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História Teach me... - What a day!


Escrita por: thatfun

Notas do Autor


Gente, me perdoeeeeeem! Eu tava super travada pra escrever esse cap.
Demorou pra terminar, mas k estou.
É um cap. consideravelmente grande, acho que talvez role umas criticas meio negativas e tal,
mas esses acontecimentos precisavam rolar.
Enfim, boa leitura e espero que gostem <3

Capítulo 32 - What a day!


- Pramheda? O que faz aqui? Pike se levantou com urgência de sua cadeira.

- Roan olhava Lexa com os olhos arregalados de susto e medo pelas próximas atitudes da morena.

- Vim mandar os arquivos pra equipe comercial, Pike. Ela explicou friamente.

A sala ficou em silêncio. Roan estava claramente desconfortavel com a situação, mas Pike demonstra uma frieza invejavel.

- E eu tinha certeza que você ia esquecer. Te enviei um email com minha parte anexada, o Kane sr. Pontual enviou ontem. Só falta você. Me agradeça muito. Disse Lexa virando os olhos.

- Ahhh Pramheda. Você sempre me salvando heim? Vou mandar isso agora mesmo.

- E você, Roan? Aconteceu alguma coisa? Algo que eu deva me preocupar?

Roan engoliu seco. O que deixou Lexa ainda mais intrigada, nunca o vira saindo de sua postura de segurança.

- Roan veio me notificar que estava redirecionando os homens que cuidavam da segurança do predio leste para seus antigos postos.

- Ah, claro… Agora que Finn Collins foi preso, não temos mais necessidade de tanta segurança assim naquele predio, ainda bem né? Lexa disse sorrindo para Pike.

- Com certeza. Disse Pike, e o silêncio se instalou novamente.

- Como pode, eu me pergunto, ele parecia um aluno tão doce. Disse Lexa atuando.

- Uma infelicidade. Disse Pike fingindo indignação.

- Acho que nem todos são o que a gente pensa. Triste, mas bom andar pela universidade tranquilamente agora. Disse Lexa com expressão de alívio.

Os dois homens sorriram nervosos. Claramente todos com exceção de Lexa estavam completamente tensos, contando os segundos lentamente para a morena ir embora.

- Bom senhores, adoraria ficar, mas é sexta feira e eu vou curtir uma boa farra chamada… Sono. Disse com humor.  - Bom final de semana. E Pike…

Lexa disse antes de sair.

Pike com as mãos na cintura, demonstrando impaciencia respondeu:

- Sim?

- Não esqueça do email.

- Não, não, farei isso agora.

Lexa se virou e se direcionou até a saída.

Assim que Lexa saiu os homens soltaram suas respirações e se entre olharam:

- Acha que ela ouviu algo? Pike perguntou.

- Não. Pramheda é esquentada demais pra não dizer nada. Ela realmente só veio te prestar um favor. Mentiu Roan, ainda olhando pra porta.

Lexa aparentava ter todo o controle e postura segura , mas ao chegar no térreo do prédio, precisou recostar na parede e se acalmar.

- Droga! Droga! Disse a si mesma. Sua mão tremia e ela precisou aperta-la em forma de soco para tentar se controlar.

Respirou fundo algumas vezes, prendendo sua vontade de chorar.

Olhou para o prédio de Clarke que ficava a alguns metros de onde estava e teve uma vontade enorme de ir até lá. Mas não se permitiu.

Seguiu até seu carro com passos largos, estava agitada, nervosa. Parou na porta e seu carro e encostou na porta, não se sentia em condições de dirigir, foi quando ouviu vozes:

- Estamos entendidas?

- Não importa o que você diga, sei que tudo o que fiz foi por amor, Clarke.

Era Clarke e Abby, pareciam discutir no salão do prédio. Lexa correu pra trás do prédio de Clarke, não queria ser vista.

A discussão se encerrara e pelo silêncio no campus, Lexa pode ouvir Clarke bufando antes de subir as escadas.

Ela respirou fundo e achou que Clarke já havia subido, então se sentiu segura para ir em direção a seu carro novamente. Mas ao sair de trás da parede, Clarke que ainda estava no salão a vira passar:

- Lexa? Chamou.

Lexa num susto olhou pra trás.

Clarke saiu do salão e foi até a morena.

- Estava aqui o tempo todo? Perguntou a loira.

