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História Teach me how to love - 18 anos


Escrita por: MiaPsychoGirl

Capítulo 34 - 18 anos


[1 ano depois]

Era a véspera do aniversário de 18 anos de Ethan. O garoto não poderia estar se sentindo mais feliz. Apesar de, há 8 meses, ter tido que voltar a morar na casa de Otto, ter Zoe ao seu lado para ajudá-lo e ter Mark o esperando e o encontrando sempre que possível, era algo que o pequeno podia suportar.

Ele tinha acabado de terminar o terceiro ano escolar, e não ter mais aquela maçante rotina de aluno era um alívio, mesmo sabendo que a faculdade seria um pouco pior. Por hora, Ethan só queria saber de ter sua tão esperada liberdade e ir viver com seu amado.

O garoto estava deitado em sua cama, ouvindo suas músicas e pensando no futuro quando ouviu batidas na porta de seu quarto. Ele se levantou e foi abrir. Era Mary, segurando uma caixa de chocolates.

-Trouxe esse presentinho para você. Talvez ajude a acalmar os ânimos, receio que esteja bastante ansioso pelo dia de amanhã... E por todos os outros que vão suceder...

-é verdade... – Ethan sorriu – obrigado Mary.

Verdade era que o pequeno sentido grande apreço pela mulher. Desde os primeiros problemas ocasionados pela relação dele e Mark, Mary tinha se mostrado ter mente aberta e os ajudara sempre, de uma forma ou de outra. Tê-la ali, dizendo-lhe tais palavras, fazendo-o pensar no futuro próspero que teria em breve, era conveniente.

O menino pegou a caixa e a convidou para entrar. Juntos, sentaram-se na cama e começaram a comer. O doce sabor dos chocolates o fazia lembrar dos beijos ternos e afáveis de Mark, isso trouxe tamanha saudade que foi inevitável suspirar.

-Então, está tudo pronto para sua nova vida? –Mary perguntou.

-à medida do possível, sim. Mas ainda tem coisas que não dependem de mim, como o processo que irá me dar a tão esperada liberdade de escolher onde e com quem viver...

-Sim, é verdade. Isso ainda precisa de mais algum tempo. Falei com o advogado esses dias, o processo está em andamento, mas parece que tudo está indo bem...

-Por acaso você sabe o que eu vou ter que fazer... e se o meu pai já sabe disso?

-Você vai apenas que ir a tribunal alegar que, sendo maior de idade, pode escolher viver por conta própria. Não vai mais precisar da ‘guarda’ propriamente dita. A partir de amanhã você vai ser responsável por si mesmo, e sendo assim, estará tudo pronto. A parte sobre ir morar com Mark nem diz respeito ao processo, isso é algo à parte que eles não precisam se intrometer... – ela riu- e quanto ao seu pai... bem, ele ainda não sabe exatamente sobre o que está se passando, mas receio que ele tenha alguma ideia...

-Mas como? Nós não demos nem pistas sobre nossos planos!

-de certa forma é justamente por isso. Ele não é bobo, Ethan, e todos sabemos disso. Caso contrário, ele não seria capaz de ter feito tudo que fez para separar vocês dois. Seu pai é astuto e sagaz, além de maquiavélico. Ele sabe o que faz, e sabe usar as pessoas a seu favor. Portanto, é pura ingenuidade pensar que ele não suspeita de nada, não é?

Ethan assentiu, um tanto preocupado.

-Receio que ele suspeite justamente por causa de toda essa tranquilidade que se estabeleceu desde quando proibiu Mark de te ver. Certamente ele sabe que vocês não aceitariam tudo numa boa se não estivessem planejando algo às escondidas...

-Tem razão... mas então se ele suspeita de algo... por que fica quieto sobre isso?

-eu não diria ‘quieto’ considerando tudo que ele faz, não se esqueça daquele incidente com o amigo do Mark, Rick. Mas acredito, Ethan, que em algum lugar lá dentro do coração de Otto, ele sabe que não adianta tentar tanto separar vocês, que não vai adiantar...

