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História Teach me... - Please, dont leave me


Escrita por: thatfun

Notas do Autor


Heeeey
Com um notebook emprestado por dia a gente consegue atualizar essa história, abiguinhas. haha
Espero que gostem da leitura e não me odeiem <3

Capítulo 23 - Please, dont leave me


((POV CLARKE))

 

Abri meus olhos graças ao sol que invadia as cortinas que Lexa esquecia de fechar toda noite. Me virei sonolenta para acorda-la. Eu não ia levantar pra fechar, ela esquece, ela que feche. Mas senti minha mão indo ao encontro do vazio, o lençol do seu lado estava bagunçado e frio.

Olhei ao redor do quarto, confusa. Me levantei a sua procura:

- Lex? Lex? Saí do quarto e gritei pelo extenso apartamento.

Eu odeio acordar sozinha e Lexa sabe disso, pensar nessa falta de consideração me fez ficar um pouco irritada com ela.

Respirei fundo prestes a bufar e senti o aroma que vinha de meu pijama... Era seu cheiro. Meu coração acelerou e eu sorri vencida. Não sentia nada por essa mulher que não fosse amor e saudade.

Peguei meu celular em cima da cama liguei para ela. Chamou uma. Duas. Nove vezes... Nada. Até que na décima, uma surpresa. Caixa postal direto. Ela havia desligado o celular.

Encarei a tela do telefone indignada, meu coração falhou uma batida. Imaginei mil e uma possibilidades.

Juntei toda minha paranoia com sua ausência e já me veio a cabeça... sequestro, assalto, assassinato, sequestro depois assassinato, assalto depois sequestro depois assassinato. Uma amante!

Essa foi a pior alternativa.

Percebi que eu não tinha ninguém pra ligar, pra perguntar onde ela havia se metido em plena manhã de 26 de dezembro. Isso me deixou triste, pensar que eu não estava envolvida em sua vida como ela estava na minha.

Balancei a cabeça espantando esses pensamentos e pensei

“Universidade”

"Claro, ela estava trabalhando, esqueceu de me avisar.”

Era a cara da Lexa, ir trabalhar em plena semana de férias.

Pensar isso me acalmou. Fui até a cozinha e preparei torradas com cream cheese, levei até a sala e consegui comer meu café da manhã tranquila, zapeei a televisão por uma meia hora, sentindo minha ansiedade aumentar aos poucos. Eu estava desfarçando pra mim mesma o quão nervosa não saber onde ela havia ido, estava me deixando.

Cocei minha cabeça em sinal de tédio, olhei o relógio... Quase meio dia e nenhuma notícia.

Tentei telefonar novamente pra ela, mas o celular permanecia desligado.

Levantei e peguei uma tela das várias que havia comprado dois dias anteriores, coloquei no cavalete e subi até o terraço. O dia estava bem gelado, mas suportável. Passei a pintar algumas coisas que estavam na minha cabeça, Lexa... onde Lexa estava, com quem estava, porque não dava notícias. Duas horas e meia pintando... O resultado? Um quadro completamente abstrato obscuro e sem sentido. Arte pura!

Cobri o quadro com minha cobertura especial que prevenia contra umidade e vento e desci de volta ao apartamento.

Quase quatro da tarde e nada. Isso não era normal. Coloquei uma roupa mais adequada ao inverno californiano e desci até o ponto de taxi, pedindo para ir até a universidade.

Com graças, ainda era dia quando chegamos, eu não queria passar por aquela sensação de me sentir perseguida como da última vez, principalmente porque hoje, não teria Bellamy nenhum pra me ajudar.

O guarda da portaria mais uma vez não estava na guarita, que novidade. Pelo menos tinha a vantagem da claridade e a quase certeza de que não haviam alunos em plena semana de férias, no campus, ou seja... O perseguidor deveria estar em casa com sua família. Assim eu esperava.

Andei relativamente calma até o prédio da diretoria, estava fechado. Bati na porta algumas vezes, até um guarda baixinho e levemente barrigudo vir me atender:

- Pois não? Estamos fechados. Ele disse num tom alegre demais pra quem estava trabalhando na semana de férias.