- Não, fui até minha sala mandar um email e acabei ouvindo sua voz e de sua mãe, mas não quis interromper. Lexa disse sem encarar Clarke, ela sabia como estava fragilizada e não queria que Clarke soubesse.

 - Ta tudo bem? Perguntou Clarke, percebendo Lexa diferente.

- Ta sim. Eu… Eu…Lexa engasgou nas próprias palavras e precisou limpar a garganta pra continuar. – Eu vou indo. E continuou em direção ao seu carro.

Clarke andou apressadamente atrás.

- Lexa! Espera. Pediu, mas a morena ignorou. Estava sendo um esforço muito grande guardar tudo o que havia acontecido, sentia que se se virasse para Clarke e a olhasse denovo, despencaria ali mesmo.

- Hey, Lexa! Pediu Clarke e puxou Lexa pelo braço. – O que houve?

Lexa se virou inquieta com os olhos fechados, prendendo suas lagrimas que insistiam em cair. Levou a mão na testa. E respirou fundo.

- É sobre a gente? Perguntou Clarke.

Lexa fez que não com a cabeça.

- Me conta. Me deixa participar da sua vida um pouquinho, por favor. Pediu Clarke.

- Não Clarke, não posso. Disse com a voz completamente embargada.

- Para de enfrentar tudo sozinha. Disse Clarke.

- Clarke vai pro seu dormitório. Mandou Lexa.

Clarke sorriu debochada.

- Quem é você? Minha mãe agora?

- Não, mas to tentando proteger você.

- Eu não preciso de proteção, preciso é que você me conte o que está acontecendo.

- Finn não é o estuprador. Lexa disse com os olhos já abertos escorrendo as lagrimas que não conseguira prender.

Clarke paralizou diante a informação. Lexa olhava para todos os detalhes daquele prédio atrás de Clarke, menos para ela. Sentia que buscava em todos os objetos simplistas, palavras pra expressar o que implodia em seu peito.

- O engraçado é que ele nunca foi meu amigo, mas já me quebrou tantos galhos e vice e versa. Disse fixando seu olhar em uma janela acima da cabeça de Clarke.

- Finn? Como seu amigo, Lexa?

- Eu sei que não sou de ter muitas pessoas próximas, mas sabe… Eu o convidaria se fosse me casar ou pro batizado de um filho. Acho que o convidaria até mesmo pra uma reunião de aniversário. Disse ainda intercalando o olhar entre a janela e a luz ao lado dela.

- LEXA! Você não está fazendo sentido.

- Ele foi meu professor na faculdade, sabia? Pois é, me deu aula e me indicou pra estagiar aqui em Standord, eu devo muita coisa a esse homem.

- Não é de Finn que você está falando né? Disse Clarke percebendo quão chateada, Lexa parecia.

- Acabei de ouvir uma conversa no escritório de Pike, Roan falou sobre Finn e pediu pra Pike parar de fazer o que estava fazendo.

- O professor Pike? Meu deus! Disse Clarke levando a mão até a boca.

 

- Roan até relembrou que havia uma menor de idade entre as vitimas… Uma garota de 17 anos. Uma garota que saiu de casa, deixou sua cidade, sua casa, seus pais que confiaram que ela estaria segura aqui, sabe porque? Porque eu asseguro a eles que elas estão seguras, que aqui é um segundo lar. Mas elas não estão, nenhuma delas, Clarke.

- Lexa, acho que é a primeira vez que te falo isso, então espero que leve a sério… Você precisa se acalmar. Sobe comigo. Disse puxando Lexa pelo pulso, mas a morena não parecia estar na mesma órbita que Clarke. Ela tirou seu pulso violentamente e continuou a divagar, como se estivesse refletindo pra si mesma.

- O que foi que esse lugar se tornou? Provavelmente seria mais seguro estar do lado de fora que do de dentro. Como pude ser tão cega? Tão incompetente. Disse agora mantendo seu olhar nos de Clarke.

- Você ta louca? Cê é a pessoa mais profissional que eu conheço, cada pedacinho de você grita profissionalismo, Lexa. Para! Clarke abraçou Lexa, mesmo a morena não retribuindo no começo:

- Lembra sobre a culpa nunca ser da vitima e sempre do abusador? A culpa é dele, Lex, só dele. Disse apertando a morena com os braços ao redor de seu pescoço.

