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História Tão Doce Quanto Pimenta - HIATUS - - 100 dias


Escrita por: EsllenC

Capítulo 26 - 100 dias


Quando cheguei no quarto, a primeira coisa que fiz foi mandar mensagem para minha mãe, ela havia me respondido com alguns palavrões, então reproduzir seria quase uma falta de respeito. Meus lábios estavam meio arroxeados ao me olhar no espelho do banheiro, fui tomar banho para ir dormir a mais rápido possível, não podia aguentar aquela ansiedade. Então assim o fiz rapidamente e me deitei quase tremendo, a cama gelada foi como um tapa na minha cara.

No dia seguinte acordei olhando para os lados procurando por alguma presença, mas não havia ninguém. Porém, a mensagem de Yoongi no meu celular compensou sua ausência.

"Espere até de noite, vou te buscar, os meninos estão me ajudando a preparar algo."

Ou seja, aquele seria o dia de Lucy morrer ou acordar do coma. Era agora ou nunca.

Travei a tela com um sorriso que doía as bochechas, estava tudo encaminhando para o dia perfeito, mas entrei em muitas questões: Eu deveria me arrumar? Passar maquiagem? Seria um encontro? E roupa? 

Me sentei passando a mão na cabeça, quase como uma massagem. Ele não especificou horas, apenas que seria de noite, então teria tempo o bastante para pensar em algo. Só precisava arranjar coisas para fazer durante o dia, além de ficar ansiosa. Ainda era relativamente cedo e Yoongi tinha deixado metade do pacote de bolacha de chocolate ali, eu não precisaria comer o almoço de café da manhã, apesar das bolachas estarem murchas ainda estavam comestíveis. Quando terminei me vesti com roupas quentes e confortáveis, decidi fazer algo que fazia quando era criança, tinha mania de "explorar" os lugares. Naquela ocasião teria de ser o hotel, porque lá fora estava congelante.

Isso parece patético, mas é um ótimo passa-tempo para o tédio. Primeiro eu desci para o térreo, mas recuei no momento em que todos começaram a encarar, fui passando de andar a andar procurando por algo interessante. Tinha nada além de algumas pessoas conversando e as vezes crianças correndo, tentei chegar no último andar para ter a vista do topo, mas estava fechado.

Então minha exploração não durou mais do que umas duas horas, fiquei o resto do tempo jogando no celular, além de treinar Fire mais vezes. Não almocei e nem nada do tipo, a ansiedade não me permitiu, e as quatro da tarde já começava a anoitecer, traduzi aquilo como hora de me arrumar.

Quando saí do banho enrolada na toalha, o celular apitou, fui olhar.

"Espero que você não tenha comido nada, daqui a pouco vou ir te buscar"

O frio na barriga me veio quando li a última palavra, quase tropecei em meus próprios pés. Parei por um momento e planejei o que iria fazer. Arrumar o cabelo, maquiagem simples, roupas quentinhas, acho que não ia precisar de maiores formalidades. Tive que me apressar quando percebi que já estava há cinco minutos parada, as roupas foram as de habituais, não as mesmas, mas nada de inovador. 

Quando toda aquela arrumação estava acabada fiquei esperando na cama, jogada com o corpo deitado e as pernas para fora, balançando incessantemente. Era mais um episódio em que olhar para o teto estava mais interessante do que qualquer coisa ao redor. O único som que conseguia ouvir além da minha respiração era dos carros na rua, respirei fundo e abri os braços, já fantasiava um bilhão de coisas na cabeça sobre como seria o resto da noite. A porta finalmente fez barulho e me sentei rapidamente, tentando ajeitar o cabelo que devia estar bagunçado de novo. 

-Que você está fazendo? - Yoongi me fitou curioso após abrir tudo.

-Estava te esperando.

-Você está parecendo assustada.

-Talvez... - Então reparei em como ele estava - Porra - Saiu quase como um sussurro.

-O quê?

-Você está fantástico! - Usava uma blusa grossa aberta, deixando uma camisa estampada a mostra, calça preta e justa e botas escuras. E o melhor de tudo: seu cabelo estava platinado novamente - Seu cabelo! - Me levantei para observar de perto.

-Gostou? - Notei seu sorriso acanhado.

-Se eu gostei? É quase uma ofensa você perguntar isso! - Coloquei a mão, era tão macio que nem parecia que recebia química quase todo mês.

A certeza de que tudo seria perfeito só aumentava, o silêncio que fiquei enquanto observava toda aquela informação na minha frente foi interrompido por ele falando para irmos. Durante o caminho procuramos ficar o mais quietos possíveis, mas não pude evitar algumas perguntas sobre qual seria a surpresa. Ele já devia estar de saco cheio quando chegávamos perto da empresa.

-Uma última pergunta: Vai ser na empresa?

-Não.

-Ah, mas...

