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História Tantas Coisas a lhe Dizer - Um estranho cupido


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 2 - Um estranho cupido


—Ikki!

O rapaz parou de conversar com o irmão e olhou para trás para encarar a jovem de cabelos castanhos que o olhava com assombro. Ele ergueu uma sobrancelha, não a conhecia, mas tinha a nítida impressão de haver algo de familiar nela.

—Você me conhece? -ele perguntou.

Pandora ficou perplexa, sem reação alguma. Fitava aqueles olhos azuis inquiridores sem saber ao certo o que dizer. Ela o havia encontrado, como queria, mas não era assim que planejara. Não sabia o que dizer a ele. Shun, Hitomi e vários fregueses olharam a cena, alguns curiosos, outros impacientes.

—Tudo bem com você? -ele perguntou notando o nervosismo dela.

—E-eu...

—MIZUNO! -voz de Kadawashi a assustou. -Pare de incomodar esse jovem senhor e atenda seu caixa! Olha o tamanho da fila sua idiota!

Pandora o olhou com raiva.

—Não quero saber de ninguém à toa em meu supermercado! Os clientes estão sempre em primeiro lugar! Meu pai não deveria ter lhe dado esse trabalho. Mas quem empregaria uma órfã inútil como você?

—Ela não estava fazendo nada demais. -disse Shun.

—Esqueça! -replicou Hitomi. -Ele é um idiota!

—Cale-se! -falou Kadawashi furioso, voltando a falar com Mizuno. –Não quero que flerte com os clientes e...

Kadawashi se calou ao ver o olhar furioso de Ikki sobre ele.

—Você fala demais. -foi o que o cavaleiro disse. -E atrapalhou a nossa conversa.

—Aqui não é lugar para isso! -disse o gerente. -É um local de trabalho!

—Ei, atenda as minhas compras! -falou uma senhora gorda e impaciente no caixa de Pandora.

—Já vamos atendê-la senhora. -falou o gerente com um falso sorriso.

—Ikki é melhor irmos! -pediu Shun. -Não vamos criar confusão aqui, a moça pode perder o emprego.

—Tem razão, Shun. -Ikki pega as compras e sai, seguido pelo irmão.

—Espera! -chamou Pandora, saindo do caixa. -Preciso lhe falar sobre...

—MIZUNO! -o gerente a segurou pelo braço. –O que está fazendo? Volte aos trabalho ou está despedida!

—Não pode me despedir! -ela acerta um soco na boca do gerente, derrubando-o. -EU ME DEMITO!

E sob os aplausos dos outros funcionários e alguns clientes, ela correu para fora. Olhou para todos os lados e suspirou desanimada ao perceber que o perdera de vista.

—Eu não acredito. -refletiu. -Ele estava tão perto de mim e o deixei ir!

—Belo soco! -falou uma voz máscula atrás dela. -Eu mesmo não teria feito melhor!

Era ele de novo! Pandora virou-se e fitou Ikki sorrindo com desdém, olhando pela porta de vidro o gerente tentando se erguer tonto. Depois ele a olhou e ficou sério. Do outro lado da rua, Hipnos observava a reencontro com um sorriso vitorioso.

Ele teve muito trabalho em encontrar alguém que serviria para ser o novo corpo de Pandora entre as várias pessoas que frequentavam os mesmos lugares que Fênix. Lógico que sentia muito pela antiga Saya, mas naquele momento, estava torcendo para que a nova Saya consiga se declarar para seu amado...ou teriam que enfrentar Thanatos.

—Do jeito que você falou comigo lá dentro, parecia me conhecer. Quem é você?

—Ikki, eu sou a... -lembrou-se do que Hipnos havia lhe dito sobre a sua identidade. -Me chamo Saya. Saya Mizuno e eu...eu o conheço... -viu na parede um pôster velho e rasgado falando da Guerra Galáctica. -...daquela vez em que teve o torneio da Guerra Galáctica! Você e o Andrômeda!

—Sério? -ele parecia não ter acreditado. -Mas isso faz muito tempo!

—É...pois é...tenho a memória muito boa! Estava torcendo pelo Andrômeda ganhar o torneio! –ela dá um soquinho no ar. -Team Andrômeda!!!

—Sei. -ele a analisou com o olhar. Pandora estremeceu, sabia o poder que aquele olhar tinha sobre ela. -Bem, Saya Mizuno...

