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História Tão parecidos Cobrina - Pingos nos iiis


Escrita por: isabellapequena

Capítulo 12 - Pingos nos iiis


— Karina. Cobra me chamou a atenção apontou em direção a rua e aonde  estava ele. Pedro. Perto da fonte da praça. Levei um susto ao vê-lo.

E resolvi ir lá já estava na  hora  de resolve isso

— Pedro? O que você está fazendo aqui? — questionei, pasma com sua aparição repentina.

— Como a minha namorada anda escondendo coisas de mim, resolvi voltar antes que algo decorasse minha cabeça — debochou.

— Eu sinceramente não sei o que dizer. Esquece o Cobra, Pedro. O assunto é entre nós dois.

— Tudo bem. Pra começar, por que você não me disse que ia morar com aquele minhoca? — indagou.

— Por causa disso! — apontei para ele, que me fitou indignado.   — Você nunca aceitaria, Pedro.

Mas quer saber de uma coisa? Você não tem que aceitar nada.

— Eu sei disso. Mas você podia ter me dito, né? Eu me senti um idiota quando o João disse que você estava morando com aquele marginal. — Eu sabia. Claro que João contou a novidade.

— Ele não é marginal! Chega disso! Eu não te contei porque você não teria maturidade suficiente para entender. — o famoso bico estava em seus lábios. Antes me daria vontade de morder, mas hoje apenas ria.

— Tá bom. Eu sou um crianção. Mas você é pior. Só fica defendo seu amiguinho. E eu, Karina? Eu sou seu namorado, não ele. — inspirei profundamente. Soube naquele momento que aquela era a hora. Não dava mais para evitar.

— Pedro, vamos conversar direito. Sem Cobra ou ofensas. Apenas a verdade. — me sentei em um dos bancos, ele fez o mesmo um tempo depois. Deixei a caixa no canto, meio escondida. — Já tem um tempo que eu ando percebendo que você está estranha — fitei a fábrica, não consegui olhá-lo nos olhos.

— É. Bom, eu mudei. Mudei mesmo, Pê. — o encarei, porque precisava. Diria tudo, sem medo. — E todas essas mudanças me fizeram pensar. Sabe, Pedro, existem tantos relacionamentos que acabam em traição. Em ódio, raiva, cheios de rancor. E muitos se desgastam — o guitarrista arregalou seus olhos castanhos.  Era ele mesmo novamente, a máscara de fúria sumira.

 — Co-como assim, esquentadinha? O que você tá dizendo? — me senti péssima ao ver seu estado. Ele estava arrasado, percebendo aos poucos do que eu falava.

— Eu te amo tanto, Pedro. — lágrimas escorriam em meu rosto. Ele estava igual. — Você foi o melhor primeiro amor que eu poderia querer. Me ensinou o que é o amor. Mas... As coisas mudaram. Meus sentimentos mudaram — assim que terminei minha fala um soluço escapou de meus lábios.

— Não! Não pode ser, Karina! Você me ama! Só está confusa. — balancei minha cabeça várias vezes, negando.

— Eu pensei muito sobre isso. Pê, você vai encontrar uma garota que te ame do jeito que você é, que se encante com seu jeito de moleque. Nunca perca isso, esse olhar de quem acredita que o mundo tem salvação. — acariciei seu rosto, secando suas lágrimas.

— Por favor, K. Me dá mais uma chance. Deixa eu te amar de novo. Nós podemos morar juntos, como você queria. — por um instante quase aceitei. Mas então lembrei que não funcionaria. Porque suas piadas me irritavam, porque seu jeito meigo não me fazia sorrir mais, porque eu não estava mais apaixonada por ele e sim por ouro e falei

— Sinto muito. — ele pulou do banco, negando.

— Eu vou te esperar. Esperar que você caia na real. Aí eu vou estar aqui, pronto pra te amar. — doeu muito ver que ele ainda tinha esperança. Nós não voltaríamos a ser Perina. Pedro saiu andando em direção ao restaurante. Suspirei, me ajeitando no assento de mármore. Meus pés colidiram com algo. A caixa.

— Pedro! — seu sorriso era gigantesco enquanto caminhava até mim. — Esqueci de te dar isso. — entreguei a caixa a ele e sua euforia desapareceu.

— Tchau, Karina. — vendo-o ir embora, limpei meu rosto. Não se virou nenhuma vez e eu agradeci por isso.

—  Adeus, Pedro — sussurrei ao vento. Acabou.

***

Thawik e Cobra fechavam o estabelecimento na hora em que eu entrei. O loiro foi embora e sobramos Cobra e eu. Ele estranhou meu jeito choroso.

— Eu tô bem. Só... foi difícil. —   assentiu, não parecendo convencido. O marginal vira minha conversa com o guitarrista pelo vidro da loja, a quantidade de lágrimas bastou para que ele entendesse que eu terminei com Pedro.