Pela primeira vez, Lexa se permitiu cair, mas unicamente, porque sentiu que Clarke estaria lá para segura-la. Ela abraçou Clarke pela cintura, tão forte que a loira lutou com alguma dificuldade para respirar por alguns segundos. Afundou seu rosto no ombro de Clarke, assim como ela mesma já havia feito antes com a morena e chorou… Deixou suas lágrimas cairem e chorou como se tivesse tendo seu coração partido pela primeira vez, como se fosse o dia em que descobrisse que sua mãe havia sido assassinada, como se fosse a primeira vez que tentasse ligar para seu irmão e ele se recusasse a atende-la, como se fosse o dia em que tivesse que olhar Clarke nos olhos e dizer que sua carreira era mais importante do que ela. Ela chorava como se doesse, porque doia.

Se sentia traída, se sentia estupida, sentia que tudo acontecia embaixo de seu nariz e ela ocupada demais, deixou. Sentia culpa, remorso por aquelas garotas, como se pudesse evitar, sentia vergonha pela forma que tratara Finn desdo primeiro dia de aula, sentia mágoa, daquelas que demoram a passar.

- Calma, Lex, vai ficar tudo bem. Vamos tirar Finn de lá e colocar o verdadeiro culpado. E vamos fazer isso juntas, porque eu to aqui. Disse, passando a mão pelo cabelo de Lexa.

Clarke estava chocada, mas não encontrou tempo para reagir a tudo que ouviu, pois Lexa precisava de uma Clarke inteira, sóbria, e ela precisava ser isso pra Lexa.

- Vem. Me deixa cuidar de você. Pediu, puxando a morena pelo braço mais uma vez. Clarke subiu as escadas com uma Lexa partida, e sabia que só ela poderia juntar as peças de volta.

Clarke abriu sua porta e levou Lexa até sua cama, como uma criança, a colocou sentada e tirou sua jaqueta, seus sapatos e sua calça. - Deita. Eu to aqui do lado, na cama da Lindsey.

- Não. Disse Lexa só de regata. – Deita comigo. Eu preciso de você perto. Clarke concordou com a cabeça e se despiu, colocando uma camisola. Lexa se deitou e Clarke a seguiu, se deitou atrás de Lexa, e a abraçou de conchinha, agarrando-lhe pela cintura.

Diferente de Clarke, felizmente Lexa não tinha problemas para dormir quando algo lhe afringia, inclusive teve mais facilidade por conta de seus olhos inchados que insistirem em fechar.

- Clarke? Disse Lexa.

- Oi! Respondeu a loira.

- Eu amo você com todas as forças do meu corpo, lembre-se disso quando quiser me odiar.

Clarke sorriu:

- Vou tentar. Respondeu, se aconchegando na nuca da morena e fechando os olhos.

**********

Era sábado de manhã, Clarke se espreguiçou ainda com os olhos fechados e ao abrir:

- Caralho, Lexa, qual seu problema em me esperar acordar pra levantar? Toda vez… Disse irritada.

Pegou seu celular e ligou para a morena:

- Alô. Atendeu.

- E ai, querida?

- Eu to na delegacia com a Costia, vou ficar aqui um bom tempo.

- Eu vou até aí.  Disse se levantando.

- Óbviamente que você não vai. Te ligo quando puder. E desligou.

- CACETE! Gritou com o telefone.

- Delegacia com Costia… Delegacia com Costia, Costia e essa delegacia que vão pro inferno, disse Clarke se levantando irritada.

A porta se abriu e era Lindsey, ela entrou em silêncio e nem se arriscou a encarar Clarke:

- Linds. Disse a loira surpresa. Você voltou!

- Pelo que eu saiba esse ainda era meu quarto também. Disse irritada.

- Será que você vai me dar uma chance de explicar as coisas? Perguntou.

- Acho que essa chance eu venho te dado a muito tempo não é? Disse colocando seu travesseiro em sua cama e dobrando seu cobertor.

- Por favor. Se minha história não fizer sentido pra você, eu não insisto mais.

Lindsey respirou fundo sabendo que se arrependeria daquilo, e se sentou:

- Ande logo antes que eu mude de ideia.

- Começou como qualquer romance podia começar…

...Clarke contou toda a história pra Lindsey e então começou a contar sobre a prisão de Finn.

**********

- Clarke, você é uma imbecil!