—É melhor eu ir pra casa! -ela havia perdido a coragem de conversar com ele, não sabia o que dizer.

—Já vai?

—NÂO! -o deus do sono quase gritou, escondendo-se rápido ao atrair os olhares dos dois para ele.

—É, eu acho melhor eu ir. -o que dizer a ele? Não pensei em nada! –Terei que procurar um emprego novo amanhã.

—Posso acompanhá-la?

—Me acompanhar? -ela ficou surpresa. -Mas e suas compras? Seu irmão?

—Ele levou as compras. Não quer que eu a acompanhe? -ele colocou as mãos nos bolsos. -Sei que parece estranho ou clichê o que vou lhe dizer, mas...você me lembra alguém, mas eu não consigo dizer exatamente quem. E eu gostaria muito de te conhece melhor, Saya.

—Eu...eu...

—Diz sim! -Hipnos estava entrando em desespero do outro lado da rua.

—Sim. Tudo bem. -ela respondeu, corando. Ikki sorriu.

—YES! -Hipnos vibrou, depois se escondeu. Mas ao se virar deu de cara com Shun, que o olhou espantado.

—VOC...mfmfmfmf! -Hipnos tampa a boca de Andrômeda com as mãos e o arrasta.

—Shhhhh! -ele pediu, depois viu que os dois se afastaram juntos. -Ufa!

—MMMmfmfmfmfm!?!?! -Shun ainda com a boca selada.

— O caso é o seguinte. Vim em paz, não vim para lutar, ou tentar matar Atena ou nada desse só vim para te levar de volta para ser hospedeiro do meu imperador.

—HHHUUU????!!!!! –em pânico.

—Essa parte é brincadeira! -o deus sorriu e soltou Andrômeda, que assumiu uma posição defensiva. -Isso cansa, sabia?

—O que quer Hipnos?

—Quero juntar duas almas solitárias. -respondeu com calma, colocando as mãos nos bolsos das calças, e depois encarou o semblante desconfiado do cavaleiro. -É sério! Minha imperatriz Perséfone me encarregou de bancar o Cupido para aquela moça, a Saya. Ela é a Pandora, reencarnada provisoriamente e estou ajudando a moça a se declarar para o seu irmão, porque aparentemente a Imperatriz do Mundo dos Mortos tem um coração mole e adora romances clichês!

—Nani? -Shun piscou algumas vezes não acreditando no que ouvia.

—Não pode falar nada pro seu irmão! -ele pediu.

—Mas, você está dizendo a verdade?

—Está sim! -a voz de Thanatos fez os dois se assustarem, tanto Shun quanto Hipnos não gostaram da aparição do deus da morte, que cumprimentou sorrindo. -Olá, irmão.

—Não tem nada pra fazer, Thanatos? -Hipnos perguntou, não gostando da maneira que o seu irmão sorria. –Almas para recolher e levar pro Submundo?

—Tenho sim. Mas preciso assegurar que eu vença essa aposta. -ele olhou para Andrômeda. -Parece que eu vou vencer.

—Não tenha tanta certeza disso. -falou Hipnos confiante. -Se não percebeu, Pandora e Fênix acabaram de sair juntos!

—Mas ela deve confessar seu amor, sem revelar sua verdadeira natureza. -e voltou a encarar Shun. -E aparentemente, mais pessoas já sabem sobre ela. E se alguém contar a ele, ou se Pandora se revelar, automaticamente terei ganhado a nossa pequena aposta. Em breve serei um deus muito poderoso, quando me apossar de sua divindade, irmão!

—Isso não vai acontecer... que tal se aumentarmos a aposta? -Hipnos sugeriu. -Se eu perder, terá a minha divindade e minha imortalidade também, serei um mero e inútil mortal... mas, se eu vencer...além de dar a Pandora a chance de viver novamente, ser meu servo, vai limpar as praias do Styx por quinhentos anos também!

—Aquela imundice?

—Pegar ou largar!

—Imortalidade e divindade... -Thanatos sorriu, se retirando do local. -Feito! Serei mais poderoso que Hades jamais foi!

—OOOWWW! -Shun pediu fazendo o sinal de tempo com as mãos. -Que negócio é esse de aposta?

—Uma longa história. -respondeu Hipnos.

 

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Ikki e Pandora caminhavam em silêncio, lado a lado. Suspirou.

—Tudo bem? -ele perguntou.

—Sim.

