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História Tarde da Noite - Bônus de Natal


Escrita por: requintte

Notas do Autor


Não galerinha eu não voltei...
Essa fic sempre pareceu incompleta pra mim então resolvi fazer esse bônus de natal <3
Obrigada pelos 70 favoritos <3
Aproveitem esse bônus pq agora acabou mesmo Ok?
Boa leitura galero :)

Capítulo 6 - Bônus de Natal


“Você se vê em paz...
Sozinho, dormindo, sorrindo...
Eu te larguei por um tempo, isso é um fato;
Finalmente teve a liberdade que esperou...
E ladino, eu retornei pelo centro;
Devagar e sorrateira a saudade veio...
E de repente, eu tomei conta da tua mente
Porque ainda é Tarde da Noite.”

.

.

.

 

Capítulo Seis – Bônus de Natal

 

Changkyun agora caminhava pelo shopping segurando uma sacola com o terceiro livro da coleção Game Of Thrones. Ele tinha assistido a primeira temporada da série dublada em coreano, mas a empresa desistiu da mesma, pois não tinha audiência. Segunda temporada ele assistiu legendado em coreano, por algum fansub, mas o site também desistiu da série.

Há anos Changkyun não acreditava mais no Natal. Era um feriado que na teoria daria sempre certo, mas na realidade, seria sempre injusto e cruel. Sem contar, que era um feriado completamente voltado para dinheiro, e festas, com o objetivo sempre focado em se exibir em redes sociais como o melhor do churrasco.

Mas nada disso, obviamente era comentado, pois a maioria dessas mesmas pessoas ainda acreditava da realidade ilusória de que o Natal era um feriado fantástico para se estar em família, simplesmente para apreciar a companhia do outro.

As famílias passam o ano inteiro sem conversar uns com os outros, falando mal pelas costas, e no Natal insistem que devem permanecer unidos sem se importar com o que aconteça, disfarçando todo o rancor, por trás de belas tortas e bolos.

Mas ironicamente, Changkyun já não tinha família, seus amigos tinham todos desaparecido, e a sua única namoradinha, tinha fugido com outro. Seria cômico se não fosse trágico.

Todo ano era a mesma ladainha. Ele aguardava até o dia vinte e quatro de dezembro para que sua família lhe chamasse para algum tipo de comemoração, se não acontecesse, ficaria bêbado no mesmo dia. Iria acordar no dia de Natal com ressaca para depois dormir pelo dia inteiro, clássico.

No ano em questão, o rapaz tinha cansado de ficar trancado no próprio quarto chorando suas dores, e resolveu que iria presentear a si mesmo, e comtemplar bêbado, de sua própria solidão, fingindo mais uma vez estar feliz.

Por isso caminhava fortemente pelo shopping da cidade, feliz por ter conseguido comprar o terceiro livro da coleção, completamente traduzido em coreano. Não poderia se esquecer de agradecer mais tarde na internet, ao tradutor e a editora, afinal, um fanboy é um fanboy.

Tamanha era a empolgação, que ele agora caminhava em direção à loja de estamparia do shopping. Passaria seu Natal lendo sua coleção favorita, vestindo uma camisa da série, tomando café numa xicara da série. Tentando em vão, parecer feliz.

 

[...]

 

Existem pessoas que todo fim de ano, olham para a árvore de Natal, e ao invés de aplaudir a própria vida, elas preferem se colocar no topo da árvore como se fossem a própria estrela.

E mais uma vez o capitalismo toma forma do Natal. Sempre deveriam comprar as melhores comidas. Sempre deveriam comprar roupas novas. Sempre deveriam ir ao salão para tentar ficar mais bonita. Afinal, o Natal é de fato, sinônimo de aparências.

Teoricamente, o Natal é tempo de recomeço e esperança. O único dia no ano que não se deve ter qualquer tipo de intriga ou ressentimento, independente da pessoa.

