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História Take care now - Um passo definitivo


Escrita por: brullf

Notas do Autor


Preparados para lerem nossa deusa cárdio favorita se derretendo contando sobre seus afilhados?

Por favor, me perdoem a ausência... mas há tanto acontecendo comigo que peço que tenham paciência e que não desistam de mim e nem desta história.

Capítulo 25 - Um passo definitivo


Em meio ao agradável café servido na cozinha ampla e iluminada da casa, a senhora Bachmann aproveitava o momento para observar Cristina e Owen mais de perto. Quase podia tocar a ansiedade dela, o nervosismo quase tão bem escondido que, não fossem seus longos anos de experiência, por certo Lina não conseguiria perceber. Sabia que Cristina era, sobretudo, uma mulher forte e dona de si.
Viu também o quanto Owen estava dividido entre ser o alicerce de Cristina e cuidar de seus próprios medos, do receio de não ser aprovado como possível pai da pequena Ally. Mais do que isso, numa camada ainda mais profunda daqueles dois médicos-cirurgiões, a assistente social pôde ver o cuidado de um com o outro, o jeito como eles se olhavam e se preocupavam em se cuidar. O ruivo sabia exatamente o tanto de café que a morena tomava aquela hora do dia. E ela mais que depressa fez o sanduíche frio que ele tanto gostava, com as fatias extras de presunto que o faziam sorrir. Não precisavam dizer nada um ao outro, apenas se sabiam.

Lina Bachmann quis saber sobre as famílias que ambos haviam deixado nos Estados Unidos, se tinham planos de voltar para lá e o que pretendiam fazer pelos próximos cinco anos. Como resposta, ouviu da doutora Yang que ela pretendia estar com algum resultado definitivo de seu estudo clínico com células tronco e já operando pacientes vítimas de doenças coronarianas reduzindo a necessidade de transplantes de coração. Owen, por sua vez, revelou que em cinco anos pretendia estar na chefia do setor de trauma do Hospital Universitário de Zurique e, talvez, dando aulas na universidade.

A assistente social quis saber também se os dois pretendiam se casar e percebeu a hesitação de ambos em oferecer uma resposta. Quando explicou que aquilo não era decisivo para o processo de adoção, o doutor Hunt respondeu que casamento não definia a relação dos dois, que o compromisso que tinham era um com o outro e com seus sentimentos. Não precisavam dar um nome, uma etiqueta, um rótulo para o que viviam juntos. Eram um casal e assim pretendiam seguir por muito tempo.

Quando perguntou sobre a existência de crianças na vida dos dois, se surpreendeu com as informações recebidas.

- Eu sempre fui louco por crianças, mas, depois do desaparecimento da minha irmã no Iraque, as chances de eu ter algum sobrinho se foram também. E eu, bem, nunca tive um filho, não até a Ally chegar. Mas sempre tive vontade... – respondeu sonhador.

- Eu sou madrinha de quatro crianças – comentou Cristina com um sorriso saudoso em seu rosto.

- Quatro crianças? – Lina Bachmann quis confirmar.

- Bom, me conhecendo bem, eu também faria essa mesma expressão que a senhora está fazendo ao saber disso. Bem, sim, três mães nesse mundo confiam em mim a ponto de me entregarem suas crianças como afilhadas.

- Como é sua relação com elas?

- Eu amo os quatro. Sem distinção. Eles têm personalidades completamente diferentes e me fazem pensar em como é incrível que a junção de cromossomos de duas pessoas diferentes resultem em um ser único – pouso sua xícara de café e amarrou os cabelos num coque frouxo.

- Pode me falar mais sobre eles?

- A que chegou primeiro foi a Zola. Zola Meredith Grey Shepherd. Ela foi do Malawi para Seattle num programa humanitário que oferecia cirurgias gratuitas a crianças africanas com problemas graves de saúde. E foi simplesmente inevitável que Meredith e Derek se apaixonassem por ela e encontrassem a filha que os dois tanto desejavam ter – Yang sorriu com suas memórias acompanhada por Hunt – Foi a primeira vez que troquei fraldas cantando, que descobri que o ritmo constante da voz contando uma história é capaz de acalmar um bebê. Zola é incrivelmente esperta e lindamente ela mesma – ofereceu à assistente social um sorriso farto.