- Eu preciso muito subir, por favor senhor. Pedi encarecidamente.

- Sinto muito, menina. Você é aluna? Perguntou, ainda sem me deixar entrar.

- Não. Eu sou professora e esqueci as chaves do meu carro na mesa da recepção, ainda falta uma semana pra voltarem as aulas, não me faça passa-la de taxi. Menti.

 Ele olhou para os lados como se estivesse se certificando que não teria ninguém ali para ver a coisa errada que ele queria fazer:

- Tudo bem, moça. Sobe, mas não demore. Disse abrindo caminho pra que eu passasse.

Subi depressa até o saguão onde ficavam as salas da diretoria, três andares e graças a deus não teria que dar de cara com a insuportável da Harper, já era uma irritação a menos.

As salas estavam todas trancadas, obviamente. E ninguém estava lá. Senti meus olhos se encherem de lágrimas...Onde estava Lexa? O desespero já estava tomando conta de mim.

Desci frustrada e ao avistar o homem gentil que me ajudara, perguntei:

- A diretora Pramheda passou por aqui hoje?

- Eu peguei o turno agora a pouco, moça. A única pessoa que vi saindo daqui foi o senhor Marcus Kane.

- Kane esteve aqui hoje? Perguntei confusa.

- Sim, passou reto, nem mesmo me desejou boas festas. O que foi estranho, o senhor Kane costuma ser muito bem humorado. Disse com uma voz de mágoa...

- Obrigada. Agradeci escondendo minhas lágrimas que insistiam em descer.

Saí do prédio andando lentamente em direção ao estacionamento do meu campus.

Liguei para Lexa novamente...Caixa postal.

“Quanto tempo tenho que esperar pra chamar as autoridades responsáveis? ” pensei.

Liguei pra outra pessoa que talvez pudesse me ajudar:

- Alô?

- Linds. Disse empolgada.

- Oi Clarke. Respondeu com uma voz seca.

- Tudo bem? Perguntei tentando me aproximar.

- Sim. Aconteceu alguma coisa?

- Não, eu só queria um favor... Disse sem jeito.

Porque estávamos nos tratando assim? Que conversa mais dolorosa. Não parecia nem mesmo minha melhor amiga, não fazia sentido aquele tom de voz pra mim.

- Claro que queria. Disse com irônia.

- O que quer dizer com isso? Perguntei áspera.

- O que quer, Clarke? Ela me cortou.

- Está com Octávia? Perguntei com a voz seca também.

- Sim.

- Pode pedir a ela o telefone do Bellamy?

- Pra que? Perguntou.

Respirei fundo sem querer ser grossa, afinal, eu estava pedindo um favor pra ela.

- Eu queria conversar com ele, oras.

- Desde quando são tão amigos? Perguntou num tom irônico.

- Desde quando você está tão interessada? Perguntei com raiva.

- Não estou. Me desinteressei quando percebi que perdi minha melhor amiga.

- O que? Porque diz iss...

- Te mandei por mensagem de texto. Me interrompeu.

- O que?

- O número que você pediu.

- Ah! Obrigada, mas Linds, eu...

“Ela desligou na porra da minha cara? O que está acontecendo?” Pensei.

Bufei estressada. O sol estava se ponto, eu estava com frio, no meio de um campus deserto e já eram mais de seis da tarde.

Liguei para o número que Lindsey me passou. Chamou algumas vezes, até que sua voz familiar me atendeu:

- Alô. Disse desconfiado.

- Oi, Bellamy? Aqui é Clarke Griffin, tudo bem?

- Clarke? Aconteceu alguma coisa? Perguntou preocupado.

- Espero que não. Disse com humor. – Na verdade, desculpa te incomodar em pleno feriado, mas você é o único amigo próximo de Lexa que eu conheço. E eu tenho plena consciência que você sabe sobre a gente, por isso tomei a liberdade de ligar, e por desespero também.

- Aconteceu algo com a Lexa? Perguntou.

- Eu não sei onde ela está. Disse com a voz embargada. – Ela não estava no apartamento quando acordei e seu celular só dá caixa postal... Eu simplesmente não sei mais onde procurar, Bellamy. Minha voz me traia completamente e eu sabia que estava histérica.

