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História Taking Over Me - O Show - Parte 2


Escrita por: JubsAZ

Notas do Autor


Olá pessoas, tudo bem com vocês?
Me desculpem pela demora.
Espero que gostem.
Boa Leitura!

Capítulo 9 - O Show - Parte 2


-Thalia Grace 

 

Eu fiquei encarando aquela cena, completamente sem reação. A garota asiática ainda estava ao lado de Luke, com uma espécie de sorriso vitorioso no rosto. Ele me encarava, como se tentasse me explicar o corrido silenciosamente. Annabeth saiu correndo, inventando uma desculpa qualquer, eu estava tão abalada que nem tive tempo de ajudar a minha melhor amiga, que também era apaixonada por ele. 

Finalmente tive alguma reação e apenas saí correndo. Se eu continuasse ali, as lágrimas iriam invadir o meu rosto e eu não iria chorar na frente de todos. Senti que meus olhos já estavam se enchendo de lágrimas e eu precisava ser rápida, pois eu não sei por quanto tempo vou conseguir aguentar. 

— Preciso da chave. - Praticamente gritei quando cheguei ao lado de Jason. 

— Aconteceu alguma coisa? - Ele indagou, preocupado. 

— Por que todo mundo está saindo correndo? - Foi a vez de Leo perguntar. 

— Eu só quero a droga da chave! - Gritei, sentindo o rosto queimar. 

— Ok, calma... - Ele colocou a mão no bolso, me entregando o que eu havia pedido logo em seguida. — Quer que eu vá com você? 

— Não. - Quase o empurrei. — Me desculpe, eu só quero ficar sozinha.  

— Você e Annabeth brigaram? - Ouvi Piper gritar quando eu já estava na saída, mas eu apenas continuei andando, fingindo que não ouvi a pergunta. 

Apesar de estar com a chave nas mãos, eu não tinha certeza se gostaria de ir para casa. Continuei andando sem rumo pela rua da boate, até passar por uma rua estreita e escura, onde um grupo de pessoas fumavam e compartilhavam uma garrafa de vodka. 

Fiquei encarando a situação de longe, até que um dos homens desconhecidos pareceu me notar. 

— Ei, garota. - Ele falou, completamente bêbado. — Vem cá. 

Apenas assenti, talvez a raiva e a tristeza tivessem me feito perder o bom senso e eu caminhei na direção daquele grupo estranho. 

— Você não parece bem, menina. - Uma mulher extremamente loira, cujo os seios pulavam para fora da blusa, falou assim que eu me aproximei. — Problemas com o namorado? 

— Quase isso. - Dei de ombros. A essa altura, as lágrimas já estavam descendo, mas eu não me importei. 

— Por que vocês estão conversando com essa criança? - Outro homem, que estava sentado falou após revirar os olhos. 

— Porque já tivemos a idade dela, amor. - A mulher abaixou e beijou a bochecha do homem que falou antes. Então, eles eram namorados. — E queremos ajudar. Quantos anos você tem? Dezessete? 

— Sim. - Afirmei. 

— Se está com problemas com um garoto, andando sozinha na rua a essa hora... Acho que você não quer ir para casa. - Ela riu. — Acho que você vai precisar disso. - Ela pegou outra garrafa que estava no chão, porém tinha bem menos da metade. 

— Obrigada... - Falei confusa, pegando a garrafa. Não sabia se deveria agradecer por estranhos estarem me oferecendo bebida, ou se deveria sair correndo. 

— Não tem muito, se você tivesse chegado mais cedo. - O homem riu. — Mas acho que vai funcionar. A minha irmã aqui adora ajudar as pessoas. - O rapaz que tinha gritado falou. Então, o grupo era de três pessoas, dois irmãos e o namorado da loira. 

— Pegue isto também. - Ela tirou um cigarro do bolso e me ofereceu, por mais que eu negasse com a cabeça e me deu também um isqueiro. — Não precisa devolver. - Ela piscou. — Você pode ficar aqui com a gente, mas acho que gostaria de ficar sozinha, então pode ir. 

