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História Tasukete! h i a t u s - Panquecas e... emo?


Escrita por: shimarin

Notas do Autor


Demorei mais uma vez, não é? Me desculpem, mas prometo que o próximo capítulo sairá em menos de vinte dias!

Três dos capítulos anteriores foram escritos de última hora, eles não estavam nos meus planos quando comecei a escrever a história e por isso o ápice (o que está na sinopse) está demorando para acontecer, todavia, espero que entendam. O próximo capítulo é onde a fanfic realmente começa.

Também gostaria de desejar feliz aniversário para uma das pessoas mais incríveis desse planeta, @Tolestia. Eu te amo bastante, moça! <3

Capítulo 6 - Panquecas e... emo?


Este é o único jeito que conheço para ajudar o meu melhor amigo, quero dizer, eu sou um péssimo conselheiro, no entanto, sei de algo que o fará bem, por mais que tenhamos parado de treinar juntos há cerca de 2 anos. Naruto e eu fomos alunos de muay thai por sete longos anos, e foi na academia onde nos conhecemos. 

 De princípio, nós não nos suportávamos.  Eu odiava o fato do loiro estar sempre ao meu alcance e por nunca conseguir ganhar uma luta contra ele. Nós sempre empatávamos chegando aos nossos limites juntos. Eu tentei e tentei superá-lo por anos, mas nada do que eu fazia era suficiente para estar acima de suas habilidades. Nós nunca poderíamos imaginar que dois anos depois nos tornaríamos melhores amigos. 

 No colégio, nosso professor nos colocou para sentar em dupla pelo resto do ano letivo, era o castigo por nossas implicâncias dentro de sala de aula. Segundo ele, só sentando juntos que conseguiríamos nos entender e viver em harmonia — ou alguma coisa assim. Naruto odiou a ideia e gritou com o professor, quis também falar com Tsunade, nossa diretora, mas, no final, seu escândalo foi em vão.

 Eu, particularmente, nunca tive algo contra o rapaz loiro, mas eu não poderia deixa-lo me xingar e ficar quieto, então acabávamos discutindo. O único momento em que eu me irritava de verdade com o garoto era quando lutávamos, pois aquela luta repetitiva e sem vencedor me deixava completamente enervado.

Contudo, quatro meses foram o suficiente para começarmos a nos entender, apesar de Naruto ter continuado com seu ódio gratuito por mais algum tempo.

Eu notei o quanto ele era uma mula para exatas e resolvi ajudá-lo a estudar para as provas bimestrais, posteriormente, também tínhamos um trabalho para preparar. Marcamos de fazer tudo em minha casa, que era mais próxima do colégio. 

 Porém, os meus pais morreram uma semana antes do dia em que faríamos o tão temido, pelo rapaz, trabalho de matemática. Meu irmão mais velho havia mudado de morada meses antes e se recusou a voltar, ele nem mesmo foi ao velório de nossos pais, pelo o que eu soube. Eu não tinha mais ninguém, estava completamente sozinho, largado em uma maldita escuridão, da qual me lembro até hoje. Mas o improvável aconteceu.  

Naruto, o garoto que mais me odiava no mundo inteiro, me salvou. Ele me tirou da solidão e fez-me querer viver outra vez. 

 — Você pensa demais, Uchiha Sasuke — o rapaz avança para cima de mim e, bloqueando seu ataque, eu consigo impedir seu punho de entrar em contato com o meu rosto. Essa foi por pouco. Naruto é forte e se esse golpe tivesse me acertado desprevenido eu teria quebrado o nariz. — Esse bloqueio — diz com a voz firme — foi o correto. 

 Mesmo querendo sorrir por causa de sua frase, não me permito de realizar tal ato. Naruto repetiu o que eu disse na última vez que lutamos juntos há dois anos. Ele fez exatamente do jeito que aconteceu, nós apenas invertemos os papeis. 

 — Eu acho que essa frase é minha — digo, o loiro sorri. Sem perder tempo, avanço para cima do meu amigo, tentando de todas as formas acertar-lhe um dos golpes, contudo, ele bloqueia todos os meus ataques. O que eu poderia esperar? É como estar lutando contra um espelho, temos o mesmo nível de habilidades desde muito jovens e parece que nada mudou.

— Isso é tudo, teme? Você costumava ser do mesmo nível que eu. — Naruto sabe provocar quando deseja, ainda mais quando está lutando, mas isso foi algo que eu o ensinei e estou orgulhoso por ele ter aprendido direitinho, e ainda mais por estar usando minha própria tática contra mim. Ele surpreende as pessoas, é assim desde quando o conheço. Ele pode parecer um garoto normal quando você o olha, mas agora pense em uma pessoa especial. Pensou? Naruto é quatro vezes mais especial do que ela. 

 Sou obrigado a dar mais atenção a nossa luta quando noto que seus ataques ficaram mais fortes, tão fortes e rápidos, que eu quase não consigo bloqueá-los. Ele está tão chateado e esse é o único meio que encontro de fazer com que ele passe todas as suas emoções para mim, para que eu possa entendê-lo e tentar ajudá-lo. 

