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História Talvez, no fim, seja tudo sobre você - I don't deserve to have you


Escrita por: sayan-girl

Notas do Autor


me perdoem por isso
eu amo vocês
é tudo culpa da Glaucia

boa leitura

Capítulo 1 - I don't deserve to have you


- E você é um merda, Kyungsoo.”

Quantas vezes mais a voz chateada de Yixing repetiria isso em sua cabeça?

Muito mais do que apenas uma sentença constatando o óbvio, havia junto aquele olhar magoado do chinês, transbordando decepção e tristeza, além de um ódio que, apesar de no momento ter sido recíproco, agora já era apenas uma memória distante, pelo menos dentro de Kyungsoo.

 E, porra, como aquela merda toda doía. O Do não se lembrava quando fora a última vez que de fato sentira aquele aperto no peito, tão forte. Talvez ele nunca tivesse sentido realmente, pelo simples fato de que jamais se envolvera daquela maneira com alguém.

Mas lá estava Yixing, pronto para virar sua vida de cabeça para baixo e transformar todas as suas antigas convicções em nada além de um bando de palavras vazias.

E não importava, agora, quantas bebidas tomasse, quantos cigarros fumasse, quantos baratos viessem ou quantas bocas tentasse beijar, nada conseguia apagar a imagem das costas de Yixing sumindo na curva da rua. Nada verdadeiramente importava, nem mesmo um Chanyeol chapado rebolando sobre si e tentando arrastá-lo para algum canto escuro naquela boate fedida. Kyungsoo só sentia vontade de voltar para casa, talvez para se embriagar no cheiro de Yixing espalhado pelos cômodos e concentrado nos lençóis. E talvez, também, para pensar nas merdas que vinha fazendo com a única pessoa que não merecia sofrer com sua personalidade escrota.

Porque, um pouco tarde demais, o moreno se dera conta da real importância do chinês em sua vida e fora no exato momento em que se vira sem ele, de uma maneira bem mais doída do que imaginava que seria. Afinal, Kyungsoo sabia que uma hora ou outra estragaria tudo e tinha até se preparado um pouco.

No entanto, nada no mundo jamais se comparou àquela sensação de vazio, misturado a um aperto sufocante no peito, com o bônus de uma vontade incontrolável de chorar. E seu orgulho expansivo parecia se reduzir a um bocado irreconhecível de puro nada, ao que a vontade de implorar a Yixing para voltar crescia quase que exponencialmente.

E não havia maneira de deixar aquilo para lá quando Yixing estava no perfume impregnado em suas roupas, na fumaça do cigarro que escapava por seus lábios ou mesmo em sua mente quando ele se deixara levar pela insistência dos beijos de Chanyeol.

Era ridículo como nenhuma boca tinha mais a mesma graça desde que provara os lábios daquele chinês maldito.

Kyungsoo se limitou a empurrar o Park para o lado, ignorando quaisquer xingamentos que ele poderia estar dirigindo a si no momento, para finalmente consegui sair daquele inferno de fumaça, bebidas e pessoas chapadas demais para sua paciência. Teria até conseguido alcançar seu carro em paz, mas começava a achar que a sorte realmente não jogava do seu lado.

Ter de lidar com Chanyeol bêbado já era uma missão trabalhosa, só que ter de lidar com Chanyeol bêbado e magoado por ter sido rejeitado era ainda pior.

- Chanyeol, me deixa ir embora, porra. – Kyungsoo não seria delicado, não estava com saco. Só queria ir para casa, se jogar na cama e se afogar naquelas memórias infelizes, mas que, ainda assim, traziam algum conforto.

Porque era sempre caloroso demais pensar no sorriso de Yixing.

- Você vai mesmo me trocar por um cara que conhece há menos de um mês? – O Park mal se aguentava de pé, se apoiava onde conseguia e encarava o menor de um jeito meio torto. E Kyungsoo jurava que aquilo nos olhos dele era um princípio de lágrimas.

- E o que caralhos você tem a ver com isso, cara? – O moreno jogara a jaqueta de couro no banco traseiro do carro, quase perdendo o fôlego quando viu o casaco do chinês sobre o estofado. Fechou os olhos e massageou as têmporas, com aquela palpitação errante no peito.

Yixing estava, mesmo, em todo lugar. Não dava nem para fugir, se isso sequer fosse uma opção.

Porque Kyungsoo só o queria de volta, já aceitara sua própria dependência do loiro, fugir nunca foi uma alternativa.

- Tem que fui eu que fiquei do teu lado durante aquelas merdas todas na tua vida. Era comigo que você passava as noites, na minha cama que você dormia. Era eu quem você fodia e eu nem mesmo ligava para esse teu jeito orgulhoso e inconstante, porque, porra, Kyungsoo... Eu te amo, seu filho da puta! – Kyungsoo arqueou as sobrancelhas, talvez chocado com aquela avalanche de palavras sendo despejadas sobre si. Chanyeol parecia transtornado e o menor se afastou, levemente surpreso, quando ele avançou em sua direção, um pouco desesperado. Não era como se não soubesse dos sentimentos de seu melhor amigo, mas ter tudo aquilo jogado em sua cara daquela maneira era repentino demais para que conseguisse assimilar decentemente.

