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História Teach Me How To Love You - 17


Escrita por: LeticiaSQ

Notas do Autor


Oiii, amores!
Desculpem-me pela demora, mas eu tive tantas ideias e denorei para escrever tudo e quando vi o capítulo havia ficado gigante. Então, dividi em dois, vou postar esse hoje e o outro na sexta.
Boa leitura!

Capítulo 17 - 17


"Às vezes precisamos ter mais esperança e acreditar naquilo que realmente vale a pena. E assim sonhar o mais longe que puder. Sem o sonho a vida não tem graça e sem a graça a vida não tem valor. Às vezes precisamos enlouquecer, dançar conforme o ritmo dos insanos, mesmo que não haja melodia. E perceber que o mundo dos loucos não é tão ruim assim, e talvez seja até melhor. Cada um sabe o que é melhor para si. E às vezes… Às vezes precisamos apenas ser quem somos e nos encontrar na verdadeira beleza de existir. "

- Recitografar em Palavras Escolhidas

Alguns dias se passaram e a cada um meu ânimo se esvaia mais um pouco, menos quando estava na companhia de Emma ou Zelena que juntas eram quase impossíveis. Pela primeira vez, em dez anos, eu estava com problemas em relação as minhas notas. Eu sabia que era minha culpa, pois quando Liz ficou doente eu praticamente dedicava meu tempo a ela e depois que se foi minha concentração nas aulas foi praticamente nula.

Nunca fui daquelas pessoas que parecem aprender por osmose, por mais que não façam nada acabam com notas ótimas, mas sempre fui uma das melhores da classe, na maior parte da matérias, por me esforçar bastante para aquilo. E isso se inverteu totalmente nesse último semestre, durante a semana recebi inúmeros testes com nota abaixo da média ou até mesmo zeros. Entretanto, eu sabia que, pelas minhas notas nos trabalhos, se eu focasse nas provas do final do período eu poderia evitar umas duas horas de sermão vindos da minha mãe ao receber meu boletim eletrônico. Então, conversei com alguns colegas meus, dos quais estou me reaproximando, e marquei alguns dias de estudos.

Suspirei ao me despedir de Mulan assim que saímos de umas das salas de estudos na biblioteca, depois de uma enfadonha tarde estudando guerras. Eu não entendia o porquê de tantos conflitos, como se a própria existência já não fosse caótica o suficiente.

Peguei meu celular no bolso do blazer do uniforme enquanto andava pelo pátio e haviam algumas notificações de mensagem. Rolei os olhos quando vi que eram todas de Emma surtando porque minha irmã lhe contou que meu aniversário seria em dez dias e eu não havia falado nada. Não respondi, pois sabia que quando visse ela iria receber o mesmo surto novamente. Então, depois de alguns minutos, cheguei a porta do quarto e respirei fundo antes de entrar, andava extremamente exausta nos últimos dias. Por outro lado, a loira permanecia sendo uma total incógnita para mim por parecer carregar uma incansável bola de energia dentro de si.

- Aonde você estava? Fiquei umas duas horas te esperando e que eu saiba você não tem nenhuma aula nos clubes hoje. - Emma irrompeu a dizer de sua cama, rapidamente fechando o computador em seu colo quando me viu entrando.

- Quando foi que nos casamos para eu ter de ouvir esses questionamentos? - Questionei indo até a escrivaninha para deixar meus livros e me jogando de costas na lateral de minha cama, logo depois.

- Você não se lembra daquela noite em que pegamos um jatinho e o Elvis nos casou em Las Vegas? Pensei que uma lembrança dessas fosse mais significativa para você. - Dei risada virando meu rosto de lado para ver seu sorriso se desfazer ao me fitar.

- O que foi?

- Eu ainda não me esqueci de que fui não informada de que seu aniversário está chegando. - Emma disse emburrada cruzando os braços.

- E qual a diferença de você ser informada se não vou fazer nada mesmo? - Repliquei me sentando e abrindo o zíper de minhas botas.

- E por que não?

- Porque eu tenho mil coisas para estudar, tenho que treinar cada vez mais com Rocinante com as competições estaduais chegando, ando super cansada e meu presente preferido seria poder dormir o dia inteiro. - Respondi deixando meu corpo cair novamente na cama ao ficar descalça e sentir o chão frio sob meus pés.

- Você age como uma velha, só pensa em responsabilidades, estudos e preocupações. - Emma falou ficando de pé em sua cama. - Tem que se divertir um pouco. - Acrescentou ficando de costas e procurando alguma coisa em meio a suas dezenas de CDs.

- Já não me basta Zelena e agora tem você também para me encher. - Resmunguei a observando enquanto pegava seu computador depois de escolher um CD e foi até sua escrivaninha. - O que está fazendo? - Perguntei me sentando.

- Isso. - Emma respondeu clicando no enter e fazendo os toques de uma música começarem a tocar.

Ela se virou para mim e estendeu as mãos vindo em minha direção. Imediatamente arregalei os olhos neguei com a cabeça, eu não dançava nem que me pagassem.