— Ok, muito obrigada. - Falei, como se fosse um robô programado. — Até outro dia. - Levantei a garrafa, como se estivesse brindando e  todos riram, exceto o namorado da loira. 

— Vocês são uns idiotas. Aquela bebida poderia ser útil. E que ideia foi essa de entregar um de nossos cigarros e o meu isqueiro? Se formos preso, a culpa de vocês. - Ouvi o homem falar assim que eu saí. 

Continuei andando sem rumo, por várias ruas. Eu não sabia a hora, mas acredito que já estava muito tarde, pois tudo estava tranquilo e silencioso. Encarei a garrafa de vodka que estava em minha mão e abri.  

Andei mais um pouco, até perceber que eu já havia bebido tudo. Mas não tem problema, a garrafa estava quase vazia quando eu a peguei. Talvez, eu tivesse alguma complicação devido as bebidas que tomei na boate, mas aquilo já não me importava mais. 

Me sentei em uma calçada e tirei o sapato que estava me incomodando. Me arrependi profundamente por estar de vestido, o frio noturno estava invadindo as minhas pernas descobertas, deixando as mesmas geladas. 

Olhei para o isqueiro em minha mão. Fazia muito tempo que eu não fumava e fiquei me perguntando se eu realmente deveria fazer aquilo. Jason provavelmente irá me fuzilar quando descobrir, mas desde que ele não conte para o meu pai, como fez da última vez, tudo vai ficar bem. 

Enxuguei uma lágrima solitária que descia e revirei os olhos ao ver que a minha mão estava um pouco preta, com os resquícios da maquiagem pesada que eu usava. Minha cara deveria estar horrível. Aposto que estou parecendo um panda. 

Sem pensar duas vezes, ascendi o cigarro e o levei até minha boca. Tossi antes medos de abrir a boca, expirando a fumaça. Acho que eu havia perdido a prática. No entanto, continuei a repetir os mesmo movimentos, ignorando a dor no peito e o fato de eu me engasgar as vezes. 

Observei a fumaça e me lembrei de quando eu o conheci. Dois anos atrás, Hera, a vaca da minha madrasta, me mandou para um acampamento de férias. Ela disse ao meu pai que seria bom, pois eu faria novas amizades e aprenderia boas maneiras, no entanto, eu sabia que ela gostaria de se livrar de mim. Ignorando todas as sensações que estava sentindo e toda a tristeza que me dominava ao lembrar do como ele estava beijando aquela garota, a minha mente vagou para o momento exato que eu o vi pela primeira vez. 

 

Levei novamente a garrafa até a minha boca, engolindo boa parte daquele líquido. Aquela não era a primeira vez que eu bebia, mas devo admitir que espumante é horrível. Eu sempre imaginei que era algo bom, já que todos sempre tomavam nas festas e aparentemente era uma bebida chique. 

Talvez, eu fosse expulsa do acampamento por ter roubado a garrafa da diretora, mas essa era a minha intenção. Eu nunca vou perdoar Hera por ter me mandando para cá e o meu pai por ter aceitado. Jason deve estar lá, se divertindo com a família feliz. Quando meus pais se separaram eu confesso que fiquei feliz, a minha mãe era louca. Porém, eu nunca imaginei que ele iria se casar com alguém como Hera. E para piorar a minha situação, ela me odeia. 

Resolvi ignorar todos aqueles pensamentos e me concentrar em não cair. Eu estava tentando me equilibrar em cima de um pinheiro (a única árvore do acampamento que eu arriscava subir porque não era alta, e eu tenho muito medo de altura) e devido a falta de galhos visíveis, aquilo era bem difícil. Voltei a beber aquele horrível espumante, enquanto observava o céu, esperando que aquela tortura de acampamento acabasse logo. 

Ouvi alguns passos e meu corpo enrijeceu. Fiquei com medo de ser algum dos diretores do acampamento e me senti completamente aliviada ao ver um menino se aproximar e sentar no chão, encostando as costas no mesmo pinheiro em que eu estava. 