- Percebo em sua voz, Cristina, que você realmente adora essa criança.

- Eu amo Zola. Sem explicações, sem porquês. Apenas amo Zozo. E sempre estarei lá por ela. Hoje ela está com 8 anos e nós sempre conversamos pela internet, toda semana. E ela sempre tem novidades para contar. Se meu palpite estiver certo, ela será uma grande pesquisadora – disse orgulhosa.

- Bem, você me disse que é madrinha de quatro crianças...

- Minha segunda afilhada se chama Sofia. Sofia Sloan Torres, ela tem duas mães e um pai. O pai dela era um dos meus amigos que morreu no acidente de avião. E eu me tornei madrinha de Sofia depois de salvar a mãe que a gestou, que é a melhor cirurgiã ortopedista que já conheci, Callie Torres...

- Aquela foi uma cirurgia incrível, do tipo que apenas Cristina é capaz de protagonizar – comentou Owen.

- Cirurgia? Mas o que houve? – a senhora Bachmann tentava imaginar os detalhes daquelas histórias.

- Callie se envolveu num acidente de carro enquanto estava grávida de Sofia. A gestação ainda não havia completado os seis meses. Ela chegou a um estado muito crítico ao hospital e a cirurgia dela envolveu praticamente todas as especialidades médicas – resumiu – Devido aos traumas do corpo, o útero de Callie insistia em querer expulsar o bebê e um parto de emergência foi necessário – a morena respirou fundo e se recostou na cadeira.

- Numa das cirurgias, o coração de Callie quase parou. Na época, Cristina ainda era uma residente no hospital, mas o plano cirúrgico dela foi o que salvou a vida de Callie. Se não fosse pela doutora Yang, Sofia teria perdido uma de suas mães – o ex-soldado olhava para a mulher que ele ama com os olhos cheios de orgulho e adoração.

- Vejo que a senhorita é quase especialista em casos impossíveis – brincou a senhora – Conte-me sobre as outras crianças.

- Depois de Sofia, veio Bailey, que resolveu nascer bem no meio de uma grande tempestade, com crise de energia no hospital e uma cesariana feita às escuras. Bailey Derek Grey Shepherd, irmão de Zola – ela sorria ao se lembrar do menino tão parecido fisicamente com Meredith, mas que tinha exatamente o espírito aventureiro e petulante de seu pai – A princípio em relutei com a ideia de ter mais um afilhado, eu não entendia muito bem o que as mães dessas crianças viam em mim que me confiavam seus filhos, justo eu, a médica focada na carreira, que dizia não querer ter seus próprios filhos.

Lina Bachmann a olhava com total atenção e percebia toda a sinceridade dos relatos de Cristina. Owen, sentado ao lado dela, tinha o braço esquerdo apoiado na cadeira em que a morena se sentava e sua cabeça apoiada na mão, contemplando cada pequeno movimento que ela fazia, cada uma de suas respirações suaves ou tensas.

- Pedi a Meredith uma semana para pensar no assunto depois de ter dito que era melhor que as irmãs de Derek fossem madrinhas de Bailey. Mas então houve uma noite em que o Derek estava de plantão, Mer estava em casa e o Bailey começou a chorar sem motivo aparente. Mer me ligou, eu estava em casa também e Owen trabalhava. Fui ver os dois e quando o peguei no colo, tentando fazer um som que o acalmasse, percebi que eu faria o que fosse preciso pelo bem de Bailey, que sempre cuidaria dele com tudo de mim. Mer estava exausta e acabou dormindo. Eu fiquei com o bebê nos braços, contando histórias minhas, grande parte delas sobre minhas cirurgias, até ele dormir por completo e se acalmar. Acho que Bailey me escolheu como madrinha e eu fico feliz que ele o tenha feito.

- Parece que você tem uma forte ligação com os seus afilhados, senhorita Yang – comentou a senhora.