Sim, o Natal pode ter uma teoria bonita, mas na prática isso não funciona e nunca irá funcionar. Pois a maioria dos seres humanos e hipócrita e ignorante, e prefere sempre olhar o próprio umbigo, ao invés de se preocupar com o seu igual que está sofrendo.

Lee Jooheon nunca tivera uma família de verdade, para ele, o Natal seria apenas aquelas aventuras comuns em filme estadunidenses, onde as crianças cantavam musicas irritantes, embaixo de uma arvore ridícula, enquanto esperavam pela visita do Papai Noel.

Jooheon trabalhou como Papai Noel numa loja de brinquedos naquele mesmo mês. E ali percebeu o quão ridículo tudo aquilo era. Jooheon foi criado pela avó, e esta sempre falou que o Natal era o nascimento do Salvador.

Tal fato deixava o menino deveras irritado, se o Salvador estava chegando, porque as crianças eram obrigadas a prestar contas a um velhinho barbudo numa fantasia ridícula.

Naquela semana, teve vontade de sair gritando por aquela loja, que eram todos ridículos, e que se a sua vó dizia que o Natal era digno de respeito, todos deveriam respeita-lo.

Desde que tinha saído da cadeia, empregos temporários agora faziam parte da sua vida, e cá entre nós, esse tipo de emprego era mais rentável do que qualquer outro fixo.

Com o dinheiro de Entregador conseguiu comprar um apartamento, e parcelar um carro. Jooheon era inteligente, sempre sabia qual emprego entrar, e a hora exata de sair, o fazendo conseguir muito dinheiro.

Mas dinheiro não é tudo e ele ainda se sentia sozinho. E ironicamente teve vontade de comemorar o Natal, na véspera do mesmo, mesmo sem entender o que as pessoas comemoravam.

Naquela mesma manha, Jooheon correu para o shopping mais próximo em busca de um Peru, uma árvore de Natal, um presente, e quem sabe, uma companhia, para ter um feriado perfeito.

 

[...]

 

Naquela véspera de Natal, parecia que todas as pessoas daquela cidade resolveram faz as suas compras natalinas no púnico local aberto aquela altura, o shopping. Se o gerente do estabelecimento resolveu trabalhar naquele dia santo, Jooheon e Changkyun, e todas aquelas outras pessoas que lotavam os corredores deveriam agradecer de joelhos.

Por outro lado, todas as pessoas que trabalhavam naquele shopping saíram prejudicadas, pois teriam que prestar serviço até tarde, sendo impossibilitados de curtir o próprio Natal, simplesmente para alguém ganhar mais dinheiro.

 O supermercado do primeiro andar do shopping estava lotado com pessoas comprando os últimos adereços para a ceia de Natal. Por esse motivo, Changkyun estava preso numa fila quilométrica, que parecia nunca ter fim, apenas para pagar algumas garrafas de Soju.

― HEY VOCÊ ― gritou alguém dentro do supermercado assustando Changkyun que estava quase dormindo no final da fila pensando em desistir e ir embora ― VOCÊ MESMO DE AZUL ― a pessoa continuou gritando, e o menino ignorou sua própria camisa e bonés da cor ― Poxa, vai doer me dar um pouco de atenção ― ele ouviu barulho de passos e notou que a pessoa corria, seja quem fosse realmente queria a sua atenção.

― Lembra-se de mim? ― perguntou um menino bochechudo tentando cortar caminho pelo meio de outra fila gigante.

― Menino do bar? ― Changkyun fala se recordando vagamente das bochechas do outro rapaz ― O menino que saiu da cadeia? ― ele fala incerto, com medo de errar, ele tinha uma péssima memoria sóbrio, quem diria bêbado.

― Informações demais ― ele fala com medo do julgamento do senhor que estava na frende de Changkyun na fila ― Teoricamente você não deveria se lembrar ― Jooheon diz sorrindo, tendo uma ótima ideia ao reencontrar o rapaz.

― Quer ser a minha companhia de Natal?― ele pergunta.