- Ué.

- A Octávia já te disse mais de uma vez que não era o Finn. Eu não acredito que você mandou prender o garoto.

- Mas… Mas eu achei que ela tava sendo ameaçada ou algo assim. Ela nunca gostou dele e ficava tensa toda vez que ele aparecia.

- Clarke, isso é obvio, quando ela me conheceu eu ainda era super afim dele, lembra? Cê acha o que? Que ela ia morrer de amores por ele?

- Porra, Lindsey!

- Porra digo eu. Você fica de segredinho comigo, se tivesse me contado nada disso teria acontecido.

- Como eu sou burra. Disse colocando a mão na testa.

Lindsey começou a rir:

- Essas coisas só acontecem com você, impressionante.

Clarke respirou fundo.

- E agora? Como vai fazer pra retirar a queixa? Sua namoradinha vai la? Perguntou.

- Ja disse que terminamos.

- Transaram a noite toda, ela dormiu aqui essa noite . A diretora de Stanford dividiu uma cama de solteiro dentro da faculdade só pra ficar perto de você, porque diabos vocês não voltaram?

- Não fui eu quem terminou, Linds. Ela escolheu a porcaria da carreira ao invés de ficar comigo, então que fique com a carreira, namore com ela, faça amor com ela e tenha filhinhos com ela. Eu não to nem aí.

- Haha, ah Clarke, se eu não te conhecesse tanto.

- Enfim. Disse Clarke encerrando o assunto. – Tem mais. Disse insegura.

- Meu deus, o que mais? Disse Lindsey interessada.

- Lexa descobriu quem é o verdadeiro culpado. Disse tensa.

- Você ta com dificuldade pra falar? Desembucha, garota.

- Charles Pike. Sussurrou. Ela não me contou os detalhes, mas disse que Roan, o cara da segurança, sabe? Alquele maravilhosamente gato? Então, ele sabia o tempo todo.

-Meu deus do céu. Disse Lindsey pausadamente. - E não fez nada? Que desgraçado.

- Acho inclusive que ele atrapalhou as investigações, isso é, se é que teve investigação alguma.

Lindsey se levantou e andou pelo quarto:

- Isso é muita informação pra minha cabeça, to sem reação ainda.

- Estamos bem pelo menos? Eu e você.

- Tem que prometer que não vai mais mentir pra mim. E nem esconder as coisas. Eu sou sua amiga, Clarke, que raiva.

- Desculpa, mas... A gente se afastou tanto, sabe?

- Eu sei e não quero isso porque sinto falta dessa sua cabeça oca, de seus desastres e das besteiras que você faz.

- Então vamos começar com o pé direito... Tenho mais algumas coisas pra te contar.

- Porra! Quanto tempo estamos assim? Cinco anos? Nunca vou me acostumar com o tão agitada sua vida é. Disse se sentando novamente.

- Meus pesadelos, lembra deles...

... Clarke contou tudo pra Lindsey, nos mínimos detalhes, chorando a morena a cada parte da história pronunciada, mas ali Clarke ao menos sabia que além de se sentir completamente confortável em compartilhar seus segredos com Lindsey, a morena estava mais aberta e que não conseguiria  ficar chateada por muito mais tempo.

**********

- A universidade não deu nome algum, sr. Delegado. Clarke Griffin agiu sozinha juntamente com seu colega. Costia disse com um leve veneno em sua fala.

- Agiu sozinha, mas com a reta guarda protegida por nossos seguranças, a minha ordem e a ordem do chefe de segurança. Lexa disse, sobrepondo a fala de Costia, deixando a morena irritada.

Lexa havia acordado cedo e contactado Costia, contado tudo o que havia ouvido da sala de Pike na noite anterior. Costia a aconselhou a retirarem a queixa contra Finn e deixar as novas investigações nas mãos da policia, sem assumir o que havia escutado, pois acusar um colega de trabalho sim custaria a carreira que acusar um aluno ainda não havia custado.

Lexa tomava os conselhos de Costia bem a serio e sabia reconhecer sua competência e profissionalismo, por isso, fez o que ela pediu, menos, claro... Jogar a culpa em Clarke.

- Entendo. Tudo bem, senhoras, vamos retirar a queixa, Finn Collins não chegou a ser detido formalmente.

