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História Take care now - Ally no jardim das maravilhas


Escrita por: brullf

Notas do Autor


Sei que faz tempo que não atualizo a história e também sei que não há como me desculpar.
Espero que ainda haja alguém por aqui querendo ler o pouquinho que falta para terminar - o próximo capítulo será o último.

Ah, temos uma surpresa neste! O que será?
Boa leitura!

Capítulo 32 - Ally no jardim das maravilhas


Exatos onze dias depois da visita do juiz Stefan Schwarz e de Cristina e Owen saberem tinham conseguido a guarda provisória de Ally, a ruivinha receberia alta do Instituto Klausman. Naquele meio tempo, o casal conseguiu encomendar os móveis para o quartinho da pequena e se revezar acompanhando a montagem.

Hunt não cabia em si de felicidade a cada novo brinquedo, mimo, sapatinho comprado para sua pequena. Cristina se permitia mergulhar num mundo do qual conhecia apenas as bordas. E lá estava ela, frequentando lojas e mais lojas de artigos infantis e visitando essa seção tão única e colorida das livrarias. Ally adorava histórias e a cirurgiã descobriu que adorava contá-las para ela.

A doutora Yang também finalizou o processo de contratação de uma diretora administrativa para o Instituto, com a aprovação de seu mantenedor que, aliás, estava muito feliz com a repercussão do “caso Ally Harris”, como vinha sendo tratado pela imprensa. Apesar de não gostar da exposição, a médica se viu cercada de câmeras e repórteres quando o tratamento de sucesso da ruivinha foi divulgado.

Demorou apenas um dia após a coletiva de imprensa de Cristina relatando sobre o caso da pequena para que descobrissem que a premiada cirurgiã e pesquisadora cardiotorácica estava em vias de adotar Ally junto com seu companheiro. Owen se saía melhor com a presença dos jornalistas e Cristina o intimou lidar com aquela situação em seu lugar, algo que o ruivo prontamente atendeu.

 

O dia amanheceu feliz, apenas mais uma quarta-feira na sequência do calendário. Uma quarta-feira inédita e muito esperada para a pequena e nova família Yang-Hunt.

Ally está vestindo sua roupinha de panda e segue distribuindo sorrisos e beijos pelos corredores do hospital do alto do colo de seu pai. Assim que deixaram o quarto da Pequena Sereia, com todos os pertences da menina que ainda estavam ali, a doutora Yang fora chamada na sala da administração, pois precisaria assinar alguns papéis com urgência. Nada que fosse tomar muito de seu tempo no dia em que levaria sua filha para casa pela primeira vez.

Ao caminhar sozinha pelo Instituto, Cristina se perde em pensamentos. Todos eles envolvendo sua menina. E ela sorri sem endereço. Seria aquela a sensação das mães quando deixam a maternidade? Um algo de imensidão com medo, ansiedade e amor desmedidos? Não havia um manual que pudesse estudar ou que a preparasse para aquele momento. Mãe. Seu colo agora se encontra constantemente preenchido por um corpinho pequeno e seus sentimentos tomados de uma grandeza inédita.

A cerimônia debaixo do chuveiro ainda lhe assalta de quando em vez. Quem mais se casaria daquele jeito? Ela não consegue imaginar. Como também não imagina sua vida ao lado de nenhum outro homem. Nunca esteve tão segura de dar as mãos a Owen e seguir, um passo após o outro, pelos dias, pela vida inteira que se prometeram pela frente. E ela sabe que estarão juntos. Mesmo quando Cristina cismar que era melhor ter feito de outra forma. Mesmo quando Owen titubear que o mais certo era terem seguido separados. Um do outro. Eles se prometeram ficar, mesmo quando quisessem partir. E ela não irá a lugar nenhum, não sem ele, não sem Ally.