― Não sou do tipo que tem muito contato com humanos ― Changkyun responde notando que a primeira pessoa da fila começava a passar as suas coisas.

― Não parecia assim quando me beijou ― ele responde, sem se importar com a reação do senhor.

― Não fale como se fossemos íntimos ― ele responde bruto.

― Claro que somos ― Jooheon continua ― Vai aceitar ou não?

― Por que a gente continua brigando? ― ele desconversa, tentando mudar o foco da conversa ― Você continua bêbado?

― É meu primeiro Natal fora da cadeia, e eu fiz uma lista de Natal ― ele ignora os comentários de Changkyun ― Já comprei os meus presentes, agora só falta à comida, a árvore e a companhia.

― Desculpa, vou passar o Natal, fazendo maratona de GOT.

― Quem é GOT? ― Jooheon pergunta ao outro ― Eu sei que também está sozinho, eu também lembro da sua história ― ele continua, falando um pouco mais baixo ― Sua tia deixou você ir ver a sua irmã? ― ele pergunta já esperando pela resposta negativa ― Então, eu também estou sozinho, não vai doer.

― Se os senhores não estão interessados em realmente fazer a compra, favor se retirar da fila ― diz o senhor, da frente, expulsando os jovens.

Jooheon não pensa duas vezes antes de puxar o outro pelo braço pelo mercado. O Lee se sentira tocado pelo mais novo desde o dia que se conheceram. Não saberia dizer se era amor, mas ele nunca tinha esquecido as histórias que compartilharam, e muito mesmo do beijo roubado. Se arrependia até o fundo da alma de não ter pegado o telefone do outro, e agradeceria para sempre os deuses por o ter encontrado naquele dia.

 O menino estava mais feliz do que seria capaz de suportar. Tinha colocado uma companhia em sua lista, mas não esperava que realmente encontrasse alguém. Sem contar que ele gostava de Changkyun, seria bom dar outro significado ao Natal, com ele, uma pessoa tão destruída quanto a si mesmo.

― Com que direito você segura na minha mão desse jeito? ― ele fala quando os dois chegam ao corredor de decoração, ainda segurando a.

― Já disse que somos íntimos pra isso ― Jooheon retruca puxando o mais novo pela mão e agarrando a sua cintura.

― Você cansa a minha beleza ― ele fala próximo a sua orelha, se Jooheon queria brincar, Changkyun também sabia provocar.

― Tenho que comprar uma árvore ainda ― ele diz se afastando de Changkyun indo em direção ao setor de decoração do shopping rindo baixinho.

― Uma árvore? ― ele fala chocado com a audácia do outro ― Sério?

 

[...]

 

― Você prefere a de um metro e meio ou a de dois metros? ― diz Jooheon encarando todas as caixas de arvores dispostas no corredor.

― Você tem dinheiro pra pagar a de dois metros? ― fala Changkyun já se arrependendo de ter aceitado acompanhar Jooheon.

― Claro que tenho.

― Porque não pega essa pequenininha e deixa na mesinha? ― ele fala, ainda segurando sua cesta com as garrafas de soju ― Olha o tamanho disso, tenho certeza que vou ser obrigado a ajudar a decorar isso tudo ― ele fala apontando para uma amostra de árvore, já montada.

― Para de reclamar, tu nem vai precisar passar o Natal sozinho dessa vez ― Jooheon responde ríspido.

― Pega a de um metro ― ele conclui, já cansado das frescuras de Jooheon― Pequena o suficiente pra mim, mas grande o suficiente pra você baby.

― Até que você pensa às vezes ― ele responde, pegando a caixa da árvore de um metro.

― Olha que lindo, o shopping já esta fechando e eu aqui fazendo comprar com meu amigo bêbado ― ele diz apontando para um dos funcionários do mercado, que já começava a fechar as portas do mercado.

― Quem tá segurando as bebidas é você querido ― ele provoca.