Ela o fitou pelo canto do olho, Ikki estava lindo. E ela não sabia como lhe dizer que o amava...Não achava que seria tão difícil assim ao encontrá-lo. Pensou em sair de perto dele antes que cometesse alguma bobagem.

Ikki não entendia bem os motivos que o levaram a querer acompanhar essa moça, sabia que havia algo nela que o atraia, como se de alguma forma, ou em outra vida, tivessem se conhecido e que de algum modo, ela fosse importante.

Ele observou Saya. Deteve o olhar nos cabelos castanhos e ondulados, que insistiam em cair sobre seu rosto. Os cílios enormes brilhavam enquanto ela piscava, e possuía belos olhos verdes.

—Você acabou perdendo o emprego por minha causa. Desculpe. -ele começou a puxar assunto.

—Hã? Ah, não se preocupe com isso. Eu queria muito sair de lá mesmo.

—Certo. Mas prometo que isso não vai ficar assim. -ele falou, desviando o olhar dela. -Onde você mora mesmo?

—Eu? -Pandora olhou ao redor, será que se perdeu? Esqueceu onde morava?

De repente, avistou o pequeno prédio de apartamentos que morava.

—É naquele prédio pequeno ali. -ela indicou.

Pararam no portão e um silêncio constrangedor se instaurou entre eles.

—Moro no segundo andar. Apartamento 22. -disse-lhe.

—É aqui...bem, boa noite! -ele falou.

—Espere! Ah...você...quero dizer, Ikki eu... -burra, burra, burra...fala algo! Nem parece a mesma mulher que comandou um exército de espectros de Hades!  -recriminava-se.

—Saya...gostaria de te ver amanhã! -ele falou de repente, assustando-a.

—Me-me ver?

—Sim. Acho que eu sei onde posso encontrar um novo emprego para você. Tenho uma conhecida que cuida de um orfanato e eu soube que eles precisam de mais alguém para ajudar.

—Sé-sério... -falou meio desanimada.

—Algum problema? Não gosta de crianças?

—Não é isso! Eu gosto de crianças sim! -corrigiu-se e lembrou de outro compromisso de Saya. –Tenho que levar meu gato ao veterinário antes.

—Entendo. Então...agora que sei seu endereço, passo amanhã para que conheça a Minu.

—Ikki...Por que está sendo tão gentil comigo? -perguntou nervosa.

—Eu...não sei. -ele a encarou. -Não sei ao certo, mas sinto que tenho que te ajudar. Sinto que de algum modo...ah, besteiras!"-sorriu como se lembrasse de uma coisa ridícula. -Esqueça o que eu disse. Até amanhã.

Ele se afastou e quando se viu só, Pandora sorriu.

—Ele de algum modo, sente quem eu sou de verdade! -refletiu, entrando no prédio. -Agora tenha coragem e pense em como se declarar para ele, sem que Ikki pense que é uma lunática!

Ao chegar na porta do apartamento de Saya, avistou um gato preto e rechonchudo se aproximando dela. Abaixou-se para acariciá-lo, mas ele recuou assustado.

—Você sabe que não sou ela. -murmurou. -Mas Saya se foi...e pediu que eu cuidasse de você.

Ela o pegou no colo e leu o nome na coleira que ele usava.

—Kuro! -sorriu acariciando-o. -Nome bonito! Com fome, Kuro?

Entrou no apartamento e acendeu a luz e...

—AAAAAHHH!

Tomou o maior susto ao dar de cara com Hipnos que a olhava de maneira reprovadora, com os braços cruzados e balançando a cabeça.

—Eu tenho o maior trabalho para te arranjar um encontro com seu “príncipe encantado” e você não faz nada!

—Que susto! -falou brava.

—Você me ouviu?

—Ouvi. -Pandora retirou os sapatos e foi até o armário procurar a comida do gato. -Eu simplesmente não consegui dizer nada! Nada me ocorreu na hora!

—Que tal... “Ikki você é um gato! Te amo!” -falou com sarcasmo, fazendo uma voz feminina e afetada, acariciando o gato que subiu no balcão.

—Isso soou estranho. -ela balançou a cabeça negativamente, servindo o jantar do gato. -Não é fácil a gente se declarar para alguém que ama. Ainda mais em minha situação! Eu...eu quero que ele goste de mim!

—E?

