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História Teach me - Uma louca manhã


Escrita por: FemmeFatalle

Capítulo 4 - Uma louca manhã


Fanfic / Fanfiction Teach me - Uma louca manhã

O meu dia começou agitado. Logo quando cheguei ao colégio fui chamada na sala de coordenação da área de linguagem, será que eles tinham descoberto? Eu tinha que parar de ser tão paranoica. Eu estava me preocupando como se eu tivesse feito algo de errado. Eu tinha? Não. Duvidava que me masturbar pesando em um menor ou ser alvo da paixonite de uma fosse crime. Mas com certeza minha mãe não estaria exatamente orgulhosa de mim nesse momento – isso me gerou uma risada irônica – prossegui pelos corredores até chegar a uma porta que indicava a tal coordenação.

Quando cheguei fui recebida pelo professor de português que me passou a proposta proposta pro conteúdo a ser dado até o final do ano letivo junto com meu horário completo de aulas e política da escola com relação à elaboração de provas e milhares de coisas chatas como data de entrega de provas, notas… a conversa estava tão cansativa que me dava vontade de voltar pra casa e me enrolar de volta no cobertor, mas eu tinha que cumprir tudo aquilo até antes do prazo, eu queria causar uma boa impressão. Não sabia quanto tempo ia demorar pra encontrar um professor orientador pro meu mestrado e aquele emprego era estritamente necessário.

Tive a sorte de ter a conversa interrompida por uma mulher indígena que entrou porta adentro agitada como um furacão e colocou uma pilha de textos em cima da mesa

- Aqui estão todas as redações corrigidas de toda essa unidade do ensino médio – não nego que fiquei boquiaberta e pensando em como eu poderia superar a conduta exemplar que os professores daquela escola tinham ou será que era só aquela mulher que era maluca? Eu esperava que fosse isso – ela me olhou e abriu um grande e até assustador sorriso ou será que era eu que estava de mau humor?

- Ah, então você é a professora que veio pra substituir a Suzana? – ela perguntou ainda com aquele assustador sorriso enorme no rosto

- Sim, sou eu – tentei manter uma postura bem profissional e estendi a mão

- Ah que bom que ela arrumou uma boa substituta, estava com a criança quase descendo pelas pernas, a coitada – o espanto com a maluquice daquela mulher era tanto que eu não sabia se ria ou saía correndo daquele ambiente – acabei por não dar uma palavra

- Onde você vai almoçar? – eu não tinha outras aulas à tarde, mas imaginei que ela tivesse, normalmente os professores de ensino médio ganhavam por hora-aula – abri a boca para respondê-la, mas isso também não foi possível.

- Ah, almoce comigo, vou te falar tudo o que precisa saber sobre a escola, eu pago, eu insisto, me encontre às 14h no estacionamento tá bem? Beijão, se cuida – e do jeito como entrou, ela saiu

Passei o que pareceu uma eternidade olhando pra porta pela qual aquele ser inexplicável tinha saído, eu não sabia nem ao menos o que pensar, eu só sabia que com certeza era melhor eu aparecer. Quem sabe o que aquela maluca podia fazer?

- Eu acho bom você tomar cuidado com as amizades que você escolhe no seu ambiente de trabalho – eu nem me lembrava mais que o coordenador estava lá, ele deve ter assistido àquela conversa com a mesma expressão abismada e constrangida que eu, embora ele parece bem acostumado com essa situação. Será que ela era assim sempre?

- Pode deixar – foi o máximo que consegui responder

Segui pelo corredor, olhei pro relógio e vi que minha aula começava em dois minutos. Quando cheguei os alunos já estavam em sala e quando coloquei minhas coisas na mesa que virei pra pedir silêncio tudo voltou à minha cabeça, meu maior problema no momento: Alice. E ela estava como eu já esperava me fitando com um sorriso no rosto

- Quer que apague o quadro, professora?

- Não precisa Alice, obrigada

- Lembra meu nome? – ela corou

- Sou boa com nomes – um certo Dejá Vu me veio a mente e ri comigo

Dei uma olhadela pra Gabriel que estava lá trás e como sempre não parava de falar. Suspirei e revirei os olhos, era mesmo um moleque. Mas era tão lindo… Eu tinha que parar de vê-lo assim, pelo que eu tinha percebido a aproximação dele tinha sito meramente pra me pedir ajuda com a Alice. Olhei-a novamente,ela era realmente muito bonita. Usei o quadro e passei um exercício individual de avaliação. Enquanto desfrutava da paz e silêncio dos alunos concentrados me peguei fitando Alice novamente enquanto andava pela sala. Era uma ruiva muito bonita, seus cachos eram muito longos e beiravam tocar seus quadris, suas sardas davam um tom angelical ao seu rosto já delicado, tinha olhos realmente muito escuro, profundos… Era magra, mas do tipo que tinha carne e “onde pegar”, mas o que maus me interessava era sua caligrafia impressionante e sua postura metódica, fazia lembrar um pouco de mim mesma quando estava na faculdade de letras, me deu saudades daquela época. Eu costumava me divertir bastante, lembrava das minhas loucuras e aventuras sexuais e uma ruiva em especial, não era exatamente mentira quando relacionavam as ruivas com o fogo e Alice tinha lábios grossos que pareciam realmente delici…

- Acabei professora – um menino de óculos um pouco tímido que parecia inteligente interrompeu meus pensamentos e eu fiquei tentando processar enquanto olhava pra ele com uma folha na mão. Foi quando me dei conta do exercício que tinha passado e peguei a folha sorrindo constrangida, Alice levantou a cabeça, não tinha notado, mas pensar nela daquela forma tinha me feito caminhar até ela. Por uns milésimos de segundos quando ela levantou a cabeça nossos olhos se encontraram eu vi ela ficar vermelha em todo seu rosto e pescoço, desviei o olhar e idiotamente saí caminhando com a folha de exercício que me foi entregue até a mesa e a coloquei lá isoladamente sentando-me para me arrepender dos meus pensamentos. O que eu estava fazendo? Tentei me recompor e respirar fundo.

Os alunos foram me entregando os exercícios e saindo da sala até saírem todos. Tive a impressão de ver um brilho diferente nos olhos de Gabriel quando me entregou a folha, nossos dedos se tocaram e foi a minha vez de corar como uma menina de 17 anos. Quando me vi sozinha lentamente guardei minhas coisas na pasta e olhei no relógio e vi ser 13:55. Ah não! Eu tinha cinco minutos pra me encontrar com aquela professora louca. Comecei a recolher os trabalhos e enfiar na pasta até que um bilhetinho caiu do meio dos exercícios

 

“Escrito pelas mãos que à ti desejam tocar

inspiradas pelos olhos que não param de te olhar

meu olhar insolente

que tem um desejo latente

uma febre tão intensa

um desejo quase doente

que clama por ti

pra fazer minha alma plena

minha musa, meu amor

minha bela Deusa, Helena”

 

Para o meu desespero, o bilhete era anônimo.


Notas Finais


Espero que estejam gostando da construção dos personagens. Beijos.


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