- Peço pra que o senhor não inclua isso em sua fixa criminal, vendo que, o garoto foi apenas um breve e infeliz engano. Pediu Lexa.

- Não senhora. Será como se nunca tivesse acontecido.

Lexa se levantou e agradeceu ao delegado brevemente. Saiu da sala com Costia lhe acompanhando:

- Vamos tentar encontra-lo. Disse Lexa procurando nas salas próximas.

- Pra quê, Lexa? O delegado já disse que vão libera-lo.

- Como pra que? Porque preciso falar com ele, ver se ele está bem, pedir desculpas.

- Vamos emitir uma nota bem atenciosa pra ele e seus pais. Disse Costia cansada.

- Preciso pedir desculpas por mim, Costia. Fiz o garoto passar uma noite desagradável injustamente. Eu posso ser tudo, mas sabe bem que injusta não sou. Sei reconhecer e reparar meus erros. Disse indo em frente.

- Bendita ética moral. Disse Costia revirando os olhos e seguindo Lexa.

Lexa então encontrou uma sala escondida no corredor, e num pequeno sofá se encontrava Finn cochilando. Ela abriu a porta devagar, se sentou na cadeira a frente e acordou o garoto sutilmente:

- Finn? Chamou.

Finn num pulo abriu seus olhos assustado. Franziu a sobrancelha até seus olhos se acostumarem com a luz. Demorou para entender que sua diretora, Lexa Pramheda era quem estava sentada de frente a ele.

- Finn? Acordou o bastante pra me entender? Perguntou Lexa num tom suave.

- Sra. Pramheda? O que faz aqui? Veio tripudiar como Clarke fez?

- Não. Eu vim pedir minhas sinceras desculpas.

Finn se ajeitou no sofá tentando entender se estava ouvindo o que estava ouvindo.

- Isso é uma piada?

- Se for, seria de muito mal gosto. Fico feliz em ver que seus previlegios de homem hetero branco te garantiram uma estadia um pouco mais agradável. Disse olhando a sala que Finn estava dormindo.

- Na verdade, minha sorte foi, acredite ou não, falta de sorte. Disse passando a mão pelos cabelos agora oleosos. – A cela estava com cheia e não conseguiram incluir meu nome no sistema.

Lexa sorriu sutilmente:

- Olha eu aqui te julgando novamente.

- Isso vem acontecendo bastante.

- Finn, eu to te pedindo desculpas como Lexa e não como diretora da universidade, quero deixar isso bem claro. Acabei de retirar sua queixa, embora não tenha sido eu que a abri.

- Retirou? Posso ir embora daqui? Disse se empolgando.

- Não. Espere o delegado vir te liberar, é legalmente mais aconselhável. Disse sorrindo.

- O que te fez mudar de ideia? Essa voz cheia de toques aí... É porque eu posso processar a faculdade? Perguntou desconfiado. – Meu advogado me disse isso.

- Não. Esse tom suave é de uma professora, se desculpando por um erro que cometeu com seu aluno. Sei que posso ser bastante... bastante rígida e grossa muitas vezes, mas é meu jeito. São talvez, cicatrizes da vida.

Finn prestava atenção.

- Mas essa sou eu Finn. Essa sou eu como Lexa e você ta no seu direito de nos processar. Não vim te convencer do contrário.

- Eu quero saber o que fez a senhora mudar de ideia.

- Eu descobri quem é o verdadeiro culpado. Disse em tom baixo.

- Quem? Perguntou curioso.

- Não posso contar, eu nem tenho provas. Disse baixando o olhar.

- Você não tinha provas contra mim também.

- Tinhamos suposições, concordo, mas Clarke te pegou em flagrante com aquela garota.

- Olha, eu não sei o que foi isso. Ela sumiu, desapareceu. Eu nunca a forcei a nada, Sra. Pramheda.

- Porque ela estava tão tensa quando a encontraram, chorando... Descompensada?

Finn limpou a garganta.

- Eu não agi certo com ela, mas nada foi forçado. Ela é religiosa, a família toda cristã, ela           tava com medo, mas quis... Toda a ideia foi dela, ir no meu dormitório, mentir sobre o quarto que ela ia, pra aqueles seguranças... Que aliás, eu sabia que estavam me vigiando. - Eu perguntei dez vezes se ela queria isso mesmo, fui cavalheiro, sra; respeitei, fiz minha obrigação como homem...