Percebi que ele era loiro e acho que eu já o vi antes, mas nunca conversamos. Ele pegou um cigarro e aquilo me surpreendeu, talvez ele também estivesse querendo se livrar desse lugar. Eu estava entediada e algo me fez querer conversar com o menino, o que era estranho, já que eu odiava fazer amizades. Então segurei a garrafa com mais força e fui tentando descer, sem cair. Me agarrando no tronco e colocando os pés nos poucos galhos. 

O garoto pareceu perceber a movimentação ou ouviu os barulhos que eu estava fazendo e olhou para cima, me abaixei para vê-lo melhor e confesso que ele era atraente. Seu cabelo loiro estava bagunçado e devo admitir que ele tinha uma aparência atlética. Seus olhos eram tão azuis como os meus e ele possuía um olhar furtivo e penetrante. A partir da parte inferior do seu olho, uma espessa e profunda cicatriz se estende até o seu queixo e eu fiquei curiosa em saber o como ele havia conseguido isso. 

Desci ainda distraída olhando para o tal menino que havia despertado um pouco do meu interesse. Me equilibrando com apenas uma mão, pois a garrafa estava em outra e sem prestar a devida atenção, pisei em falso em um dos galhos e escorreguei. Apesar de já ter passado da metade do caminho e apesar de não ser muito alto, eu imaginei que se eu pisasse de um jeito errado no chão, podia quebrar um tornozelo. Apenas fechei os olhos, esperando o pior. 

No entanto, ao sentir um forte impacto e uma dor na coluna, percebi que não havia atingindo o chão. Abri os olhos e me deparei com duas órbitas azuis me encarando. 

— Você está bem? - Ele me perguntou e eu me surpreendi com a sua voz rouca. 

— Sim... - Falei baixo, enquanto me livrava dos seus braços e ele me ajudou a ficar em pé novamente. — Agora o meu medo de altura aumentou. 

— Mas o pinheiro nem é alto. - Ele riu.  

— Eu sei, por isso que eu subia nele. Porém, agora ele também está na minha lista negra. - Brinquei, arrancando uma risada do garoto e confesso que adorei ouvi-la. 

— Vamos, sente aqui que é mais seguro. - Ele sentou novamente no local de antes fazendo um gesto para que eu fizesse o mesmo. 

— Isso é horrível. - Apontei para a garrafa assim que sentei, tentando puxar assunto. 

— Também acho. - Ele concordou com um lindo sorriso no canto do rosto. 

— Você não tem medo ter câncer? - Apontei para o cigarro. 

— E você não tem medo de estragar o seu fígado? - Ele apontou para a minha bebida, me  deixando sem graça. 

— É... - Foi tudo o que eu consegui dizer. 

— Tudo nessa vida vai nos matar um dia, precisamos nos acostumar com isso. - Ele encarou o céu com um olhar distante. — Me diga, o que você tem vontade de fazer? 

— Cortar o cabelo. - Falei por instinto, pegando uma mecha preta que se estendia pelo o meu ombro. — Gostaria de cortar bem curtinho, mas a minha madrasta me mataria. 

— A vida é muito curta para pensarmos nas consequências. 

— Você é um pouco mórbido, não acha? 

— Talvez eu seja apenas realista. - Ele sorriu novamente. — Se quiser cortar, corte. Você fica linda de todo o jeito. - Corei instantaneamente. Eu já tinha escutado esse elogio antes, mas por alguma razão aquilo me deixou envergonhada. 

— O-obrigada. - Eu gaguejei? Sempre me considerei uma pessoa confiante, ninguém nunca tinha me deixado sem reação antes. 

— Você também não parece gostar daqui. O que me diz de armamos uma travessura contra a diretora? - Ele riu, parecendo uma criança pequena prestes a roubar um pedaço de bolo da geladeira. 

— Agora você falou a minha língua! - Falei empolgada. — Finalmente encontrei uma pessoa digna de ser meu amigo. 