-E não vai mesmo...

Ambos sorriram, continuando a saborear os chocolates.

 

[...]

 

Ethan tinha se deitado para dormir por volta das 23:10. Dentro de 50 minutos, teria 18 anos. Sentia grande frio no estômago, apesar de saber que a mudança do dia não mudaria as coisas instantaneamente.  

Como sempre, antes de pegar no sono, Ethan ficou a olhar o teto, devaneando. Não soube dizer quanto tempo tinha se passado quando, em meio ao silêncio, ouviu um  tilintar que algo contra sua janela.

Pegou o celular e viu que era 23:58.

Ignorou o ruído inicial, mas logo outro tilintar sucedeu-se. Ethan se levantou e se dirigiu à janela. Afastou as cortinas e olhou lá embaixo no gramado.

Mark segurava numa mão alguns balões em forma de coração, e um no centro onde se lia “Feliz Aniversário”. Na outra mão Mark segurava um pequeno bolo com uma vela em forma de ‘18’. Não bastasse isso, Ethan também notou que haviam dois embrulhos aos pés do moreno.

O sorriso do aniversariante não podia ter sido maior. Mark permaneceu ali, parado, segurando aquelas coisas na mão e olhando afetuosamente para o menor que o observava da janela. O pequeno já estava mais que satisfeito com tudo isso, porém, nesse momento Mark se virou para o outro lado e fez um movimento com a cabeça para que Ethan seguisse seu olhar. O garoto o fez. Mark estava apontando para o céu, e de repente uma sequência de fogos de artifício começaram a explodir não muito longe dali. Eram lindos fogos, mas que não faziam tanto barulho, o que também havia sido planejado, para desta forma não assustar o pai dos meninos e não fazer com que, curioso, aparecesse ali e estragasse a surpresa do filho.

Ethan olhou o celular novamente, enquanto os fogos ainda resplandeciam no céu, e confirmou que de fato, eram para ele, pois o relógio marcava 00:00. “Não é um sonho...”.

Só depois de dez minutos, quando os fogos tinham acabado, que Mark fez sinal dizendo que ia subir ao quarto do menor.

Fazendo o caminho de sempre, com manobras de parkour, Mark escalou até a janela usando apenas uma mão, já que a outra ainda segurava o bolo. Os balões foram amarrados na cintura do tatuado. Os embrulhos foram escondidos embaixo de uma árvore. Mark os levaria mais tarde. Os presentes podiam esperar.

Assim que entrou no quarto pela janela, Mark foi tomado por um longo e apertado abraço.

Os dois ficaram assim a noite toda, literalmente. Ethan não o soltava por nada, nem quando Mark precisava andar, nem na hora de cortar o bolo... o que o maior achava maravilhoso.

Os garotos curtiram até o amanhecer aquela festa silenciosa. Conversavam em sussurros, para não acordar seus pais, o que não foi nenhum problema, já que os dois só trocaram algumas poucas palavras, e o resto do tempo, se beijaram, sempre com Ethan grudado no colo do maior, sempre com Mark se recusando a deixar que o pequeno saísse de seu colo.

 

[2 dias depois]

 

Obviamente o processo para rescindir a guarda que Otto tinha sobre Ethan demorou um pouco mais. Apesar disso, foi só graças à influência de Mary que a audiência tinha sido antecipada.

Aquele era o grande dia de assinar alguns papéis e dar prova de que Ethan não era mais subordinado ao pai, que de agora em diante, decidia por si mesmo e tomava suas próprias decisões, assim como, e não menos importante, tinha a liberdade de escolher onde iria morar, sem qualquer tipo de intervenção de seu progenitor ou qualquer pessoa existente.

Otto havia ficado sabendo de tudo dois dias antes. Mary havia conversado com ele durante horas, não para convencê-lo a deixar Ethan em paz, mas para avisá-lo que o mesmo não tinha escolha, e isso seria autenticado através de um documento oficial.