-Para de perguntar, você vai ver! - Consegui me calar definitivamente depois dessa.

Me guiou por um caminho diferente do que fazíamos, entramos por outro lugar, um que eu nunca tinha percebido antes. Andamos por uns dez minutos até finalmente chegarmos onde seria a surpresa, ele parou de repente na frente daquela espécie de casa e apontou com os dois braços como uma apresentação.

-Esse é o nosso dormitório! 

-Sério? - Arregalei os olhos.

-Sim, vamos! - Pegou no meu braço esquerdo e me levou até a entrada, abriu a porta e adentramos.

-Devo tirar os sapatos? - Perguntei quando olhei alguns sapatos posicionados ao redor.

-Não - Ele riu.

Yoongi foi na frente ligando as luzes, na sala tinha uma mesinha com velas, dois pratos, copos e garfos.

-Espero que você não se importe de sentar no chão, eu já volto - Caminhou em direção a outro cômodo, ele estava atrapalhado.

Me sentei no chão e fiquei esperando, logo ele voltou com dois vidros de porcelana e uma garrafa, colocou tudo calmamente em cima da mesinha. Quando acabou eu estava mordendo os lábios e ele observava rubro. Naquele momento parecia estar tão sem jeito, balançou a cabeça e abriu um dos potes, ali tinha um macarrão parecendo muito bem cozido, no outro havia molho vermelho, ele abriu após o outro.

-Achei que você ia gostar de uma coisa mais elaborada para hoje, então fiz espaguete e molho pra ser mais familiar, er...

-Estou amando, você me surpreende mais a cada dia - Trocamos sorrisos envergonhados.

-Quer soju? - Levantou a garrafa e começou a explicar depois da cara de interrogação que fiz - É tipo sake, feito de arroz e tal.

-Quero, apesar de ser ilegal aqui, né?

-Talvez seja, mas quem liga?

Rimos depois dessas falas e começamos o jantar, no começo foi constrangedor porque nunca fizemos nada do tipo antes, mas aos poucos nos soltamos graças ao soju. O espaguete estava muito bom, o molho perfeitamente temperado e nem tinha pimenta. Tudo durou ao todo cerca de duas horas, a bebida estava fazendo eu perder um pouco a noção das coisas, a comida já estava fria e sentíamos os corpos quentes, ele estava mais vermelho que nunca.

-Não sou muito bom em beber - Só então percebi o quão difícil para ambos estava sendo falar corretamente.

-Acho que você já comentou sobre isso alguma vez - Nessa altura já estávamos jogados de qualquer jeito no sofá, com os sapatos tirados havia alguns minutos espalhados pelo cômodo - Me ensine a cantar uma música - As risadas estavam fora do comum, ele não disse nada, apenas observou, então completei a frase - Give It To Me.

-Você nunca vai aprender - Riu quase como se estivesse debochando de mim - Mas vamos lá, vou falar devagar: Gajok jocha jeomchiji - Ele estava certo.

-Já me convenceu, pode parar.

-Vamos voltar para o hotel, não sei que horas os meninos vão chegar - Me levantei para arrumar a bagunça que tínhamos feito na mesinha - Pode deixar aí, eles arrumam depois, só pega a garrafa.

Assim fizemos, achei injusto no começo, mas devido as condições que estávamos, derrubar tudo só faria parte da história. Colocamos os sapatos e saímos, a garrafa ficava cada vez mais vazia a medida em que bebíamos direto do gargalo. Trançando as pernas pelas ruas e um pouco atrapalhados, mas sóbrios o suficiente para lembrar o caminho de volta. Na recepção tentamos fingir completa sobriedade, que provavelmente não conseguimos, mas pelo menos o constrangimento não seria tão grande, talvez fosse sim. Mas de qualquer forma, ficamos rindo igual a dois inconsequentes no elevador, só segurando quando a porta se abria para as pessoas que estavam perto.

Com a garrafa quase no fim e estirados na cama, ele quis colocar música, toda aquela casca de seriedade que o envolvia estava sendo quebrada a cada vez que ele se esforçava para acompanhar as letras. Agora tocava The 7th Sense, por algum motivo a batida dessa música me deixava agitada, fiquei com vontade de entrar na banheira, mesmo que desligada. 

-O que você está fazendo? - Yoongi me perguntou assim que levantei em direção ao banheiro.

-Indo para a banheira, a água vai estar quentinha assim que eu ligar.

Ele não disse mais nada, apenas ficou observando, fui tirando as roupas lentamente. A batida da musica juntamente com o efeito do soju me contagiou de um jeito inexplicável. Mil sensações e hormônios estavam em mim naquele momento, só me deixei levar. Entrei na banheira assim que usava apenas as roupas íntimas, ainda olhando um para o outro, abri a torneira na opção de água quente. Fechei os olhos e encostei a cabeça, apenas aproveitando o som da outra música que tocava, Body, ouvi os passos vindo do quarto. Fiquei feliz pelo meu "convite" ter sido efetivo, não pude evitar sorrir. 