— Digo o mesmo. Mas antes de ser minha amiga, preciso que você me prometa uma coisa. 

— O quê? 

— Não se apaixone por mim. - Arregalei os olhos como se aquela ideia fosse ridícula. 

— Eu prometo, mas não se preocupe, isso jamais aconteceria. - Debochei. — Você que deveria fazer esse juramento. 

— Por quê? 

— Porque, eu não me apaixono por ninguém. Na verdade, eu faço as pessoas se apaixonarem por mim. - Ele riu. 

— Isso jamais vai acontecer. - Falou antes de se levantar. — Você vem? - Ele me estendeu a mão. — Temos que ir atrás da diretora. 

— Com certeza! - Peguei em sua mão, enquanto ele me guiava pelo o caminho certo. 

— A propósito, eu sou Luke, Luke Castellan. 

— Thalia Grace. - Sorri. — Foi um prazer te conhecer. 

 

Afastei aquelas estúpidas lembranças quando percebi que as lágrimas estavam descendo com muito mais intensidade e eu estava soluçando, no meio de uma rua deserta. Levei uma das mãos até o cabelo e não pude evitar que um leve sorriso se formasse. Eu realmente tinha cortado, sem me importar com a opinião da minha madrasta... 

No entanto, parece que eu não cumpri a minha promessa, na verdade, eu sempre soube que não cumpriria. Luke me atraiu no primeiro dia que nos conhecemos e depois disso o sentimento foi se intensificando. Quanto mais eu o conhecia, mais gostaria de tê-lo por perto. Ele acabou transformando o acampamento, em algo divertido. Viramos amigos e fazíamos praticamente tudo juntos. 

Na última semana, nós estávamos bebendo com um de seus amigos e talvez pela quantidade de álcool ingerida, acabamos nos deixando levar. Quando ele me beijou, eu senti como se fogos de artificio estivessem estourando pelo o local.  

Ele falou sobre a promessa que fizemos e eu disse que aquilo não significaria nada, seria apenas uma coisa diferente, pois estávamos entediados. Eu nunca menti tão descaradamente. Então, apenas continuamos o beijo e quando percebemos, já estávamos em uma das barracas, sozinhos... 

Eu nunca contei para ninguém, pois na época não tinha melhor amiga. Também não contei para Jason, pois fiquei com medo do meu irmão julgar o fato que eu perdi a minha virgindade, com um garoto que eu conhecia há apenas duas semanas, com quinze anos em uma barraca de acampamento. 

Esse foi o maior erro da minha vida, pois naquele momento eu me entreguei completamente e já estava completamente apaixonada por ele. Eu fiquei tão triste em ter que me despedir dele, que pela primeira vez, eu desejei que ainda estivéssemos no acampamento. Eu mal esperava que o encontraria um mês depois, pois estudaríamos na mesma escola. 

Continuamos conversando como amigos, ignorando tudo o que havia acontecido naquele verão. No entanto, os anos foram passando e acabamos nos aproximando muito. Apesar de prometermos novamente que seríamos só amigos, acabamos tendo várias recaídas.  

No ano passado, Luke admitiu que estava apaixonado por mim e eu falei que sentia o mesmo. Imaginei que iríamos ficar juntos e tudo acabaria bem. Mas, ele falou que havia pedido para que isso não acontecesse, porque ele realmente não queria lidar com esse sentimento. Ele não se sentia preparado para algo do tipo e aquilo me devastou. 

Tentei ao máximo superar, mas era difícil ter que vê-lo na escola e ter algumas aulas com ele. O pior, era ver que Luke estava ótimo, sorrindo para todo mundo, enquanto eu não conseguia ficar bem sem ele. 

Me levantei da calçada e calcei novamente o sapato, acho que eu já deveria ir para casa. Eu nem sabia quanto tempo tinha ficado aqui, perdi completamente a noção. Ao me levantar, constatei que era melhor ter ficado sentada. Senti uma súbita tontura e a dor no estômago de antes aumentou, me causando um forte enjoo. 