- Fique calma, Clarke. Onde você está?

- No campus.

- Sozinha?

- Sim.

- Clarke, saia daí agora. O campus não é seguro e você sabe bem disso, deve estar completamente deserto. Volte ao apartamento dela, não quero que fique nem mesmo no seu dormitório.

- Mas Bellamy... E a Lexa?

- Precisamos de 24h pra chamar a policia. Por hora saia daí.

- Pode se comunicar com Kane? Perguntei. – Ele esteve aqui na universidade hoje, talvez saiba dela.

- Posso sim, vou telefonar pra ele, te dou notícias.

- Por favor, Bellamy. Disse enxugando uma lágrima solitária de minha bochecha.

Cheguei ao estacionamento, a chave do meu carro ainda estava em minha bolsa e meu carro estacionado.

Entrei no carro e decidi ir procurar sozinha. Saí da universidade por um atalho deserto que poucas pessoas conheciam, eu conheci graças a Lexa obviamente. Nele, a saída não tinha cancela, era um pouco abandonado e nada aconselhável. Mas era a única forma de sair de la de carro, já que a porcaria do guarda não estava na guarita.

Procurei por bares ao redor da universidade, por ruas, praças, prédios fechados, até que cheguei ao prédio de Lexa novamente. Estacionei meu carro em uma vaga próxima, na rua e voltei ao seu apartamento, esperançosa:

- Lexa? Gritei pelos cantos.

Nada...

Eu chorava a horas, já nem tinha mais controle pelas lágrimas que desciam.

Liguei para ela novamente... Caixa postal.

Joguei meu celular no sofá, com raiva.

Coloquei as mãos na cabeça em desespero e me ajoelhei desesperadamente. Meu coração palpitava em ansiedade. Eu não sabia mais onde buscar. As palpipações aceleradas chegavam a doer, onde ela estava? Onde, meu deus?

O barulho do toque do meu celular me tirou daquele transe aflito. Levantei depressa quase derrubando o aparelho, era Bellamy. Corri para atender:

- Sabe dela? Perguntei antes de ouvir sua voz.

- Kane foi o último a ve-la, ele não quis me detalhar o teor da conversa que tiveram, mas disse que ela não iria pra casa após a visita na diretoria.

- E iria pra onde? Perguntei ansiosamente.

- Ver uma amiga. Disse numa voz envergonhada, como se não quisesse me fazer passar por isso.

- Que amiga, Bellamy? Me dê as informações completas, pelo amor de Deus.

- Eu não sei, Clarke, é tudo o que ela disse a Kane, que iria ver essa amiga em algum lugar perto da praia, num quiosque, acho. Ela também não deu muitos detalhes.

Meu punho se fechou em uma mistura de raiva e preocupação.

- Obrigada, Bell. Eu disse desligando o celular.

“O único quiosque que sei que ela frequenta, é o de Moss Beach” Pensei. O que nos encontramos uma vez antes de termos nos envolvido.

Sem pensar duas vezes, peguei a chave do meu carro e corri em direção a ele.

Dirigi feito louca, assim como sempre faço quando estou nervosa, as lágrimas atrapalharam minha visão por diversas vezes, eu estava cega de preocupação e rezava aos deuses pra que Lexa estivesse bem e lá, com quem quer que fosse.

Consegui chegar a praia em pouco mais de uma hora.

A praia estava cheia, embora a temperatura fosse quase negativa, havia um grande luau, a praia que sempre fora deserta era tomada por adolescentes e universitários, nativos de Palo alto.

O quiosque em questão era o mais lotado, estacionei meu carro um pouco longe, já que as proximidades estavam ocupadas. Desci de lá me arrependendo por não pegar outro casaco, corri até o quiosque trombando em absolutamente todo mundo que estava na minha frente, entrei no quiosque, buscando avidamente por Lexa.

Em pensar que normalmente eu estaria aqui, bebendo assim como eles. Seria melhor do que essa angustia insuportável que estava sentindo.

Depois de rodar a porcaria do quiosque de apenas 40 metros quadrados, por duas vezes, me sentei em um banco solitário. Pensei em como achar a Lexa...Porque essa merda de lugar tinha que estar cheia justo hoje?