— Você está estranha —   afirmou, meio irritadiço.

— Foi difícil. Só isso.

Subimos e nos separamos. Fui para meu quarto, e ele para o seu. Eu precisava me refugiar um pouco, ficar sozinha por um tempo.

Caminhei até o guarda roupa e tirei de lá uma blusa xadrez verde e um short de moletom. Me joguei na cama, refletindo. Havia sido mais difícil do que eu pensara. Partir o coração do guitarrista acabou comigo.

Um estrondo na porta me fez correr até à sala e chamar por Cobra, o procurei por todo o loft e não o encontrei.

Onde ele se metera?

Estremeci, imaginando o que poderia ter acontecido e, principalmente, onde ele estava.

Cobra não faria nenhuma besteira, ou faria?

Respirei fundo e fui tomar um banho, Cobra voltaria logo. Ele tinha que voltar.

Meia hora.

Uma hora.

Duas horas.

Eu já estava surtando. O réptil não dera nenhum sinal de vida. Não respondeu minhas mensagens, muito menos minhas ligações. Tomei uma decisão radical. Ligar para pessoas com quem ele podia estar. Primeiro Thawik, disse a ele que precisava falar com meu amigo, o lutador não sabia onde Cobra estava. Depois tentei João, tinha que tomar mais cuidado com ele. O nerd é esperto, ele não precisava saber que o marginal havia sumido. Expliquei que necessitava falar com Cobreloa para saber como usar a máquina de lavar, ele disse que não havia visto nem conversado com Cobra à noite.

Procurei ele na rua na praça  não sabia aonde mais estaca

Me enfureci ao constatar que quase mais uma hora se passara. Desci para o QG, esperaria pelo réptil ali e lhe daria uma bela bronca quando o visse. Me joguei no velho sofá da pequena área de descanso, que antes era o quarto de Cobra. Um pequeno frigobar ficava perto da porta que dava para as escadas que levavam até o loft; e uma televisão pendurada na parede; o velho saco de pancadas também estava ali, era um espaço pequeno, mas muito aconchegante, um banheiro minusculo completava o ambiente. Mexi em meu celular novamente, nada. Nenhuma mensagem ou ligação. Comecei a me desesperar. Se ele estivesse em uma rinha... Deus, eu não saberia o que fazer! Cobra estava claramente incomodado com algo mais cedo. E diferente da maioria das pessoas, ele, assim como eu, quando estava mal descontava tudo na luta. Cogitei descontar minha raiva e medo no saco de pancada. No entanto, não tive vontade. O medo me desesperava, e tirava qualquer vontade minha. Senti algo quente em minha bochecha e percebi que estava chorando. Sem soluços, só lágrimas silenciosas de alguém que temia.

Me deitei encolhida e fiquei assim por um tempo, segundos, minutos ou horas, não sei. Meu desespero só crescia.

O som de chaves me fez levantar imediatamente. Olhei para trás e pelas correntes vi a silhueta do moreno na escuridão. Não dava para ver seu rosto, mas eu sabia que era ele por seu físico e seu cheiro amadeirado. Ele não me avistou, estava cabisbaixo. Andou lentamente para onde eu estava e, ao passar pelas correntes, me viu. Limpei a água salgada que caia incessantemente de meus olhos e o fitei magoada.

— Cobra? — o chamei baixinho. O vi enrijecer. A claridade que atingiu o cômodo me fez apertar os olhos. Ele havia acendido a luz e me encarava incrédulo. — O quê? Pensou que estivesse delirando?   —   zombei. O alívio que me invadiu por vê-lo bem, sem nenhum arranhão, quase me fez abraçá-lo.

— Tá mais pra uma assombração. — não liguei para seu deboche. Eu queria saber tantas coisas, o que aconteceu, onde ele estava, por que estava agindo dessa maneira comigo. — Chorando de novo por causa do Ramos? — sua pose antiga de marginal, que eu não via há anos, estava presente em suas ações e palavras. Contudo, o que mais me assustou foi seu tom de voz, carregado de desprezo. O que eu fiz a ele?

Eu não conseguia dizer o que sentia no momento. Sentia medo da raiva dele, mas, principalmente, medo de ter feito algo que o magoasse. Era meu melhor amigo, meu porto seguro, Ricardo Cobreloa esteve presente em todos os momentos que eu precisei.

— O quê? Não. Eu tô mal pelo Pedro, mas não é por isso que eu tô chorando — disse, sem coragem de mentir para ele. Apesar do clima pesado e da atitude do réptil, eu era incapaz de mentir pra ele.

— Claro que não. Até porque você só está arrependida — a ironia em seu tom era praticamente palpável, me deixando ainda mais confusa.

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