História Tão profundo... - Encontro

Eu e Shawn chegamos ao hospital enquanto estava uma baita correria na recepção e Ana surge no meio dos enfermeiros, ela chorava inconsolávelmente:

- Kathe, eu sinto muito....

- O que houve Ana? Respira, se acalma e me conte tudo.

- Está bem.- disse ela começando a relatar tudo que havia acontecido naquela noite.

Kathe chorava desesperadamente, com Shawn a consolando. Henry se foi. 

O médico que cuidava de Henry apareceu:

- Senhorita Katherine, a equipe realizou uma autópsia no paciente e descobriu a causa de sua morte; Overdose.

- Como disse?- perguntei, saindo dos braços de Shawn, que também chorava.

- Henry teve uma parada cardíaca que fora desencadeada por um remédio para hipertensão.

- Quem deu esse remédio à ele? Ana?

- Eu não vi nada, eu fiquei quase o tempo todo no quarto e só deixava ele quando havia uma outra enfermeira para olhá-lo.

- Ai meu deus...- sua voz falhou- Não posso acreditar que meu bebê se foi.

- Kathe, calma, não foi culpa sua.- Shawn balbucia em meio a suas lágrimas.

Antes que Kathe pudesse protestar, um senhor idoso cai em frente a porta do quarto e eles correm para levantá-lo.. Ele estava em prantos:

- Meu senhor, o que aconteceu?

- Um dos meus netos... faleceu. 

- Sinto muito, por favor sente-se aqui.

- Obrigado.

O senhor cuidava dos filhos de seu primogênito que ele perdera num acidente de carro fatal, há 5 anos. E um desses netos tinha um gene letal herdado da mãe, que matava assim que o indivíduo chegava a certa idade. Ele agora tinha mais 1 casal de netos para cuidar ambos com 14 anos.

Depois que ele se acalmou, eu perguntei seu nome:

- Prazer, me chamo Jaynes Adam West. 

West.

- Espera.... O senhor disse West?- questionei.

- Sim, por que?

- Meu sobrenome é West. Katherine West é meu nome. 

O senhor abriu uma cara de espanto que a princípio me assustou:

- Kathe, é você?

- O senhor me conhece?

- Você é minha neta.

- S-sua neta?- cambaleei para trás mas Ana me segurou. 

- Se não estou errado, seu pai era meu filho mais velho. Charlie.

- C-charlie?- um lapso de memórias me deixa tonta.- Eu me lembro desse nome, mas é tão vago....

- Charlie era o nome do seu pai, que faleceu há alguns anos.

- Mas então se ele era meu pai, o menino que morrera era meu irmão?

- S-sim, um dos 3.

- Posso vê-lo?

- Claro.- antes que eu saia do quarto o médico pergunta:

- Senhorita, podemos levar o corpo para autópsia?

- Pode sim doutor. e teria como o senhor me informar qual remédio foi dado a ele, assim que a autópsia for concluída?

- Claro, tudo estará incluído no laudo.

- Okay então, obrigada e com licença.

Ele assentiu.

Fomos para o quarto do meu irmão, onde ele repousava na cama. Pálido. Sem vida.

Ele se parecia muito comigo, em todos os aspectos pelo que meu avô me contara. ´'Ele era tão cheio de vida'. Não pude conter as lágrimas que deslizaram meu rosto, sendo enxugadas por meu avô, já que Ana e Shawn ficaram na recepção, tentando se acalmar. 

Eu fiquei ali o observando, deitada no ombro do meu avô que chorava junto comigo, até termos de liberá-lo para auópsia junto com Henry. Assim que tudo havia acabado e nós estávamos prontos para ir embora, eu convidei meu avô e meus irmãos para irem almoçar na minha casa amanhã, para que pudéssemos nos conhecer e conversar um pouco. Ele aceitou e disse que estaria lá. Nos despedimos e cada um foi para seu lado.

Dentro de mim estava uma confusão de sentimentos que eu não sei por quanto tempo eu aguentaria; Tristeza, agonia, culpa, luto, felicidade, e outros mil; Shawn estava tão confuso quanto eu. Dormi na casa dele e logo de manhã fomos para minha casa, começar a ajeitar o almoço. Preparamos um banquete digno e arrumamos tudo. Sobrou algum tempo antes da hora combinada para comer, então eu e Shawn decidimos conversar um pouco sobre tudo que acontecera ontem e o que faríamos daqui pra frente. As coisas mudariam muito, já que agora eu tenho uma família e Henry havia falecido. 

Eu tentava não pensar nele mas não tinha sucesso e de vez em quando lágrimas desciam dos meus olhos.

Shawn se ofereceu para ir comigo planejar o velório de Henry e de meu irmão Sebastian. Eu não queria que ele se envolvesse mas quando eu ameacei protestar ele disse 'eu prometi que estaria sempre ao seu lado quando assumi o compromisso de ser seu namorado.'; Iríamos ver tudo no final de semana, para que pudéssemos descansar a cabeça. 

Enquanto conversávamos a campainha tocou e Shawn foi atender. O nervosismo tomou conta do meu corpo, eu não consegui me mexer quando vi eles entrarem pela porta. Meu avô, minha avó e meus dois irmãos:

- Bem-vindos.- disse Shawn.

- Vovô!- corri e o abracei. Virei para o lado e abracei a minha avó Hellena. E por fim, abracei forte meus dois irmãos, num abraço tão gostoso, que me tirou mais lágrimas:

- Kathe, esses são seus irmãos Cameron e Allana.

- Cameron, Allana, essa é a sua irmã mais velha Katherine ou Kathe como ela prefere. 

- Que bom conhecer vocês.

- Também é muito bom conhecer você.- disse Allana.

Nos sentamos à mesa e conversamos por longas horas.