Tive a ideia de subir no banco, ficar mais alta, ter uma visão maior do lugar. Subi e...

Lá estava ela, sentada, do outro lado de onde eu estava, conversava com uma mulher extremamente atraente, morena, que eu nunca tinha visto na vida. Meus olhos voltaram a marejar. A mulher segurava sua mão carinhosamente, e fazia carinho em seu rosto, com intimidade.

Eu não estava acreditando, ela sumiu, me deixou completamente preocupada, a ponto de quase atingir a insanidade, pra me trair? Limpei as lágrimas que caiam e peguei meu celular, tentando ligar novamente, enquanto descia do bando e me aproximava da mesa.

Voltou a chamar. Avistei a mulher pegando o celular dela, vendo quem ligava... O nome Griffin juntamente com um coração apareceu na tela. A mulher desligou a ligação e voltou a por o celular virado na mesa. Voltando sua atenção ao carinho que fazia... O carinho que fazia em minha Lexa.

Me aproximei, ficando ao lado da mulher e de frente a Lexa:

- Desculpe interromper o casal. Eu disse sem controlar as lágrimas.

- Clarke? Ela disse surpresa, soltando a mão da mulher.

- Parabéns, Lexa, você é uma excelente atriz, todo aquele showzinho de Natal. Eu disse com a voz totalmente embargada, mostrando o quanto estava alterada.

- Não é o que você está pensando. Ela disse com a voz desesperada.

- Vai pro inferno, Lexa. Eu disse indo em direção a saída. Mas fui puxada por uma mão.

- Espera, Clarke, Lexa está dizendo a verdade. Disse a mulher.

- Me larga. Agora você não precisa mais dividi-la com ninguém. Eu disse, medindo-a da cabeça aos pés.

- Clarke para de falar merda, deixa ela em paz. Lexa disse se aproximando.

- Vai defender a amantezinha? Faça bom proveito dela, é toda sua. E vai se foder, Lexa. Disse me direcionando a mulher, seguindo para Lexa.

- Clarke, essa é Ontari, namorada do Bellamy. Lexa disse antes que eu pudesse sair.

Eu nem sabia que o Bellamy namorava.

Olhei pra Ontari que sorriu gentilmente, concordando com Lexa.

- Eu e Ontari somos amigas fazem muitos anos, nos conhecemos na faculdade, eu a apresentei ao Bellamy.

Ontari se aproximou ainda com uma expressão gentil e estendeu sua mão em minha direção:

- Muito prazer, Clarke. Lexa e Bellamy falam muito bem de você.

Estendi a mão confusa sem entender o que estava acontecendo.

- Eu falei com Bellamy hoje, ele não sabia com quem você estava. Disse desconfiada olhando pra Lexa.

- Eu pedi pra Ontari não dizer nada, queria alguma privacidade. Ela respondeu.

- Bom, vou deixar vocês a sós. Ontari disse se aproximando de Lexa, dando um abraço fraternal e um beijo na testa. – Não esquece o que eu disse, tenha paciência que as coisas vão se acertar. Passou por mim e colocou a mão no meu ombro:

- Digo o mesmo pra você. E se perdeu na multidão.

- Onde você se meteu o dia todo, Lexa? Eu quase chamei a policia, olha meus olhos... Estão inchados de pura preocupação. Desligou o celular e...

- Me perdoa. Eu precisava pensar, esfriar a cabeça, não queria te causar qualquer preocupação. Disse com sinceridade.

Eu não sabia se queria matar a Lexa pelo pior dia da minha vida ou abraçar por saber que ela estava bem.

Optei pela segunda alternativa.

Me aproximei antes de ouvir qualquer explicação de Lexa e a abracei, com força, meus braços rodeavam seu pescoço e eu estava aliviada por sentir aquele cheirinho cítrico tão perto novamente.

- Clarke... Ela disse me afastando. – Clarke, precisamos conversar.

Me distanciei, preocupada.