- De jeito nenhum que eu vou dançar. - Cruzei os braços, fechando a cara e negando com a cabeça freneticamente ao vê-la vindo em minha direção com as mão esticadas.

- Você não é uma pessoa normal se fica parada enquanto toca "Cake by the Ocean". - Emma disse sorrindo e balançando os ombros quando a letra começou a ser tocada ainda vindo em minha direção.

- Então acabamos de descobrir que eu não sou uma pessoa normal. - A música realmente era divertida, mas não existia pessoa mais desengonçada do que eu quando se tratava de dançar.

- Não seja rabugenta por dez minutos, é tudo que te peço. - Emma pediu me puxando pelos braços para que me levantasse, pois minhas mãos ainda estavam escondidas por meus braços continuarem cruzados em sinal de birra.

Continuei de pé, porém parada por mais um minuto enquanto a loira se remexia e girava na minha frente, não pude conter o sorriso que dançava em meus lábios ao observa-la. Ela me pegou sorrindo, com as mãos livres e aproveitou para me puxar até o meio do quarto começando a me girar e cantando com a música "But you're moving so carefully. Let's start living dangerously" (Mas você está se movendo tão cuidadosamente. Vamos começar a viver perigosamente), o que me fez gargalhar assim que ela me parou e segurou minhas mão puxando pra lá e pra cá para que nossos ombros se remexessem. Depois de umas duas músicas eu já estava bem mais solta. Acredito que nunca sorri tanto quanto naquele momento, minhas bochechas doíam, mas era impossível parar de gargalhar com cada movimento que a loira fazia ou quando me rodeava fazendo uma dancinha engraçada.

Emma cantava conforme a letra e sorria o tempo todo. Em um dado momento ela soltou o cabelo e seus cachos se espalharam por seu rosto, ela ficava linda daquela forma. Seus olhos ainda brilhavam mesmo que parecessem menores pelo tamanho do sorriso estampado em seu rosto. Porém, não demorou muito mais para que ela me puxasse no final de uma das músicas me fazendo tropeçar em meu próprio pé e cair com força sobre ela, que por sorte foi derrubada em minha cama.

Ouvi nossos gemidos de dor com o impacto de nossos corpos seguido de um baque oco da cabeceira da minha cama na parede que fez com que alguns livros, da prateleira acima da cama, caíssem. Segundos depois, me movi levantando o rosto da curva de seu pescoço e a loira se contorceu um pouco tirando uma mão do meio de nossas barrigas. Sorri levemente ao ver o rosto dela, ligeiramente vermelho, engolido por seus cabelos. Apoiei os cotovelos ao lado de seu rosto, comecei a tirar todo aquele emaranhado de sua face e ela sorriu a medida que comecei a tirar os últimos fios deixando seu rosto livre. Assim que terminei, nossos olhares mergulharam em uma silenciosa harmonia, até que Emma fez mais uma de sua gracinhas:

- Olha, se queria me trazer para sua cama era só falar, não precisava desse esforço todo.

Foi quando arregalei os olhos e meu coração rompeu em aceleradas batidas contra meu peito por me dar conta de que eu estava com o corpo sobre o dela e suas mãos estavam na base de minha coluna, além de nosso rostos estarem a centímetros de distância. No mesmo instante me impulsionei para sair de cima dela e ficar de pé. Meu estômago ficou gélido e senti o rubor tomar conta da minha face quente por conta toda a agitação de agora pouco.

- Você nunca para? - Perguntei passando a mão por minha blusa tentando evitar seu olhar.

- Quando você deixar de ser tão facilmente afetada eu acho que eu paro porque ai não vai ter a mesma graça. - Emma riu se sentando.

- Olha a bagunça que você fez. - Queixei-me ao ver os livros no chão.

- Eu? Quem fez a façanha de tropeçar em si mesma foi você. - A loira retrucou ao olhar para trás.

- É bom deixar claro que eu não queria nem dançar, então você vai colocar tudo de volta no lugar. - Disse indo até o computador e o fechando para que a música cessasse, era o suficiente por um dia.

- Tudo bem, resmungona. - Emma concordou se levantando e recolhendo os livros.

- Eu posso ser resmungona, seus dez minutos acabaram.

Fui ao outro lado para recolher mais um livro enquanto Emma estava de pé, em minha cama, os colocando no lugar. Entreguei-a os que faltavam e ela os colocou no lugar, para logo depois observar todos eles por um instante antes de pegar um da ponta cuja lombada não tinha nada escrito. Lembrava-me daquilo e não era um livro.

- Olha só o que encontrei. - Emma disse analisando a capa ao pular da cama para se sentar na cadeira da minha escrivaninha. - Regina Mills tem um diário.

- Isso é de quando eu tinha 13 anos. - Informei deitando na cama novamente e olhando para cima. - Não tem nada ai, desisti depois de duas semanas porque não via sentido em escrever para mim mesma o que aconteceu durante o dia, já que eu havia participado de todos os momentos que eu iria relatar.

