... – Arthur murmurou desviando o olhar, arregalei os olhos com a revelação, não estou acreditando no que estou ouvindo, tinha um cara atrás Arthur? Como assim?

— Ah, não se preocupe, pode andar comigo ok? Olha só... – Falei erguendo nossas mãos que estão entrelaçadas. — Ninguém vai mexer com você sendo que está andando comigo assim, ninguém ousaria fazer isso. – Falei com um sorriso, Arthur sorriu também. Não sei o motivo mas quando estou com ele me sinto na obrigação de protegê-lo, ele é tão pequeno e indefeso, vou o tratar de agora em diante como se ele fosse meu irmãozinho mais novo.

— Você é muito gentil Yuri, desde a primeira vez que falou comigo, sempre muito gentil. – Ele falou com o rosto corado, assenti positivamente com a cabeça bagunçando seus cabelos e logo em seguida voltei a guia-lo pela escola.

— Quer matar a primeira aula comigo? É educação física. – Falei enquanto ando pelos corredores lotados da escola.

— Hãn? Por quê? – Perguntou com um olhar confuso.

— Porque educação física é uma bosta, simples assim. 

— V-Verdade... Achei que eu era o único garoto na face da terra que não gosta de educação física. – Arthur murmurou desviando o olhar; sorri e fiz um sinal negativo com a cabeça.

— Se você ver o cara mané que tava te assustando por aí, me fala que eu vou mete o um murro na fuça. – Falei cerrando o meu punho livre, Arthur assentiu minimamente com a cabeça meio recuo. Logo em seguida o sinal para a primeira aula bateu.

Fomos então para atrás da quadra que é aonde ninguém vai, lugar perfeito pra matar aula de boa. Chegando lá eu me sentei no chão e tirei vários potinhos da minha bolsa.

— O-O que é isso? – Arthur perguntou em pé na minha frente se referindo aos quatro potinhos que eu retirei da minha bolsa e coloquei no chão. Logo em seguida retirei uma coca-cola de um litro da minha bolsa.

— Salgadinhos e coca-cola, não vou passar uma aula aqui sem fazer nada né, eu tava planejando matar essa aula de educação física desde que saí de casa, então eu trouxe comida. – Falei abrindo um dos potinhos roxos onde se encontram bolinhas de queijo, logo em seguida retirei da minha bolsa uns copinhos de plástico e coloquei coca em dois copinhos. — Aqui, pode beber cara. – Falei entregando um copinho de coca-cola para Arthur que lentamente pegou e agradeceu fazendo uma referência rápida.

Depois de alguns minutos de silêncio constrangedor, Arthur tentou falar algo enquanto eu comia mas ele só gaguejava, fiquei meio que sem paciência.

— Hm, se quiser falar algo importante... – Falei e Arthur desviou o olhar colocando ambos os seus bracinhos atrás de seu corpo em um sinal de nervosismo.

— Eu... Eu q-queria... eu queria que você s-saísse comigo... – Arthur murmurou corando intensamente enquanto enrola uma mecha loira clara de seu cabelo, o fitei confuso.

— Claro que podemos sair, iria adorar ter um amigo pra ir ao fliperama! – Falei animado comendo mais uma bolinha de queijo, Arthur parece que ficou ainda mais constrangido.

— Não é i-isso... quero sair com você de verdade... em um encontro. – Ele murmurou me fazendo engasgar com a bolinha de queijo que eu estava comendo, fitei Arthur completamente sem reação e surpreso. — N-Ninguém nunca me d-deu tanta importância assim como você, meio que... eu me sinto seguro quando estou com você, então... Ha droga! Não sei como agir, nunca me confessei antes na minha vida... – Arthur falou me fazendo arregalar os olhos muito surpreso pelas palavras. 

O que ele fez logo em seguida me deixou ainda mais surpreso e confuso, Arthur se aproximou de mim lentamente e meio recuo fitou meus olhos fixamente me deixando sem reação por conta de seus olhos que são azuis intensos, ele foi os fechando a medida em que se aproxima e então, Arthur me beijou. Quando seus lábios tocaram os meus de um modo carinhoso, inocente e doce eu fiquei estático arregalando os olhos. O que tá acontecendo? Como as coisas foram chegar a esse ponto?

