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História Teach me... - Resilience


Escrita por: thatfun

Notas do Autor


É chegamos ao famigerado final. Primeiramente, queria agradecer a todas vcs que estiveram até hj acompanhando essa história, com tanta paciencia pra esperar eu postar os caps. As lindas que me procuravam no tt pra dar aquela cobradinha básica haha, vcs são maravilhosas <3
E principalmente obrigada a minha linda namorada por me ajudar, revisar os caps comigo e me cobrar, sim...Se querem saber a pessoa que mais me enche o saco cobrando a fic é ela haha.
Essa fic foi bem especial pra mim, não só por ter sido a primeira, mas durante ela aconteceram mtas coisas que me marcaram pra vida toda, então a fic ficou marcada pra mim, consequentemente.
Mas termina-se uma história e começa-se outra, o link da nova fic ta no final <3.
Eu tinha planos de escreve-la faz um tempo, dai com o fim de teach me, pude tornar isso realidade. Enfim, galera, é de coração apertadinho que digo adeus pra essa história que foi tão gostosa de escrever e que durou quase um ano haha digo isso literalmente, não to exagerando não rs.
Um grande beijo no coração de vocês e até a próxima.

PS: Óbvio que a música final tinha que ser Sleeping at last d novo haha, quis colocar essa musica no fim desde q comecei a fic.

Capítulo 39 - Resilience


Música do cap. (Parte final)

https://www.youtube.com/watch?v=byHSQoemFvI

Sleeping At Last - North 

 

Clarke sorrira ainda mais ao ouvir Lexa pronunciar seu nome.

Ela usava uma calça de couro, botas de salto alto, uma blusinha solta de alcinha, transparente, deixando seu sutiã a mostra, Lexa podia ver suas pintas na barriga pela sua blusa. Tinha os cabelos curtos, acima do ombro, estavam ondulados, leves…Clarke estava leve.

Lexa se aproximou e antes que Clarke a abraçasse, ela a encarou, a fitou dos pés a cabeça, garantindo que aquilo era real. Que ela estava realmente ali.

- Clarke. Repetiu. Ela não acreditava. – PORRA CLARKE. Gritou.

Clarke sorriu em deboche, já esperando tal reação.

- Para de rir, qual a merda da graça? Perguntou Lexa fora de si.

- A graça é você me ver depois de um ano e gritar comigo, ao invés de me abraçar. Disse sem tirar o sorrido dos lábios.

Lexa estava irritada, cansada, brava, prestes a explodir. Se aproximou de Clarke e sentiu seus olhos lacrimejarem, queria lhe enfiar a mão na cara, mas mais do que isso, queria fazer exatamente o que a loira esperava. A puxou pra perto e a abraçou, a abraçou como nunca havia feito, como talvez nunca fizesse novamente. Apertou cada parte de seu corpo contra o dela, sua respiração ofegante subia, descia, subia descia. A apertou a ponto de ter que garantir se Clarke respirava.

Clarke por sua vez…

A apertou na mesma intensidade, seus braços ao redor do pescoço de Lexa, seu queixo repousado em seu ombro, seus olhos fechados sentindo aquele coração bater contra o dela.

Era a Clarke para Lexa, finalmente era sua Clarke…

…E era Lexa para Clarke, tão finalmente…Sua Lexa.

Os perfumes um doce o outro citrico se fundiram naquele banheiro, se abraçavam, se tornavam uma só fragrancia, assim como os corpos que banhavam.

- Não fica longe de mim de novo, eu te imploro, eu não sei viver sem você, Clarke, só sei sobreviver. Disse com a voz embargada, com o rosto afundado no ombro quase nu de Clarke.

Clarke a afastou, colocou a mão em seu rosto e olhou em seus olhos intensamente:

- Me perdoe. Pediu.

- Não tem porque pedir perdão. Eu…Eu…toda essa situação que eu achava que sabia lidar, mas…

- Agora entende? Perguntou, ternamente.

- Não. Mas sinto. Sinto absolutamente tudo que queria que eu sentisse.

Clarke deu um meio sorriso, debaixo de algumas lágrimas tímidas que ali repousaram.

- Essa é a estação final? Perguntou. – Afinal, já encontrei meu prêmio.

- Não

Lexa se assustou com o que mais poderia vir.