Ethan esperava que o pai fosse querer esbordoá-lo por tamanha ‘rebeldia’, porém, para a surpresa de Mary, Mark, Zoe e Ethan, o homem aceitou cooperar com tudo.

O pequeno viu o pai jurar que não interviria mais em sua vida, nem na vida do filho mais velho, ou dos dois juntos, caso contrário, os filhos poderiam dar queixa, e Otto deveria arcar com a responsabilidade, correndo o risco até de ser exilado por ‘problemas psiquiátricos’.

Só quando o pequeno saiu do tribunal e sentiu o ar livre refrescar-lhe a face que se deu conta que enfim, estava tudo pronto.

Ethan estava livre.

 

 

 

[3 dias depois]

Mark tinha comprado um carro. Graças ao novo emprego, em que era dono de uma loja de artigos automobilísticos, o maior estava ganhando tão bem que nem se importara de comprar um carro caro. Resolveu investir num veículo de quatro rodas, apesar de ainda manter sua querida moto, pois achou que, agora que Ethan e ele morariam juntos, seria necessário um meio de transporte seguro que os refugiassem da chuva. E foi com esse carro que Mark buscou Ethan e seus pertences na casa do pai.

O maior estava guardando as últimas caixas no porta-malas quando parou e observou seu amado, que pegava as últimas coisas com pressa, ali perto. Mark notou que, apesar de ter se passado dois anos, Ethan não havia mudado nada. Ainda tinha aquela carinha de bebê que o moreno tanto amava. E Mark sabia que não importava se Ethan mudasse ou não sua aparência, o amor que sentia por ele só aumentaria.

Enfim estava tudo pronto. Mark abriu a porta do carro para Ethan, e logo se viram rumo ao apartamento, só deles.

 

[...]

 

O casal estava na sala de seu apartamento, assistindo um filme e comendo pipoca, Ethan no colo de Mark, como sempre. O relógio marcava 19:45.

-Mark, o refri acabou... – disse Ethan fazendo biquinho, como quando uma criança fica desapontada ao ver que seu doce acabou. – Vou no mercadinho comprar outro. – disse o pequeno já se levantando do colo do mais velho.

-Hey – Mark, que ainda estava sentado, segurou sua pequena mão e o puxou de volta, deixando-o em pé na sua frente, dando um delicado beijo nos lábios adocicados do menor – nem pensar que você vai sair sozinho a essa hora. Já tá escuro. Eu vou comprar.

-Então deixa eu ir com você. Vai que aquela menina está lá de novo...

Ethan se referia a uma garota de 20 anos que morava ali perto e que ficava olhando para Mark.

-Você pode ir comigo, mas se for por causa daquela menina, pode ficar bem tranquilo, que não tenho interesse nenhum nela. – Mark passou as mãos pela cintura do pequeno e falou em seu ouvido: Porque no universo só existe uma única pessoa que eu quero e vou querer na vida, que eu amo e vou amar pra sempre... sabe quem é?

-Acho que sei... – Ethan brincou, se arrepiando todo.

-Então me fala quem é – Mark o apertou contra seu corpo.

-Sou eu – sussurrou o pequeno.

-Não ouvi, fala de novo.

-Sou eu!

-Sim, Ethan. É você. – Mark disse isso olhando no fundo dos olhos puxados do outro, e assim que disse, puxou o menor para um intenso e excitante beijo, ao mesmo tempo em que o fazia se sentar novamente em seu colo.

 

[...]

 

O casal estava escolhendo um refrigerante no mercado quando ouviram uma voz familiar os chamar.

Mark se virou já com os punhos cerrados.

Rick estava ali, acompanhado por uma moça que segurava sua mão.

-Oi, Mark. Olá, Ethan. – Rick disse serenamente.

-O que você quer? – Mark tinha a voz ameaçadora.

-Só quero conversar numa boa, pode ser?

-É melhor você dar o fora antes que eu...