― Para de viadagem Jooheon, já pegou o Peru? ―ele pergunta, já começando a se estressar com a situação.

― Peru é coisa de gente ocidental ― Jooheon responde.

― Natal também é uma cultura ocidental ― ele retruca ― Esse teu boné também é ocidental ― ele continua apontando para o Lee ― O relógio que você está usando, também ocidental.

― Não precisa jogar na cara.

― Claro que vai ter Peru ― ele dá o veredito enquanto começa a andar em direção a seção de congelados do mercado.

― Para de falar assim, se não eu me apaixono ― Jooheon retruca correndo para alcançar o amigo ― Eu amo os bravinhos.

― Não é como se você não estivesse apaixonado ― ele grita, começando a andar mais rápido.

― Você fala demais para quem não tem contato com humanos ― Jooheon fala alcançando Changkyun.

― A maioria deles são repugnantes demais para mim ― ele diz chegando á prateleira de perus.

― Você é metido ― Jooheon diz também encostando a cara no refrigerador, sendo ignorado por Changkyun, que se ocupava em decidir a marca da ave.

― Sei que você também ama os metidos ― ele fala depois de decidir qual pacotinho levaria, batendo na bunda de Jooheon antes de sair.

 

[...]

 

― Não precisava ter pago todo o meu álcool ― Changkyun responde já dentro do elevador, segurando o carrinho de compras para Jooheon encontrar a própria carteira.

― Nos conhecemos num bar Changkyun ― ele fala guardando a carteira no bolso ― Claro que eu vou te ajudar a beber ele, então nem se estressa com isso.

― Onde estamos indo?

― Estacionamento baby ― ele responde recebendo um olhar mortal por parte do outro ― Sem agressão física Ok ― ele continua tendo um olhar sínico como resposta ― Vamos para o meu apartamento agora.

― Estou parecendo uma prostituta ― ele responde vendo as portas do elevador se abrirem.

― Você estava mais emocional naquele dia ― ele continua saindo do elevador ― Chorou, me beijou ― ele fala seguro de que não seria agredido, pois Changkyun estava encarregado de levar o carrinho de compras ― O que aconteceu com aquele menino? Eu gostava dele ― ele confessa por fim.

― Pode tirando seu cavalinho da chuva naquele dia eu estava bêbado ― ele fala apenas seguindo Jooheon pelo estacionamento ― Normalmente sou um gótico sem coração de poucas palavras ― ele continua num tom de tédio ― Você deveria ficar feliz por ser um dos únicos a presenciar as minhas lágrimas.

― Vou te embebedar mais vezes ― ele diz sorrindo enquanto destravava um Hyundai i40 do ano de 2011.

― Fala de mim, mas é delicado como uma pedra ― Changkyun retruca estacionando o carrinho de compras perto do veículo ― Aliás, belo carro, voltou para o ramo dos assaltos?

― Limpa o veneno que tá escorrendo ― ele responde rindo, enquanto abria o porta-malas ― Você está certo, estou apaixonado por você.

― Merece o prêmio trouxa do ano ― ele responde tentando acomodar a árvore dentro do mesmo ― Já basta o Taemin, agora vai querer ser trouxa pela minha pessoa também?

― Não fala assim ― ele responde o ajudando a guardar as coisas ― Eu nunca te esqueci sabia, mas confesso que prefiro o IM bêbado zoeiro e chorão.

Changkyun nada responde, apenas coloca o carrinho agrupado no local onde o funcionário recolheria todos no outro dia e seguiu para entrar no Hyundai de Jooheon.

Do mesmo jeito que nunca imaginou que encontraria Jooheon naquela mesa de bar naquele dia triste, e conseguiu se sentir melhor. Então esperava que naquele outro dia triste, ele possa encontrar novamente em Jooheon, a felicidade, talvez também estivesse apaixonado.

Ele volta para o carro silenciosamente e se senta no banco do passageiro colocando o cinto de segurança. Changkyun toma a liberdade de ligar o som do rádio em alguma estação de musica americana.

