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História Tarde da Noite - Reverso


Escrita por: requintte

Notas do Autor


OBRIGADENHA POR LER A MINHA HISTÓRINHA
vcs moram aqui ♥
Gente eu to na bad,
minha primeira fic man
e eu consegui terminar
CADE OS APLAUSOS?
leiam com muito amor pq eu sofri para escrever isso!!
Ignorem a falta de acentos, eu e eles somos inimigos!!
Até lá em baixo!!

Capítulo 5 - Reverso


“Escuridão e missão
Tic Tac
E a loucura sem razão
Tic Tac
É a emoção sem calor
Tic Tac
É apenas uma sensação
Porque era Tarde da Noite”.

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.

.

 

Capítulo Cinco - Reverso

 

Imagine tatear no escuro procurando por uma razão para permanecer são e não encontrar nada? Era assim que Lim Changkyun se sentia ao procurar carinho e atenção nos braços de Jooheon. Foi apenas um ato ilusório para não perder a razão. E iria culpar suas memoria pelo ato, não o fato de ser mais uma criança fraca e fútil.

― O que acabou de acontecer? ― perguntou o ruivo depois de se desvencilhar do moreno.

― Um beijo ué, pessoas normais fazem isso quando compartilham afeto umas pelas outras!

― Não é como se eu sentisse alguma com você moleque insolente ― e termina com um empurrão ― Você é só mais uma pessoa que apareceu na minha vida e daqui a pouco some novamente!

― Você não entende não é mesmo? ― perguntou rebatendo o empurrão.

― Entender o que? ― Jooheon fala cerrando os punhos já respirando com dificuldade e jogando o vapor quente no ar.

Podemos facilmente notar nesse diálogo, que Lee Jooheon tem leves inclinações para a violência, talvez isso se desse ao fato de nunca ter conseguido alcançar seus objetivos. Podemos comparar sua vida à um simples arroz temperado.

Um prato comum da culinária brasileira. Se tirarmos seus adereços como calabresa, cenoura e milho não sobram nada de interessante no prato. Era dessa maneira que o menino se sentia, sem mais nada que o embelezasse ou deixasse menos imundo, um arroz puro, sozinho sem tempero algum.

― Entender que somos dois imbecis brincando de viver ― Changkyun rebate ― Você realmente achou que isso era real? ― concluiu.

Jooheon secou o suor de sua testa tentando se acalmar. Percebendo o estado caótico no qual se encontrava o mais velho, Changkyun tenta o conter no aperto de um abraço. Eles permanecem na posição, protagonizando uma cena deveras melancólica.

Ao final do aberto do abraço, Changkyun o conduz para mais uma caminhada noturna pelas ruas da cidade. Agora ele segue o lado oposto de onde estavam seguindo, pegando uma rua no sentido do litoral, ou seja os morros.

O rapaz tinha um destino em mente, não era algo muito robusto ou requintado, porém serviria para a ocasião. Caminhavam tranquilos, como se não possuíssem nenhum constrangimento depois de demonstrações de afeto com estranhos.

Em páginas de humor no Facebook, é normal presenciar postagens que dividem em sete, as fases de embriaguez. A primeira é quando se ri em demasia, nossos rapazes a presenciaram jogando sinuca. A segunda é chamada danças exóticas que foi realizada na rua. A terceira é quando começam a compartilhar amor com o universo e a natureza, Changkyun preferiu cutucar a onça com vara curta, enquanto beijava o amigo.

Depois do cruzamento da primeira esquina, o silêncio se faz incômodo e sufocante para Changkyun, ele começa a observar a cidade, visto que essa não era tão pequena quanto imaginou. Era uma cidade do interior, normalmente suas terras eram ocupadas por grandiosas fazendas no meio rural.

― Eu já trabalhei pra traficante pra me sustentar ― começa num ar indiferente ― Sabe aquela menina que te contei lá no bar? ― pergunta sem resposta do outro ― Sempre pensei que ela me amasse, ela sempre cuidou de mim sabe? ― ele sente o vento bater no seu rosto se perguntando se deveria prosseguir ou não ― Quando me envolvi com os traficantes ela fez o possível e o impossível pra tentar me fazer parar ― ele sentiu um aperto na garganta ao comentar sobre ― Foi como se realmente fosse real e ela se importasse ― termina.

