1. Spirit Fanfics >
  2. Tantas Coisas a lhe Dizer >
  3. Sentimentos Ocultos

História Tantas Coisas a lhe Dizer - Sentimentos Ocultos


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 5 - Sentimentos Ocultos


—Quem é você realmente? -Ikki perguntou, esperando uma resposta.

—Co-como assim? -Ela ficou totalmente perdida.

—Quero saber mais sobre Saya Mizuno.

—Era isso? -sentiu-se aliviada.

—Haveria algo mais? -ele a encarou e ergueu uma sobrancelha, percebendo seu nervosismo.

—Nada. É que não tenho nada de especial, Ikki. -disfarçou. -Eu...minha vida não tem nada de especial.

—Discordo. -Ikki lhe estendeu a mão para que sentassem juntos. -Pode parecer loucura minha, mas sinto que você é especial sim. E que quer me dizer alguma coisa.

—Eu... -diga a ele, ficava uma voz lhe dizendo em sua mente, diga a ele. -Eu queria lhe dizer uma coisa, Ikki.

—Fale.

—É sobre o que eu sinto por você. Eu sei que nos conhecemos praticamente ontem e...você me beijou e...

—Bem lembrado. -Ikki aproximou-se e a abraçou. -Gostaria de te beijar novamente.

—Ikki, agora não...

—Não quer que eu a beije?

—Quero. Mas...

—Então... -não esperou resposta, beijando-a docemente.

Pandora esqueceu do mundo e do que ia dizer, se entregando as sensações que o beijo dele despertavam em seu corpo. As mãos fortes do cavaleiro a seguravam pela cintura, como se receassem que ela lhe escapasse.

—Pare e me escute, por favor. -ela pediu se afastando. -Preciso realmente lhe contar uma coisa.

—Desculpe. -ele toca em seu rosto.

—Bem... -o que ela ia dizer mesmo? Respirou fundo. -Ikki, por favor não vá pensar no que eu vou dizer seja loucura. Eu estou sendo sincera em dizer isso.

—Estou esperando. -falou cruzando os braços e encarando-a.

—É que eu...eu te a...

Então uma porta lateral se abriu e um dos faxineiros entrou, parando e olhando curioso para o casal.

—Não deveriam estar aqui. Hoje está fechado. -avisou o homem.

—Desculpe. Já estávamos de saída. -falou Ikki, depois se dirigindo para a jovem. -Vamos?

Saíram do observatório, e Ikki esperou que Saya continuasse o que queria lhe dizer lá dentro antes de serem interrompidos. Mas ela mantinha-se em silêncio.

—Algo errado? -perguntou.

—Nada. -deu um sorriso triste. -É que...vou para casa.

—Hum? Mas já? Não ia me dizer uma coisa importante?

—Antes posso te perguntar uma coisa?

—Claro.

—Já amou alguém? Uma mulher?

De repente o olhar de Ikki tornou-se sombrio, entristecido e olhou para os céus.

—Sim.

E onde ela está? -perguntou hesitante.

Pensei que queria fazer só uma pergunta. -respondeu um tanto ríspido, tal assunto lhe era desagradável.

—Desculpe.

—E pare de ficar pedindo desculpas por tudo o que diz ou faz. -Pandora desviou o olhar, percebendo que fora longe demais. -Ela morreu.

—Hã?

—A pessoa que eu amei morreu há muito tempo. -respondeu sério. -É difícil para mim falar dela. Ainda dói.

—Será que posso perguntar o nome dela?

—Esmeralda.

Pandora sentiu uma punhalada em seu coração. Então era essa a pessoa que ele amava?

—E houve outra depois dela?

—Por que essas perguntas, Saya? –estranhou. -Estou sendo sincero com você. Quero te ver mais vezes, sair com você. Não precisa ficar colocando dúvidas na sua cabeça. Não há mais ninguém em minha vida.

Se Ikki soubesse o quanto àquelas palavras a magoavam...Significavam que ela não representou nada em sua vida. Nada.

—Desculpe-me Ikki. -o cavaleiro notou lágrimas se formando nos olhos de Saya. -Mas, preciso ir.

—Saya?

Ela não esperou mais, apressou o passo para ficar o mais longe possível de Ikki, que ficou ali parado, sem entender o que havia dito de errado. Escondido pelas sombras, alguém observava e ria por dentro.

—Isso. Nem preciso fazer força para que este romance jamais aconteça! -Thanatos sorriu. -Pobre Pandora... -e começa a rir e desaparece.

Pandora chegou ao apartamento, entrou e agradeceu aos deuses por Hipnos não estar ali. Encostou-se na porta e sentou-se no chão, abraçando as pernas e chorando compulsivamente. Os soluços sacudiam seu corpo.