Lexa franziu as sobrancelhas, chocada com o que ouvia.

- E aí, na hora, doeu... Era a primeira vez dela, poxa, claro que doeu. E ela chorou, eu tentei acalma-la, mas aí, Clarke chegou com o Wick... Que eu achava que era meu amigo e deixaram a garota em choque. Meu advogado tentou falar com ela, mas ela simplesmente sumiu, não responde mensagem e nem atende telefone.

- Isso te complicou bastante, você sabe, mas pelo que eu vejo foi tudo um saco de coincidências. Disse Lexa indignada.

Lexa se levantou e com um olhar de ternura pouco visto disse:

- Você é o bom garoto que Clarke disse que era desde o começo, Finn. Demorei pra entender isso.

- Clarke me sacaneou, fui traído pelas pessoas que eu mais gostava.

- Clarke só fez o que achou certo, mas se sentiu mal o tempo todo, no fundo ela sabia que não era você, mas queria tanto achar um culpado que focou na pessoa errada. Ela te gosta muito.

Finn esboçou o que pareceu um sorriso sútil.

- Espero voltar a te ver em minhas aulas.

Finn acenou com a cabeça, não deixando claro qual seria seus próximos passos, mas seu sorriso um pouco mais aparente, aqueceu o coração culpado de Lexa. Ela havia ganhado o perdão do garoto.

Lexa saiu da sala e topou com Costia esperando por ela no corredor:

- Pois bem? Fez sua ação da semana?

- Olha, eu penso que sou fria, mas você me supera, Costia.

- Eu tento, baby. Escuta, já é quase meio dia, vamos comer alguma coisa? Tem um bistrozinho ótimo aqui perto.

Lexa olhou seu celular e estranhou não ver uma mensagem ou ligação perdida de Clarke. Pensou em ligar pra loira, mas mudou de ideia ao ter a impressão de que estava sendo tudo demais pra Clarke aguentar. Respirou fundo, olhou seu relógio:

- Vamos. Disse brevemente.

Já no bistrô, Costia liderou Lexa para sentar numa mesa um pouco afastada, mais reservada, a morena sem perceber acompanhou.

- Eu vou querer um vinho suave. Disse Lexa ao garçom.

- Eu te acompanho. Disse Costia fechando o cardápio. – Já vai assim? No vinho direto a essa hora?

- Só assim pra digerir os últimos acontecimentos. Disse Lexa respirando fundo.

- Fiquei pensando em você ontem, quase te busquei pra você não passar a noite sozinha depois daquela bomba. Disse Costia se referindo a recente descoberta sobre Pike.

- Foi bem difícil mesmo, mas me virei.

- Assim que eu gosto. Você saiu? Melhor ir se divertir mesmo nesses momentos, relaxar.

- Não digo diversão, mas definitivamente me relaxou. Respondeu Lexa sucinta.

Costia sorriu sem graça e não conseguia mais segurar sua curiosidade:

- Ulala, quem te relaxou desse jeito?

Lexa sorriu sem graça.

- Passei a noite num dormitório, dividindo uma cama de solteiro, acredite se quiser.

Costia se mostrou chocada, ainda de bom humor.

- Com a loirinha?

Lexa fez que sim com a cabeça.

Os vinhos já estavam servidos.

Costia tomou um gole e perguntou:

- Mas me diz, é sério? Achei que fosse só umas transas, bem jeito Lexa de ser.

- Tudo bem falarmos desse assunto? Perguntou Lexa, sorrindo, mas preocupada com os sentimentos de Costia.

- Claro, boba. Lembra das noites de conversas intermináveis que tínhamos antes de nos envolvermos? Somos amigas, Lex.

- Lembro. Disse nostálgica. – É sério, Cos... Eu to perdidamente, obcecadamente, incrivelmente, apaixonada por essa garota. E antes que você diga, eu sei que é um problemão, já inclusive estou mergulhada nesse problema de corpo, alma, mente, insanidade... Tudo. Disse revirando os olhos.

- Meu deus. Eu acho que nunca te vi dessa forma. Mas e aí? Ta acontecendo?

- Isso é uma longa história, eu to metida até a cabeça em confusão por causa da Clarke e não me importo, Cos. Se ela topar, dane-se, de verdade... Cos, eu vou fazer acontecer, eu assumo, eu moro junto, eu caso, tenho filhos o que for.