Apoiado em uma parede, o maior soltou uma risada seca, fungando baixinho. A falta de reação do moreno dizia muito e o Park não precisava de nada mais para saber que aquilo era guerra perdida.

– E eu acabei de falar que te amo e você continua parecendo estar em outro mundo. Já deu pra mim... Eu achava que você me retribuía, mas foi só o maldito do Yixing aparecer que você se transformou. Parece um cachorrinho, correndo atrás dele com o rabo entre as pernas. E só doeu tanto porque eu me via em você... O seu jeito de tratá-lo é como eu tratava você, mas isso nunca foi recíproco entre nós dois. – Chanyeol sussurrou, esfregando o próprio rosto com as mãos, antes de escorregar na parede e encarar um ponto qualquer. Não daria ao Do o gosto de vê-lo chorando daquela maneira.

- Você sabe que eu não vou me desculpar por isso.

- Você é um merda, Kyungsoo...

- Eu sei, já me disseram isso. – O Park só teve tempo de ver Kyungsoo sorrir amargurado antes de entrar no carro.

E enquanto o moreno acelerava pelas ruas vazias, ele trocava as estações de rádio com algo próximo a fúria. Porque, repentinamente, todas as músicas pareciam ser sobre Yixing. De alguma maneira, ele estava presente em cada uma das estrofes que Kyungsoo sabia de cor e salteado, da mesma forma que ele conhecia cada pedacinho do chinês com a ponta dos dedos. As memórias vinham, as lágrimas também. Talvez fosse efeito do exagero nas bebidas e nas drogas.

Talvez fosse somente a dor daquela saudade avassaladora que sentia.

Mas, talvez, no fim, fosse tudo sobre Yixing.

 

Three whole words and eight letters late
That would have worked on me yesterday
We're not the same, I wish that it could change
But it can't

 

 

Tateando os bolsos, conseguiu pegar o celular esquecido. E no visor, como esperado, nenhuma ligação, sequer uma mensagem. Já era de se esperar, aquilo deixara, há muito, de ser uma batalha de orgulho, a partir do momento em que as palavras machucaram muito mais que os socos que trocaram.

O número de telefone fora mais uma das coisas sobre Yixing que Kyungsoo decorara com muita facilidade.

E era bem provável que não houvesse no mundo algo sobre Yixing que o Do não soubesse, o que só tornava tudo ainda mais difícil. Porque era quase como se, ao fechar os olhos, Kyungsoo pudesse tocá-lo e já bastava os fantasmas do chinês em cada canto que o moreno ia.

 

And I'll say your name and in the same breath
I'll say something that I'll grow to regret
So keep your hands on your chest and sing with me
That we don't wanna believe

 

- Você provavelmente não vai ouvir isso, mas eu sinto que essas coisas vão explodir dentro de mim e eu só preciso que, uma hora ou outra, você saiba. – Kyungsoo murmurou quando ouviu o sinal da caixa postal – Eu sinto sua falta, Yixing. Pra caralho. É um inferno chegar em casa e ver as suas roupas por ali, sentir o teu cheiro nos meus lençóis e quase ouvir a sua voz cantarolando pelos cômodos. Eu vou enlouquecer daqui a pouco, porque tá doendo demais. – Riu sem humor, pisando um pouco mais no acelerador, vendo tudo meio borrado pelas lágrimas unidas a sua falta de sobriedade. – E sou um merdinha orgulhoso, mas eu não nem sei mais o que é orgulho desde o dia em que você foi embora. Você veio, virou tudo de cabeça para baixo e agora eu não consigo mais viver sem te ter por perto. Fica tudo meio vazio, parecendo errado demais e, porra, dói pra caralho. – Fungando, o moreno apertou o volante e assistiu os nós dos dedos ficarem brancos. – Eu não sei mais pra onde eu ‘tô indo, talvez eu acabe parando na sua casa, porque parece que é o caminho que tudo na minha vida tem seguido. Eu tô chapado, bêbado e só queria que você soubesse que, se o meu peito tá doendo desse jeito, é porque eu te amo. – E Kyungsoo precisou quase arrancar sangue dos próprios lábios ao mordê-los na tentativa de conter um soluço. – Eu sou um merda, mas sou o seu merda. E eu sinto sua falta.

 

So it's true what they say
If you love someone, you should set them free
Oh, it's true what they say
When you throw it away


Notas Finais


A música é Fireworks do You me at six
eu nao consigo mesmo ficar longe desse lugar fazer o que
tudo culpa da Glaucia que fica atirando em mim com sooxing

inclusive
https://spiritfanfics.com/historia/e-que-cada-trago-te-traga-de-volta-6584733
recomendação do dia

mozão não me bate, te amo tá?

beijos, amores, até a próxima (que vai ser em alguns minutos)
amo vocês <3


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