- Você já tinha crises existências aos treze, que precoce. - Emma riu e continuei olhando para as estrelas em nosso teto que aquela hora do dia não exibiam seu brilho. - Vamos ver se você era interessante. - Pude ouvi-la dizer enquanto foleava algumas páginas. - "Querido diário, porque tenho de começar a escrever assim se nem ao menos me refiro a uma pessoa real? Acho que aqui não se precisa seguir uma norma padrão de escrita, então vou somente relatar as coisas que me derem vontade. Na verdade, eu nem mesmo vejo sentido nisso, mas todas as garotas estão enchendo folhas e mais folhas com seu dias. Não entendo qual a utilidade, parece uma daquelas coisas fúteis e desnecessárias que..."

Fechei os olhos e respirei profundamente, parei de ouvir me perdendo na voz dela e pensando na bagunça de minutos atrás. Não me lembro de ter me sentido assim antes e o problema é que não sei o que estou sentindo exatamente.

Emma disse uma vez que sempre acabava se perdendo na própria bagunça, mas parece que de alguma forma essa bagunça se alastrou para dentro de mim. Nunca fui de ceder as coisas, de sorrir facilmente ou de me importa de perder a atenção de alguém que a pouco não conhecia, mas que agora parece fazer parte da minha vida a bastante tempo. Entretanto, ao mesmo passo em que esses sentimentos são bons eu me sinto mal porque, de algum modo, acho que estou traindo Liz ou a memória dela. Eu a amava e ela era a melhor amiga que alguém pode querer, porém Emma me faz sentir algo diferente, mais viva e pensar nisso me faz sentir como se fosse uma ingrata porque Elizabeth fez coisa inimagináveis por mim. De todo modo, as duas são diferentes e singulares de diversas formas, posso dizer até no que sinto quando estou perto da loira e no que sentia perto de Liz, mas não posso me martirizar porque sei que cada amizade é diferente. Apesar de nunca ter notado esses sentimentos esdrúxulos por nenhuma amiga.

- Cansei. - Ouvi Emma dizer assim que abri os olhos. - Você cria problemas até com coisas simples, credo. - Continuou e me sentei abraçando os joelhos a tempo de vê-la folear rapidamente o diário e uma folha solta cair. Emma a pegou em seu colo e começou a ler. - O que são esses lugares? - Ela perguntou virando a folha em minha direção e apoiei meu queixo no joelho ao lembrar me daquela lista.

- Não é nada. - Respondi olhando para um ponto fixo no meio da cama pensando sobre aquilo. Não sei se foi a lembrança ou o fato de que ficar alguns minutos de olhos fechados me despertou sonolência, mas eu não estava muito afim de conversar naquele momento.

- Mas está escrito "Aniversário de 17" seguido de um monte de nome de lugares. - Emma insistiu e suspirei sem me mover.

- Eu fiz isso com Liz na época em que usava esse diário, nem me lembrava mais disso. - Falei ainda olhando para o ponto enquanto os fatos passavam por minha mente. - Quando escrevemos ficamos super animadas com a ideia de fugir durante o dia e fazer um mini tour pela cidade, mas acabamos esquecendo disso. - Disse e ficamos em silêncio por um momento.

- Vamos nós duas. - Emma propôs me fazendo olha-la e franzir o cenho em desconforto.

- O que? Não.

- Não é porque quem te ajudou com a lista não está aqui que você não possa se divertir como queria. - Ela disse logo em seguida, meneando a cabeça de lado como se soubesse o porquê de ter negado.

- Posso pensar sobre? - Perguntei não querendo aceitar, mas não conseguindo achar um motivo para não querer. - Estou um pouco dispersa agora, meio cansada.

Pensar havia me deixado mais confusa e de alguma forma chateada com algo, tinha algo me incomodando, porém não era Emma em si era algo relacionado a mim mesma.

- Tudo bem. - A loira respondeu com um carinhoso no rosto. - Você quer dizer alguma coisa? - Perguntou percebendo minha mudança de humor, mas alguém bateu na porta antes que eu pudesse abrir a boca e Emma se prontificou a abrir a porta.

Encontrou Tinker, a filha da professora Rose. Esse não era seu verdadeiro nome, mas além de não me importar ninguém se lembrava de seu nome verdadeiro já que sempre a chamávamos assim por ser uma cópia mais jovem de sua mãe. Nunca fui com o jeito dela mesmo que os outros se derretessem por ela parecer uma boneca de porcelana, mas sua forma de sempre querer agir delicadamente e de forma meiga me era muito forçada.

Emma, por outro lado, parecia gostar bastante dela já que ficava dando risadinhas quando dava para ver que a garota descaradamente dava em cima dela. A cada comentário, dos longos dois minutos seguintes, foi um rolar de olhos diferentes vindos de mim por estar ouvindo tudo, o que só estava piorando meu humor. No entanto, a garota pareceu lembrar de que tinha ido ali para me procurar e perguntou por mim avisando que eu teria de ir ao estábulo porque o professor tinha recebido algo sobre os campeonatos  

Após se despedir, Emma se virou para dar o recado, mas somente rolei os olhos pra ela com cara de poucos amigos e me levantei para calçar um sapato antes de ir.


Notas Finais


O que estão achando?
Obrigada pelos comentários!!
Beijos e até sexta ♡


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