―Você é muito ocidental pra esse país ― Jooheon comenta dando partida no Hyundai.

― Você que escolheu essa companhia de Natal, nem tente me expulsar daqui ― ele termina e os dois riem.

Os dois saem do estacionamento vazio, afinal o shopping já tinha fechado e a maioria das pessoas curtia o Natal sozinho ou com a família, deixando as ruas completamente vazias.

― Você curte uma velocidade?

― O que? ― ele pergunta surpreso, mexendo no próprio celular ― Você não vai? ― ele pergunta mais uma vez já imaginando o que Joohen faria.

― Claro que eu vou.

Jooheon pisou com força no acelerador sem se preocupar com a quantidade de multas que receberia. Changkyun estava com o vidro do carro aberto, para sentir o vento completamente em seu rosto.

― EU AMO ESSA SENSAÇÃO ― grita Jooheon por cima do barulho do motor.

― LIBERDADE ― Changkyun também grita se segurando no banco ao sentir que Jooheon faria uma curva mesmo a mais de 120 km ― JOOHEON SEU LOUCO EU NÃO QUERO MORRER NO NATAL.

― O QUE É A VIDA SEM UM PINGODE LOUCURA ― ele fala enquanto girava o volante, cantando pneus ― O MUNDO É DOS LOUCOS ― ele continua gritando, mesmo após a curva ― Aproveita que estamos chegando.

Changkyun não pode responder, pois estava ocupado admirando o olhar puro que Jooheon esbanjava ao correr naquela velocidade. O Lee tinha as pernas contraídas e mãos firmes segurando no volante. Naquele ângulo, Changkyun o achou fofo.

Depois de usar firme no reio do Hyundai, Jooheon estaciona na vaga do estacionamento que era destinada a si, e sair do carro arrumando o topete, que ameaçava cair depois daquela correria.

― Meu carro pode ser bacana, mas o apartamento é de pobre, não tem elevador ― ele diz abrindo o porta-malas.

― A gente vai ter que levar todas essas coisas daqui até o segundo andar no braço?

― Correção, você leva tudo no braço, eu apenas carrego a árvore ― ele fala pegando a árvore no porta-malas e saindo correndo.

Changkyun termina de pegar todos os artigos de decoração, e alguns temperos para a comida e segue na direção as escadas se perguntado se Jooheon queria uma companhia de Natal ou um escravo de Natal.

― Você não tem nenhum tipo de vergonha nessa tua cara não? ― ele fala colocando todas as sacolas em cima da bancada de Jooheon e voltando para tirar os tênis e fechar a porta.

― Bem pouca sabe ― Jooheon responde tirando a árvore da caixa e começando a monta-la.

― Seu monte de merda não vai me ajudar a fazer a comida? ― ele fala ainda perplexo com a comodidade do outro.

― Eh, não ― ele diz simplista começando a deslocar os ramos.

― Onde eu tinha colocado o meu livro? ― Changkyun se pergunta olhando ao redor ― Acho que vou dar no pé.

― Tão lindo esse meu amorzão ― Jooheon responde com medo que Chang estragasse seus planos para aquela noite ― Claro que te ajudo, o que quer que eu faça.

―Tempere o Peru ― ele responde, se apoiando na bancada.

― Isso é comida de ocidental, eu não sei temperar a ocidentalè ― ele brinca.

― Vai picando a cebola ― Changkyun responde, já perdendo a paciência.

― Você parece uma dona de casa ― ele diz abrindo a gaveta em busca da faca ― Primeira vez no meu apartamento e já dominou a cozinha ― ele continua com as brincadeirinhas, tentando desmanchar a barreira que Changkyun ainda mantinha com estranhos.

― Então, o que tem feito? ― o Lim desconversa.

― Desde que você me abandonou sozinho e bem triste embaixo daquele outdoor, eu só fiz trabalhar, trabalhar, e trabalhar.