Não tive tempo de pensar, apenas abaixei a cabeça quando a ânsia veio novamente, a tempo de ver a expulsão do centeúdo gástrico pela minha boca. Tossi algumas vezes, antes de vomitar novamente, na mesma calçada que eu estava sentada. 

Levantei a cabeça e limpei a boca, cambaleando um pouco para trás. 

Deuses, que dor de cabeça horrível. 

Senti-me enjoada novamente e me encostei na parede, tentando achar alguma solução para o tempo passar mais rápido. Voltei a arrastar lentamente as pernas, com o intuito de andar, até senti-las fraquejar e o meu corpo teria ido ao encontro do chão, se alguém não tivesse me segurado. 

Pisquei os olhos lentamente, tentando ignorar o misto de sensações e emoções que estavam me ocorrendo. Talvez a dor de cabeça ou a tontura estivessem me deixando desorientada ou a forte tristeza aliada a raiva e decepção.  

Ao abrir os olhos, foi como voltar ao passado. Observei a sua cicatriz antes de encará-lo, fitando o azul do seu olhar.  

— Acho que você não deveria estar com isso. - Ele tirou o cigarro da minha mão, o jogando no chão. 

— Estranho você me fala isso. - Consegui juntar as minhas forças para falar. — Você nunca valorizou muito a vida... 

— Isso foi antes de eu me apaixonar por você. - Ele falou calmamente. 

— Eu não acredito... - Fechei os olhos. — Meu corpo está dormente. 

— Acho que você exagerou um pouco hoje... - Ele riu, mas aparentava estar realmente preocupado. — Eu vi você com aquele "comprimido" na boate, e vou fingir que era apenas remédio para dor de cabeça. E... como você consegui isso? - Ele apontou para o cigarro no chão e para a garrafa de Vodka que estava jogada na calçada. 

— Eu... - Falei ainda com os olhos fechados. — Eu sou quero dormir. 

— Eu vou cuidar de você. - Eu já estava em seus braços, ele só me apoiou o suficiente para me colocar no colo e assim me carregar, enquanto andávamos, como se eu fosse um bebê. Eu queria discutir e falar que não precisava daquilo, mas eu realmente estava sem força o suficiente. E devo admitir, que apesar de tudo, eu ainda queria estar próxima a ele. 

Fomos andando em silêncio, eu ainda estava com os olhos fechados, mas acho que ainda vai demorar um pouco para chegarmos até a sua casa.  

— Tente não destruir a sua vida, por favor. - Ele sussurrou e eu fiquei em silêncio. 

Com isso, o silêncio permaneceu por um longo tempo, enquanto íamos andando pelas ruas que eu ainda não conseguia reconhecer.  Não demorou até pararmos, abri os olhos e me deparei com uma casa branca a nossa frente, toda de madeira com uma pequena varanda, onde tinha um balanço. 

Respirei fundo ao perceber onde estávamos. 

— Eu preciso ir para casa. - Falei quase como um sussurro em seu ouvido. 

— Eu já disse que eu vou cuidar de você. - Ele me ignorou e pegou as chaves, abrindo a porta. 

Tudo estava escuro. Assim que entramos, pude ver a sua mãe dormindo no sofá com copo na mão, como se tivesse se medicado. Vi a expressão triste no rosto de Luke e confesso que senti pena, eu o entedia perfeitamente. A minha mãe também não era uma pessoa muito estável, mas apesar disso, as vezes eu me pego sentindo a sua falta... 

Ele me levou até a escada e me colocou no chão, seria impossível subirmos juntos naquele breu e se ligássemos a luz, May Castellan poderia acordar. Ele pegou em minha cintura e apesar da minha confusão mental, tentei ignorar a proximidade dos nossos corpos. Ele estava atrás de mim, evitando que eu caísse e me guiando pelos degraus que pareciam não acabar nunca. 