 Naruto não está me dando chances de um contra-ataque e com um chute recheado de força eu quase caio dentro do lago. Me desconcentro no momento em que me equilibro de volta sobre a ponte e sinto, novamente, meu corpo sendo golpeado com bastante força. Ele está tão triste assim? Meu corpo atinge o chão de madeira com um baque e minha boca, pela segunda vez, escorre sangue, entretanto, agora, o sangue não é do meu lábio cortado.

 — Sasuke! — Naruto grita e se ajoelha ao meu lado. Cuspo o sangue no chão e sinto uma dor insuportável na parte de meu abdômen, onde operei anos atrás. Sinto como se estivesse dilacerando os meus órgãos dali. Naru é realmente forte e isso me deixa muito contente porque pela primeira vez saímos do 0-0. Na última vez da qual lutamos, ambos ficaram indispostos para continuar a luta, então, mesmo que eu tenha me ferido mais do que ele, não consideramos uma vitória dele.

O homem pega as nossas mochilas e pendura em um dos ombros, coloca meu braço sobre seu ombro disponível e me ajuda a ficar de pé, a mesma cena de sete anos atrás se repetindo. Não posso evitar de ficar chateado, eu havia prometido que, da próxima vez, quem faria isso seria eu. Eu o ajudaria como ele me ajudou, mas o universo não parece concordar com isso.

 Sinto a região que Naruto acertou queimar e solto um gemido, não está doendo tanto, mas, ainda assim, dói. Eu posso andar sozinho, mas, de qualquer maneira, não acho que ele deixaria, então, conhecendo o rapaz, evito essa possível discussão, da qual eu sairia perdendo. O rapaz, que carrega o peso de duas mochilas e um corpo mole, olha para o meu rosto preocupado e eu mostro-lhe o meu melhor sorriso assegurando-o que estou bem. Ele continua me encarando confuso até que também esboça o seu lindo sorriso, do qual eu tanto gosto de ver.

 — Você conseguiu, dobe — falo baixo. — Você nos tirou do zero a zero. 

 Vejo o sorriso do outro se intensificar, contudo, não há nenhuma fala. Seguimos o caminho para sua casa sem pronunciar sequer uma palavra, a única coisa que se consegue ouvir são os meus grunhidos. No entanto, eu não estou muito afim de ficar em silêncio.

— Preste muita atenção, pois eu só irei falar isso uma única vez — digo, minha voz sai baixa, mas suficiente para chamar sua atenção. Ele assente em concordância, olhando para o caminho a nossa frente. — Nos últimos sete anos eu treinei muito para que talvez você me admirasse um pouco. Eu queria ser um exemplo para você, alguém que você admirasse, mas...

 Nós nos olhamos e eu permaneço alguns segundos encarando as írises azuis do rapaz. Ele sorri, e dessa vez a minha hesitação da fala e o receio de falar alguma bobagem foram providencias. Eu não posso simplesmente dizer isso do nado, sem nenhum preparo psicológico, porque alguém pode se chocar profundamente com esta revelação. Contudo, busco coragem no fundo do meu coração, pois não haverá outra oportunidade como esta para que eu o diga o que sinto.

 — Mas agora eu sei, Naruto — continuei quando a coragem preencheu meu interior. — Agora eu, finalmente, compreendo.

 

Paro mais uma vez, esperando que, por curiosidade, ele pergunte, mas me surpreendo quando nada vem. O azul de seus olhos escureceu, seu corpo está rígido e ele parece nervoso. Talvez eu o tenha deixado sem reação. Espero mais um pouco, deixando-o absorver as informações anteriores. Então ouço sua voz dizendo baixinho:

 — Compreende o quê? 

 Agora, Naruto parece desesperado para ouvir o que eu tenho a dizer, seus olhos brilham e a curiosidade toma conta de sua face, nem mesmo se ele quisesse esconder conseguiria. Eu poderia rir desta situação se não estivesse tão tenso. 

Penso um milhão de vezes no que irei dizer, eu não faço a menor ideia de como o homem irá reagir e por esta razão penso que talvez não deva dizer nada. Mas, olhando para aqueles grandes olhos azuis tão esperançosos, eu não tenho coragem de acovardar. Coragem para acovardar, que irônico. Enfim, respiro fundo e digo:

 — Que sou eu quem admira você...

Ele sorri atoleimado pelo o que acabara de ouvir saindo da boca mais improvável do mundo, que é a minha. O rapaz não diz nada, apenas continua a caminhar, levando-me em seu ombro, com um sorriso embasbacado nos lábios.

 Naruto sempre se preocupa com todos, porém, quando algo está errado comigo ele fica estranhamente muito preocupado. O loiro fica muito tenso, pensativo e muitas vezes se culpa por “não ser um bom melhor amigo”, e, agora, não poderia ser diferente, ainda mais porque foi ele quem me feriu, apesar de não ter sido nada grave.

  Não sou uma pessoa sociável, com vários amigos e gente se importante comigo por aí. Pelo contrário, eu sou bem reservado e só tenho Naruto, Kakashi, o cara quem me criou depois que meus pais morreram, Iruka, e, infelizmente, o meu irmão, que terminou sua faculdade e decidiu voltar para Tóquio poucos anos atrás.