Enquanto a doutora Yang acerta os últimos detalhes para sair em sua licença maternidade, o doutor Hunt é quase a atração do dia na entrada do Instituto Klausman. Ele não se importa com as pessoas ao redor olhando enquanto brinca com Ally, fazendo barulhos ininteligíveis e sorrindo com a pequena junto de si. A ruivinha gargalha alto quando seu pai lhe faz cócegas e o abraça logo a seguir. Pai... três letras que desabam sobre o cirurgião. E ele mal pode esperar pelos dias que terá pela frente ao lado de suas garotas!

Envolvido com sua menina, Owen nem repara quando um rosto conhecido cruza as portas do hospital. Não vê também o espanto no rosto bem desenhado ao reconhecer o médico com uma criança no colo e um sorriso bobo na face. De todas as coisas que Teddy Altman imaginou ao aceitar se mudar para a Suíça e trabalhar com sua pupila, aquela cena jamais foi uma delas.

A médica loira se aproxima devagar e um tanto confusa. Queria saber quando o amigo tinha se tornado pai e porque ela não fazia a menor ideia de que isso tinha acontecido, já que os dois mantinham o contato e a amizade, apesar da distância.

- Owen? – chama ao perceber que ele não notou sua presença ali.

- Teddy?! – a surpresa e o espanto na voz e na expressão dele são genuínos – O que você...

- Uau! – ela aponta para Ally encantada com a graciosidade da pequena, que deita sua cabeça no ombro do pai e deixa cair a touquinha de panda, revelando seus cachinhos ruivos – Ela... – Teddy não consegue parar de sorrir e de encarar o cirurgião.

- Owen, eu já terminei, nós podemos... Teddy! – Cristina não tinha visto sua antiga tutora parada à frente de Hunt e encarando o ruivo com Ally no colo – Por que não me disse que você chegaria hoje? – sempre prática, a doutora Yang cumprimenta Altman e a deseja boas-vindas à Suíça e ao Instituto.

Todos já sabiam da contratação de Teddy por Cristina para integrar as equipes médica e de pesquisa do hospital, mas esperavam pela cirurgiã apenas dali a uma semana.

- Mamain! – um arrepio ainda percorre Yang toda vez que Ally a chama assim. Involuntariamente, um sorriso se instala em seu rosto enquanto ela tem seus braços cheios pelo corpinho pequeno da menina – Vamu bola?

- Cristina?! – Teddy encara o casal de médicos-cirurgiões e espera por uma explicação – Vocês... – olha de um para o outro ainda estupefata com a cena a que acabara de assistir – Essa criança... céus, digam alguma coisa!

- Teddy, será que nós podemos conversar em nossa casa? – sugere Hunt – Ally está deixando o hospital hoje, pela primeira vez, desde que ela nasceu – passa o braço por trás de Cristina e com a outra mão faz um carinho em sua filha.

- Ally?! – o casal de médicos sorri – Olá, pequena! – fala com a menina – Então hoje é dia de você ir para casa?

- Xim... – ela responde tímida se escondendo na curva do pescoço de Cristina.

- Apenas me digam que vocês dois têm uma ótima desculpa e uma história incrível para eu não saber da existência desse encanto de menina até hoje! – olha brava para os dois.

- Você não tem lido muito ultimamente, não é? – implica Yang.

- Eu confesso que não...

- Muito bem, em casa nós responderemos todas as suas perguntas, Teddy. Vamos? – olha para Cristina e Ally, a médica apenas assente.

 

Altman segue com os três para a casa da família e aceita a carona. Cristina dirige, Owen se divide entre namorar sua mulher com os olhos e sorrir para a conversa de palavras ainda meio emboladas de sua filha com Teddy. Apesar da surpresa, a cirurgia está feliz, muito feliz, com a surpresa de encontrar Yang e Hunt juntos novamente.

A loira observa com um sorriso incontido no rosto quando Cristina abre a porta de trás e tira Ally da cadeirinha, logo a encaixando em seu colo. Owen se ocupa das coisas trazidas do hospital e abre a porta para elas.

- Teddy, você está em casa! E com certeza ficará aqui até encontrar onde morar definitivamente – anuncia Yang.

- Eu não quero...

- Nem tente! – a morena corta a tentativa da outra de declinar do arranjo.