- Clarke, conversei com Kane hoje e bom... O meu cargo está em jogo por conta de nossa relação. Ela disse friamente. Os olhos estavam vermelhos, mas agora, ao falar, não derrubava uma lágrima sequer, diferente de mim.

- Que filhos da puta! Você ensinou a eles, não foi? Mandou eles pro inferno? Perguntei irritada.

- Eu contei pra você tudo o que fiz pra chegar onde estou e estou só começando. Sabe, não tenho nem trinta anos, Clarke, há tanto a ser feito pela minha carreira. Eu não posso simplesmente estragar isso.

- Você conseguiu um acordo? Quero dizer, eu não acho que seja proibido namorar alunos, eu sou maior de idade e fora do campus podemos ficar juntas. Como você disse ao meu pai, lembra? Perguntei quase de maneira infantil, tentando lutar contra aquela conversa.

- Não Clarke, não houve acordo. Recebi um ultimato do reitor da universidade. Você tem pais públicos, você é pública, Clarke, faz parte da alta sociedade Californiana, e eu também. Uma relação entre nós não é só uma profissional com sua aluna. É uma diretora e professora de uma das melhores universidades do mundo com uma aluna publicamente conhecida. Além de ser uma relação homossexual, cujo qual você sabe que torna tudo mais difícil.

Eu ouvia as palavras de Lexa, mas elas não entravam em minha cabeça, soavam como um eco distante, um eco distante que eu não podia acreditar.

- Mas amor, podemos dar um jeito, como sempre damos, sabe que eles não podem ditar quem escolhemos amar. Isso é ridículo. Eu disse, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo. E devia ser.

- Acontece... Que eles podem.

- Para Lex, vamos pra casa. Jantamos, você me conta o que fez o dia todo e eu te conto como a Lindsey foi grossa comigo no telefone. Eu disse puxando Lexa pela mão.

Eu não conseguia acreditar, tentava mentir aquela situação pra mim mesma. Puxando a mão de Lexa, eu estava de costas para ela torcendo pra aquele momento não ser real.

Porra, ontem mesmo estavamos enroscadas até a alma fazendo amor e promessas na cama dela, como é que de repente isso deixou de ser verdadeiro?

- Clarke, para... Ela disse soltando sua mão da minha. Eu estava de costas pra ela e assim permaneci. As lágrimas escorriam demasiadamente, quase embaçando minha visão.

- Eu não posso mais ficar com você. Disse, friamente.

Me virei:

- Você vai terminar comigo? Isso é sério? Disse indignada. - Cadê aquela Lexa que lutaria contra tudo e todos por mim?

- Somos diferentes, Clarke, sabe disso. Não posso arriscar minha carreira, um projeto de toda uma vida por uma paixão. Disse sem me encarar.

- Uma paixão? É o que sou pra você? Uma paixãozinha? Perguntei indignada.

- Não foi o que quis dizer, mas espero que você entenda. Me desculpa.

Ela disse seguindo pra saída.

Fui atrás dela, saindo daquela multidão de gente, o carro dela estava estacionado em uma vaga próxima.

A lua brilhava no céu iluminando o topo de nossas cabeças, o frio já tomava conta da praia, que estava esvaziando-se aos poucos.

- Lexa, não. Para. Eu disse segurando seu braço.

- Clarke, não torne isso mais difícil do que tem que ser. Ela disse em tom cansado.

- Estávamos fazendo amor ontem e você dizia que eu era o amor da sua vida... Como quer que eu aceite isso de repente? Perguntei.

- Não é sua escolha. Ontem já passou e hoje percebi que tenho outras prioridades. Você tem toda uma vida, vai se apaixonar de novo.

Aquelas palavras soavam como facas... E meu corpo estava completamente cortado.

Me aproximei de Lexa, encostando nossos narizes, eu a encarava sem piscar. O tom noite fazia seus olhos verdes completamente escuros:

- Eu não aceito. Não faz isso, a gente consegue. Eu volto a falar com meus pais, eles conhecem gente do conselho, gente muito mais alta que seu chefe, eu posso pedir pra eles manterem seu cargo.

- Voltaria a falar com eles por mim? Ela perguntou impressionada, embargando a voz, e pude ver uma brecha ali, talvez ela não estivesse tão fria quanto parecesse. Seu olho marejava sutilmente.