- A estação final é uma vida toda comigo. Disse com um sorriso contagiante.

Lexa rira, levando a cabeça pra trás.

- Clarke… Você tá outra pessoa, ta, não sei, Iluminada.

- São as mexas novas no cabelo, gostou? Brincou, balançando os cabelos curtos.

Lexa não conseguia tirar os olhos de Clarke, ela irradiava uma luz tão forte que sentia seus olhos mortais demais pra presenciar aquela divindade.

- Você parece calma. Pontuou. Onde está aquela hiperatividade toda?

-  Ta aqui, tirando um soninho. Muitas sessões de acupuntura, um pouquinho de yôga…E um saco de boxe na minha casa. Brincou.

- Clarke…

- Não foi fácil e nem tem sido… Terapia, medicamentos controlados…Nenhuma droga ilícita, eu juro. Mas a melhor terapia, essa eu preciso te contar. Disse olhando pra cima, nostálgica. – Eu viajei esses doze meses inteiros, ficava num lugar só, apenas pra ter aula.

- Aula?

- Arte…Arte moderna, histórica, pintura, de tudo um pouco.

Lexa sorrira com aquele tanto de informação.

- Isso me deixa feliz num nível que não sei como expressar, minha linda.

- Não precisa, eu posso ver daqui. Disse sem jeito.

As duas estavam tímidas, era como um primeiro encontro, as bochechas de Clarke estavam vermelhas e Lexa quase não conseguia encara-la nos olhos. Era como conhecer uma nova Clarke, ou melhor ainda…Reconhecer.

- Nada me ajudou mais do que a ideia de voltar pra você…Inteira, sabe?

- Você nunca foi menos do que isso.

-  Eu fui sim. As vezes ainda sou, mas acho que todos somos um pouquinho metade ali e aqui, eu só não posso deixar essa metade tomar controle de mim.

- Você sempre foi muito mais do que os acontecimentos da sua vida, Clarke.

- Eu só demorei um ano, nove países e um montinho de dinheiro pra perceber. Disse com humor.

- Você descobriu tudo isso em doze meses?

- Mais ou menos. Disse sem jeito.

- Nada no mundo é mais Clarke do que isso.  Disse a Morena dando risada. – Até na hora de superar problemas você consegue ser autentica. Disse. – Senti mesmo a sua falta, Clarke.

Clarke sorriu, as duas se olhavam, se enxergavam, se tinham naquele momento.

Lexa a puxou pra perto já sem aguentar aquela proximidade sem se tocar, sentiu sua respiração em seus lábios, seu hálito fresco emanava em volta de seu nariz.

Clarke sem perder tempo selou seus lábios nos de Lexa, matando qualquer resquício de saudade que existia por ali. Sentiu sua língua faminta transbordar por sua boca, Lexa explorou todo seu interior, fazendo Clarke arfar. Ela quase soltara a boca de Lexa, era como se não pudesse suportar a saudade que sentia, o prazer, o tesão, a explosão de sensações ao ter a morena lhe tocando depois de tanto tempo. E nesse momento se perguntava, como conseguira aguentar? Não só os doze meses, mas a vida inteira sem ter Lexa ao seu lado.

Lexa a empurrou pressionando contra a parede, implodindo a vontade que tinha da loira. Colocou a mão debaixo da regata de Clarke, que cessou o beijo ao sentir o toque gelado em sua pele. Colocou sua mão na nuca de Lexa, arrepiando-a. E encostou seu quadril no quadril da morena, as deixando ainda mais grudadas.

Seus seios se roçando através dos tecidos. Lexa levou sua mão, já apressadamente até o seio direito da loira, pressionando-o, apertando-o. Clarke gemeu entre seus lábios, com desejo.

- A falta que senti do seu corpo, do seu cheiro…É insuportável. Sussurrou Lexa no ouvido de Clarke que sorriu com revelação.

Lexa empurrou o rosto de Lexa, fazendo-as se encarar:

- Mata ela, Lexa. Eu to aqui inteira só pra você, mata essa falta toda, vai. Implorou.

Numa furia, Lexa desabotoou o botão da calça de Clarke, baixando – a até o joelho, colocou sua mão dentro de sua calcinha transparente de ceda, sentindo – a completamente umedecida.

Arfou com a cabeça pra trás.

- Pra você. Disse Clarke.