Um tempo atrás, eu ouvi boatos dizerem que eu distribuía ódio de graça, no entanto, eu nunca sequer odiei outra pessoa além da minha família. Todavia, muitas pessoas parecem me odeiam. Na faculdade, os rapazes gostam mais da companhia do loiro do que da minha e isso é algo que nunca foi dito alto e em bons tons, mas, convenhamos, o jeito do qual eles o tratam é visivelmente diferente de como me tratam. Eu, particularmente, acho que eles só me engolem porque sou o melhor amigo de Naruto.

No entanto, sou tão popular entre o sexo oposto quanto o meu amigo. Naruto e eu frequentamos muitas festas e, sem querer me gabar, eu sou o mais disputado entre as meninonas. Há uns anos, eu e Naruto éramos bastante competidos entre as garotas, mas agora, que Naruto tem uma namorada, sou eu quem resolvo o assunto com elas, se é que me entende.

Quando nós chegamos juntos nas festas, a atenção do lugar é toda nossa, como se fôssemos da realeza — ou coisa parecida. Alguns caras, que nos conhecem, param o que estão fazendo para nos encarar com seus maus olhos e as garotas com esperança. Não é como se eu gostasse de toda essa atenção, mas, vamos concordar, isto aumenta o meu ego e não tem nada mais divertido do que ver o ódio estampado no olhar dos caras que me cercam, pois todos eles sabem que suas garotas vão trocá-los por meio tempo comigo.

 Certa vez, Naruto disse-me que eu deixo de ser o ‘cachorro solitário’ nas festas. Na época, foi algo que fez-me rir muito, mas agora eu posso ver sobre o que ele falava: a diferença entre o Sasuke da faculdade e o Sasuke da noite é notável; todavia, infelizmente, em qualquer das duas situações, eu continuo atuando no clichê do Cara Antissocial, com um ar sombrio, que faz com que garotinhas indefesas se apaixonem, mesmo que a parte do sombrio não seja verdade. Eu acho.

 Eu nunca tive uma namorada e nem me apaixonei de verdade por alguma garota, aconteceram várias coisas nos últimos sete anos e eu não tive tempo para pensar nisso, coisas como: mudança de casa, a empresa do meu pai, a volta do meu irmão e agora o último ano da faculdade da qual eu nem mesmo queria ter feito. Tudo tem sido uma grande bagunça e eu ainda só tenho vinte e dois anos.

 Pode ser difícil de acreditar, mas eu nem sempre fui assim. Em minha infância eu era uma criança normal, tinha amigos, gostava de jogar bola e era um aluno exemplar, então os meus pais morreram e aquele garoto morreu junto. Eu passei dias culpando-me por suas mortes. Na minha pequena cabeça eu tinha sido o culpado por não ter tentado evitar aquilo, por ter fugido e por ter sido um ‘covarde’, mas, posteriormente, eu percebi o quão egoísta eles haviam sido comigo. Eu notei que envenenando a minha mente, me culpando por algo que não tive sequer envolvimento, eu estava cavando a minha própria cova. Aquela foi uma época complicada para um Sasuke de catorze anos em estado de choque.

 E, hoje, o meu coração é recheado de rancor por meus pais terem se suicidado sem dó nem piedade do pequeno menino, que dormia tranquilamente em seu quarto. O rancor pelo meu irmão não ter voltado, por ter me deixado como um pinto no lixo no momento em que eu mais precisava de seu colo e apoio, mas ele nunca veio. Ele fugiu. Foi um covarde. Me deixou sozinho, passando por uma experiência horrível, como se eu fosse algo insignificante demais para ele poder dar atenção.

— Sasuke, você tem certeza que não quer ir ao hospital? — Naruto, pela quadragésima vez desde que saímos daquela ponte, pergunta. 

— Não precisa — um gemido baixo escapa pela minha garganta no momento em que o loiro me ajuda a deitar na cama de seu quarto. — Eu vou ficar bem.

— Eu sei que vai — ele suspira. Naruto está se sentindo culpado e não há nada do que eu possa dizer para ele não se culpar porque realmente foi sua culpa. Contudo, nós estávamos lutando, alguém se machucaria e, dessa vez, fui eu, como também poderia ter sido ele. — Você não estaria assim se não fosse por mim. Eu terei que fazer algo para lhe ajudar... uhm, já sei.

 Em fração de segundos, o homem corre para fora do quarto e eu ouço o som de gavetas sendo abertas e remexidas. Ergo um pouco a minha camisa para olhar o lugar onde Naruto chutou; está vermelho, dolorido e ardendo. Passo a mão por cima do local avermelhado e aperto levemente, sendo obrigado a prender um gemido, que quase escapa de minha garganta. Está doendo de verdade, Naruto é tão forte quanto eu, não, ele é mais forte do que eu, e seu chute foi de bico, causando uma dor chata na região abdominal. Acredito que a preocupação dele seja por causa da cirurgia do meu apêndice, mas não há problema com isso. 

