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História Tales of Dragon Planet: Um mundo além do que você vê - Notas 1


Escrita por: PhoenixDragon

Notas do Autor


Ultimo aviso.
Caso você não curta temas extremamente pesados e violentos, recomendo que pare de ler essa fic nesse ponto. Se não for esse o caso, então boa leitura.

Capítulo 1 - Notas 1


Aicatan -- 04/01/2034

-Ruby Dragon para CealTRON, Instituto Ceal de Tecnologia RON.

 

Fui transferida de meu antigo emprego no Instituto Psiquiátrico de Alasmora para um hospício isolado em alguma ilha do continente norte, Esldora. Os chefes da CealTRON alegam necessitar de meus conhecimentos psiquiátricos no asilo Aicatan.

Motivos obviamente descritos por eles: "analise a mente dos condenados. Procure por entre eles dados compatíveis para a construção do Biorus e a resposta coerente para a equação do poder. Para você, não haverá nenhuma limitação imposta. Trate-os da forma como achar melhor, experimentos que vão além da moral proposta pela lei são permitidos, nenhuma acusação de crime caíra sobre você caso algum dos presos morram ou se machuquem no processo; enfim, sinta-se livre para fazer o que bem entender. Apenas vise buscar o que lhe foi proposto. Lembre-se do seguinte: para cada descoberta que fizer, informe-nos o mais breve possível. Você terá uma quantia ilimitada de dinheiro a sua disposição, mas use-o apenas para esse projeto e para nenhuma outra finalidade convencional -- Ass. Presidente da CealTRON"

 

05/01/2034

Finalmente cheguei ao hospício no qual fui destinada. O lugar era deprimente. Um casaréu fétido e mal tratado. A ilha em si era uma enorme estrutura de prédios e favelas caindo aos pedaços. Julgando através da minha primeira analise em relação a esse angustiado local, eu posso deduzir as seguintes informações: dois extensos blocos localizam-se ao oeste da ínsula, em paralelo tem-se uma rústica mansão negra. Próximo ao centro há a existência de mais alguns edifícios e no litoral há um porto. Acredito que descobrirei mais sobre o local quando adentrar no mesmo.

Mas, há uma coisa que me cutuca. Durante minha chegada, pude ouvir, mesmo abafado, o grito dos condenados. O desespero deles me deixa excitada.

 

05/01/2034

Um dos funcionários me apresentou a grande estrutura na qual realizarei meu importante trabalho. A mansão, listada anteriormente, era a casa dos mais importantes feitores de seu ramo. Os funcionários normais repousavam em alojamentos isolados no extremo leste do local. Os dois blocos ao oeste eram as alas de tratamento dos pacientes, dois sítios que, acredito eu, passarei maior parte de meu tempo. A estrutura posta no extremo norte era o asilo dos loucos, uma caixa de brinquedos para mim. Havia mais algumas estruturas menores, mas serão irrelevantes para minha analise.

Sr. Endrich me disse que eu devia repousar em meu quarto, descansar de minha viagem. Farei o que disse, mesmo estando empolgada para conhecer e explorar o consciente das vitimas da loucura mental. Serei sincera: não me importo com a busca do Biorus ou da equação do poder, apenas me interesso em comprovar minhas teorias e teses.

 

06/11/2034

Meu primeiro dia de trabalho nesse fim de mundo. O assoviar do vento nas rachaduras da janela de meu quarto perturbava meu sono, mas isso não me impediu de acordar bem-humorada e entusiasmada em realizar meus primeiros ofícios. Guiei-me para o Complexo de Pesquisas (nome dado pelos funcionários para um dos blocos leste da ilha). Eles me disseram que meu primeiro paciente me esperava numa sala.

Alegrei-me ao ver o louco devidamente amarrado em seu local de conforto. Sentei-me em sua frente e nos observamos. Era um humano, pele branca, cabelos e olhos castanhos, parecia com medo de algo distante, com feições assombrosas, sexo masculino. Resolvi iniciar meu diagnostico do paciente, passei várias horas conversando com o senhor. Queria entender sobre que tipo de mentes eu iria explorar e que tipo de segredos eu iria desvendar.

O homem acabou revelando seu nome, Usmond Vast, habitante dos países áridos do oriente. Também descobri que ele tinha uma família, sustentava seus três filhos e sua esposa que agora encontram-se na fome e pobreza de uma terra perdida. Beirava na casa dos 50 anos e, aparentemente, sofria de fortes angustias em relação ao estado de sua casa.

Interessante. Mas ainda faltava mais. Resolvi por ora acabar com essa seção, deixar o senhor Usmond descansar para sua próxima terapia.

Conclui que, durante essas poucas horas, um novo horizonte de eventos envolvendo a preocupação e agonia em relação à familiares e derivados. Pretendo leva-lo ao extremo com isso, estudar até onde ele aguentará, para isso terei que usufruir de certos recursos psíquicos. Senhor Usmond, o inferno lhe aguarda.

 

07/11/2034

Minha segunda seção com Usmond. Ele parecia igualmente abalado em comparação com minha ultima analise de seu comportamento. Ótimo, meu trabalho será facilitado. Eu o forcei a desabafar tudo o que sentia, revelando todas as suas preocupações e medos antes ocultos. Descobri que não era apenas com sua família que ele se importava, mas com o seu dinheiro, seu bem matéria e suas amantes secretas.