- Continua uma safada. Afirmou Lexa massageando levemente seu clitóris.

- Você me faz safada. Respondeu.

Lexa que tão pouco se controlava, enfiou dois dedos dentro de Clarke que gritou em desespero:

- Lexa…E…Se…alguém…Pegar a gente aqui? Perguntou com uma respiração pesada.

- Fodam – se todos. Só existe você pra mim agora. Disse com precisão.

Estocou seus dois dedos com força em Clarke, que numa mistura de dor e prazer gemia descontroladamente. Lexa massageava seu clitóris com seu polegar, com força.

- Meu deus…

Lexa fazia questão de encara-la nos olhos, de ver toda a sanidade se esvair de seus olhos. Continuou seus movimentos, enquanto apalpava os seios de Clarke com sua outra mão. Clarke hora ou outra cerrava os olhos sem forças para mante-los abertos, segurava a nuca de Lexa, apertando, descarregando o prazer que a morena lhe impulsionava.

Lexa apressou seus movimentos e se arriscou a inserir um terceiro dedo, enquanto ainda massageava seu clitoris com seu polegar. Clarke apertou os olhos sentindo uma leve dor de inicio, apertando a nuca de Lexa ainda mais, mas se permitiu achar o limite dessa dor e do prazer que estava por vir.

Lexa afundou seu rosto no pescoço de Clarke, roçando seu sexo sob o tecido da calça em sua mão que apertava cada vez mais Clarke. Numa dança descontinua onde a busca incessante era só uma…

- Goza pra mim, meu amor.

Clarke despertou seus olhos, como se o nome a seguir fosse o estopim que precisava. Movimentou seu quadril sob os dedos fortes de Lexa, rebolando, enquanto a morena estocava cada vez mais intensamente os dedos dentro dela.

Clarke sentia os cabelos de Lexa em seu rosto, cobrindo seus olhos, os cabelos umedecidos devido o suor pelo contato criado entre as duas. Rebolava com os músculos endurecidos, sentia seu prazer se aproximando. Num segundo de sanidade, empurrou Lexa, que se assustou com o movimento:

- Mas o que…

Com a expressão séria, rasgou o botão da calça jeans da morena e a abaixou.

-  Clarke.  Repreendeu.

Clarke a puxou pelo quadril, pegou sua mão direita, separou os três dedos que estavam dentro dela, os levou até sua boca e os chupou, fazendo as pernas de Lexa bambearem.

- O que você ta fazendo comigo? Perguntou a morena.

- O que eu tenho vontade.

Soltou os dedos de Lexa, fazendo a presidente correr com eles para dentro dela novamente, de uma vez, sem aviso prévio. Clarke gemeu, levando sua cabeça pra trás. Apressou-se para levar sua mão até o sexo de Lexa, que estava incharcado. Lexa arfou com o toque.

Clarke sentira seu sexo inchado a cada toque e passou a estimula-la cada vez mais rapido, as forças dos dedos de Lexa dentro de Clarke vacilavam vez ou outra, sem conseguir controlar muito bem suas sensações, seu corpo gritava pelo toque de Clarke a meses, era como se cada poro, cada pelo, cada centímetro de pele soubesse exatamente por quem estava sendo tocado.

Clarke percebendo o descontrole da morena, rebolou em seus dedos com força, controlando seu prazer.

- Ahhhhh. Gemia.

- Clarke, eu vou…

Com movimentos circulares, Clarke impulsionava o clitóris de Lexa cada vez mais forte, sentindo o líquido da morena querendo escorrer por suas mãos.

Clarke estava chegando a seu extase quando sentira os espasmos de Lexa se aproximarem:

- Amor, vou gozar… Gemeu segurando a cintura de Clarke com uma mão e afundando seus dedos em seu sexo com a outra.

Clarke sorriu com seu efeito.

Lexa pressionou seu sexo nos dedos ligeiros de Clarke com precisão, movimentos lentos e diretos e então com a chegada do orgasmo arrebatador aumentou seu contato com Clarke, rapidamente, enquanto gemia jogando sua cabeça pra trás e mantinha seus olhos cerrados, sentindo tudo aquilo com a mais pura intensidade.