- Você ta de quatro por essa menina. O que ela tem que te enfeitiçou assim, sua maluca? Disse disfarçando seu gigante incomodo.

- Ela tem tudo que eu detesto em alguém. Disse rindo de si mesma. Ela é chata e metida, é mimada até o último fio de cabelo, é preguiçosa e irresponsável, e eu me apaixonei por cada parte de seus defeitos... As qualidades foram só um detalhe.

- Eu to em choque. Ela te virou do avesso, você ta na mão dela, tem ideia?

- Mas e você?  Como anda esse coração? Perguntou Lexa se recompondo.

Costia limpou a garganta.

- Batendo. Sorriu. – Eu to bem, de verdade, to tirando esse tempo pra mim, sabe? Ficar comigo mesma, me conhecer. Ta sendo, revelador. Disse bebendo um gole de sua taça.

- Isso é ótimo, Cos. Não sabe o quanto me deixa feliz. Disse Lexa, pegando na mão da morena.

Costia sorriu com a ação.

- Fico feliz por termos nos reaproximado, Lex, senti falta disso. Disse.

Lexa sorriu sinceramente, mas sem reciprocidade em suas palavras.

O almoço seguiu tranquilo, as moças falaram sobre os bons tempos, sobre a faculdade e alguns assuntos burocraticos, sobre a vida e planos futuros. Foi algo leve, algo que Lexa sempre apreciara em alguem, seja amizade ou qualquer outro tipo de relação que lhe rodiava.

Elas se despediram com um abraço amigável, na frente da casa de Lexa, onde Costia a deixou.

- Sobre o que você me contou, Lex… Eu tomei providencias.

- O que quer dizer? Perguntou Lexa já do lado de fora do carro.

- Fiz uma denuncia anonima sobre Pike. A policia nem mesmo me esperou terminar, disse que era a segunda pessoa que ligava relatando casos que ligassem a ele.

- Costia! Como você esqueceu de me falar isso? Perguntou Lexa, seguido de um tapa no carro.

- Eu fiquei com medo dessa exata reação.

- Ele foi preso? Quando?

= Sim! Logo que saimos da delegacia. Vão apurar mais. Mas por enquanto creio que está tudo sob controle.

Lexa respirou fundo, achava que aquela situação estava muito rápida, custou a acreditar.

- Ei, Lex… Acabou!

- É, eu já disse isso a alguem e não tinha acabado, não é mesmo?

- O que você precisa pra acreditar que está tudo resolvido?

- Vou falar com ele. Me arranje uma visita.

-Lexa, ele ainda não está no presidio, não pode receber visitas.

- Costia! Isso é importante, por favor, faz isso por mim. Pediu Lexa quase dentro do carro pela janela.

Costia a olhou nos olhos e se sentiu convencida por aquelas esmeraldas insistentes.

- Eu não prometo nada.

- Eu gosto de saber que posso contar com você, Cos. Disse Lexa esboçando um semi sorriso.

- Sabe que sempre pôde e sempre poderá.

- Obrigada por hoje, tava precisando disso. Disse se despedindo.

Costia deu uma baixa buzinada e partiu deixando Lexa.

- Vi que a senhora e dona Applegate se acertaram. Disse Titus sorrindo por sentir que isso remediava as vezes que deixara Costia entrar sem a permição de Lexa.

- Somos boas amigas agora. Mas isso não significa que é pra deixar alguem entrar sem minha permissão, Titus. Disse Lexa, conhecendo bem seu porteiro.

- Sim senhora. Disse Titus engolindo cedo.

Lexa subiu até seu apartamento, sua cabeça não doia como ontem e apesar de tudo o que Costia lhe dissera, ela não conseguia se sentir aliviada, não ainda.

Entrou no seu apartamento e reparou que a porta estava aberta, acendeu a luz da sala e soltou sua bolsa ao levar um susto com o que seus olhos viram:

- Mas o que é isso? Perguntou.

- Lexa, calma. Desculpe invadir seu apartamento assim, mas seu porteiro fez questão de nos deixar entrar, embora insistissemos para lhe aguardar no hall. Disse Jake.

- Titus filho da mãe. Eu vou mandar prender esse porteiro.  Disse pegando sua bolsa.

Jake e Abby Griffin estavam agora em pé, com uma expressão tensa na face.