Sentia-se tola. Como podia ousar imaginar que significou alguma coisa para Ikki? Nem uma lembrança ele tinha dela...ela era apenas alguém que o ajudou num momento de crise e nada mais. A mulher que ajudou Hades a dominar seu irmão Shun e usá-lo, ele não sentia nada por Pandora...talvez pena por ter sido também usada pelo Imperador dos Mortos.

Arrependeu-se de ter aceitado a oferta de Perséfone desta nova vida, deveria ter ficado nos Campos Elíseos, ainda vivendo a ilusão de um amor.

Tocou os lábios onde ele a beijara com paixão. E a tristeza voltou a domina-la, era por Saya que ele se sentia atraído. Teria a mesma atração ou carinho se soubesse quem era?

—Idiota... -murmurou. -Antes não perguntasse nada.

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

Ikki voltou ao seu apartamento, que atualmente dividia com seu irmão. Ainda estava confuso pela atitude de Saya. Afinal, ela perguntou sobre seu passado e foi sincero com ela. Jogou-se em uma poltrona e olhou para o teto.

—Mulheres...nunca vou entendê-las. -suspirou.

Depois lembrou da última pergunta dela, se houve outra depois de Esmeralda. E entendia menos ainda o fato desta pergunta o ter feito lembrar de Pandora.

“—Por que isso agora?” -refletindo isso, foi até uma janela e observou a noite, a imagem de Pandora ainda persistia, juntamente com a de Saya. “-Apesar de seus olhos serem de cores diferentes, ambas tem o mesmo brilho de tristeza. Pandora está morta! Saya e Pandora são pessoas diferentes. Por que o olhar dela está me trazendo estas lembranças?”

A porta da sala abriu e Shun entrou, sorrindo para seu irmão mais velho.

—E aí, Ikki? Levou Saya para casa? -ansioso pela resposta.

—Não. Acho que eu estraguei tudo com ela.

—QUÊ? -Ikki assustou com a reação de Shun. -Mas...como...o que fez de errado?

—Eu não sei. Talvez tenha falado demais. Consegui o feito de estragar tudo no primeiro encontro. -sorriu triste.

—Ainda temos tempo... -Shun murmurou. -Thanatos não pode vencer!

—O que disse?

—Eu disse...talvez haja tempo. -disfarçou. -Por que não a procura amanhã para tirar esta péssima primeira impressão.

—Acho que devo esperar.

—NÃO! -Ikki novamente estranhou a atitude do irmão. -Quer dizer, não faça isso. Ela irá pensar que não liga para ela. Isso! Ligar! Liga para ela e marque um novo encontro!

—Não tenho o telefone dela. -respondeu seco.

—Nii-san! -Shun passa a mão nervosa pelos cabelos. -Não pode deixar Saya escapar assim!

—Shun, eu sei que você quer que eu namore, que eu não fique sozinho. Entendo sua preocupação, irmãozinho. -falou segurando o caçula pelos ombros sorrindo, e depois acrescentou levemente irritado. -Mas para de se intrometer na minha vida e na de Saya desta maneira!

—Mas...

—E não quero ouvir mais nada a respeito disso. -avisou entrando no quarto.

Shun suspirou e em seguida pegou seu celular.

—Alô? Shiryu? Temos um problema.

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

Na manhã seguinte.

Pandora abriu os olhos lentamente, sentou-se no futton que servia e cama e olhou ao redor confusa, Kuro estava deitado em suas pernas e espreguiçou ao perceber que ela havia acordado. Lembrou-se de ter dormido encostada na porta, cansada de tanto chorar, mas não de ter ido parar em seu quarto.

—Está melhor? -Hipnos apareceu na porta do quarto, com uma xícara fumegante na mão. -Chá? Lembro que apreciava muito tomar um chá pela manhã, Pandora.

—Um pouco. Você cuidou de mim? Obrigada. -aceitou o chá e bebeu um gole.

—Não se acostume. Fiquei com... pena de vê-la deitada toda torta no chão. Apenas isso. -ficou corado, olhando para outro lado. -Ando sentimental demais. Esta estadia forçada no mundo dos homens para cuidar de você está arruinando minha imagem.

—Você tinha uma imagem? -ela brincou. -Desculpe.

—Vai me contar o que houve?

Pandora ficou em silêncio, suspirou e bebeu mais um pouco do chá.

—Ele me levou embora, e nos beijamos.

—ISSO! -comemorou o deus, e depois pigarreou reassumindo uma pose mais formal. -Sim, e depois?

—Eu perguntei se ele uma dia amou alguma mulher, ele me respondeu que sim. -Hipnos esperou que ela continuasse, sentando no chão diante dela, Kuro pulou do colo de Pandora para o colo do deus. -Ela se chamava Esmeralda...e sinto que ele não a esqueceu ainda.

—Onde ela está?

—Morreu. -suspirou.

—Ótimo. Qual o problema? -falou friamente, mas acariciando o gato.

—Hipnos! Não me ouviu? E para de banalizar a situação! -ficou irritada e assustou o gato que saltou para o balcão da cozinha. -Não dá para esquecer um grande amor. Eu sei disso. E ele não a esqueceu!