- Tia Teddy vai molá ati, mamain? – Ally pergunta empolgada.

- Vai, até a tia Teddy ter a casa dela, ursinha! – a menina gosta de ouvir aquilo.

- Apenas desista de ficar em um hotel, Teddy, isso está fora de cogitação – completa Owen – Agora, será que tem alguém aqui muito curiosa para conhecer o quarto novo? – brinca com Ally.

- Eu, papai! Eu! – a ruivinha se agita no colo de Yang e o médico não consegue segurar a emoção de se saber pai ao lado da mulher que ele ama – Onde, mamain? – os olhinhos verdes fitam Cristina cheios de expectativa.

- Teddy, você se importa se...

- Por favor, Cristina – sorri a cirurgiã – Esse momento é de vocês. Eu espero aqui na sala, não pensem que vão se livrar do meu interrogatório! Especialmente você, Owen Hunt!

Os dois sobem as escadas com a filha e Ally observa tudo ao redor, apontando para as coisas e fazendo perguntas até que chegam a uma porta branca, com um enfeite de nuvem de onde cai uma cascata de coraçõezinhos coloridos. Devagar, ele gira a maçaneta e abre a porta. A menina se encanta de imediato com o quarto que lembra um jardim.

As paredes em tons de verde, uma delas coberta com um lindo adesivo de uma árvore mágica, a cama em forma de flor que Cristina vira na internet, móbiles diversos pendurados no teto, uma luminária em forma de nuvem, os bichinhos de pelúcia arrumados por todos os cantos e a caixa de brinquedos cujas laterais eram borboletas. Os três nichos brancos colocados na parede oposta à árvore estavam cheios de livros. A cômoda e o guarda-roupa são em madeira clara, com puxadores em forma de folhas e joaninhas. No chão, um tapete felpudo enorme, em degrade lilás, no formato de flor.

- Tudo ixu meu? – pergunta e leva as duas mãozinhas à boca.

- A mamãe e o papai escolheram tudo aqui pra você, meu amor. Tudo isso é seu. Aqui, agora é o seu quarto, na nossa casa – responde Hunt.

- Eu vai memo molá ati pa semple? – Cristina se senta com Ally na cama e a olha, fazendo um carinho nos cabelos dela.

- Você é a ursinha do papai e da mamãe, Ally, pra sempre!

- Seu ussinha semple, mamain! – agora, já livre dos pontos de sua cirurgia e com os movimentos mais firmes, a menina se abraça a Cristina quase como um bebê coala.

- Você gostou do seu quarto, Ally? – Owen se senta ao lado delas.

- Muntão, papai! – ela abre um sorriso imenso e fica indecisa sobre qual dos bichinhos quer em sua cama, pedindo então todos eles.

Assim que Yang e Hunt ajeitam todos os bichinhos com sua pandinha, a médica tira uma foto e envia para Meredith mesmo deduzindo que a médica estará dormindo naquele horário em Seattle.

- Filha, vamos lá embaixo um pouquinho? A tia Teddy está esperando e tem um monte de coisa gostosa pra gente tomar café da manhã – o cirurgião estica os braços e logo recebe o pulo de sua pequena.

- Oba! Eu com fome, papai – os dois sorriem com a animação de Ally. Tinham deixado tudo pronto antes de saírem para buscá-la no hospital.

Altman espera por eles meio cochilando no sofá, mas desperta ao ouvir as vozes na escada. Perguntava-se sobre a impossibilidade da cena a se desenrolar diante de seus olhos. Owen descendo os degraus e fingindo morder uma criança, que gargalha se divertindo, ao lado de Cristina fazendo de conta que briga com ele. Há uma aura bonita envolvendo os três e não há que se dizer muito: era apenas o amor que ali havia se instalado e feito morada, daquelas para durar.

O café da manhã é cheio de risos e da tagarelice de Ally. Aos poucos, o casal de médicos-cirurgiões responde a todas as perguntas de Teddy. Ela realmente ouvira falar sobre o caso da pequena, mas não estava atualizada sobre as últimas notícias, visto que se dividia nos últimos dias em atividade no Hospital do Exército na Alemanha e os preparativos para se mudar após receber o convite de Cristina.