― Uma correção, a única pessoa que foi abandonada naquele dia fui eu ― ele responde lavando o arroz ― E eu também trabalhei muito para poder pagar a faculdade, obrigado por comentar.

― Arh ― sibila Jooheon, com dor.

― O que foi? ― ele pergunta, pegando um pano para secar as mãos.

― Cortei o dedo ― diz colocando o dedo na boca para chupar o sangue.

― Que nojo, não serve nem pra picar umas cebolas, como conseguiu sobreviver na cadeia? ― ele responde grosso, dando o pano para o menino limpar o sangue.

― Eu to sofrendo aqui, com licença ― Jooheon fala, dramático, fazendo com que Changkyun pegue em sua mão para ver a gravidade do corte.

― Não vai morrer ― ele responde olhando para o dedo do amigo ― Nem é fundo.

― Vou ligar alguma musica ― Jooheon puxa o próprio braço para pegar o celular, tentando evitar qualquer outro tipo de toques. Estava sensível a toques, principalmente os de Changkyun.

― Não sendo KPOP para mim esta ótimo ―ele responde voltando a dar atenção ao arroz.

― Red Velvet são rainhas me desculpe ― ele diz segurando o telefone com uma toalha para não escorrer sangue no mesmo.

A maioria dos poetas diria que a vida é feita de prazeres, e a arte existe para satisfazer esses prazeres. Changkyun encontrou o seu prazer em GOT, seja por meio da série, ou pelo livro, e Jooheon, encontrou o seu prazer na música e mesmo que de forma errônea, obrigaria Changkyun escutar todos os álbuns de Red Velvet enquanto preparavam a ceia. Assim como o outro obrigaria Jooheon a assistir a primeira temporada de GOT.

― Decorar a árvore agora? ― fala Jooheon depois de colocar o peru no forno.

― Sim ― dita o outro.

Jooheon corre feito uma criança até a bancada, para alcançar a primeira sacola com as bolinhas de Natal para começar a pendurar na árvore enquanto Chang termina de desenrolar os ramos da árvore.

― Vou ser obrigado a concordar com você ― fala Jooheon, voltando para a sala ― A árvore de dois metros seria muito estressante para arrumar.

― Eu sempre estou certo ― responde Changkyun colocando a primeira bolinha na árvore.

O álbum do Red Velvet ainda tocava alto na cozinha enquanto os dois patetas tentavam decorar uma árvore de um metro. Estavam quase acabando de colocar as boninhas, quando Jooheon e Changkyun passam pela cena mais clichê de suas vidas.

Os dois colocaram a mão dentro da caixa ao mesmo tempo, fazendo com que Jooheon encostasse sutilmente os dedos nas mãos do outro.

Chagkyun envergonhado coloca a mão em outra caixa para alcançar a estrela, enquanto Jooheon assistia tudo com tranquilidade tentando desenroscar o pisca-pisca.

O menino alcança uma cadeira e sobe em cima desta para ter apoio e conseguir colocar a estrela em cima da arvore. Quando Changkyun finalmente sobre na cadeira, Jooheon da um puxão no pisca-pisca para desenrosca-lo e acaba por bater em Changkyun, o menino cai da cadeira praticamente em cima de Jooheon.

Como se a situação já não fosse humilhante o suficiente, Jooheon com uma audácia até então desconhecida, rouba um beijo do outro, o fazendo sair rapidamente de cima de si.

― Isso está estranho, acho melhor a gente ir comer ― Changkyu fala com a cara mais vermelha do que um pimentão.

― Claro ― responde Jooheon saindo em passos rápidos em direção à cozinha.

A mesa já estava posta, então não foi difícil se servir com o arroz, a salada e o peru.

― A gente é muito ocidental sim.

― Fica quieto e come. ―fala Changkyun com a boca cheia de comida.

Jooheon abaixa a cabeça igual um cachorrinho para fazer o que Changkyun mandou. Aquele jantar mesmo que sem um diálogo, foi de longe o mais divertido entre os dois.