 Eu tomei muito cuidado para isto nunca mais acontecer e, depois de sete anos, ele está novamente cuidando de mim como naquele dia. Isso não poderia ser mais frustrante, considerando o fato de eu nunca ter conseguido quitar a minha dívida com ele.

Eu tenho uma dívida muito cara com o loiro, pois ele salvou a minha vida e, a partir daquele dia, tudo o que eu fiz e continuo fazendo é graças a ele. Se eu me formar na faculdade será graças a ele, se eu arrumar um bom emprego será graças a ele, se eu me casar e ter filhos será graças a ele. Tudo o que eu fizer até o fim da minha vida será graças a este cara. E já que eu nunca consigo pagar esta maldita dívida, me sinto na obrigação de, pelo menos, assumir o papel do melhor amigo que ele poderia pensar em ter.

 Minha linha de raciocino é interrompida quando Naruto entra no quarto segurando uma caixa de Salonpas, um rolo de bandagem, um copo d'água e um comprimido. Ele se aproxima da cama e põe o copo e o comprimido sobre o criado-mudo, deixando a bandagem e o Salonpas sobre a cama e, seguidamente, sorri para mim.

 — Já que isto é culpa minha e você não quer ir ao médico, quem terá que cuidar disso sou eu. — Ele diz, com um sorriso de orelha a orelha. Ele quer cuidar de mim, embora eu tenho certeza que isso é desnecessário e exagerado, quero dizer, eu estou bem, só sinto um pouco de dor. Não é como se uma faca tivesse sido cravada em meu abdômen, todavia... ele quer mesmo cuidar de mim. 

— Naruto, não preci—

— Eu quero fazer isso! — o loiro me interrompe e eu sou obrigado a ceder aos seus cuidados sem questionar. Ele é sempre assim: sente necessidade de ajudar todo mundo. Não importa o que tenha acontecido, Naruto sempre estará lá para tentar lhe ajudar. E como eu já comentei no primeiro parágrafo deste capítulo, quando a situação me envolve tudo fica diferente. — Você sabe que isso foi minha culpa. — Tss, não falei? Ele vai se culpar profundamente e lembrará desse dia até o dia de nossas mortes, quem sabe até depois delas.

Suspiro, derrotado, dando permissão para que o homem prossiga com o que tem em mente. O loiro dirige suas mãos para a minha camisa, desabotoando a mesma devagar, botão por botão, e com esse ato não posso evitar de ficar tenso. Ele tem um sorriso estampado no rosto, que me deixa mais tranquilo, todavia, a medida que suas mãos vão descendo pelos botões da minha camisa sinto o meu corpo ficando mais rígido e arrepiado. Sobre ele ser hétero eu tenho certeza, então não há muito com o que me preocupar, quero dizer, não há motivos para que seus toques tenham tal efeito em meu corpo. Ou talvez...

Naruto me ajuda a sentar na cama para tirar a minha camisa por completo e quando termina me deita novamente, dobrando minha roupa e colocando-a posteriormente dentro de seu guarda-roupa. 

 Observo seus movimentos, suas expressões e as palavras murmuradas. Ele está nervoso e muito preocupado. Encaro a parede em minha frente e respiro fundo, suspirando logo após. Eu odeio depender dele para coisas tão simples, mas, mesmo que não tenha sido algo grave, sinto uma dor desconfortável ao mexer o torso, provavelmente é porque há anos não fazemos algo assim e receber um chute daquele foi uma “surpresa” para o meu corpo magricelo. A minha resistência seria melhor se eu ainda tivesse o corpo malhado cujo tinha na adolescência.

 — Eu odeio isso — balbucio, sem olhar para o homem. Ele me olha confuso, erguendo uma sobrancelha. — Depender de você. 

— Deixa eu te perguntar algo — ele diz e a sua voz irritada me pega de surpresa. — Você é idiota? 

Reviro os olhos e devolvo a carranca mal-humorada ao meu rosto. Se ele não estivesse sendo tão legal comigo o meu punho já estaria pousado no meio de sua cara e seu belo sorriso não existiria mais. No entanto, prefiro ficar quieto, pois não seria nada bom se ele resolvesse devolver o soco.

 Não é uma tarefa difícil irritar o Naruto, mas agora é diferente, ele está irritado a sério. E o motivo não é por eu ter dito que ele é lesado ou tem pinto pequeno. Ele está irritado porque odeia quando eu acho que posso fazer tudo sozinho e não preciso da ajuda de ninguém, quando, na verdade, nós dois sabemos que eu preciso dele e ele precisa de mim, afinal, foi por isso que nos tornamos melhores amigos. 

— Eu estou só corrigindo um erro meu. 

— Você não está fazendo isto por mim? É só por que você fez algo de errado e precisa consertar? Igual quebrar um vaso de porcelana e colar com supercola? — o que... por que diabos eu estou dizendo essas coisas? Não é como se isso me importasse ou coisa do tipo. 

