A ida ao hospital nos rendeu algumas notícias ruins, mas a mais grave é que merecia toda a minha atenção era que Henry havia contraído uma pneumonia:
- Ele corre risco de morte Doutor?
- Infelizmente sim, embora não muito grande. - começo a chorar.
- O que pode ser feito?
- Um tratamento à base de medicamentos que vai precisar ser muito bem regularizado.
- Okay. - digo tentando me acalmar.
Com a receita entregue pelo Doutor, pedi que Dwayne fosse até a farmácia do hospital buscar os remédios para Henry. Enquanto eu e Shawn cuidávamos das feridas. A enfermeira falara que minhas costas melhorariam mas demoraria e poderia deixar cicatrizes; O rosto de Shawn, que ficou extremamente machucado com os socos que ele levou, precisou de alguns pontos.
Assim que voltamos pro carro e íamos rumo minha casa, Dwayne puxou conversa:
- Ele está bem? - diz olhando para Henry.
- Contraiu uma pneumonia.
- Aah, sinto muito.
- Eu vou ter que medicá-lo, e torcer pra que a doença não agrave.
- Sim. Mas se precisar de alguém pra correr ao hospital pode contar comigo. - ouço Shawn bufar ao meu lado. Dwayne ficou constrangido.
Chegando em casa me despeço dele e entro com Henry no colo. Concentrei-me em colocá-lo na cama para depois falar com Shawn:
- Shawn, o que foi aquilo no táxi?
- Nada.
- Como nada?
- Você constrangeu Dwayne.
- E...?
- Shawn! - faço uma pausa - Você estava com ciúmes dele?
- Não.
- Estava sim.
- Não estava.
- Então como explica aquele bufo?
- Tá, admito - ele abre um sorriso malicioso - eu estava com ciúmes.
- Ha! Sabia. Shawn tá com ciúme! Shawn tá com ciúme! - provoco.
- Pare - diz ele me envolvendo pela cintura com os braços, querendo me beijar.
- Não - digo o empurrando - Não quero te beijar. Ainda estou brava.
- Meu ciúmes mostra que me importo com você. Devia ficar feliz, porque eu poderia simplesmente ir embora e te deixar aqui. - diz ele querendo me convencer. Não vou ceder tão fácil.
- Nunca disse que você precisava ficar.
- Então já estou indo.
Ele caminhou em direção à porta, abriu-a e quando ele ia sair, eu disse:
- Volta. - ele se aproxima fechando a porta.
- Não disse?
- Bobo. - digo, encostando seus lábios aos meus num toque doce e suave.
- Se quiser eu posso passar a noite aqui. Vai que a sua mãe aparece aqui pra te assombrar à noite.
- Não tenho medo de bruxa.
- Não é o que diz aqui. - ele levanta um pequeno papel que eu mantinha em meu quarto que escrevi quando tinha 6 anos. Nele havia 'bruxas me assustam, elas comem criancinhas. Minha mãe que disse.'
- Onde achou isso?
- Na cômoda do seu quarto.
- Quando pegou de lá?
- Na noite em que te ajudei a por Heny para dormir.
- Safado.
Caímos na gargalhada.
- Então parece que essa noite eu vou dormir aqui. - diz ele com cara de satisfeito. Ainda não consigo entender porque cedi tão fácil, já que é quase impossível eu fazer algo que não queria. Eu queria aquilo. Fomos para meu quarto.
- Você não tem pijama.
- Eu posso dormir de cueca.
- Mas você vai dormir comigo.
- Então, com certeza, eu vou dormir só de cueca. - lhe dou um tapa no peito.
- Não senhor. Tem crianças na casa. Mas se quiser dormir só de cueca, pode ficar no quarto da minha mãe. Ele esconde o rosto nas cobertas.
- Não quero dormir lá. - Shawn diz com voz de criança.
- Por que não?
- Era o quarto de uma bruxa.
- Engraçado, não era eu que tinha medo de bruxa?
Rimos outra vez. Ele foi para o quarto de minha mãe e eu fiquei no meu para vigiar Henry, caso ele chorasse durante a noite.
Eram 9hrs quando acordei para dar remédio à Henry, mas ele ainda dormia então o deixei e sai do quarto. Desci as escadas e encontrei Shawn fazendo o café na cozinha, o que me surpreendeu:
- Bom dia dorminhoca.
- Bom dia.
- Dormiu bem?
- Senti um pouco de frio.
- Que isso sirva de lição.
- Lição pra que?
- Pra deixar eu dormir com você, se eu estivesse lá não tinha frio.
- Aah tá. - digo abrindo um sorrisinho. - Mas você dormiu bem?
- Até que sim, e meu sonho ajudou muito nisso.
- Com o que você sonhou?
- Eu e você. Na minha casa, após o casamento... - eu o interrompo.
- Não precisa continuar.
- Okay. - ouço um choro. Henry acordou.
- Vou ver ele.
- O café fica pronto daqui a pouco.
- Sim senhor. - digo subindo as escadas.
Henry estava com fome, e eu precisava dar-lhe o remédio, que ele se recusava a tomar de qualquer jeito. O único jeito foi misturar o remédio ao leite e dar à ele. Enquanto ele mamava, o tirei do berço e levei para o bebê-conforto que estava no sofá da sala. Sentei-me à mesa, tomei meu café ao lado de Shawn.
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