Clarke seguia seus movimentos assistindo de camarote a cena que tanto seus olhos, corpo, mente, coração… Desejo, sentiam tanta falta. Ver Lexa se desfazer em suas mãos fora quase suficiente pra que ela sentisse o orgamos juntamente com a morena.

Quase.

Lexa com seu líquido já derramado, tirou seus dedos de Clarke apressadamente e sem nem mesmo encarar a loira, se ajoelhou e abocanhou seu sexo umedecido.

Clarke surpresa, agarrou os cabelos de Lexa, franzindo a sobrancelha em tesão.

Lexa chupou seu clitóris com densidade, hora ou outra lambendo em círculos, o puxava com os lábios, levando Clarke a chegar em seu êxtase em tempo record.

- Isso, isso… Isso! Suplicou, puxando as mexas onduladas da morena, com demasiada força, depositando ali seus espasmos diante o orgasmo.

Clarke se esfregava na boca de Lexa em busca de fricção, quando alcançou seu éden, apertou as pernas ao redor do rosto de Lexa se desfazendo na boca da presidente.

Lexa depositava beijos por toda a superfície do sexo de Clarke, carinhosamente.

- Que saudade disso. Disse Clarke sorrindo, com a respiração pesada.

- Que saudade de você inteira. Respondeu Lexa, fazendo um caminho de beijos pelo corpo de Clarke até chegar em seus lábios.

********

- Caralho, Clarke, eu to muito chocada com tudo isso. E agora? Quais os planos? Perguntou Lindsey.

Clarke e Lindsey jantavam hamburguer delivery no quarto de Octavia, que tomava banho.

- O plano primeiro é de arrumar um lugar pra morar, vendi a casinha que comprei em Pasadena e meu apartamento em Santa Monica está alugado. Disse com pesar.

- E você e Lexa? Não rola…

- O que? Morar juntas? Perguntou, abocanhando uma mordida exagerada de seu lanche.

- É… Respondeu Lindsey ansiosa.

- Rola, mas não agora, Linds. Lexa é a mulher da minha vida e eu sei que naquele coraçãozinho presidencial ela planeja me pedir em casamento em algum momento não muito longe.

- Isso me parece ótimo, faz tanto tempo que eu não vou numa festa de casamento. Disse a morena divagando.

- Mas não é o momento, Linds. Disse dando risada.

- Como não?

- Clarke quer independência, principalmente financeira, seria um baita atraso casar com Lexa que deve ganhar trilhões de dólares por mês e ficar sendo bancada pela esposa. Disse Octavia saindo de pijamas do banheiro, secando o cabelo com a toalha.

Clarke sorrira sem encarar Octavia, olhando pra Lindsey.

- Já vi que nada mudou muito por aqui.

Lindsey revirou os olhos acostumada.

- Tudo muito bem, tudo muito bom…Vai arrumar uma casinha e ai? Vai viver de que? Brisa? Ou…Ou… Não me diga que, você vai voltar? Perguntou esperançosa.

Clarke ficou levemente desconfortável e olhou pra baixo.

Octávia pensou em interromper, mas Lindsey precisava entender aquilo pela boca da loira.

- Linds…Disse Clarke, com a voz baixa. - Não tenho condições de voltar a estudar aqui. Conseguir entrar  pra ver Lexa ou vocês, têm sido um desafio. Disse com um sorriso triste.

- Desculpa, Clarke. Eu deveria saber. Disse, se penalizando. - É que Octavia...

- Octavia teve sua forma de lidar, assim como Clarke tem a dela, amor. Disse Octavia.

- Mas se ta mesmo curiosa desse jeito, eu te conto…Em duas semanas começa o letivo pra mim e bom…Achei uma boa ideia tentar, então me matriculei numa universidade de artes e design.

- Como é? Perguntou.

- Em artes plásticas.

- O QUE? Gritou.

- E…Fica aqui em Palo Alto, uns trinta minutos de Stanford. Terminou, orgulhosa.

- Meu deus do céu, sua maluca. Disse pulando em cima de Clarke. – Você finalmente se entregou a seus prazeres mais sórdidos? Disse agarrando a loira que mal respirava.

- Lindsey, meu deus. Se controla. Pediu dando risada.

- Clarke, isso é incrível, eu to muito feliz por você. Disse Octavia, sentando delicadamente do lado das moças.

