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História Tantas Coisas a lhe Dizer - Final


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 7 - Final


Hipnos fitou o cavaleiro de Fênix com uma expressão inalterada. Mantinha a mesma postura relaxada, uma das mãos estendida e a outra no bolso da calça. Lançou um olhar para a jovem e percebeu que Pandora não iria se mexer, e Ikki fazia questão de não sair da sua frente.

O olhar no rapaz demonstrava bem a tensão que estava vivendo no momento. Ele havia sofrido perdas demais em sua vida e não estava disposto a abrir mão dela. E era apoiado pelos amigos, que pelo modo que os cosmos cresciam, a medidas que os momentos de silêncio angustiante se arrastavam, estavam dispostos a lutar contra um deus, mesmo sem suas armaduras, para ajudarem um amigo.

Logo apareceram Hyoga e Shun que pareciam surpresos com o que viam, mas ao perceberam o clima tenso logo deduziram o que acontecia e se posicionaram lado a lado dos amigos e Pandora.

Hipnos fechou os olhos e sorriu de lado, impressionando os outros com este gesto, e com a mão antes estendida fez um gesto contra o rosto, como se uma coceirinha lhe incomodasse.

—A cada dia fico impressionado com os mortais. -ele comentou, abrindo os olhos e fitando os cavaleiros e Pandora. -São capazes de atitudes estúpidas para defenderem o que acreditam.

—O que você disse? -Seiya pareceu não entender.

—Acho que soou vagamente como um elogio, Seiya. -explicou-lhe Shiryu.

—Ah. Tudo bem. Mas isso não significa que irei pegar leve. -Pégasus toma uma postura ofensiva.

—Não. Eu os chamei de estúpidos mesmo. -respondeu Hipnos com serenidade.

—O que? -Seiya então fica furioso. -Eu não vou perdoar você por isso!

—E alguém está pedindo seu perdão? -Hipnos levemente entediado com Pégasus.

—Prepare-se! METEOROS DE PÉGASUS!!

—Tsc! -Hipnos bloqueia o ataque de Pégasus com um gesto e a explosão de seu cosmo lança os demais cavaleiros longe, deixando apenas Ikki e Pandora "intactos". -A minha conversa não é com vocês, cavaleiros de bronze. -então ele fita o casal. -E sim...com eles.

Com um gesto displicente, ele ajeitou o terno e voltou a falar com os dois, como se a pequena intervenção de Seiya e os demais não houvesse sido nada mais que um incômodo contratempo.

—Onde estávamos mesmo? Ah, sim. Eu iria levar Pandora de volta ao Elíseos, mas você disse algo como: "somente sobre seu cadáver"?

—Hipnos. -Ikki sorriu, em um gesto que mostrava que não estava nada intimidado. -Você fala demais.

Ikki avança contra o deus, pronto a lhe acertar um soco, que é facilmente desviado por este.

—Não seja tolo! -retrucou o deus, lançando contra Ikki uma pequena quantidade de sua cosmo energia, lançando-o longe. -Vai morrer por nada?

—IKKI!

—Não se preocupe, Pandora. -Hipnos se aproximou dela. -Não usei um golpe que pudesse matá-lo. Agora, vamos sim?

—Como ousa dizer que ela não é nada? -Hipnos olhou surpreso por sobre o ombro, e viu Ikki se levantando. -Como ousa se referir a uma pessoa com tamanho desprezo? Melhor pedir desculpas a ela ou eu vou te obrigar a se ajoelhar e pedir perdão!

Neste momento os demais cavaleiros se recuperavam e viam o que acontecia com surpresa.

—Esqueci do quanto você poderia ser...teimoso. -Hipnos sorriu. -Ora, vamos Fênix. Se ainda estivesse lutando por sua deusa, eu até ficaria conformado. Afinal, os cavaleiros de Atena tem tendências suicidas quando o assunto é lutar por ela. Mas quem é Pandora para que você se esforce tanto a ponto de arriscar a própria vida? A vida dela terminou há tempos mesmo...

Com uma velocidade que impressionou até mesmo seus amigos, Ikki havia vencido a distância que o separava do deus do sono, e já o acertava em cheio com um soco em seu rosto, silenciando-o.

—Ela é um ser humano que merece ser tratada com o devido respeito! Alguém que devo minha vida e vou te ensinar a respeitar as pessoas, Hipnos. -ele cerrou os punhos. -Não admito que fale assim dela com tanto desprezo!

—Não é a resposta que estou esperando, Ikki. -Hipnos some do campo de visão de Ikki e aparece bem atrás dele. -Por que a defende tanto?

—Eu a amo. -respondeu, fitando o deus e em seguida desviou o olhar para Pandora, que assistia tudo com ansiedade, temendo o que poderia acontecer a ele. -E descobri que não posso viver sem ela. E por isso... -volta a fitar o deus, elevando seu cosmo e se preparando para lutar. -NÃO IRÁ LEVÁ-LA!

O deus o fitou sério. A tensão do ar a níveis insuportáveis. Quanto tempo se passou desde que ambos se fitavam, esperando o próximo movimento, o próximo ataque ninguém saberia dizer.

—Era o que eu queria ouvir. -Hipnos sorriu e se afastou, acenando sem se virar para eles. -Sejam felizes!

—O QUE? -Ikki quase caiu com a reação do deus grego.