 O loiro franze o cenho e parece pensar na frase que acaba de ouvir. Ele está surpreso, é notável pela sua expressão fácil, e não sabe o que responder, suponho eu. Contudo, a irritação desaparece de seu rosto e um sorriso surge no canto dos lábios do rapaz. 

 — É claro que estou fazendo isso por você, teme — seu sorriso se intensifica, ficando ainda maior do que já é de costume, e o meu coração acelera. — Você não sabe como é chato te ouvir reclamando de dor — Naruto desmancha seu sorriso, tentando voltar a sua expressão séria de antes. É... fofo. — E, hoje, você está mais irritante do que o normal hoje.  

 Não retruco, compreendendo, em minhas condições, que é melhor ficar quieto do que irritar ainda mais o jovem e tomar outro soco. Ele quebraria minha costela! Observo o meu amigo abrir a caixa de Salonpas e retirar um adesivo de dentro da mesma, o rapaz puxa a gaveta do criado-mudo ao lado da cama e põe a caixa lá, fechando-a posteriormente. Eu tenho certeza absoluta de que amanhã eu já estarei melhor, no máximo terá um hematoma e estará um pouco dolorido. Naruto acertou o meu músculo, mesmo que no momento tenha parecido atravessar meu estômago, quando passei a mão no local e apertei de leve, doeu, todavia, senti que a dor não era tão profunda quanto parecia ser. O Salonpas age rápido e com os cuidados do meu amigo eu sei que ficarei bem.

 — Então você será... a minha enfermeira? — Indago, provocando-o. Mordo o meu lábio inferior e dou uma piscadela para o garoto, da mesma maneira da qual os rapazes estranhos de nossa idade fazem para demonstrar que estão afins das moças. O loiro revira os olhos. 

— Sasuke! — o loiro finge pavor e arregala os olhos como se estivesse realmente assustado.  — Você deve estar delirando de febre, oh, meu Deus! — Naruto encosta sua mão em minha testa para checar a temperatura do meu corpo, mesmo sabendo que não estou com febre alguma. Desta vez eu não consigo evitar uma gargalhada. — Você é tão cretino — Naruto fala e então começa a rir junto a mim. Embora eu não goste de admitir, este é um dos momentos que eu mais aprecio quando estou na companhia dele. Ele sabe e consegue facilmente me deixar feliz.   

— Ei, ei, ei! Não me faça rir, usuratonkachi — dou-lhe um leve soco em seu braço enquanto paro com a crise de risos, há muito tempo eu não ria assim. Após ouvir o insulto, o garoto para de rir no mesmo instante e eu posso ter certeza absoluta de que ele está tentando lembrar-se de inúmeros palavrões para lançar contra mim, mas antes que isso seja possível, eu explico: — Meu abdômen está doendo e, rindo desta maneira, a dor se intensifica ainda mais. 

— Desculpe. 

 Naruto retorna sua atenção para os meus cuidados e retira o papel do adesivo, permitindo que o mesmo grude em qualquer superfície, e assim o loiro coloca devagar sobre meu abdômen. Mesmo sendo cuidadoso, eu sinto um desconforto devido a seu toque — não sinto dor, apenas algo estranho no estômago — e também o mesmo arrepio de antes. Encaro o homem em minha frente e o dito cujo mantem um sorriso tranquilizador em seus lábios, pegando, logo após, a bandagem para enrolar em minha volta. 

 Sento na cama devagar e o garoto passa o tecido branco ao redor de minha cintura, apertando com demasiada força. Eu deixo um pequeno gemido escapar e ele me olha, perguntando se está tudo bem, assento que sim e o homem prossegue. Ao terminar de enrolar a bandagem, o rapaz pega o copo de água sobre o criado-mudo e me entrega junto a um comprimido para dores musculares.

Após tomar o remédio, deito na cama e encaro o teto por alguns segundos até sentir os seus olhos sobre mim. Ele não costuma me olhar tanto assim.

 — O que está fazendo? — pergunto, erguendo uma sobrancelha. 

— Nada – ele diz, com os olhos colados em mim. — Você... uhm, precisa de algo mais? 

— Não. 

— Certo. Se quiser algo: água, comida, ou qualquer outra coisa, apenas me chame e eu virei. — Assento movimentando minha cabeça positivamente, e o garoto se vira, andando para fora do quarto.  

— Você definitivamente é a minha enfermeira — repito o que eu havia dito antes, provocando outra vez. Naruto para de andar no mesmo instante como se seus pés tivessem grudado no chão. – Ou melhor, isso quer dizer que você vai ser a minha enfermeira-escrava? — alfineto o loiro um pouco mais, isto é algo do qual estou sempre fazendo. 

 Espero um olhar fuzilante ou até mesmo um soco, mas nada disso vem, pelo contrário, ele simplesmente suspira e dá uma risada como se estivesse achando graça do que eu acabara de dizer. 

 — Isso nem mesmo faz sentido, teme — Naruto sorri com os olhos e sai do quarto logo após. O que diabos fizeram com o meu melhor amigo?