- Eu fiz dois cursos, um em Paris e outro em Amsterdã, de artes, cursos rápidos, sabe? E foi esclarecedor, gente. Conheci um bucado de gente, uma galera muito louca. E me vi ali, de uma forma que nunca me vi em lugar algum. Disse com os olhos completamente afogados em lembranças.

- Porque não tentou faculdade por lá? Perguntou Lindsey.

- Como Linds? Olha o que deixei pra trás. Disse sorrindo.

As garotas sorriram, concordando.

- Ah, hoje inclusive…Disse tirando dois papeis de sua bolsa que estava ao seu lado no chão. – Eu tenho uma apresentação nesse café, é bobeira, a gente mostra nossas artes, elas ficam expostas e quem quiser comprar, enfim…Disse sem jeito.

Lindsey pegou o convite na mão ansiosa:

- Não acredito, mas já está expondo? Você tem muita moral, cara.

- Não, sua ridícula. É simples, conheci uns meninos nesse café la em Los Angeles e eles me viram desenhando e perguntaram se eu não pintava e ai uma coisa levou a outra e to convidando vocês e espero que apareçam. Disse se irritando.

- Essa Clarke não é linda quando fica sem graça, O? Disse zombando da amiga que tinha as bochechas coradas.

- Nossa, to desconvidando. Não quero mais vocês lá, não. Disse fingindo irritação.

Clarke se sentira tão confortável ali que mal se lembrava o cenário trágico que aquela universidade representava. Octavia havia se tornado parte da pequena família que Lindsey e ela haviam criado e isso não poderia deixa-la mais feliz. Lindsey sempre fora descabeçada, mas tinha uma sensatez, uma lucidez que faltava em Clarke, vai ver era isso que as tornaram amigas…Esse equilíbrio.

Lindsey continuou com seu curso de administração, diferente de Clarke, se encontrou nas matérias de exatas, precisamente em gestão de negocios, já Octavia preferia a parte mais humana. Três anos depois, quando se formaram, Lindsey seguiu em busca de outros cursos pra aprimorar sua gestão comercial, enquanto Octavia usou seu trabalho de conclusão de curso para tentar melhorar o mundo, nem que fosse um pouquinho. Abriu uma casa de abrigo para jovens mulheres e adolescentes que sofriam abuso físico e psicológico. A casa vivia de doações e patrocinios, eram muitos, afinal, quem tomava conta de tudo isso era Lindsey, quem constantemente doava era Clarke e quem patrocinava…Era Lexa. Não Stanford…Mas Lexa.

Era um belo projeto e ajudara muitas pessoas como Octavia, como…Clarke.

***********

Após lanchar com as meninas, Clarke fora encontrar com os pais, que já lhe esperavam no café.

- Vocês são pontuais demais. Disse se sentando na cadeira e assustando sua mãe.

- Menina, que susto.

- Aqui é bacana, heim, filha? Achei rústico. Jake disse, claramente tentando agradar a filha.

Paciência…Nunca fora o forte de Clarke, mas nesses doze meses em que ela estivera fora, eles foram sua única fonte, único contato com o mundo que deixara pra trás e pacientemente esperaram o tempo de Clarke, o tempo de ligar, de dar noticias, de dizer como sua viagem estava sendo, ela pediu espaço e tempo e eles lhe deram isso, pela primeira vez em seus 25 anos de vida, seus pais lhe deram o que ela precisava.

Então…Paciência…Era o que ela tentava lhes dar de volta agora:

-  Mas aqui é barulhento heim, Clarkezinha. Difícil conversar.  Disse Abby irritada.

- Mãe! Disse e respirou fundo antes de continuar. – Não é pra conversar, são apresentações, temos que prestar atenção. Disse.

Abby revirara os olhos, arrancando risos de Jake.

- E a matricula? Já fez? Perguntou não se aguentando.

Clarke dera risada com a típica pressão da mãe:

- Ainda não abriu. Mas já fiz a prova…

- E? Perguntou Jake ansioso.

-  E o que, pai? Entrei né? Sou uma Griffin, acha que ta falando com quem? Perguntou, brincando…Nem tanto.

- Essa é minha garota. Disse Jake, levantando a palma da mão para um Hifive.

Abby sorrira:

- E casa?

- Abby, deixa a menina em paz. Brigou, Jake.

- Eu só to preocupada com o futuro dela, Jake, mas que coisa.