Caretas e expressões foram trocados durante todo o jantar, entre brincadeirinhas, e suspiros, até que enfim terminaram de comer, ainda trocando facetas.

― Quem vai lavar a louça? ― diz Chagkyun por fim.

― Foda-se a louça ― diz Jooheon se levantando do lugar, se colocando de frente para Changkyun apenas para beijar o outro de maneira violenta.

Ao contrário do que imaginou, Changkyun correspondeu ao beijo, chegando a colocar a própria língua em ação. Já fazia tempo que queria saber o gosto da boca de Jooheon e agora não perderia a oportunidade. Changkyun claramente ditava o ritmo que o beijo deveria tomar, explorando por completo a boca de Jooheon até o ar acabar e eles serem obrigados a deixar o ósculo.

― Foda-se a louça ― Changkyun responde enquanto coloca uma mão dentro da camisa de Jooheon para também saber como era a textura ali dentro antes de colar os lábios novamente.

Ele tinha flashes do dia em que beijou Jooheon na chuva e nitidamente aquele beijo que davam naquele momento. Pareciam dois selvagens lutando pelo território dentro da boca do outro, enquanto Changkyun explorava o peitoril do Lee e este por sua vez puxava discretamente os fios da nuca do outro.

Os dois eram energias intensas, e quando colocadas uma contra a outra, a tendência era entrar uma contra a outra, ou se juntar e formar uma força maior.

A química entre aqueles dois corpos que se chocavam, era tão grane, que Jooheon nem ao menos notou quando estava gemendo em alto e bom som tendo as duas mãos de Changkyun em seu membro á pulsante.

E muito menos se incomodou quando o mesmo abaixou a sua calça e sem vergonha alguma abocanhou o seu pênis. Ele tinha sonhado tantas vezes em seu reencontro com o outro que se sentiu dentro de um sonho quando ejaculou dentro da boca de Changkyun.

O Lim engoliu a maior parte e limpou o canto da boca com a manga do casaco enquanto sorria inocente para Jooheon.

― Agora podemos lavar a louça ― ele responde correndo em direção a cozinha.

― Por favor, não deixe eu me separar de ti novamente ― fala Jooheon chegando na cozinha.

― Nunca mais ― fala Changkyun que recolhia os pratos da mesa como se morasse a anos naquela casa.

.

.

.

“Você não é burro...
Não pularia de cima de um muro;
Sabe que agora é permanente...
Se seguir em frente eu te empurro...
Mãos suadas, respiração acelerada;
Gaguejando? Eu quero uma aproximação forçada,
Você nunca foi puro mesmo...
Sabe que dessa vez é pra sempre né,
Porque ainda é Tarde da Noite”


Notas Finais


É isso ai gnet <3
FELIZ NATAL PRA TODO MUNDO QUE ME APOIOU NESSA FIC <3
Primeira fic é um assunto complicado então se você lei man tu mora no meu coração :) AMO VCS D+ D+

Bjs :) qualquer coisa cola lá no twitter, @alienaria



20171115 Edit: DIVULGANDO A MINHA ARTE.

ONESHOTS:

Atrasados no ENEM (crack) ~> https://spiritfanfics.com/historia/atrasados-no-enem-6934786
AS NOITES FICARAM MENORES (changki) ~> https://spiritfanfics.com/historia/as-noites-ficaram-menores-10137120
MORANGOS (joohyuk) ~> https://spiritfanfics.com/historia/morangos-10962989

SHORTFICS:
PRUDENCIA (changki, terminada): https://spiritfanfics.com/historia/prudencia-7278363
BICICLETAS (bap, bangzelo, terminada): https://spiritfanfics.com/historia/bicicletas-9761038


LONGFIC:
LOUVOR, HONRA E GLÓRIA (showhyuk, joohyuk, postando): https://spiritfanfics.com/historia/louvor-honra-e-gloria-10655149


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