Chegamos a um corredor e ele me guiou até uma pequena porta, que tinha uma placa de madeira com os dizeres "NÃO ENTRE", pintado na mesma.  

Quando entramos, ele fechou a porta e ascendeu a luz logo em seguida. Despenquei em sua cama e minha cabeça parecia prestes a explodir. Vi Luke caminha até o guarda-roupa, retirando de lá um cobertor e uma de suas camisetas. 

Ele colocou tudo na cama antes de entrar no banheiro que ficava no quarto, deixando a porta do mesmo aberta. Ainda na cama, eu escutava o barulho de água e acredito que ele estava ligando a banheira. Enquanto ele não voltava, fiquei observando toda a decoração do seu quarto. Apenas encarando os pôsteres da várias bandas espalhados pela parede. No meio de toda a decoração, tinha um quadro do Slash e em cima estava pintado a frase Sex,Drugs And Rock N' Rol, o principal lema do rock nos anos sessenta. 

Luke voltou, me despertando de meus desvaneios. Ele me encarou, um pouco constrangido e com uma toalha na mão. 

— O banho está pronto. - Eu estava prestes a argumentar, mas o enjoo voltou e eu virei a cabeça, vomitando novamente, desta vez no chão do quarto do garoto que eu sou completamente apaixonada. Esta situação já estava deprimente. 

Luke correu na minha direção e me ajudou a sair da cama. Ele tirou os cabelos que estavam grudados na minha bochecha devido a mistura de lágrima, maquiagem borrada e suor. E alisava as minhas costas, enquanto eu expelia seja lá o que estava no meu estômago, pela boca. 

Tossi algumas vezes antes de parar e Luke me sentou novamente na cama. Foi ao banheiro rapidamente e pegou outra toalha, enquanto limpava a minha boca. Após terminar, levou as mãos até os meus pés, tirando rapidamente as botas de cano lango que os cobria. Encarei o meu vestido preto dos Rolling Stones e apenas engoli em seco quando senti as mãos dele na minha coxa, levantando o vestido. Meu coração acelerou com o seu contato na minha pele e eu pude ver que ele estava corado. 

Levantei os braços para ajudá-lo a tirar aquela peça de roupa. Luke pegou a toalha de banho que havia pegado antes que eu vomitasse, me entregou e virou de costas. Imediatamente entendi o que ele queria dizer. Quase que como instinto, as minhas mãos pareceram se mover sozinhas até as minhas costas onde abri o meu sutiã. Olhei para frente e agradeci por ele continuar de costas, sem olhar para trás. Peguei a toalha e me enrolei, tirando a minha calcinha logo em seguida. 

— Pronto... - Falei baixinho, querendo evitar o gosto ruim na boca e as várias dores que eu estava sentindo. 

Ele apenas concordou com a cabeça e virou me pegando no colo e assim entramos no banheiro. Percebi que tinha uma banheira cheia de espuma, ele havia preparado um banho para mim e aquela ideia me agradou um pouco. Apesar de tudo o que havia acontecido, eu devo admitir que uma parte de mim deseja ficar perto dele e está aproveitando isso. 

Me virei de costas e coloquei os pés na banheira, soltando a toalha que me enrolava antes que eu entrasse por completo. Assim que me deitei e me posicionei melhor, Luke desligou a torneira. 

— Eu volto já. Vou pegar alguma coisa para limpar o chão. - Eu concordei com a cabeça e ele saiu. 

Apenas fechei os olhos e deite a cabeça ara trás, enquanto brincava com a espuma que cobria o meu corpo. Admito que a água quente era relaxante, mas não o suficiente para eu esquecer as pontas na cabeça e as fortes dores no estômago. 

Ouvi um barulho no quarto e imaginei que Luke já estaria limpando a bagunça que eu fiz e me senti extremamente envergonhada por isso. 

Ele voltou cabisbaixo e lavou a mão na pia do banheiro, antes de se ajoelhar em frente a banheira e pegar uma esponja de banho, lavando as minhas pernas e os meus braço e eu percebi o como eu estava suja. Depois, ele colocou as suas mãos dentro da banheira, pegando um pouco de água e a jogando várias vezes no meu rosto. 