- O que querem? Vieram me chantagiar de novo? Perguntou nada amigavel.

- Abby quer falar com você. Não é, Abby. Disse Jake irritado.

Abby permaneceu quieta sem encarar a morena.

- Olha, se não vieram pra dizer nada, eu peço que se retirem.

- Abby me contou da sujeira que armou pra te manter afastada de nossa filha e eu queria pedir honestamente, minhas sinceras desculpas.

- Lexa riu em deboche.

- É mesmo? Disse ironicamente.

- Abby, se você não falar, eu juro, saio de casa hoje mesmo.  Ameaçou o loiro.

- Lexa. Disse Abby contra sua vontade. – Não foi certo usar um segredo seu de familia, uma intimidade sua para te afastar de minha filha. Disse encarando a morena.

- Só está fazendo isso porque Jake te pediu, você é podre,  Abby, e não diz isso de coração.

- Digo sim. Eu só estou lutando com esse meu lado orgulhoso. Inclusive, decidi contar de espontanea vontade a Jake o que havia lhe feito.

- A ela e a Clarke. Corrigiu, Jake.

- Você têm ideia do que me fez fazer? Disse Lexa se aproximando, com uma voz de nervosismo. – Me fez afastar a mulher que eu amo, a única mulher que eu já amei de verdade, me fez dizer a ela que eu preferia cuidar da minha carreira a continuar com ela. Você acabou comigo, Abby. Acabou…

Abby mordeu os lábios, disfarçando sua vontade de chorar.

- O que te fez se arrepender? Perguntou Lexa contendo as lágrimas.

- Conversei com ela ontem. Nesse tempo todo que vocês ficaram separadas, ela não me ligou, não veio atrás de nós, nem uma única vez. Disse Abby.

- Isso fez Abby perceber que Clarke estava chateada por ela mesma. E não por nenhuma influencia de ninguém. Completou, Jake.

- Ah, finalmente perceberam que a filha de vocês tem um cérebro e uma personalidade? Parabéns. Disse Lexa ironicamente.

- Clarke já é adulta, e nós percebemos isso talvez um pouco tarde.

- Não é a mim que tem que dizer isso. Disse Lexa.

- Eu tentei dizer, mas ela não quis me ouvir.

- Ela vai. Me contou da ligação que atendeu e que vocês duas conversaram, disse que isso a fez bem.  Disse Lexa olhando para baixo.

Abby sorrira encantada com a informação.

- Lexa, espero que nos perdoe. Disse Jake.

- E porque deveria?

- Nunca cometeu um erro? Julgou alguém e agiu errado com essa pessoa? Perguntou Abby sentida.

Lexa se lembrou de Finn, e assim como o moreno não lhe negara um perdão, ela também não o faria. Respirou fundo e disse:

- Eu quero que vocês façam as pazes, nunca a influenciei de nada e vou continuar não o fazendo. Clarke tem a personalidade mais forte que eu já vi em alguém. Lexa disse.

- Nós sabemos agora. Disse Jake.

- Isso quer dizer que nos perdoa? Perguntou Abby.

- Sim. Disse Lexa.

Jake não se segurou e abraçou Lexa, deixando a morena sem graça, mas que retribuira o abraço.

Abby deu a mão formalmente a Lexa, que também retribuira da mesma forma. Ela encarou Abby e sorriu, isso fez a mulher puxa-la pelo braço e abraça-la também.

- Ok, somos abraçadores agora. Disse Lexa sem jeito.

Abby sorriu enquanto limpava suas lágrimas.

- Clarke não precisa saber de nada disso. Disse Lexa em cumplicidade, levando os dois até a porta.

Abby sorriu com ternura. E antes de deixar o apartamento da morena, disse:

- Nada daquilo foi sua culpa. Eu subestimei Clarke, mas você subestima também, Lexa. Olha o tamanho do coração de minha filha. Não deixe existir segredos entre vocês, olha onde isso nos levou? Disse enquanto segurava a mão de Lexa, que apenas acenou positivamente com a cabeça, sabendo que Abby se referia ao passada que ela se recusava compartilhar com Clarke.

O casal deixara o apartamento, Lexa fechou a porta com um sorriso bobo no rosto, ainda não havia digerido tudo e nem pensado em seus próximos passos.

Só teve força para se encostar em sua porta fechada e dizer a si mesma:

- Uau! Que dia.

 



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