- Sim, eu tenho. E me orgulho disso. Meredith está chegando com três dos meus afilhados aqui em casa em menos de dois meses e eu já conto os dias para ter todos ao meu redor.

- Por isso a casa grande? – deduziu a assistente social.

- Sim, foi um dos motivos que me fizeram escolher esta casa, ter espaço para receber a minha melhor amiga e os meus afilhados. Nossa promessa de nunca perdermos contato é mais séria do que eu poderia pôr em palavras.

- Se posso servir de testemunha, diria que é impossível de explicar a relação de Meredith e Cristina. Elas são amigas, companheiras, cúmplices, irmãs, tudo ao mesmo tempo – disse o ruivo.

- Bom, falta ainda uma criança, você tinha dito ser madrinha de quatro...

- Elis Cristina Grey Shepherd – o sorriso da médica enlarguecia ao se lembrar da caçula de sua pessoa – Ela nasceu depois da morte do Derek. Mer descobriu que estava grávida pouco depois que o perdeu. Eu estava lá quando ela disse que não queria aquele bebê, que não podia. Eram tantos nãos dados pela dor do luto de Derek que ela mesma não se ouvia. Mer se arrependeria para sempre se tivesse abortado aquela criança. Eu estive ao lado dela durante a gestão. E estava lá para o parto e durante todo o resguardo. Acho que poucas vezes me emocionei e me surpreendi tanto ao ouvir Mer dizer o nome da pequena à enfermeira.

- A menina tem o seu nome...

- Sim, ela tem, apesar de ser uma cópia quase fiel da mãe, Elis tem o meu nome. O que mais eu posso dizer sobre isso? Não sei...

- Eu sei – Owen a fitou por um longo momento e depois se virou para a assistente social – E eu sei exatamente o que essas mães viram em Cristina quando a fizeram madrinha de seus filhos. Nunca conheci uma pessoa mais leal e dedicada do que Cristina. Ela pode achar que não, fazer algumas coisas de um jeito torto, mas ela se importa e sente tudo intensamente. Essas quatro crianças são parte dela e eu sei que ela faria de tudo por qualquer um dos quatro. Eu sei que ela sempre estará lá por eles, que ela será uma das grandes referências na vida dessas crianças e que o amor dela faz toda a diferença na vida desses quatro – o cirurgião encarava a assistente social e deixava transparecer todo o amor que havia em seu peito por Cristina – E foi isso também que a Ally enxergou em Cristina, o coração enorme que ela é para os que se permitem conhecê-la. Por isso a Ally se apegou tanto a Cristina que é quase inconcebível para ela passar um dia sem vê-la. A doutora Yang só precisava querer ser mãe, senhora Bachmann, porque a vocação para cuidar e ensinar nasceu com ela – disse olhando para a morena.

- Obrigada! – ela segurou o rosto dele um tanto transbordando após ouvir aquelas palavras e lhe ofereceu um beijo repleto de ternura.

- Bem, eu agradeço muito pelas nossas conversas e por este café mais do que agradável. Em breve vocês devem ter notícia por meio de seus advogados sobre o andamento do processo, mas já posso adiantar que farei um relatório favorável à adoção de Ally pelos dois – sorriu enquanto se punha de pé.

Os dois médicos acompanharam a assistente social até a porta ainda sem saber bem como reagir àquela novidade. Lembraram-se de ser gentis e agradeceram a Lina Bachmann pela visita e pela confiança em seu parecer. Quando fecharam a porta e ficaram sozinhos, Owen sequer deixou que Cristina respirasse, apenas enlaçou sua cintura com os braços e a apertou contra si numa vontade insana de fundi-la ao seu corpo. Eles haviam conseguido, haviam passado na primeira avaliação da assistente social. E o doutor Hunt queria deixar bem claro para a doutora Yang toda a verdade contida em suas palavras: ele a havia perdoado pelo aborto e ele permaneceria na vida dela para sempre.


Notas Finais


Preciso de carinhos. Aceito em forma de comentários!
=)
#crowen forever!


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