- Se quer saber, mãe…Vendi uns quadros em um leilão mês passado. Por um precinho bem do salgado, viu?

- É mesmo? Disse Abby sorridente.

- Acho que é o suficiente pra um apartamento simples, quer dizer, o aluguel de alguns meses.

-  Simples quanto? Perguntou Abby com as sobrancelhas franzidas, desconfiando.

- Não tão simples…Vou usar minha poupança, né? Disse revirando os olhos vencida.

Abby dera gargalhada e os outros dois lhe acompanhara.

Alguns minutos depois, Lindsey chegou com Octavia e Finn:

- Abram espaço, Griffin. Pediu Lindsey carinhosamente. O casal dera espaço para os três jovens sentarem.

- Finn Collins. Disse Clarke impressionada.

- Princesa Griffin. Disse abraçando fortemente a loira. – Meu deus, faz tempo demais que não te vejo.

- Eu que o diga, olha esse cabelo, ta curtinho, lindissimo. Disse bagunçando o cabelo do moreno.

- Olha quem fala, você ta toda moderninha, no meu caso é porque as gatas curtem. Disse. Clarke olhou pra Lindsey e as duas se acabaram em risadas.

-  Que foi? Perguntou o moreno inocentemente.

- Ai que delicia que você veio, Finn. Disse agarrando o braço de Finn, satisfeita.

- Tabom, cheguei, pode soltar minha namorada. Disse Lexa que chegara esbaforida, separando Clarke de Finn.

Todos na mesa riram.

- Nossa, atrasada só um pouco né Lexa?

- Clarke, você tentou estacionar aqui no horário de pico? Que baderna, meia hora procurando uma misera vaguinha. Disse.

Clarke bufou. Lexa se aproximou da orelha da loira:

- Não bufa pra mim, te levo pro banheiro agora e você não vai nem ter forças pra subir no palco. Sussurrou a morena.

- Desgraçada. Sabe como banheiros são meu fraco. Disse dando uma piscadela.

- Clarke Griffin. Anunciou um rapaz jovem no palco.

- Sou eu!

- Vai la. Boa sorte, meu amor. Disse dando um leve selinho da loira.

- Vai Clarke. Disse Finn assoviando.

- Vai filhota!! Arrebenta. Gritou Jake.

Lexa se sentou, sem tirar os olhos de Clarke que seguia ansiosamente até o palco. Ao subir, respirou fundo e se sentiu atrapalhada com a luz forte que mirava seu rosto:

- Uau. Que luz. Disse pra uma plateia silenciosa. – Que plateia dificil, bom, vamos lá. Disse.

Uma jovem entregou seu quadro, que estava atrás do palco para Clarke, o quadro estava coberto:

- Meu nome é Clarke Griffin. Tenho 25 anos, prestes a completar 26, atualmente sou só uma aspirante mesmo. Disse e o silencio ainda se instalava. A melhor parte, era que a luz era tão forte que ofuscava a expressão das pessoas sentadas na mesa. Deixando Clarke menos nervosa. – Queria agradecer aos meninos. Disse apontando a uma das mesas. – Por me convidarem pra esse projeto incrivel. Pra falar a verdade nunca achei que faria parte de algo tão bonito e nem que algo tão bonito me completaria dessa forma. Disse sem jeito. – A verdade é…Que eu passei toda minha vida buscando respostas, pra perguntas que eu ainda nem tinha. E ninguém podia me dar isso, nem meus pais, nem meus tantos terapeutas, nem meus estudos, as festas, as drogas, ninguém, além de mim mesma. E devo dizer, que boa parte dessas perguntas não me foram respondidas, como: Porque? Porque comigo? O que fiz pra merecer tudo de ruim que aconteceu? Vou me recuperar de tantos traumas? Tantas feridas? Olha, eu não sei…Não tenho resposta pra isso, será que alguém no mundo tem? O que quero dizer é que aprendi a cultivar uma coisa, uma única coisa que pode saciar minha fome de conclusão, a única coisa que pode me dar certeza de algo melhor, de uma Clarke melhor. Esperança. Disse e pegou no pano que cobria o quadro, mas antes que tirasse:

- Esperança não… Minha arte hoje, a arte que quase literalmente reflete o que brota do meu coração, prefiro chamar de…Resiliência. Disse puxando o pano.