Iniciamos a quarta fase da embriaguez, também conhecida como a mais perigosa para aqueles que guardam segredos, e a mais complicada para os melancólicos. Por um simples motivo, nesse momento se tornava mais fácil despejar todas as suas angustias com a primeira pessoa que visse a sua frente, a maioria chegar a chorar e escandalizar.

― Eu sofri bastante quando sai da cadeia ― ele começa numa voz rouca e embargada ― Woonseok voltou me oferecendo drogas, foi difícil recusar, tive que ser um bom menino e não cair na laia dele ― ele tosse para arrumar a voz mostrando indiferença ― Sem contar que o mundo parecia completamente diferente quando eu sai ― seguindo o concelho do outro e para e fita o céu ― Eu ainda era o mesmo, mas o mundo não ― sua voz falha mostrando que sua indiferença não era tão grande assim.

Eles param de andar apenas por alguns instantes, e se encaram. Jooheon sorri como se estivesse autorizando Changkyun a falar, e voltando a andar.

― Eu morava no campus ― ele continuou a contar a sua história ― Meu trabalho é fazer as drogas entrarem na faculdade, ganho mucho Money por isso ― ele brinca, tentando disfarçar o desconforto.

― Isso quer dizer que você ainda o faz?

― Mas é claro, saco de vazio não para em pé! ― eles sorriem juntos ― E você?

― Eu tô tentando me sustentar com aquilo que sobrou do salário da cadeia. Tem sido complicado conseguir emprego sendo que já fui demitido três vezes por violência, e tenho o carimbo de um serviço temporário na cadeia ― ele caçoa, porém com o semblante triste.

Os rapazes chegaram ao pé de uma colina. Um outdoor enorme piscava lá em cima anunciando novos lotes de terrenos em alguma metrópole asiática. Ele brilhava sozinho em contraste com as poucas luzes da cidade.

― Eu gosto mais da luz do dia do que o ar da noite ― conclui Jooheon olhando o outdoor apagar as luzes denunciando o horário á avançado.

― Por quê? ― pergunta Changkyun.

― Porque tudo de ruim na minha vida aconteceu de noite.

― Tarde da noite ― conclui.

― Concordo.

Mais uma em tantas vezes na noite o menino para refletir sobre tudo. Chegou a conclusão que sua vida era como subir escadas que não se acabavam. O objetivo é chegar ao topo, porém a escada parece se multiplicar a cada passo dado. Para Changkyun o objetivo seria alcançar a felicidade, a escada seria o destino, que sempre se ocupava em derrubá-lo.

― Como viemos parar aqui? Falando coisas idiotas para pessoas idiotas ― o Lim sorri lembrando-se de súbito da garrafa, dando o ultimo gole e a colocando no chão.

― Me respeita que eu sou mais velho. Não sou idiota, não totalmente ― diz encostando-se na grade que impedia a subida dos rapazes ao morro.

― Falou o idoso ― retruca e mostra a língua, como uma criança.

― Como eu ia dizendo ― Jooheon toma a palavra para si ― É como se a gente estivesse apenas existindo e não vivendo ― ele finalmente capta a atenção do mais novo ― Lim Chagkyun ― ele chama ― A sua pessoa de dez anos atrás teria orgulho daquilo que você se tornou hoje? ― questiona, e continua ― Na minha sincera opinião, com certeza aquele menino gordinho que se fantasiava de pirata teria desgosto de mim.

― Não seja tão duro consigo mesmo. Não me lembro da minha pessoa, mas com certeza Yoona, se ela que ela se lembra de que eu existo não me consideraria o mesmo Oppa carinhoso de alguns anos atrás.

Ao concluir a frase, ele olha para o céu, e como num filme toda a sua vida passa pelos seus olhos. Não apenas as coisas boas que relembrara na mesma noite, mas as mais sujas e vergonhosas, que não se orgulhava de ter presenciado ou feito.

Uma raiva avassaladora tomou conta do seu corpo e num completo momento de loucura e desgosto de si mesmo, ele pega a garrafa colocada delicadamente no meio fio. Lentamente ele quebra a pela metade na grade que Jooheon se apoiava. Sem raciocinar direito ou deixar Jooheon faze-lo, ele ataca a garrafa no braço do mesmo, cortando parte de sua pele.

E assim entramos na quinta fase da embriaguez, sendo ela a mais selvagem ou feroz de todas. Normalmente se perde a razão do certo e do errado. Com tendências a ser levado pela emoção.