Ele conseguiu controlar sua irritação respirando fundo e suspirando, mas nada explica esse seu bom humor depois de minhas provocações. Tudo bem, eu sei que ele sempre foi muito animado e bem-humorado, no entanto, o loiro não é assim por vinte e quatro horas, ele tem os seus momentos de frustração — inclusive, a situação anterior já era um motivo para tal coisa. Ele está sério.

 Mantenho-me encarando a parede por minutos, vinte, trinta, eu não sei ao certo, apenas pensando sobre o rumo de minha vida. Meu irmão, mesmo eu não gostando de diálogos com ele, me disse que às vezes é bom parar para pensar um pouco, desde então tenho feito isso com um pouco mais de frequência, não que seus conselhos sirvam para algo na minha vida, contudo, não custa nada tentar.

 Os minutos continuam passando, talvez já tenha se passado uma hora, e eu fico cada vez mais entediado. Ouço um de panelas e louças sendo manuseadas, vindo da cozinha e tendo de descobrir o que Naruto está fazendo, todavia, antes que eu consiga descobrir, ele entra no quarto com uma tigela em mãos. Ele pede que eu me sente e eu obedecendo, fazendo exatamente o que ele pedira.

 — O que é isto? — pergunto, após sentir um cheiro delicioso, vindo da tigela em suas mãos. Naruto gosta de cozinhar, não tanto como eu, mas tudo o que ele faz fica extremamente gostoso. Eu não gosto quando ele cozinha para mim, sinto que minha dívida com o homem fica ainda maior, contudo... é fofo.

— É o seu almoço — Naruto sorri com os olhos, orgulhoso da refeição que preparou, e se aproxima da cama onde estou. – Lamén. 

— Você preparou para mim? — impeço um sorriso de estampar o meu rosto e pronuncio as palavras com desdém. Não é a primeira vez que Naruto faz o meu almoço, então não existe motivos para que eu esteja feliz por isso. É minimamente admirável de sua parte contribuir para o meu bem-estar e se preocupar tanto com minha saúde.

— A-ah — ele gagueja e seu rosto enrubesce —, eu sei que você não gosta quando cozinho para você, mas... eu imaginei que você pudesse estar com fome e—

— Dobe, você é definitivamente a minha enfermeira — interrompo-o. O loiro sorri, sem graça. Ele está tão envergonhado que dá pena! — E eu gosto muito de enfer...

Uchiha Sasuke, o que você iria dizer em voz alta? Ah, não, que droga! As coisas estão começando a sair fora de meu controle, argh. Nem mesmo as coisas das quais falo estou conseguindo controlar, as palavras saem de minha boca como se tivessem vontade própria, e isso não é algo muito bom. Depois de tantos anos, eu não posso falhar agora. Sasuke, se controla!

—  O que? — ele franze o cenho, confuso pela minha pausa brusca.

— Ah... o que o que?

E eu gosto muito de enfer... —  o loiro repete o que eu havia dito anteriormente numa tentativa fracassada de imitar a minha voz. — O que você iria dizer?

— Ah... vejamos — coço a nuca e olho em volta do quarto procurando por alguma coisa aleatória para responder. Eu não posso dizer a verdade, seria o fim de tudo. — Lámen! — respondo, ao lembrar do que há dentro da tigela da qual ele segura. — É isso. Lámen. Eu adoro lámen!

Mordo o lábio, preocupado se ele irá ou não acreditar no que eu disse. Naruto não tem um raciocínio muito rápido, então as chances de ele perceber a mentira são mínimas e isso me deixar mais tranquilo. Mas eu preciso tomar mais cuidado com o que digo, mesmo se eu conseguir enrolar ele assim como estou fazendo agora.

— Eu... não sabia que você gostava tanto assim de lámen, Sasuke — o loiro continua com sua sobrancelha arqueada. — Isso é uma novidade.

— Eu gosto bastante — menti, descaradamente. — E você não precisava ter cozinhado para mim. — Mudo de assunto antes que eu acabe me enrolando nesta mentira.  

— Ah, só quero ajudar porque fui eu quem te feriu — coloco um travesseiro em meu colo e Naruto põe a tigela em cima. Ele me entrega os hashis e eu começo a comer o lámen, que o meu amigo preparou. Essa não é a minha refeição favorita, todavia, também é deliciosa. A obsessão de Naruto pelo macarrão é algo para ser estudado, pois, mesmo sendo muito bom, não é motivo para tanto. 

— Uhm, obrigado, mas você sabe que não precisa se preocupar comigo, não foi algo sério — falo de boca cheia acidentalmente e o homem ri. — Nossa, isso está muito bom! 

 Eu espero estar melhor amanhã, já que é a festa do Shikamaru e do Kiba. Ninguém merece passar um sábado à noite em casa, sentindo dor.  

 

 Me remexo na cama por um tempo antes de acordar por completo. A claridade que entra pela janela quase me cega no momento em que abro os meus olhos, semicerro os mesmos e levanto da cama horrível onde passei a última noite. Minhas costas doem muito e eu me pergunto se Sasuke sente a mesma dor toda vez que dorme nessa cama. Coitado, eu não fazia ideia disso. Agora, sabendo de suas condições, pedirei ao Iruka para providenciar um colchão melhor assim que o mesmo voltar de sua viagem em dois dias.

