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História Take care now - Ser e Sentir - parte 1


Escrita por: brullf

Notas do Autor


Dizer adeus nunca é fácil... por isso mesmo, dividi o capítulo final em duas partes.
Aqui vai a primeira 💛

Capítulo 34 - Ser e Sentir - parte 1


Fanfic / Fanfiction Take care now - Ser e Sentir - parte 1

A tarde de quinta-feira chegou cinzenta e bastante fria. Se pudessem escolher, Owen e Cristina teriam ficado em casa com Ally, estirados entre cobertores e almofadas, rindo de qualquer das animações que a pequena escolhesse para assistir, aquecidos por canecas de chocolate quente, moletons coloridos e o amor que compartilham. O casal de médicos, porém, entra de mãos dadas no fórum municipal de Zurique. Ele com a filha no colo, ela com a cabeça apoiada em seu ombro e acompanhados por Teddy.

Eles são recebidos por Peter e Pauline Hammarlund, os gêmeos advogados do Instituto que estão atuando na adoção de Ally.

- Doutora Yang, doutor Hunt e doutora Altman, boa tarde – sorri Pauline – E essa pequena princesa, como está? – faz cócegas na ruivinha.

- Era mesmo necessário que a trouxéssemos, senhorita Hammarlund? – questiona Owen.

- Sim, faz parte do processo. Venham, enquanto aguardamos a audiência, há uma sala onde vocês poderão ficar com Ally – os dois advogados guiam o grupo.

Os três médicos e a criança entram numa sala ampla, onde há alguns brinquedos colocados ao centro, cadeiras confortáveis e até mesmo um pequeno café da tarde. Altman está ali para ficar com a pequena quando Owen e Cristina forem chamados à sala de audiência. Já que não estaria de plantão no instituto, Yang e Hunt preferiram pedir o favor à amiga a contratar uma babá desconhecida.

- Podi bincá ati, papai? – a ruivinha aponta para o tapete colorido e a caixa de brinquedos com bichinhos e bonecas. 

Ele olha para sua morena enquanto ela tira o casaco mais pesado e o deixa numa cadeira, logo se sentando perto dos brinquedos e entendendo os braços para a filha. Owen coloca Ally no chão e a ruivinha corre até sua mãe, parando ao lado da caixa de brinquedos e tirando dois ursinhos, um panda e um caramelo. Depois, ela se senta no colo de Cristina e entrega a pelúcia marronzinha para a mãe e fica com o pandinha. Hunt também se livra de seu sobretudo e se senta com suas garotas.

Teddy se acomoda em uma das cadeiras, observa seu casal de amigos com a pequena e sorri. A menina começa a contar uma história sobre os dois ursinhos fazendo todos rirem. Ela se ajeita meio deitada nos braços de Cristina e sempre busca os olhos de sua mãe, que participa do momento movimentando o urso entregue por Ally, conforme a pequena desenvolve a narrativa.

- Adê seu usso, papai? Pega tamém! – aponta para Owen, que logo a obedece e se aproxima mais das duas.

A doutora Yang interrompe a história de sua menina para dar água a ela. Com o avançar dos minutos, os médicos se entreolham tentando entender o que se passa e a demora em serem chamados. A um pedido da cirurgiã, o ruivo entrega a ela a bolsa com as coisas de Ally. O lanche da tarde da pequena é sempre frutas e uma vitamina. Ao ver seu pratinho lilás, ela bate palmas e se senta entre as pernas de sua mãe. Owen segura o pratinho e auxilia sua filha, a coordenação motora dela tem melhorado muito e a ruivinha já quase consegue espetar suas frutas sozinha com um garfo feito para crianças de sua idade.

A porta da sala finalmente se abre e Pauline aparece chamando o casal de médicos. Os dois dizem para a filha que logo estarão de volta, deixam um beijo em seus cachinhos e Teddy passa a tomar conta dela.

Cristina e Owen entram de mãos dadas na sala de audiência. Estão nervosos e se olham buscando confortar um ao outro. Eles são conduzidos até seus assentos e, logo a seguir, o juiz Stephan Swarz e a assistente social Lina Bachmann chegam.

- Boa tarde, doutora Yang e doutor Hunt, como estão? – o juiz é simpático ao cumprimentá-los e a senhora Bachmann acena sorrindo.
- Estamos bem – é a médica quem responde.

