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História Tantas Coisas a lhe Dizer - Um conto alemão...


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 3 - Um conto alemão...


Pandora levantou bem cedo, na verdade não dormira muito bem. Estava ansiosa demais com o possível reencontro com Ikki. Ainda sonolenta e de pijamas, lavou-se no banheiro e caminhou até a cozinha, para preparar seu desjejum.

Levou um grande susto ao ver Hipnos sentado no balcão, com dois copos de café expresso na mão.

—Bom dia!

—Ainda bem que Saya tem um coração saudável, pois senão VOCÊ JÁ TERIA ME INFARTADO! -respondeu nervosa.

—Não fique estressada! Nossa, que olheiras! -ele a olhou bem. -Não dormiu bem? Com essa cara vai espantar o Fênix!

—Por favor. -ela não estava com bom humor.

—Tome um café. -ele ofereceu a Pandora um dos copos.

Quando ela ia pegar o copo, bateram na porta.

—Quem será? -ela a abriu e deu de cara com... -IKKI!

—Oi, Saya. Espero... -Pandora fecha a porta na cara dele.

—Espera, por favor! -ela gritou do lado de dentro. -Preciso...preciso...trocar de roupas!

—Está bem. -ele respondeu do lado de fora.

Hipnos ficou parado, sem reação. Pandora o empurrou até a janela.

—Vá embora, antes que ele perceba que você está aqui! -ela mandou.

—Mas...meu café... -Pandora o empurrou e o deus foi jogado para fora da janela. Hipnos caiu com graça no chão e sacudiu a poeira. Viu o gato de Saya e comentou com ele: -Acredite...mulheres são complicadas!

Depois de uns vinte minutos, respirando fundo e se acalmando, correndo para trocar de roupas, Pandora abriu a porta e sorriu para o rapaz que esperava impaciente do lado de fora. Mas ao vê-la, com um vestido verde que destacava seus olhos, ele esqueceu os motivos de ter ficado com raiva. Valeu a pena esperar!

—Oi, desculpe ter feito esperar. -dando-lhe passagem.

—Tudo bem. Eu vim sem avisar. -Ikki olhou o pequeno apartamento. Modesto, mas aconchegante. -Eu havia dito que a apresentaria a uma amiga, que cuida de um orfanato. Ela precisa de ajuda por lá, sabe como é, cuidar de crianças não é fácil!

—A ideia é ótima!

—Desculpe, mas...mora com alguém? -Ikki aponta para os dois copos descartáveis de café.

—Que? NÃO! -ela pega um dos copos. -É que eu sou...viciada em cafeína! Um só pela manhã não me desperta. Vamos?

—Está bem. -concordou, mas teve a impressão que Saya escondia alguma coisa.

 

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No orfanato.

—Muito prazer em te conhecer, Saya. -cumprimentou Minu e uma menina de cabelos loiros chamada Eire.

Pandora simpatizou imediatamente com a jovenzinha de curtos cabelos escuros e sua amiga, eram muito simpáticas. Eire foi logo lhe mostrando o lugar e apresentando-a as crianças, que a olharam desconfiadas, mas logo a encheram de perguntas:

—Como se chama?

—De onde você é?

—Sabe jogar futebol?

Ikki ficou de longe, com um sorriso discreto, observava Saya cercada pelas crianças, sorrindo e respondendo suas perguntas. Depois, Minu apareceu e a socorreu, mandando os pequenos irem brincar. Achou melhor ir, sem se despedir dela. Afinal, já a ajudou com um emprego novo e não precisava mais ter essa sensação estranha de que precisava protegê-la.

Protegê-la do que?

Ele não entendia esse estranho sentimento de querer cuidar dela. Era apenas uma jovem comum, com uma vida comum. Não poderia haver nada que a ameace.

—Ikki! -Shun apareceu acompanhado pelos outros. -Que bom encontr´s-lo aqui!

—Shun? Vocês? O que fazem aqui?

—Shun nos arrastou até aqui! -explicou Seiya. -E nem adiantou tentar argumentar com ele que tínhamos outros compromissos!

—Por mim tudo bem. Gosto de vim aqui. -falou Hyoga, procurando por Eire e sorrindo ao encontrá-la com as crianças menores em um canto, foi até ela. -Não esperem por mim.

—Mas nem é sábado. -falou Ikki. -E vocês sempre veem aos sábados por causa dos trabalhos e estudos.

—Sei que estamos tentando levar uma vida normal. Mas garotos normais também matam aula! -explicou Shun para a surpresa geral. -Cadê a Saya?