Quando eu me liguei do que está acontecendo após alguns segundos, eu rapidamente afastei Arthur de um modo gentil pelos ombros, Arthur foi abrindo seus olhos azuis lentamente e seu rosto corado está ainda bem próximo ao meu, fiquei sem fala tocando meus lábios com a ponta dos meus dedos enquanto o fito, não acredito que Hiro estava certo... como eu fui ingênuo achando que Arthur só queria a minha amizade.

— Foi o meu primeiro beijo. – Arthur falou desviando o olhar, arregalei os olhos novamente e desviei o olhar também tentando procurar as palavras certas, como é possível esse ser o primeiro beijo dele? Não quero magoa-lo. Não houve língua nesse beijo, foi um beijo puro e sincero por parte dele, um simples tocar de lábios.

— Olha... Isso é muito repentino, nos conhecemos ontem e... – Não posso falar que já namoro, se Arthur souber ele vai querer sabem quem é o meu namorado, mas ele não pode saber que eu namoro o Hiro, ninguém pode saber.

— Se você não gosta de mim ainda não tem problema, vou fazer você me amar Yuri, não vou desistir. – Arthur falou confiante, fiquei ainda mais surpreso, droga, isso vai ser um problema.

Ficamos a aula toda comendo e vendo as pessoas da nossa sala na quadra jogando, as meninas jogando vôlei e os meninos basquete. O clima tá meio tenso entre mim e o Arthur... droga, que merda, não tô acreditando que eu estou passando por isso. Depois de vários minutos bateu o sinal para a segunda aula. Logo eu e Arthur nos dirigimos até a nossa sala.

(...)

— Cara, tu tava matando aula de educação física outra vez? – Eddy perguntou com um sorriso de canto enquanto ajeita seus óculos.

— Lógico né, eu odeio educação física. – Falei com os braços cruzados e uma feição tranquila; se passaram alguns segundos e eu percebi que o Eddy me olha meio estranho.

— O que foi cara? – Perguntei com uma feição confusa, Eddy então fitou o Arthur rapidamente e logo em seguida voltou seu olhar para mim.

— Você... Você tá traindo o Hiro? – Eddy sussurrou com um olhar sério, arregalei os olhos incrédulo com a pergunta e me levantei da cadeira de um modo brusco batendo ambas as minhas mãos na mesa bem forte, estou irritado pra porra.

— Mais que porra caralho, por que você tá perguntando isso cara? Por acaso tem um sensor de traição na minha testa? Todos agora vão achar que eu sou um traidor?! – Perguntei muito irritado elevando a voz, já não basta o Hiro pensar que eu traí ele e agora o Eddy?! Meu deus do céu, o que eu fiz pra merecer isso? Eu dispensei o Arthur, não traí ninguém porra.

— Não cara... Senta aí... – Eddy murmurou baixinho desviando o olhar, olhei em volta e percebi que todos da sala me olham incrédulos e assustados, inclusive os gêmeos e o Arthur, me sentei lentamente no meu lugar e fechei a cara cruzando os braços enquanto fito o Eddy, estou muito irritado agora, como isso é possível? Por que as pessoas estão pensando o pior se mim? Não entendo.— Mano, não sei se você percebeu mas tu chegou na sala com aquele menino novo praticamente trepando nas suas costas, e vocês ainda estavam de mãos dadas... Não achei explicação melhor já que eu não conheço ele, desculpa cara. – Eddy sussurrou com uma feição triste.— E também... eu vi o Hiro andando pela escola bastante estranho, ele trombava em todo mundo e nem pedia desculpas, seus olhos estavam vermelhos, perecia que ele havia chorado... fiquei muito preocupado. – Quando ele falou isso eu gelei, senti meu coração parar de bater por alguns instantes e fitei o Eddy em choque, se passaram várias merdas pela minha cabeça me fazendo quase ter um ataque. Logo em seguida professor entra na sala, por consequência disso nós voltamos nossa atenção para o quadro mas mesmo assim não consigo me concentrar nada nas explicações, isso tá me deixando muito mal... será que Hiro me viu de mãos dadas daquele jeito com o Arthur? Não quero nem pensar no beijo. Que bosta será que aconteceu?

(...)

Pov. Yuri - Off

Continua...