 Cambaleio até o banheiro onde tomo um banho rápido para me despertar do sono que ainda sinto, além do cansaço por ontem ter sido a babá de Sasuke o dia inteiro. Não que eu esteja reclamando, eu não me importo com isso, afinal, ele é meu melhor amigo e a culpa de ele ter ficado mal foi toda minha. 

 Seco meu cabelo e enrolo uma toalha em volta de minha cintura. Encaro o reflexo no espelho a minha frente e noto que estou com olheiras. A cama de Sasuke é uma merda, eu não consegui dormir direito nem descansar. 

 Caminho até o meu quarto após sair do banheiro e visto uma roupa aleatória. Jogo a toalha sobre a cama e penteio meu cabelo, bagunçando o mesmo seguidamente. Sigo até a cozinha, a fim de encontrar algo para comer porque meu estômago já está a reclamar de fome. Minhas manhãs são assim durante todos os dias: acordo, levanto, tomo banho e como.

 A medida que eu me aproximo da cozinha um cheiro de panquecas invade minhas narinas. O cheiro é tão delicioso e apetecível que o meu estômago grita em desespero e eu esfrego a mão sobre ele, sentindo a leve vibração do dito cujo roncando. Eu te entendo, eu te entendo. 

 Sasuke e eu somos ótimos cozinheiros, no entanto o moreno sempre me surpreende com seus pratos, ele conhece muitos temperos extraordinários. Sasuke usa qualquer coisa que haver na geladeira e transforma em uma refeição deliciosa, por esse motivo eu adoro quando ele faz o meu café-da-manhã, almoço e até mesmo a janta. O moreno nunca reclamou, nunca negou, ele ama cozinhar e ficar na cozinha o deixa... feliz.

— Você está melhor? — entro na cozinha, questionando.

— Ah, você acordou — Sasuke me olha. — Sim, estou melhor... e obrigado por cuidar de mim ontem. Eu irei retribuir.

Bufo. Como ele consegue ser tão chato com essa ideia de favores? Eu prefiro ignorar do que ouvi-lo falar dessas malditas dividas novamente.

 — Uhmm... esse cheiro está tão bom — digo, quase babando, e a minha voz sai num choro —, como sempre. — Completo e talvez eu tenha visto um sorriso brotar no canto de seus lábios.  

Eu já disse antes, Sasuke é um cara que dificilmente sorri e isso não é porque ele é mal-humorado ou chato, ele gosta de pagar de durão, todavia, o verdadeiro Sasuke é diferente e está selado dentro dele. Há algumas vezes em que ele deixa esse seu eu interior escapar e eu aprecio muito esses momentos, pois são infrequentes. Se ele mostrasse quem é verdadeiramente as pessoas gostariam mais dele.  

— Que exagero, são apenas panquecas! — Sasuke diz e coloca maple syrup sobre as panquecas prontas. 

 Exagero? Não, não é exagera. O mundo deveria sentir o cheiro disso aqui, está incrível!

 Sasuke e eu não costumamos trocar elogios. Ele diz que é estranho receber elogios de um outro cara, a última vez em que eu o elogiei ficou um clima um pouco esquisito entre nós. Ele ficou estranho.

 — Sasuke! — chamo o garoto, pela milésima vez desde que o mesmo entrou no vestiário. Nós viemos experimentar os ternos para a festa de promoção do Itachi. Kakashi deixou muito bem avisado que será um evento extremamente formal, ao contrário disso, nós estaríamos indo de skinny jeans e t-shirt. – Está tudo bem? Você desmaiou aí dentro?

 Bufo, encostando-me na parede e, em seguida, respiro fundo. Eu nunca fui fã de esperar e Sasuke está lá dentro há mais de vinte minutos, estou começando a me preocupar. Ele só precisa experimentar dois ternos e escolher o que mais gostou. Não consigo entender por qual motivo o rapaz demora tanto...

 — Sasuke — chamo mais uma vez, sem esperança, deixando o aborrecimento tomar conta de minha voz. Fecho os olhos e dou outro suspiro, agora, imaginando como deve ser a aparência do meu amigo.

Sasuke é muito bonito e qualquer coisa do qual o cara vestir irá lhe cair bem e combinar com o próprio. Argh, sinto um pouco de inveja em certos momentos.

E enquanto imagino em minha mente como será a sua aparência, a porta se abre e o moreno sai de dentro do vestiário, ficando parado a minha frente. Os meus olhos pairam sobre o homem, que me encara sem graça, esperando algo sair de minha boca, mas minha surpresa é tão grande que as palavras somem de meu alcance. — Uau.

É tudo o que eu consigo dizer.

 Sasuke está diferente, quero dizer, ele está bonito... muito mais bonito do que eu poderia imaginar. O terno valorizou os seus ombros largos e alinhou-se perfeitamente em seu corpo esbelto. Os cabelos, negros e cumpridos, cobrem os olhos e estão uma bagunça, entretanto, Sasuke continua bonito e atraente, contudo, é claro que eu nunca admitiria isso em voz alta.