Todos sorriram, de alguma forma, fosse com os lábios, ou com a boca cheia de dentes, fosse com os olhos ou com o sentimento, todos naquele café sorriram pra aquilo.

Abby deixara uma ou duas lágrimas caírem de seus olhos, sem perceber. Ali era sua Clarke, nunca se sentira tão mãe dela quanto naquele momento. Era o renascimento de sua filha, era a coisa mais bonita que seus olhos tiveram a sorte de ver em toda sua vida.

Lindsey era só risos, apertava o braço de Octavia que reclamava de dor. Estava empolgada e ansiosa, estava deslumbrada com o talento e sensibilidade que jamais imaginara que Clarke tivera.

Lexa…Lexa se sentira apaixonada, encantada por ver o quanto Clarke podia se renovar e se tornar uma pessoa melhor todos os dias, Lexa só sentia amor naquele momento, só amor e todo por Clarke.

Clarke olhava o quadro e seu peito se encheu de felicidade, não pela boa aceitação da obra, mas por se colocar tão vulneravelmente exposta, por ter seu interior inteiro naquele quadro e por gostar do que via. Por finalmente gostar de quem era.

O quadro era simples, uma tela 09x12 branca. Nela estava pintado um deserto, seco, esturricado, pintado a oleo, o sol pairava na parte mais alta do céu, brilhando maldosamente naquele chão já sem vida…Mas bem no meio, entre uma abertura e outra daquele chão ressecado, existia um trevo, um pequeno trevo que nascia. Uma vida num mar de morte.

O café inteiro de alguma forma sentia pura empatia por Clarke, mesmo sem saber exatamente o que a loira havia passado:

- É, é isso, gente. As vendas são no final das apresentações, mas quem se interessar, deixa o nome com os rapazes. Disse apontando. Em questão de segundos, mais da metade do café se levantou numa fila bagunçada, pra deixar seu nome como interessados pros donos do café. Clarke dera risada, achando tudo aquilo um barato.

Descera do palco, em direção a sua família e amigos:

Abby se adiantou e ninguém ousou ultrapassa-la:

- Você, Clarke… É o meu maior orgulho. Disse com lágrimas nos olhos.

Clarke dera um sorriso fraco, sem acreditar que ouvira aquilo da pessoa que tanto a criticara, que tanto a botava pra baixo e sem saber como corresponder aquilo, a abraçou, forte, apertado. E recebeu todo esse amor de volta.

- Eu entrei naquela sala a mais de um ano atrás, achando que ensinaria Clarke sobre economia e história… Disse Lexa a Lindsey, sem tirar os olhos de Clarke que enxugara as lágrimas com Jake e Abby. – Mas mal sabia eu que quem me ensinaria muito mais era essa garota. Lindsey encarava Lexa, sorrindo.

- Falando de mim, amorzinho? Disse Clarke indo em direção a morena que a encarava deslumbrada.

- Você é a melhor pessoa que eu já conheci, sabia? Disse Lexa, sorrindo, passando os braços pela cintura da loira.

- Eu sei, mas…Me fale mais sobre isso. Disse Clarke com bom humor.

- Onde eu estaria se não fosse você? Disse Lexa encostando seus lábios nos da loira.

- Dando aula de história da administração. Zombou a loira, retribuindo o beijo terno de Lexa.

******

Mais tarde, Clarke fora atrás do palco, com seu quadro já vendido por um preço nada poético, pegou um post it em cima do balcão, escreveu algo e colou o post it na frente da tela. Saiu apressadamente dando a mão para Lexa que lhe esperava, acompanhada de seus pais e seus amigos, caminharam até a saída indo em direção a algum provável restaurante comemorar a ascensão de Clarke. Cada um deles tagarelava mais do que o outro, presos num daqueles momentos empolgantes, onde querem falar, gesticular, contar histórias o tempo todo, afinal tudo parecia bem, tudo estava bem e diante de altos e baixos Clarke e Lexa seguiram em frente, aprendendo todos os dias sobre os ajustes e flexibilidades do mundo e como a vida ficava um pouco mais leve quando uma tinha a outra pra dar a mão no fim do dia.

 

 

“A capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças…

Resiliência, por Clarke Griffin”

 

 

Fim.

 

 


Notas Finais




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