De olhos ainda fechados só escutando o que acontecia em volta, pelo som, Yoongi também tirava a roupa, encolhi as pernas para permitir que ele entrasse junto comigo. A pouca água que já cobria o fundo da banheira se agitou quando os pés dele tocaram, escutei seu corpo escorregando, então quando tive certeza que já estava sentado estiquei as pernas de volta, apoiando nas dele. 

-Você não vai abrir os olhos? - Minha cabeça ainda encostada na porcelana fria enquanto o silêncio perdurava.

-Estou com medo.

-Não vou te forçar a fazer nada que não queira.

Abri os olhos lentamente, mas ainda os mantive no teto. A visão que eu talvez estava prestes a ver me deixava um pouco atormentada, não por ser algo ruim, mas sim muito doido. Alguns meses atrás eu nunca teria imaginado que tantas coisas iriam acontecer, mas aconteceram, e era tudo muito ótimo. Não tive coragem o suficiente para olhar.

-Yoongi?

-Sim?

-Como foi a sua primeira vez?

-Que merda de pergunta é essa? - Voltamos a rir como no elevador - Foi com a minha primeira namorada.

Não sei porque tinha feito aquela pergunta estúpida, agora estava com raiva, então não soube o que fazer a não ser ficar quieta. A música também havia parado, o som agora era apenas da banheira sendo completada.

-Ficou brava?

-Não.

Então tudo voltou a quietude até a água estar na altura dos meus peitos, levantei a cabeça para fechar a torneira, voltei para meu lugar e fiquei o encarando. Toda aquela loucura do álcool pareceu estar fazendo menos efeito, talvez fosse o calor vindo da água quente. Afundei a cabeça o suficiente para deixar o nariz com um jeito de respirar, a vergonha que devia ter vindo minutos atrás só chegou agora. Não adiantaria de nada, então apenas voltei a emergir, mas continuei em silêncio por um momento.

-E foi bom? - Seu rosto que já estava vermelho só piorou, respondeu depois de um tempo talvez escolhendo as melhores palavras dentro de sua mente.

-Eu estava um pouco nervoso, então não foi lá grandes coisas.

-Eu quero tentar - Conclui depois de muitos pensamentos e dúvidas.

-Certeza?

-Feche os olhos - Me senti encorajada, ainda sob efeito do soju.

Ele obedeceu, então fui de joelhos cuidadosamente com uma perna de cada lado de sua cintura até ficar colada contra ele. Levei as mãos ao fecho do sutiã e os soltei, tirei devagar, estava com medo de algo. O volume em sua cueca estava presente de novo, agora mais perceptível por não ter nenhum jeans impedindo o contato mais íntimo. O beijei para não pensar em mais nada, ele manteve os olhos fechados durante todo esse tempo, desci a boca para seu pescoço. As mãos dele foram ficando descontroladas, depois de já ter explorado todo meu corpo percebi que tinha chegado a hora de tirar o resto das vestimentas, que naquele momento não estava servindo de nada a não ser atrapalhar, um pouco de água espirrava pelo chão. 

Depois de retirar voltamos a posição em que estávamos para o ato ser feito da melhor forma possível, cruzamos os olhares e assim permanecemos por alguns segundos, ele estava hesitando.

-Tem certeza? - Sussurrou perto do meu ouvido.

-Sim.

Então nos ajeitamos, encostei a cabeça em seu pescoço, respirei fundo e soltei um "Pode ir" quase inaudível. Foi quando senti nossos corpos quentes se tornando um só, doeu um pouco no começo, beirando a uma sensação ardida, mas depois dos primeiros cinco minutos de incômodo o resto foi muito bom. Acabamos quando conseguimos chegar ao ápice quase que ao mesmo tempo, nossas respirações tomaram conta do cômodo. Só então voltamos ao clima divertido de antes, foi uma hora muito inoportuna para ter uma crise de riso, virei de costas e recostei a cabeça em seu peito.

Para uma primeira vez tinha sido quase um sonho, depois de relatos na internet de tantas pessoas que disseram que suas primeiras vezes foram uma bosta, a minha não foi tão ruim. Talvez não uma das melhores, claro. Mas sem dúvida era só uma de muitas que estariam por vir.

 


Notas Finais


Aeeeeee, finalmente aconteceu \o/

• Músicas citadas no capítulo:
Give It To Me - Agust D:
https://www.youtube.com/watch?v=_Zgc12yL5ss
The 7th Sense - NCT U:
https://www.youtube.com/watch?v=3UGMDJ9kZCA
Body - Mino:
https://www.youtube.com/watch?v=IlJHZJ8EqeA

E aí, o que acharam?


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