—Ali. -apontou Ikki com o polegar. -Shun, sinceramente você está me deixando preocupado!

—Só você está preocupado? -Seiya e Shiryu disseram ao mesmo tempo.

—Ah, parem com isso! -pediu Shun, levemente irritado, depois olhou para o irmão mais velho. -Você estava indo embora?

—Sim. Tenho mais o que fazer do que...

—NÃO PODE! -Shun alterou-se. -Quer dizer...não pode ir agora!

—Por que não? -Ikki estreitou o olhar. -Shun...você anda bebendo?

—Eu? Lógico que não!

—SEIYA! -chamou Minu, que veio correndo até eles. -Que bom que vieram hoje! As crianças estavam com saudades.

—Oi, Minu! -Pégasus a cumprimentou com um sorriso de menino. -Vamos Shiryu, vamos formar um time de futebol com os garotos.

—Está bem.

—Fiquem a vontade, eu estou indo nessa! -avisou Fênix, mas Shun o segurou pelo braço.

—Vamos, Niisan! -e o puxou até onde estavam Saya e outras crianças.

—O Shun está agindo muito estranho! -comentou Shiryu a Seiya.

—Eu sei. -falou Seiya cruzando os braços e falando seriamente, depois começou a rir. -Mas estou achando o maior barato as caras que o Ikki tá fazendo com o comportamento do irmão!

—É mesmo. São engraçadas!

E começaram a gargalhar, mas pararam ao perceber que Ikki os fuzilava com o olhar.

Shun e um emburrado Ikki se uniram ao grupo de crianças, entretidas com Saya que contava uma história infantil da Alemanha.

—Um jovem príncipe se perdeu na floresta e chegou a uma caverna. –ela dizia. -Ele passou a noite lá, e quando acordou, viu ao seu lado uma velha com um urso e um cachorro. A velha bruxa parecia muito bonita e queria que o príncipe ficasse e casasse com ela. Ele não a tolerava, mas não conseguia deixar aquele lugar. Um dia, o urso estava sozinho com ele e falou ao príncipe: "Puxe o prego enferrujado na parede, para que seja levado, e o coloque debaixo de um nabo no campo, e, desta forma você terá uma bela esposa. "...

Saya conhecia muito bem o folclore alemão, uma vez que Pandora era daquele país. Ikki começou a prestar atenção na narrativa, e aos poucos seu semblante sisudo foi se suavizando. Principalmente porque Saya sorria ao contar a história e isso a deixava muito bonita. Depois do fim da história, as crianças animadas pediam mais.

—Vamos crianças, depois eu conto mais! -ela pedia.

—Ei, vamos brincar! -Falou Shun, levando os pequenos e deixando Ikki e Saya sozinhos.

—Seu irmão é muito carinhoso com as crianças. -ela comentou.

—Shun é do tipo que cativa...e você também. -ele a fitou ao fazer esse comentário.

—Eu sou? -ela corou levemente e ficou mais nervosa quando Ikki sentou-se ao seu lado.

—Onde aprendeu sobre aquela história que contou aos garotos?

—Minha mãe contava histórias para mim quando eu era menina, antes de...

—Compreendo.

—Já faz muito tempo que eu não pensava nos meus pais. –havia tristeza em sua voz. –Até esqueci como eram seus rostos... isso é horrível!

—Sinto muito. –os dois ficaram em silêncio um tempo. –Eu também não consigo mais lembrar do rosto de minha mãe. Diziam que Shun se parecia com ela, mas lembro que ela gostava muito de cantar. Tinha uma voz muito bonita! Acho que o tempo se encarrega de tentar suavizar as nossas tristezas.

—Vocês dois são bem unidos, dá pra perceber! –ela sorri. -Obrigada por me apresentar a Eire e a Minu. São legais!

—Foi um prazer ajudar.

Do alto do prédio do orfanato, Thanatos observa o casal e não gosta do que vê.

—Eles formam um casal tão lindo! -disse Hipnos com tom provocador.

—Hunf! -resmungou Thanatos, mas que depois sorri. -Está confiante demais, irmão!

—Almas gêmeas, estão destinadas a se reencontrarem não importando as circunstâncias.

—Estão mesmo? –Thanatos estreitou o olhar. –Por que escolheram aquele corpo para o renascer de Pandora?

—Idades compatíveis, beleza física. –Hipnos numerava os requisitos. –O antigo emprego que a deixaria próxima ao Fênix...

—Há uma sombra em volta dela. –comentou Thanatos sorrindo.

—Sombra?

—Alguém com intenção assassina a observa. E não sou eu.