Luke levantou e foi até um armário, pegando um pote cheio de algodão. Ao voltar, ele começou a limpar o meu rosto. E por alguns segundos, eu admirei. Eu devia estar com uma aparência horrível e o meu cheiro, pelo menos antes do banho, não deveria estar agradável e eu mal conseguia me mexer, mas ele ainda continuou me ajudando. 

Após mais alguns minutos ele me entregou novamente a toalha e a abriu, escondendo assim a visão do meu corpo para que eu pudesse levantar e assim o fiz. Ao perceber que eu saí do banho ele me enrolou com a toalha e me virou de costas, me enxugando. 

Apontei para um enxaguante bucal que estava na pia e ele sorriu o pegando para mim, me levando até lá. Eu deveria estar com mau-hálito e como não tinha a possibilidade de escovar os dentes, então, apenas despejei o líquido na tampa e o levei até a boca, cuspindo na pia logo em seguida. 

Ao terminar, Luke me colocou novamente no colo e me levou até a sua cama e eu pude perceber que o chão já estava limpo. Ele me sentou e virou de costas. Vi que ao lado do cobertor, estava uma camisa e aproveitando o fato dele ter virado, a vesti, sentindo o seu cheiro em mim. A camisa ficou parecendo um vestido em mim. 

— Beba isto. - Ele falou assim que eu terminei e me entregou um copo de água e um comprimido que estava em sua escrivaninha. — Eu peguei para você. É remédio para dor de cabeça. - Apenas concordei com a cabeça e fiz o que ele falou, me deitando na cama depois. 

Luke me enrolou com o cobertor caminhou até o interruptor, desligando a luz e voltando a cama. Ele sempre foi conhecido pela sua ousadia e sem saber se tinha permissão ou não, se deitou ao meu lado. 

— Por que você está fazendo isso? - Falei. — Considerando que mais cedo estava enfiando a língua em outra menina... 

— Porque eu me importo com você. - Respondeu a primeira pergunta. — Eu fiz isso porque eu sou um idiota, ok? Eu falei que não queria algo sério, mas eu simplesmente não aguentava ficar sem você e tentei te esquecer de qualquer forma. E eu pensei que você e Nico... 

— Nico e eu? - Ri. — Ele é meu amigo, essa ideia é ridícula. É verdade que ficamos próximos, mas não desse jeito... 

— Me desculpe... - Ele falou depois de um longo tempo em silêncio. 

— Por ser um idiota? Por ter ido embora? Por ter me magoado e partido o meu coração? 

— Sim... - Ele suspirou. — E me desculpe também por eu não ter dito que te amava, quando eu sabia que era isso que eu sentia. - Fiquei surpresa, mesmo no escuro eu conseguia sentir os seus olhos me fitando. — Eu amo você, Thalia Grace. 

— Isso é tão... complicado. - Consegui sorrir. 

— Eu sei. 

— Deuses, eu também amo você. - Tossi. — E isso é horrível. 

— Nós não escolhemos isso, não é? 

— Não... - Afirmei. — O que fazemos agora? - Deixei todo o orgulho de lado e me deitei em seu peito, eu poderia me arrepender depois, mas eu já havia perdoado. 

— Honestamente, eu não sei. Acho que podemos apenas aproveitar o momento e o tempo cuidará do resto. Agora durma um pouco, você precisa descansar. 

— Obrigada por ter cuidado de mim. - Falei já sonolenta. 

— Eu sempre vou cuidar de você, Thalia Grace. - Ele beijou a minha cabeça. 

Fechei os olhos e senti o sono chegar. Apesar de toda a dor e agonia que estava sentindo, eu estava feliz... Então apenas me virei, e adormeci em seus braços.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
O próximo será a terceira e última parte do "Show" e será narrado pelo Nico.
Me desculpem novamente pela demora <3
Até o próximo capítulo!


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