-Mark, espere. – interrompeu Ethan – podemos conversar rapidinho? – o pequeno perguntou segurando a mão do tatuado.

Mark aceitou, obviamente. Não havia nada que Ethan pedisse com aqueles olhinhos que o maior não fizesse.

-Mark... ele parece querer só conversar mesmo. – o pequeno dizia- parece que ele quer acertar as coisas... por que você não dá uma chance?

-Mas Ethan, tudo que ele fez com a gente... mesmo tendo sido ideia do Otto, ele também é culpado!

-Isso é passado, Mark.

-Você quase se matou por causa dele, bebê...

-Mas ainda é passado. E agora está tudo bem... você devia dar uma chance. Pode dizer que eu sou bonzinho demais e inocente demais... mas ele é seu amigo de infância...

-Ele não é meu amigo. Não mais.

-Mas já foi... pelo menos lhe dê uma chance... não quero que as coisas fiquem assim, vocês dois sendo inimigos... não é legal...

Como sempre, falando daquele jeito, Ethan conseguiu convencer o maior.

 

[...]

 

A moça que acompanhava Rick se despediu de todos, deu um beijo em Rick e foi embora. Ficaram os três. Arrumaram um lugar num restaurante ali perto para poderem conversar.

-Ethan, obrigado por fazer o Mark me dar uma chance de conversar – Rick disse.

-Não me agradeça. Não fiz isso por você.

-então, diz logo o que você quer dizer... – Mark estava impaciente.

Rick contou aos dois, sinceramente, que tudo que havia feito foi sem pensar. Há muito tempo estava usando drogas pesadas, e ficar sem elas um dia sequer o fazia perder totalmente o juízo. Por isso, aproveitando-se de tal fraqueza, Otto tinha-o manipulado, dizendo que sua missão era apenas fazer Ethan pensar que Mark não o amava e assim, desistir dele. Mas como se sabe, as coisas saíram do controle, e Rick se sentia irremediavelmente arrependido por tudo. Disse que depois de tudo aquilo, tinha enxergado que sua vida não podia mais continuar daquele jeito. Por isso começou a fazer tratamento. Rick não usava drogas há mais de um ano. Tinha ficado noivo também, daquela garota que Ethan e Mark tinham visto pouco antes. Iam se casar em quatro meses.

Foi uma longa e delicada conversa. Enfim, o ódio de Mark foi se apaziguando. Mark, mais que qualquer um, sabia dos problemas do amigo com as drogas. Sabia que realmente, na hora da abstinência e da loucura, Rick chegava a fazer qualquer tipo de coisa para não surtar.

Dado momento, o próprio Mark percebeu que conversava com Rick como nos velhos tempos, de quando em quando. Chegava até a dar risadas com as situações engraçadas.

 Ethan também havia perdoado. Para ele era mais fácil, já que tinha um coração bondoso e sensível.

Contudo, havia uma pergunta que precisava ser feita, ou aquela dúvida permaneceria incomodando o tatuado.

-Rick, tem uma coisa que eu preciso perguntar, e você precisa ser bem sincero. – Mark disse.

-tudo que eu disse foi bem sincero. Mas, manda.

-naquele dia que você me levou pro motel... você chegou a... sabe...

-Te penetrar?

-Deus, fala baixo – Mark olhou em volta. – é.

Ethan estava com medo da resposta que viria a seguir, mas fosse qual fosse, seu amor por Mark não mudaria em nada.

-Não. Não cheguei a fazer isso.

Ethan suspirou aliviado.

-Mas então por que eu estava com dor lá?

-Eu enfiei uma caneta em você... pra você pensar que tinha sido eu...

Mark encarou o outro alguns segundos, incrédulo. Enfim Ethan quebrou o gelo, começando a rir.

O caminho para o perdão e reconciliação entre Mark e Rick acabava de começar. Pois se até mesmo Ethan e Mark um dia se odiaram, que amizade não seria capaz de se curar?

 



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