—O que o que? -Hipnos olhou para trás, com ar de quem não entendeu.

—Vai sair assim? Sem mais nem menos como se nada tivesse acontecido? -furioso.

—Vou sim. -respondeu com calma.

—QUE TIPO DE RESPOSTA É ESSA?

—Por Zeus. Qual o problema dos mortais? Eu disse que ela pode ficar. Tá que neste corpo que ela ocupa agora, mas não acho que há problemas quanto a isso.

—Estava me testando?

—Bingo! Queria ver o quanto ela representava a você, para ter certeza de que ela poderia ficar. -e o deus ficou pensativo, tocando o queixo dolorido. -Espero que o Eros não ache que estou tentando tomar o seu trabalho. Este negócio de unir almas gêmeas é muito trabalhoso! E muito doloroso também.

—Quer dizer que eu posso ficar? -Pandora parecia não estar acreditando.

—Foi o que disse. -Hipnos sorri, desaparecendo aos poucos. -Seja feliz, Pandora. E não me chamem para o casamento e nem deem o meu nome ao seu filho...quero esquecer este pedaço da minha vida.

Por um breve silêncio, ficaram olhando pro local onde o deus desaparecera, como se não acreditassem no que acontecia. Em seguida, Pandora se aproximou de Ikki e este lhe estendeu a mão, pegando firme na dela. Ele a estreitou em seus braços e ficaram assim por um longo tempo.

—Shun. -Seiya chamou pelo amigo, que estava entretido observando seu irmão e Pandora com um sorriso nos lábios.

—Sim, Seiya?

—Nunca mais me chame para te ajudar com os problemas amorosos do Ikki. -tocando a cabeça dolorida.

Shun apenas riu do comentário do amigo.

—Estou falando sério! Nunca mais mesmo!

—Tudo bem. –Shun sorri, olhando para o casal e em seguida fica sério, e levanta assustado, correndo para outro ponto do templo. –Meu Deus! O Stalker!!!

Hyoga também se levanta correndo e segue Shun. Ambos chegam ao local onde haviam deixando o desacordado Kadawashi, mas não o encontraram. Se entreolharam temerosos.

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Kadawashi corria, pensando em várias maneiras de se vingar de Saya e de seus amigos. Iria fazê-los sofrer, ela jamais teria paz. Pensou em passar em casa, pegar sua arma e voltar até o apartamento de Saya e atirar nela e naquele rapaz que ousava tocá-la.

Foi quando parou ao ver seu caminho obstruído por Hipnos, que o fitou com uma expressão maligna. Kadawashi gritou, mas o grito cessou de repente. Ele nunca mais fora visto novamente.

 

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Hipnos reaparece em outro lugar, observando de longe os cavaleiros de bronze caminhando de volta ao Festival, com Saya...melhor dizendo, Pandora abraçada a Ikki. Sorriu.

—Isso é um sorriso, Hipnos? -a voz suave da sua imperatriz o fez retomar uma postura séria, e trocar as roupas mortais pelas vestes dignas de um deus.

A deusa apareceu envolta de uma neblina escura, usando vestes negras e douradas, que a tornavam ainda mais bela. Digna de uma deusa do Submundo.

—Hã? Não, minha senhora. -sério e com ar tedioso. -Certamente foi um espasmo involuntário de algum músculo de minha face devido ao golpe de Fênix.

—Ah, sim. -Perséfone fingiu que acreditava. -Quando me pediu que esperasse e apenas observasse o que aconteceria...

—Queria apenas que a senhora visse que seria uma pena separá-los agora.

—E conseguiu. -a deusa deu um sorriso discreto. -Mas eu já havia decidido que ela continuaria na Terra, Hipnos.

—Ah! Quer dizer que tive todo este trabalho e me permiti ser golpeado pelo cavaleiro à toa? -indignado.

—Queria ver do que seria capaz para ajudá-la. -e riu diante do constrangimento dele. -Vamos?

—Sim, minha senhora. -ele fez uma reverencia, curvando-se um pouco diante dela. -Er... Vossa Majestade?

—Sim?

—Não irá contar isso ao Imperador quando ele despertar novamente, vai? -preocupado.

—Prometo guardar sigilo de suas habilidades de Cupido, Hipnos. -sorriu ao vê-lo respirar aliviado. -Ademais, eu não iria querer ver Eros preocupado com a possibilidade de ser substituído por você.

—Ele não precisa se preocupar com isso. Pois isso JAMAIS voltará a acontecer! -com ar cansado. -Mas...e meu irmão, senhora?

—Eu lhe dei uma tarefa, para que se redima de seus atos. -respondeu. -Acredite, ele iria querer ser confinado no Cocytos a isso.

—Senhora... posso pedir que vá na minha frente? Tem uma coisa que gostaria de fazer antes de partir.

Perséfone o olhou e concordou. Sendo envolvida aos poucos por uma névoa e desaparecendo no ar.

E Hipnos lançou um último olhar para trás, a tempo de ver o jovem casal, que estava distante dos outros cavaleiros, pararem e trocarem alguma jura de amor, selada com um beijo.

—Que bom. –Hipnos suspirou, saindo dali. –Onde eu compro agora café gelado para levar pro Submundo? Ah... Um mercadinho!

 

Fim...


Notas Finais


Nota: Eros, é o deus do amor. Ou como conhecemos, o Cupido.


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