Owen conta até mesmo sobre o casamento dos no chuveiro, surpreendendo ainda mais a amiga. São muitas informações para digerir. E não é difícil perceber a emoção de Cristina ao relembrar o dia em que, conversando com Ally, a pequena perguntou se ela seria sua “mamain”.

- Eu quase não consigo acreditar nisso tudo! – comenta entre um gole e outro do café recém passado pelo ruivo.

- Aconteceu tudo muito rápido, Teddy. A minha decisão de vir procurar Cristina, o fato de tê-la reencontrado no dia da cirurgia de Ally e ela ter me aceitado mais uma vez... parece que vivemos alguns anos compactados em pouco mais de um mês. Por isso não contei nada a você, simplesmente não tive chance – justifica.

- Oh sim, eu sei muito bem que você deve ter andado muito ocupado desde que chegou à Suíça! – diz com um sorriso malicioso.

- Com toda certeza! – Cristina sorri para o homem que ela ama enquanto cuida de dar a Ally pedacinhos de um bolo de laranja que a ruivinha adora.

- Agora eu entendo a sua urgência em me querer aqui o mais rápido possível, Cristina! Mas você poderia muito bem ter adiantado o real motivo por telefone – as duas médicas se olham – Eu confesso que estou muito surpresa com tudo sim, mas feliz também. Vocês dois se amam e eu sempre torci, mesmo que de longe, para que ficassem juntos e agora... olha só para vocês! Cristina Yang e Owen Hunt estão casados e têm uma filha linda! – Ally ouve o elogio e joga um beijo para Teddy – Linda e muito fofa e que eu vou apertar muito! – eles riem – Têm certeza que me querem por aqui?

- Como eu já disse, isso não está em discussão. Afinal, sou a responsável por você mudar de país, então, o mínimo que posso oferecer é a minha casa enquanto você não encontra a sua – Yang responde.

- Mas eu não quero atrapalhar... Ally acabou de chegar e, pelo que entendi, vocês dois meio que estão em lua de mel, então...

- Pela última vez, você fica, Teddy. E pode ter certeza de que não está atrapalhando nada – enfatiza Hunt – Você se importa se deixarmos para ir buscar suas coisas no hotel depois do almoço?

- Tudo bem, vocês venceram, eu fico! – a loira se recosta na cadeira – Mas será realmente só até eu encontrar um lugar para mim. Vim mais cedo para Zurique exatamente pra isso.

- Sem pressa... – diz Cristina.

- Será que essa pandinha linda já comeu o suficiente para brincar com a tia Teddy? – pergunta para Ally, que concorda – Eu também quero conhecer esse quarto lindo que você me disse que ganhou – se levanta e pega a menina, deixando o casal na cozinha.

Os dois arrumam tudo em sintonia perfeita enquanto trocam beijos e carinhos.

- Obrigada por tudo... – ela diz ao se aconchegar contra o peito dele.

- Eu sempre soube, desde que te vi, que você é a mulher da minha vida, doutora Yang! – ele a aperta com cuidado e a beija vagaroso até pegá-la no colo e sentá-la na mesa.

- Eu amo você, Owen – ela segura o rosto dele e os dois sorriem – E sei que Ally não estaria aqui comigo se você também não estivesse.

- Eu amo você, Cristina! – ele a abraça mais uma vez e ela enlaça as pernas ao redor da cintura dele. Os dois se permitem ficar assim por um tempo – Parabéns, mamãe! – ele sussurra antes de beijá-la mais uma vez.

- Parabéns, papai! – ela responde entre os beijos e os dois sorriem.

Não demora muito e os três médicos estão sentados no tapete do quarto de Ally brincando de tomar chá com diversos bichinhos de pelúcia enquanto a pequena preenche o espaço e os corações com suas palavras, sua doçura e sua imaginação.


Notas Finais


Teddy Altman ❤️❤️❤️
Gostaram da surpresa?

Voltarei em breve...


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