Imprevistamente, parece que o tempo para, como se o mundo tivesse parado de girar os dois meninos se encaram para depois encarar o sangue escorrendo pelo braço de Jooheon. Olha nos olhos do ruivo que parecia em uma dimensão completamente diferente. Ele segue a primeira gota do liquido viscoso até pingar ao chão.

Quando a gota finalmente chega ao seu destino Jooheon acorda do transe e começa a chorar como uma criança que lhe foi tomado o pirulito. Ao ver a cena Changkyun lembra-se de que é o culpado pelo liquido sair tão rapidamente da ferida. Ele se junta ao ruivo ao se debulhar em lágrimas. Ele chorava de desespero, por não saber o que vai acontecer nem como proceder.

― Quer saber? ― responde Jooheon, que levanta o olhar rapidamente da ferida― Isso é ridículo ― ele ressalta enxugando rudemente o rosto ― Esse mundo ― diz apontando para cima ― Eu aqui, junto com você com essa tua cara de trouxa ― agora o menino parecia raivoso, com suas chamas vermelhas no cabelo ― Esse mundo é uma merda mesmo ― conclui se agachando sem nunca tirar os olhos do outro rapaz, ele pega o fundo da garrafa, aquele que não havia quebrado e o joga o álcool na própria ferida aberta.

O Lim parecia horrorizado com a cena que presenciou. Retomou a sua consciência rapidamente, nunca tivera sequer imaginou que o outro pudesse tomar tal atitude. Ao rever esses conceitos, da água para o vinho Jooheon passou a ser assustador aos olhos do mais novo. Primeiro ele fechou os olhos sentindo a ardência do álcool ao reagir com a marca aberta.

Depois como se apreciasse a dor que sentia, ele lentamente se abaixa para pegar um dos cacos do chão ― cortando a própria mão inconscientemente ― e ameaça cometer suicídio ao tentar cortar o próprio pulso.

― Só agora eu percebo o quão ridículo sou ― ele fala em tom de pesar― Nunca em toda a minha vida cheguei a fazer algo de bom ― ele volta a olhar o braço, que aos poucos parava de sangrar, e volta seu monólogo ― Acredito ser mais um peso morto, simulando a vida de e alguém comum ― conclui.

Changkyun tentou matar Jooheon... Jooheon quase tenta suicídio...  Seriam essas, as chamadas... Tendências Reversas...

― Qual o seu problema seu retardado? ― responde um Changkyun revoltoso ― Se os deuses do mundo, se é que existem, nos juntou ― disse mesmo que Jooheon não o escutasse, continuou ― É porque existe algum motivo plausível ― diz finalmente.

Mesmo que Changkyun abusasse do uso de palavras bonitas, metáforas ou até eufemismos, nada seria capaz de parar Lee Jooheon, porque este ainda portava do vidro pontudo, e agora o apontava para a cara de Changkyun pronto para o perfurar. O mesmo nada faz, permanece estádio, ele se deixando ferir por Jooheon. Afinal, para que lutar contra o inevitável? Se o desejo de ferir era tão grande, para que o conter e evita-lo?

A verdade é nua e crua, Changkyun, aquele que culpou o pai pela sua vida inteira por sempre chegar bêbado em casa e tentar ferir algum dos filhos. Naquela mesma noite, Chang bebera e logo após simplesmente atacou uma garrafa em Jooheon, exatamente igual ao pai.

Jooheon, sempre foi o bobão apaixonado e nunca mediu palavras ao falar da sua relação com Taemin, principalmente da maneira na qual foi usado. Ele havia acabado de tentar usar Changkyun como escudo ou talvez um saco de pancadas, exatamente como Taemin.

Os dois eram hipócritas, que se fechavam demais em seu próprio mundinho sem ao menos olhar ao redor e ver o que poderiam fazer de produtivo. Sempre culpando o outro, sem nunca olhar no espelho e enxergar sua própria imundice.

O vidro, nunca chegou a acertar Changkyun, pois este, com toda a elegância de um bêbado, pulou a grade começando a subir a colina, sozinho na direção do outdoor. Foi uma subida tranquila em meio a tropeções bem disfarçados. A placa não ficava tão longe e o menino gostava da sensação que a grama fofa o dava. Acomodou-se no chão, ou melhor, tropeçou no pé da placa e caiu, enquanto fitava as estrelas.

Jooheon demorou um pouco mais, depois de um tempo, com parte do sangue já coagulado, por traz de um arbusto ele surge descabelado. Nunca saberemos o que se passou com ele.

― E agora?

― E agora o que?