—Não entende? Eu não sei se ele gostava de Pandora...de mim. -sentou desanimada em frente a Hipnos, apoiando a cabeça com as mãos. -E se ele nunca sentiu nada por mim? Sentirá agora?

—Pandora...se não tentar, nunca saberá. -ele levantou, indo até a geladeira. -Credo. Eu estou ficando sentimental igual a um mortal inútil! Tem mais café gelado? Esse negócio é viciante!

Ela suspirou desanimada e escondeu o rosto entre os braços.

—Que anjo da guarda me arrumaram!

—Sou um bom anjo. -sentou ao lado dela, colocando uma lata de refrigerante na sua frente. -E nomeei um anjo ajudante estagiário.

—Que? -ela levantou a cabeça e pegou a latinha. -De quem você está falando?

—Ele adorou a ideia de nos ajudar. -sorriu bebendo um gole da sua lata. -O garoto é esperto! Amanhã compre mais café gelado, está bem?

Do lado de fora, alguém observava a fachada do prédio, precisamente o apartamento de Saya Mizuno com muita raiva.

 

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Ikki voltou para o apartamento de Seiya, onde estavam reunidos os amigos. Entrou e logo Seiya foi falando.

—Dá próxima vez eu saio para comprar o sorvete!

—Hã? -Ikki fingiu que não escutou. -Shun não trouxe as compras?

—O Shun chegou há menos de dez minutos atrás. -respondeu Shiryu procurando um canal na T.V. -A propósito...seu time perdeu de cinco a zero.

—Você me deve dez pratas! -falou Hyoga triunfante.

—Está certo. -respondeu com calma, ainda pensando em Saya e na estranha sensação que teve ao conversar com ela.

Os três cavaleiros de bronze imediatamente pararam o que faziam e encararam Fênix boquiabertos. Sem uma má resposta? E não ligava por ter perdido uma aposta com o Hyoga?

—O que tanto vocês me olham com essas caras de idiotas? -perguntou nervoso.

—Nada. Por um momento achávamos que estivesse doente. -falou Seiya.

—Mas com esse comentário carinhoso, percebemos que você está muito bem. -disse Hyoga.

—Algo errado, Ikki? -perguntou Shiryu. -Parece preocupado com algo.

—Nada não. Só que...

—IKKI! -Shun entrou na sala de repente, sorrindo. -E então? Como foi com aquela moça?

—Como assim? Eu só a acompanhei até a casa dela. Só isso. -respondeu sem animação.

—Uma garota? Tá explicado. -comentou Seiya.

—SÓ ISSO? -Shun falou nervoso, espantado a todos. -Nem um abraço, ou beijinho? Sem convite para saírem de novo?

—Shun, aquilo não era um encontro! -Ikki estranhou Shun. -Eu a acompanhei até em casa, pois achei que ela estava nervosa demais e me senti culpado por ela ter perdido o emprego e...por que estou me explicando para você?

—Ikki meu irmão. -Shun o abraça afetuosamente. -Aquela garota é linda! Não a deixe escapar! Você sabe o telefone dela? Liga e marque um encontro com a... como é mesmo o nome dela?

—Saya...Desde quando preciso de conselhos para sair com uma garota?

—Não precisa. -Shun riu sem graça. -Achei que vocês combinavam, só isso!

Ikki arqueou a sobrancelha, estranhando o comportamento de Shun. E não era o único, os outros olhavam a conversa sem entender nada.

 —Eu não tenho o telefone dela. -respondeu.

—Não acredito! -disse Shun. -Não pegou o telefone dela? A gente sempre pede o telefone de uma gata quando a gente conhece ela!

—De repente me sinto em outra dimensão. -comentou Seiya. -Shun dando conselhos sobre garotas para o Ikki?

—Shun, você está estranho demais! -falou Ikki. -Mas se quer saber...eu vou me encontrar com ela para apresentá-la a Minu e arranjar um trabalho novo no orfanato.

—Legal! -Shun vibrou. -Aproveita para conhecê-la melhor...dar uma voltinha...você sabe.

—Shun. -Ikki colocou a mão na testa do irmão. -Você está febril?

—Não. -Shun pega a jaqueta e vai para a saída. -Eu só quero que você se arranje com uma garota!

—Nunca o vi animado assim com as garotas que eu namorei! E essa Saya é uma completa estranha!

—Sei lá! -Shun deu os ombros. –Amizades começam assim. Bye!

Shun saiu, deixando Ikki e os outros perplexos.

 

 Continua...



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