- Ótimo – assim que toma seu assento, ele se vira para o escrivão – Declaro aberta a sessão que trata da adoção da menor Ally Harris, de origem romena, por Cristina Yang e Owen Hunt, não casados, mas em união estável. Passo a palavra aos advogados.

- Meritíssimo e demais membros desta corte, boa tarde – Peter se dirige a todos com seu carisma – Está é um caso de adoção nominal, em que a própria mãe biológica da criança assinou os documentos, por sua livre vontade e sem qualquer contato com meus clientes, consentindo a adoção da menor Ally Harris, que se encontra sob a guarda provisória de Cristina Yang e Owen Hunt há um mês e oito dias.

- Mas o contato dos dois médicos com a pequena se iniciou antes ainda, no Instituto Klausman, onde Ally Harris teve sua vida salva por sua agora mãe, então sua médica – Pauline usa um tom mais emotivo em sua fala – Mesmo no hospital, conforme os diversos relatos ouvidos tanto pelo meritíssimo juiz quanto pela assistente social que acompanha o caso, o cuidado da doutora Yang e do doutor Hunt com a pequena Ally era muito maior do que o relacionamento médico-paciente.

- E graças à cirurgiã brilhante que a doutora Yang é, e seus prêmios e artigos científicos apenas confirmam o que estamos dizendo aqui, Ally Harris hoje é uma criança saudável, curada e com uma perspectiva de vida normal, tendo pela frente apenas os desafios que qualquer outra criança de sua idade tem. O que só foi possível porque ao invés de classificá-la como mais um caso impossível, como fizeram tantos médicos antes dela, a doutora Yang disse sim à vida da pequena – Peter faz uma pausa e sorri para todos – Foram horas de cirurgia, dois procedimentos direto no coração de Ally e, como os senhores têm acompanhado, uma recuperação plena e cheia de sorrisos.

- Nas visitas feitas regularmente a Cristina Yang e Owen Hunt, a assistente social Lina Bachmann relata a dedicação, o cuidado e o desenvolvimento do vínculo afetivo entre a criança e seus pais. Sim, seus pais. Pois não resta, meritíssimo, a menor dúvida de que Cristina, Owen e Ally formam uma família. De que a decisão de torná-la filha dos dois não foi precipitada ou fruto de uma comoção que pode ter ocorrido devido ao caso médico. Os laços de amor espontaneamente demonstrados são a prova inconteste do que aqui defendemos – Pauline termina sua fala e se senta.

- Resta-nos, portanto, arguir em favor da guarda definitiva da menor Ally Harris para Cristina Yang e Owen Hunt, fazendo a Justiça reconhecer aquilo já resta documentado e demonstrado, qual seja, que eles são, de fato, a mãe e o pai da pequena. Obrigado meritíssimo – Peter se coloca ao lado da irmã.

- Com a palavra, a assistente social.

- Meritíssimo e todos os presentes, boa tarde. Pouco tenho a acrescentar sobre aquilo que já relatei. Em meu papel de assistente social do caso, meu parecer é para que a guarda definitiva de Ally Harris seja concedida, em definitivo, a Cristina Yang e Owen Hunt.

Os dois se olham e sorriem, sem nunca deixarem suas mãos separadas. O ruivo faz pequenos círculos de carinho sobre o dorso da mão menor no meio da sua. O gesto acalma os dois.

- Serei breve em minha decisão – o juiz se manifesta – Como muito bem apontado pela defesa, trata-se de um caso de adoção nominal. Afora isso, a relatoria da assistência social opina em favor dos solicitantes para que obtenham a guarda da criança. E, ademais, foram feitos esforços, especialmente, pela doutora Cristina Yang, para demonstrar seu real interesse em se tornar mãe da menor Ally Harris, com destaque para a contratação de duas pessoas para auxiliá-la em seu trabalho, realizado de forma brilhante, se me permitem o elogio, no Instituto Klausman – Stephan sorri – Pudemos observar, há pouco, antes da audiência, que a dinâmica familiar entre Cristina Yang, Owen Hunt e a Ally Harris está consolidada dentro daquilo que o Estado espera para decidir sobre a guarda de uma criança. A menor se sente à vontade com os cuidados do casal e já se refere aos requerentes, com elevada naturalidade, como “mãe” e “pai”. Não resta, destarte, nenhum impedimento para que o Estado da Suíça reconheça, de ofício, a relação familiar estabelecida. Proclamo, portanto, a guarda definitiva de Ally Harris para Cristina Yang e Owen Hunt. Está encerrada a sessão.