—Assustou o gato. –ele disse e engoliu em seco ao ver o olhar furioso da jovem. -Tá. Mas ela morreu.

—Eu também.

—Mas você está aqui, Pandora.

—Mas não sou Pandora. Aqui sou Saya! -exasperou-se e começou a chorar. -E ele nunca sentiu nada por mim. Nem se lembra da minha existência!

—Isso não é verdade.

—Como pode afirmar isso.

—Sou um deus, e dos bons. -sorriu. -Pedi para que Morpheus desse uma olhadinha nos sonhos de Ikki.

—O que andou aprontando? -ela perguntou imaginando a resposta.

—Uma...sugestãozinha subliminar em sonhos...coisa à toa. -disfarçou.

—Hipnos!

—Olha a hora! Vai passar a reprise de Karekano! -e levantou-se rapidamente, mas Pandora o segura pela barra da calça, praticamente derrubando-o no chão.

—Conta isso direito! -falou entre os dentes.

—Ontem perdi Full Metal Alchemist para cuidar de você. Vai me fazer perder Karekano também? -Pandora lançou um olhar mortal para Hipnos. -Oras, só pedi que ele sonhasse com você! Talvez...alguns sonhos mais ousados...

—Seu pervertido! –deu-lhe uns tapas e se levantou. -Isso me soa como invasão de privacidade!

—O Fim justifica os meios. -ele declarou e alguém bateu na porta. -Eu conheço este cosmo. Esse garoto...irritante...

Pandora atendeu a porta e deparou-se com Seiya e Shiryu.

—Oi. -disse Pégasus. -Shun e Hipnos nos contaram tudo, Pandora.

—Que? -olhou para o deus que disfarçou ligando a televisão.

—Não se preocupe. -pediu Shiryu sério. -Avisamos a Minu que você precisava resolver uns problemas em seu antigo trabalho e que só voltaria amanhã.

—Embora não tenhamos nos conhecido pessoalmente, sei que ajudou Ikki. E queremos ajudar você. -declarou Seiya entusiasmado.

—Eu tentei te matar, lembra? –Pandora disse séria.

—É... teve isso. –Seiya sem graça. –Mas

—Quem não quer te matar, Pégasus? –disse Hipnos com tédio. –O que fazem aqui?

—Shun teve uma ideia para juntar Ikki e Pandora e vamos ajudar. -declarou Seiya. -Você algum quimono aí bem bonito?

—Com licença. -pediu Pandora voltando ao banheiro.

—Aonde vai? -perguntou o deus do sono.

—Afogar-me novamente na banheira. -e fechou a porta.

Os três ficaram olhando a porta fechada e o deus quebrou o silêncio, assistindo Karekano.

—Ela vai ficar bem.

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

No apartamento de Ikki e Shun. Os irmãos Amamiya estavam sentados na mesa para o café, preparado por Shun, já que Ikki parecia aborrecido e mal humorado desde que acordou.

—Noite ruim? -perguntou Shun preocupado.

—Noite cheia de sonhos. -suspirou lembrando de alguns com Saya nada inocentes. -Não me deixaram dormir bem.

—Anda cansado e estressado. -declarou. -Vamos a um festival?

—Festival?

—Sim! -e mostrou um folheto. -Shiryu me falou deste num templo ao leste da cidade, parece divertido, Nii-san.

—Shun, não temos tempo para isso. E seu curso? Tenho que trabalhar.

—Podemos ir depois das aulas e do seu expediente!

—Não vai desistir? -suspirou.

—Não mesmo.

—Então, iremos. -declarou.

—Ótimo! -e o rapaz levantou-se pegando os livros e saindo. -Até a tarde, Ikki.

Ikki despediu-se com um aceno de mão, enquanto bebia seu café. Na saída do apartamento, Shun pegou seu celular e discou.

—Hyoga? Deu certo! Ele concordou...não, eu levo ele sozinho. -conversava e caminhava. -Liga pro Seiya e confirme. É claro que vai dar certo! Um festival é um excelente lugar para que eles conversem e se acertem! Thanatos não pode vencer esta aposta! Até mais tarde! Tchau!

Saindo das sombras de um beco, Thanatos havia acompanhado parte da conversa. E não podia permitir que este encontro desse certo. Estava na hora de desmascarar "Saya Mizuno". Com este pensamento, deu um sorriso diabólico e desapareceu no ar.

 

x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

 

Em outro lugar, um homem cujo rosto estava oculto pelas sombras segurava uma foto em suas mãos. Era de Saya sentada no caixa do supermercado em que trabalhava. O homem deixa lágrimas rolarem da face e toca a fotografia.

—Eu te matei... eu te matei... como está viva e andando com outro? Vadia... desta vez vou te matar de uma vez por todas... Devia ter continuado morta!

Ele rasga a fotografia e começa a rir.

 

 Continua...



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...