- Eu faria qualquer coisa por você. Eu disse tocando seus lábios com os meus.

Senti uma lágrima descer de seus olhos e tocarem meu rosto, ela deixou minha boca encostar na dela por alguns milésimos de segundos, e quando tentei abrir espaço para explora-la com minha língua, ela se afastou bruscamente me empurrando. Lexa nunca havia negado um beijo meu, nunca havia me empurrado, nem mesmo quando eramos aluna  professora:

- Clarke, para. Olha, você talvez ainda não tenha maturidade pra entender isso, mas as coisas são como são, as vezes temos que tomar decisões difíceis visando o futuro e o bem estar das pessoas, é um sacrificio que eu não queria estar fazendo, mas estou. Você pode dormir na minha casa hoje, está tarde.

“Minha casa”. Pensei magoada. Era nossa até ontem.

- Não me deixa, por favor. Implorei, indo contra todo e qualquer orgulho que havia em meu corpo, eu não sabia como deixa-la ir. – Eu vou mudar, posso ser mais organizada, parar de bagunçar tanto as coisas, eu vou amadurecer mais Lexa, é só... Essas coisas levam tempo, eu já melhorei tanto. Vou estudar e me formar dessa vez, isso é uma promessa, me dedicar aos estudos ao invés de farrear tanto, posso fazer diferente, posso fazer com que tenha orgulho de mim... Me da uma chance Lexa, eu vou...

Ela me interrompeu.

- Não faz isso. Pediu com a voz embargada novamente. Eu não queria que as coisas acabassem dessa forma. Ela disse. – Tenta ser forte.

- Você me fez achar que fosse pra sempre. Eu posso não ser madura, Lexa, posso não saber e não ter vivido muitas coisas que alguém da minha idade deveria, me desculpe por ser tão mimada e infantil... Mas essa parte da minha criação não estava em meu controle. Eu disse rancorosamente. – Olha todos os planos, todas as promessas que você está jogando fora. Disse com sinceridade, tentando fazer minha voz embargada audivel.

- Nada é pra sempre, Griffin. Disse friamente.

Meu coração enrijeceu ao ouvir seu tom de voz, era calculista e indiferente, senti que ali na minha frente estava novamente minha diretora e não minha namorada. Ela se virou e entrou em seu carro, olhou o volante como se não quisesse sair dalí, como se precisasse de forças pra ir embora, mas conseguiu... saiu dali rapidamente fugindo daquele momento a todo custo. Eu também queria fugir, queria desaparecer. Fui em direção ao meu carro . Abri a porta com raiva e entrei... Eu chorava, eu chorava de tristeza, eu chorava de raiva, de desilusão, horas dentro daquele carro e eu já nem sabia o porque exatamente eu chorava. A praia estava completamente deserta, havia pouca iluminação nas ruas, meus olhos inchados lutavam pra permanecerem abertos, eu não tive forças pra ligar o aquecedor.

Sentia meu corpo fora de controle, e com isso me permiti sentir.

Com lágrimas incessantes meus olhos se fechavam lentamente e naquele meio tempo que parecia uma eternidade, um filme se passava diante de mim, era uma vida com Lexa, era nosso apartamento e nossas coisas, eram meus pais aceitando nosso relacionamento e voltando a amar Lexa como quando fomos a minha casa, eram nossas risadas, nossas brincadeiras e grosserias, eram nossos olhares penetrantes, nosso abraço, era nosso futuro...Era uma história, que não ia mais existir.

Relaxei meus músculos enquanto meus olhos se fechavam, minhas mãos gélidas já não conseguiam se movimentar, se continuasse naquele carro sozinha com aquela baixa temperatura, provavelmente desenvolveria hipotermia, e talvez fosse isso que eu quisesse, algo que me sedasse, algo que me fizesse esquecer, mesmo que o esquecer significasse... Desaparecer.

 


Notas Finais


Me falem o que acharam, manas.
Meu notebook ainda não chegou então as atualizações estão um pouco imprevisiveis.

Se quiserem falar de fic, saber sobre atualização, me chamem no tt @thatfun


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