O senhor Schwarz se levanta e deixa seu lugar de juiz para cumprimentar o casal, sendo seguido pela senhora Bachmann. Os dois não se demoram ali, precisam lavrar a ata com o escrivão e providenciar os demais papéis necessários aos advogados para que então o casal de cirurgiões possa registrar Ally como sua filha.

Após serem deixados a sós na sala da audiência, sem conseguir dizer qualquer palavra, os dois se abraçam. Forte. Demorado. Familiar. Inédito. Sem se importar se alguém estaria olhando, Cristina precisa de um pequeno impulso e logo abraça a cintura de Owen com suas pernas. Ela deseja envolvê-lo por inteiro. Precisa que ele a prenda entre os braços para que acredite estar vivendo aquele momento. O ruivo a segura e lhe oferece a certeza de que não a deixará cair enquanto não consegue controlar suas emoções e chora com o rosto escondido no pescoço dela, exatamente como Ally gosta de ficar.

Não há mais dúvidas, embora em seus corações há muito já não houvesse: a pequena ruivinha está oficialmente em suas vidas, para sempre. Um pequeno ser que terão a missão de cuidar e educar, ensinar e corrigir, um exercício diário de dedicação e paciência. Não é preciso, porém, qualquer esforço para amar aquela criança que vem tornando seus dias grandiosos e repletos de medos e uma alegria inédita. Os sorrisos de Ally parecem inaugurar novos mundos, como se todos os dias fossem de ano novo.

- Nossa filha... – Cristina sussurra agarrada a Owen e ri. Ele se permite inundar por aquela felicidade e gira com ela em seus braços, também rindo. Um momento único e dos dois.

- Nossa filha... – ele diz a olhando bem dentro dos olhos e sorrindo.

- É real, Owen... – ela junta seu rosto ao dele e os dois ficam ali, de olhos fechados. O ruivo sabe exatamente o que sua morena está fazendo: respirando, lidando com suas emoções e seus receios. E então ele apenas respira junto com ela, acompanhando o mesmo ritmo, até que Cristina o olha novamente – É real!

- Nossa menina... – ele desvia o olhar e então se reconecta a ela – Nós dois, você e eu, temos uma filha?!

- Sim, babe – ela segura o rosto dele com carinho – Nós temos uma filha! – os dois se beijam: delicado, cúmplice, terno. Cristina afrouxa as pernas ao redor dele e Owen a coloca no chão. Eles se olham e sorriem e quase correm até a sala onde Ally está com Teddy.

O cirurgião de trauma abre a porta e deixa a cirurgiã cardiotorácica entrar primeiro. A ruivinha imediatamente deixa os brinquedos no chão e sorri.

- Mamain! – a pequena corre e Cristina se abaixa com os braços abertos, pronta a receber o choque daquele corpinho junto do seu. 

Ally parece entender que algo importante aconteceu e apenas fica quietinha dentro daquele abraço que logo fica mais forte quando Owen se junta a elas. Três corações que se harmonizam e encontram o mesmo ritmo. Teddy os observa e se emociona.

- Oi, minha ursinha! – a médica faz um carinho no rosto de sua filha. Oficialmente, sua filha.

- Demolô munto, mamain – a pequena esfrega os olhinhos, manhosa, e se vira para Owen – Podi bola, papai? – estica os bracinhos para o ruivo, que logo a tem no colo e se levanta, levando Cristina junto com eles.

- Oh, mas eu achei que a minha princesa panda ia querer passar na loja de doces antes de ir para casa – imediatamente, a menina o olha e sorri.

- Vamu!

- E então? Agora é oficial? – Teddy se aproxima de seus amigos e da pequena que já considera sua sobrinha, ansiosa.

- Sim, agora nós somos três – Cristina sorri para a amiga, que comemora com um largo sorriso e palmas.

Dali, eles seguem juntos até uma das delicatesses mais famosas do centro de Zurique onde comemoram a guarda definitiva de Ally com muito mousse de chocolate e outras iguarias.
 


Notas Finais


É difícil por em palavras tudo aqui... mas esse mundinho de "Take Care Now" é um dos mais especiais pra mim!


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