― Nós vamos trocar telefone e agir como BFFs? ― ele diz e Changkyun se nega a responder ― Não sei você, mas eu gostei de hoje ― o silencio continua ― Talvez eu não me lembre da metade disso aqui ― prossegue após conseguir prender a atenção do outro ― Droga, você me faz bem, foram apenas algumas horas, mas eu gostaria que isso aqui durasse ―― Você não se importa com nada disso né?

Mentiroso. No fundo do seu coração ele sabia que aquela seria como mais alguma de suas noites de sexo, boa enquanto durasse. Talvez se reencontrasse Changkyun na rua algum dia, seria capaz de passar reto e fingir não o conhecer.

E desse jeito tão inesperado, entramos na sexta fase da embriaguez, a da mentira. Homens casados mentem em puteiros alegando serem solteiros e cometem adultério sem nem pensar a respeito. Os mais insanos inventam histórias heroicas sobre algum ato de sua vida que nunca chegou a acontecer, e os carentes afirmam amar e acabam em valas por ai.

― Pare de frescura ― e Changkyun finalmente responde ― Senta aqui comigo ― ele pede e o outro obedece ― A gente nunca vai se separar.

Mentiroso. Changkyun era campeão em ser trouxa, depois se enganar e posteriormente esquecer-se de tudo e tocar a vida como se nada tivesse acontecido. Iria sofrer por Jooheon isso era fato, porém não seria nada fora do habitual, logo correria para outra cidade menor ainda para esquecer tudo e recomeçar a vida.

― Há quanto tempo não vê a sua irmã? ― pergunta Jooheon se deitando no colo do Lim.

― Já vai fazer um ano e meio ― ele responde encarando estrelas ― Não vamos falar disso, passamos a noite comentando do passado ― Jooheon iria retrucar, porém foi interrompido ― Apenas olhe as estrelas.

― O que tem de errado com elas? ― ele responde levantando a cabeça.

― Poxa eu estou tentando fazer um momento bonito aqui ― e da um tapa na testa do Lee.

Os dois permaneceram ali embaixo daquele outdoor. Changkyun com as costas apoiadas no poste daquele outdoor, tendo Jooheon em seu colo, fazendo carinho naquelas mechas ruivas até dormir, pois já era tarde da noite.

Quando sentiu os primeiros raios do sol em sua cara Jooheon levantou pronto para ir embora deixando aquele rapaz ali. Ao contrário do que pensou ele se lembrava de tudo o que haviam compartilhado um com o outro. Quando levantou ele sentiu alguém segurar o seu casaco.

― Onde pensa que vai? ― pergunta e Jooheon desvia o olhar ― Está tudo bem com você? ― pergunta.

― Sim, por que não estaria? ― pergunta como se nada estivesse acontecendo.

Mesmo que o efeito do álcool não se fizesse presente, entramos na sétima e ultima fase da embriaguez, o famoso “Estou bem, não se preocupe”, mas normalmente a pessoa já está preparada para entrar no túmulo.

― Ressaca talvez, minha cabeça pode explodir a qualquer minuto ― ele olha envergonhado para o sol ― Então... A gente se vê por ai?

― A gente se vê por ai ― responde se levantando e arrumando o casaco.

Jooheon desce correndo a colina e acena para Changkyun lá de baixo. Talvez ainda se encontrassem algum dia na fila do mercado, com esposa e filhos, talvez se vissem num asilo 30 anos depois, talvez nunca se encontrassem novamente, porém nunca se esqueceriam da amizade idiota criada para fins idiotas, e que sim, é possível amar sem conhecer, indiferente de lugar, tempo ou modo.

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“No fim tudo acaba
Você se recupera
Ele some
Tudo volta ao normal
Porque era Tarde da Noite”.


Notas Finais


GENTE ATENÇÃO AQUI POR FAVOR!! ♥
Eu tenho mania de começar a fazer as coisas e nunca chegar a termina-las!! então, em agosto desse ano quando eu comecei Tarde da Noite, eu prometi a mim mesma que iria termina-la!
Então mesmo que a qualidade não seja muito boa essa fic significa muito para mim então MANO OBRIGADA POR LE-LA!!
Queria agradecer com todo o meu coração por ter lido até aqui!! VOCÊS MORAM NO MEU CORAÇÃO!!

Se alguma coisa não ficou bem explicada, POR FAVOR, pergunte nos comentários e eu vou responde-los com todo amor e carinho!!


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