Thanatos deu um sorriso que Hipnos não gostou, e em seguida desapareceu. Sabia que Thanatos aprontava algo, mas ainda não sabia o que, e a tal “sombra” de repente o deixou preocupado.

Começou a pensar se a antiga Mizuno realmente havia retirado a própria vida. Não que se importasse antes, mas agora estava ficando incomodado com a ideia.  Precisava agir rápido, não podia se dar ao luxo de esperar trinta dias pelo resultado desse romance. Onde estava seu ajudante?

 

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Shun organizava os garotos numa brincadeira com Shiryu e Seiya, assim que se dispersaram com os dois cavaleiros, uma mão agarrou a gola de sua camisa e o puxou com força para trás do prédio.

—Cadê o Shun? -perguntou Shiryu ao reparar no sumiço do amigo.

—Sei lá. No banheiro? -Seiya deu os ombros, estava ocupado demais com dois garotos agarrados as suas pernas.

—Ei, “anjo estagiário”. -chamou Hipnos.

—Hipnos? O que está fazendo aqui? Se os outros te encontrarem vai ser a maior confusão! -Shun olhou para os lados para ver se estavam a sós.

—Eu sei! -o deus colocou as mãos nos bolsos da calça e suspirou. -Thanatos vai aprontar algo! Temos que apimentar esse chove não molha do seu irmão com a Pandora o mais rápido possível, ou algo pode dar errado!

—E o que sugere?

Hipnos fez um ar pensador, ponderou sobre tudo. Shun o olhou atentamente, e então.

—Não faço a mínima ideia. -disse desanimado, por pouco Shun não cai ao chão. -Olha lá, parecem que estão ficando bem íntimos!

Shun olhou para onde ele apontava. Ficaram os dois, escondidos, observando Ikki e Pandora conversarem.

—Saya, deixe-me dizer algo...Mas ainda estou com uma estranha sensação de que eu a conheço de algum lugar.

—Sensação de que me conhece? -ela ficou nervosa. -Talvez...no Supermercado. Você faz compras lá direto, não é?

—Faço, mas sei que nunca havia te visto lá até ontem. -ele a encarou. -Há algo de familiar em seu jeito de olhar.

—Acredita que...duas pessoas, duas almas gêmeas, mesmo separadas por algum motivo, possam se reencontrar?" -ela perguntou receosa.

—Você acredita nisso?

—Eu acredito.

—Eu também. -Ikki mirou os lábios de Saya, sentia uma inexplicável vontade de senti-los.

Pandora o fitou, surpresa. E ficou mais nervosa ao perceber que ele se aproximava mais ainda. Sua cabeça se inclinou, estava com os lábios bem próximos um do outro. Pandora fechou os olhos, esperando pelo inevitável beijo.

—SIM! -vibraram Shun e Hipnos.

De repente, uma bola de futebol fez uma trajetória impossível de ser descrita, atingindo Ikki na cabeça. Quebrando a magia do momento.

—NÃO! -falaram desanimados Andrômeda e o deus.

Do alto de uma árvore, Thanatos segurava a vontade de gargalhar. Usar seus poderes e desviar a bola par atingir Fênix foi genial, e muito divertido também. Teve que tomar todo o cuidado para que nenhum dos cavaleiros notasse seu cosmos. Mas valeu a pena, refletiu, estavam próximos demais. Se bem que lhe deu um certo prazer ver Fênix levar uma bolada na cara.

Pandora desviou o olhar rapidamente de Fênix e ficou frustrada. Quase que havia dado seu primeiro beijo nele! Ikki pegou a bola e olhou furioso para quem a chutou. Seiya se aproximou receoso.

—Desculpe aí, Ikki! -falava sem graça, intimidado pelo olhar mortal de Ikki. -Eu não sei o que houve...a bola ia direto pro gol e desviou como se alguém...

Não terminou de falar, pois recebeu uma bolada no rosto de Ikki.

—Thanatos!  –falou Hipnos socando a própria mão. -Ele quem atrapalhou!

—Tem certeza?

—Sim. Como você explicaria aquela bola dar aquela curva? -depois deu uma risadinha. -Foi engraçado, mas...Por Hades! Estavam perto!

—Shun, você viu a Eire? -Hyoga foi chegando e perguntando, parou e arregalou os olhos ao ver quem estava com o amigo. -VOC...MMFMFMFMF!???

Shun tampou-lhe a boca com as mãos e implorou:

—Hyoga, calma. Não é o que está pensando. Se prometer não alterar a voz e chamar todos para cá, eu conto tudo!