Mas a chave de minha pesquisa está concentrada em sua mais recente revelação. Usmond foi trazido para o hospício pelo pai por apresentar, segundo seu depoimento, um comportamento anormalmente agressivo e introvertido com teus filhos, esposa e amantes. Compreendi o que dizia. Toda minha conclusão se encaixou perfeitamente nos dados que fora me dado. Agora era só questão de trilhar sua mente para os caminhos que eu irei construir.

Dei-lhe ouvidos aos seus desabafos e retribui com mentiras cuidadosamente planejadas e argumentos simples porém complexos. Induzi-lhe a crer que ele fora abandonado pelo pai e esquecido pela família e amantes secretos. Alcancei um ponto ao presenciar a súbita mudança de seu desespero. Com um olhar arregalado, ele questionou minhas palavras com descrença e nervosismo. Eu rebati com argumentos sensatos e concretos. No fim, ele disse que daqui a dois dias sua filha mais nova o mandará uma carta (ele acabou de ser transferido para esse local, essa era seu primeiro contato com a família). Eu indaguei ele, questionando o que ele fará caso sua filha não enviasse sua carta. Ele pareceu ficar em silêncio, tentou formular respostas, mas nada deu. Acertei o ponto preciso de minha primeira experiência: a Indução da Agonia. Passei cinco horas conversando com ele até nossa seção expirar. Irei ver até onde seu desespero irá alcançar.

 

10/11/2034

Naturalmente, alguns dos loucos costumam receber cartas envidas de algum parente distante, muitas delas escritas pelos pais, ou filhos ou até mesmo amantes. Hoje era o dia de Usmond receber a carta de sua filha, mas como eu disse, ERA o dia. Eu desviei o caminho da correspondência para minhas mãos. Com o papel carregando informações de apelo emocional, eu ataquei para arder nas incandescentes brasas de minha lareira. O caminho que monto na mente de Usmond já estava 45% criado, mas eu tinha que induzir mais agonia nele. Minha seção com ele começará daqui a uma hora, tenho que me preparar.

Encontrei-me com o paciente na mesma sala, uma monotonia que se repetiu dias antes e irá se repetir novamente. Usmond parecia mais tenso do que antes, ele me perguntava sobre a carta de sua filha, eu neguei sua questão argumentando que nenhuma carta direcionada a ele chegou. Um funcionário do local confirmou o que eu disse, a caixa postal de Usmond estava vazia. Eu ganhei mais uma vez quando percebi a descrença em seu olhar. Usmond negava dizendo que deveria ter havido algum problema, eu o questionei se ele iria receber alguma correspondência no futuro. Ele concordou, seus dois outros filhos, sua esposa e amantes, sua mãe e irmãos iriam mandar algumas cartas para ele daqui a alguns dias. Uma informação bastante útil.

Conversei com ele, colocando em pauta minha tese de Indução Mental no pobre coitado, com argumentos sólidos que o levariam para o caminho do desespero. Estava feliz com os resultados que se mostravam. Encerrei mais cedo minha seção.

 

03/02/2034

Terceiro dia do segundo mês que trabalho nesse ramo. Minhas seções estavam seguindo meus planejamentos. As cartas que vinham para ele eram desviadas e direcionadas para mim que, logo em seguida, eram anuladas. Usmond não recebia absolutamente nada a não ser sentimentos de solidão, medo, rejeição e agonia. Era exatamente isso o que eu queria.

Notei sua compostura mudar bruscamente, o que era antes um homem tenso agora era um garoto depressivo. Ah, a depressão, o estado mais maravilhoso da mente racional. Continuei minhas conversas com ele, mostrando-o um lado mais sombrio de sua vida, guiando-o para a escuridão. Em poucas horas, a esperança e negação de Usmond aos meus argumentos foram sendo derrubados aos poucos até não restar nada. Encerrei minha seção com ele.

04/02/2034

Recebo a notícia de que Usmond cometeu suicídio em seu quarto.

A reação foi mais rápida do que esperava, mas não posso culpar-me, meu primeiro paciente já estava dentro de um estado de abalo emocional intenso. Era mais que logico dele alcançar tais níveis tão rapidamente. Ainda resta dúvidas sobre meu método de indução ao desespero, mas com essas seções pude criar novos traçados. Seguei a conclusão que: ao induzir corretamente a pessoa ao desespero, eu a levarei a um estado profundo de negação e descrença, repetindo o processo várias e várias vezes, livrando a pessoa de todos os bens no qual ela dá valor, eu avanço sua mente para um nível de profunda depressão e medo, por fim, vem o suicídio e a automutilação.

Mas queria experimentar os mais variados tipos de reações a esse método. Também queria presenciar o ato da automutilação consequente de tal método. Eu dei um passo a caminho de encontrar a incógnita do Desespero.

 

25/11/2034

Foi um longo e cansativo trabalho, mas obtive êxito. Dos trinta e quatro pacientes que me consultaram (portadores do mesmo problema que o senhor Usmond), vinte e nove cometeram suicídio e cinco praticam automutilação, mas temem a morte própria. Dos vinte e nove mortos, dezessete praticaram automutilação dos mais variados tipos e causaram seu suicídio, o resto apenas se matou de forma indolor e rápida. De todos os pacientes que eu analisei e induzi meu método, vinte e dois foram vitimas de um profundo desespero. Todos esses cometeram suicídio um dia depois de suas seções comigo.

Então, deduzi dois fatores básicos: provei a funcionalidade da Indução ao Desespero e encontrei o resultado da incógnita do mesmo. Desespero = 22. Vinte e duas pessoas mortas que experimentaram essa sensação infernal. Ainda falta muito para eu completar a equação.

Relatei tudo para o CealTRON.

Encerro minha primeira analise.

 



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