— Tudo bem, eu preciso admitir — respiro fundo e ponho minhas mãos sobre os ombros do rapaz. — Cara, você está muito mais bonito e atraente nesse traje. Eu me apaixonaria fácil por você!

Ah, não acredito... eu falei mesmo? Eu nunca admitiria uma coisa dessa, mesmo não sendo mentira, mas Sasuke parecia tão esperançoso que eu senti a necessidade de falar sinceramente o que eu acho sobre sua aparência nesse momento.

Uma expressão de surpresa é estampada no rosto do meu amigo. Ele, sem sombra de dúvidas, não esperava ouvir isto e por pouco o sorriso não lhe escapulia pelos lábios.

— Dobe — ele disse, tirando minhas mãos de seus ombros —, não diga essas coisas embaraçosas nunca mais.

Sasuke se vira e volta para o vestiário afim de se trocar e eu fico apenas o aguardado.

Quando nos conhecemos queríamos nos matar e era impossível ficar sozinho com ele no mesmo local, mas hoje estamos aqui, juntos, ele está constrangido e eu achando graça, experimentando um terno que o dito cujo particularmente repudiou e ainda está repudiando ter de usá-lo.

— Se você continuar pensando na morte da bezerra as panquecas irão esfriar — Sasuke suspira, sentando-se à mesa. Eu me distraí e não percebi que ele já havia nos servido.

Ao começar a comer sinto os olhos dele me observando mais uma vez. O moreno tem me observado algumas vezes e eu não acho que ele esteja preocupado em disfarçar.

Tento ignorar o desconforto de ser observado e foco nas panquecas, que estão deliciosas como de costume. Sasuke cozinha maravilhosamente bem e ser seu amigo é uma vantagem, pois posso comer de sua comida. O dom do rapaz é incrível e eu o incentivei várias vezes a seguir a carreira gastronômica, todavia... não é o que está destinado a ele. Itachi disse que o moreno também herdou uma parte da empresa do pai e, mesmo não querendo nem um terço dela, terá que ajudar o irmão mais velho a guiar o futuro da empresa.

— Qual é esta música da qual você tanto assovia? — pergunto, após notar os assovios do rapaz. Ele está assoviando essa música faz dias.

— Você não conhece — ele dá de ombros. — ROOM do My First Story.

— E qual é a letra?

— É melhor ouvi-la.

Sasuke murmura e retira seu celular do bolso, desbloqueia a tela e desliza o dedo pela tela, procurando pela tal música. Termino de comer as panquecas e aguardo em silêncio. Ele me fará ouvir mais uma música dessas bandas esquisitas...

E a música começa.

Por favor, apenas me mate

Quando estiver feito diga-me

Deixe que tudo vá e admita

“É impossível sair”

 

Estou no quarto para sempre

Eu não sei o que fazer agora

Não consigo encontrar a razão

E eu me perdi

 

Até mesmo o mundo me deixou

Eu consigo ver tudo aqui

Nesse mundo pequeno

Eu não posso ir para fora

 

Eu tentei não notar

Como eu sempre fazia...

Eu quero fazer isso

 

Nada muda, completamente em desordem

Eu sei que a culpa está em mim...

 

— Sasuke...

— Sim?

— Você é muito emo, cara.

 

Após o café-da-manhã, arrumamos a cozinha e nos sentamos no chão da sala para jogar videogame. Hoje é sábado e não há muita opção para distração até o horário da festa, que será a noite. Nós costumamos jogar bastante videogame, principalmente quando o resto do pessoal está aqui em casa, nossas reuniões são bem divertidas.

— Naruto, teu celular está vibrando — Sasuke avisa-me, sem tirar os olhos da televisão para não se desconcentrar.

Estico o braço para alcançar o celular em cima do sofá e, depois de conseguir, atendo-o.

Eu, por um momento, havia me esquecido totalmente de Sakura e não esperava de maneira nenhuma uma ligação dela. A voz da mulher de cabelos tingidos soa calma e gentil assim como sempre foi, então julgo que esteja tudo bem e resolvido.

Termino a chamada e me levanto às pressas do chão, chamando a atenção do homem, que até segundos atrás estava concentrado demais em seu jogo para se importar com aquela ligação.

— Era Sakura — respondo, antes da pergunta. Ele ergue a sobrancelha, confuso. — É, e ela quer me encontrar.

Visto o casaco e caminho em direção a porta, mas antes de abri-la Sasuke diz:

— Boa sorte!


Notas Finais


Ficha de personagem:
DEIDARA

Nome: Yamanaka Deidara
Gênero: Masculino
Idade:
Recordações – 16 anos
Acidente – 21 anos
Presente – 23-25 anos
Aniversário: 05 de maio
Signo: Touro
Irmã: Yamanaka Ino
Nacionalidade: Japonês
Espécie: Humano
Pele: Branca
Olhos: Azuis
Cabelo: Loiro
Orientação: Sexuado/Homossexual.
Cores favoritas: Verde e azul.
Gosta: Sexo, arte e sua irmã mais nova
Não gosta: Coisas que tiram sua paciência


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