Hyoga balançou a cabeça concordando e Shun retirou as mãos.

—Bem... -Shun começou a explicar.

—SHUN VOCÊ FICOU LOUCO? ELE É HIPNOS! UM DOS INIMIGOS DE ATENA! VOCÊ ACASO TORNOU-SE HADES DE NOVO E... -falava totalmente alterado.

—Dá pra ser mais escandaloso? -disse-lhe Hipnos entediado. -Ainda não o ouviram na Sibéria! Andrômeda, dá um jeito de controlar seu amigo!

Hyoga o olhou furioso e depois olhou para Andrômeda.

—O que está havendo?

E Shun contou-lhe toda a história. Depois de ouvir tudo e refletir, Hyoga concorda em guardar segredo e ajudar no que puder. Logo estavam os três observando o casal às escondidas.

—E agora? O que pensam em fazer? -perguntou Hyoga. –Não acredito que estou de boa do lado do Hipnos! Até outro dia estávamos lutando com ele.

—Eu estou aqui. –disse Hipnos.

—Eu sei que é estranho tentar confiar nesse cara agora, Hyoga. Não depois de todas as maldades que ele fez no passado. Mas pense que estamos ajudando uma pessoa.

—Estão me vendo aqui? –Hipnos acenando para os dois.

—É o fim ter que confiar em um ser como ele, Shun. Mas farei o que for preciso para ajudar. Vou ficar de olho nele!

—Eu estou aqui, não estou? –Hipnos perguntando aos dois que pararam de falar e olharam para ele. –Estou invisível por acaso?

—Desculpe. –disseram os dois ao mesmo tempo.

—Certo. E agora?

—Hum... -Shun refletia. -Precisamos manter Thanatos longe do meu irmão e da Pandora, ou nunca se acertarão.

—Meu irmão é ardiloso. Não cai fácil em qualquer artimanha...bem, teve um tal de Sísifo que pregou algumas peças nele, ainda me lembro...foi engraçado...Também teve outro Sísifo de Sagitário, que me deu dor de cabeça, mas o outro foi pior e.... não vem ao caso agora.

Parou de falar ao notar os Cavaleiros olhando-o como se ele não fosse normal.

—Tem alguma ideia? –perguntou Hipnos.

—Tenho uma ideia! -Hyoga sorriu e olhou para Shun malignamente.

—Nani? -Shun teve um mal pressentimento.

 

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No final daquela tarde.

—Acho melhor ir pra casa. -disse Pandora pegando sua bolsa. -Até amanhã de manhã, Minu!

—Até. Que bom que gostou daqui.

—Eu adorei. -ela se despediu das crianças e ia saindo.

—Espere Saya. -pediu Hyoga. -Ikki, por que não a acompanha até em casa. Está tarde para uma moça andar sozinha por aí.

—Por que não cuida da sua vida, Pato? -retrucou.

—Porque não estou com vontade, Frango Tostado! -rebateu. -E ela não é sua amiga?

—Olha, não precisam se preocupar comigo. Eu vou...

—Tudo bem, Ikki. Se não quer acompanhá-la, eu vou. -Seiya se ofereceu. -"Não é seguro andar a essa hora da noite sozinha e...

—Eu não disse que não ia. -Ikki retrucou, pegando no braço de Saya. -Eu só mandei que cuidassem das suas vidas!

—Puxa... -Seiya ficou indignado. -Cara nervosinho! Tá precisando de uma namorada mesmo!

—Onde está o Shun? -Shiryu perguntou procurando-o.

—Está ocupado agora. -falou Hyoga, sorrindo.

Do outro lado da rua uma pessoa que procurou se manter oculto observava Ikki saindo com Saya ao seu lado, pegando em sua mão. O estranho fita a jovem com ódio no olhar.

—Vadia... –murmura, com raiva.

 

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Enquanto isso, Thanatos vê o casal se afastando, achou melhor segui-los e não dar-lhes chances de que possam ter qualquer contato íntimo.

—Thanatos! -Shun o chamou com uma voz séria e calma.

—Ora se não é o moleque de bronze? -ironizou. -O que quer, Andrômeda?

Shun dá um tapa na cara de Thanatos e depois fala:

—Isso é maneira de falar com o seu soberano?

Em um canto, Hipnos segura a vontade de rir.

—Sua Majestade Hades!? -Thanatos não acreditava.

 

Continua....


Notas Finais


Nota: A história que Saya/Pandora começou a narrar é “A princesa Nabo”, um conto de fadas alemão reescrito pelos irmãos Grimm.


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