História Teacher - You and me

BRIAN P.O.V

Estava tudo acontecendo muito rápido, em uma semana me mudei de país, conheci a mulher mais bonita que já vi em minha vida, fui assaltado, espancado e estou no hospital, que na minha opinião é a pior parte disso tudo. Me sinto preso como um animal. Nem meus pais quiseram ficar aqui comigo e preferiram ir resolver os assuntos da mudança e do emprego novo. Acho que Dita se importa mais comigo do que eles mesmos, quer uma prova? Ela está aqui do meu lado nesse exato momento, assim que saiu da escola veio me visitar. Mas a dúvida não deixa de surgir em minha mente: por que? Ela não tem nenhuma obrigação de me fazer companhia, então... por que faz questão?

Logo a minha esquerda está ela, um anjo que o destino me enviou para não me deixar sozinho que dramático pensei. Mas era verdade, parecia uma deusa cuidadosamente esculpida, a pele branca, o som da sua risada, olho para ela como se admirasse uma pintura. Quando Dita percebe meu olhar, me encara, e ali nos ficamos, eu me pergunto o que se passava em sua mente enquanto me fitava. A aproximação foi inevitável, quase imperceptível, mas estávamos próximos, o rosto a centímetros de distância como um casal prestes a se beijar, e talvez fosse isso o que estavapara acontecer, o perfume me envolvia.

- Senhor Brian Warner? - Um médico entra sem ao menos bater na porta. Nos distanciamos imediatamente - Atrapalhei algo?

- Não - Dita diz

- Estou aqui para avisar que o senhor recebeu alta, aqui estão as suas roupas, seus pais estão te esperando na recepção - De todo esse diálogo eu entendi apenas o meu nome, olho para Dita e ela me traduz.

Comemorando eu sigo até o banheiro com as roupas trazidas por meus pais. E eu juro que levei um susto ao me olhar no espelho, estava extremamente vermelho pela vergonha de ter sido pego quase beijando ela, ok, seria meu primeiro beijo então ficar igual uma cereja é totalmente aceitável. Saio do banheiro sob os olhares de Dita e mais uma vez me pergunto, o que ela estaria pensando?

No carro com meus pais, Ela me mostra o parque na qual iríamos amanhã, já é final de semana, Dita me convidou para passear pelo parque e conhecer alguns lugares, como a exposição de artes por exemplo. Ao parar para deixa-lá em casa, eu a observo enquanto anda, até seu caminhar me hipnotiza.

- Pare de ser idiota Brian, aquela moça é bonita demais para você - Meu pai diz rindo

Esta tão na cara assim que eu gosto dela?

Me limito a pensar 

Mas é verdade!

Uma mulher como ela deve ter inúmeros homens aos seus pés.

DITA P.O.V

Acho que pela primeira vez eu acordei cedo em algum final de semana, tudo isso para ir me encontrar com Brian, não um "encontro" literalmente falando. Apenas um passeio, já que ele está tão curioso assim para conhecer a cidade. 

Mas eu quero que seja um encontro 

A voz que sempre vem para foder com o meu psicológico (também conhecida como conciencia) ecooa em minha mente. Tento afastar esse pensamento mas ele parece cada vez mais vivo.

Agora sentada no banco perto ao lago eu observo os carros passarem, sem tirar o olho da trilha. Até que o vejo caminhando por ela, sua silhueta movendo-se pelo que me pareceu horas até chegar até mim, Brian estava lindo, como sempre, encaro seu estilo alternativo com tatuagens pelos braços e um piercing e me pergunto desde quando gosto de bad boys.

Logo que ele se senta ao meu lado, a conversa flui como mágica, até que para em um assunto delicado: vida amorosa 

Que foi forçado por mim, eu tinha que saber se ele tinha namorada ou algo do tipo.

- Bem eu... nunca namorei ou algo do tipo... na verdade eu nunca beijei uma garota... - Ele diz envergonhado e eu arregalou os olhos, como assim?

- Mas você é um garoto bonito! Creio que não te faltaram oportunidades!

- Digamos que em Helsínquia as garotas não gostavam de mim... quase todo mundo na verdade - A última frase foi pronunciada em um tom de voz mais baixo - Mas e você? Casada? Namorando? - Brian pergunta, pensei que iria passar despercebido.

Respiro fundo e começo:

- Bem... eu já fui, um cara que era drogado e me batia, eu sempre me convenci que iria mudar, mas um dia eu me cansei e pedi o divórcio, tentei denunciar mas por medo dele eu retirei a queixa, e então ele não me deixa mais em paz, vive mandando bilhetes pedindo perdão ou me xingando. Desde então eu sunto que ainda não me libertei completamente dele, ou do medo que ele me causava, pois toda vez que saio com algum homem eu acho que ele vai me bater ou algo assim, e é por isso que hoje eu não namoro e moro com um gato... - Eu disse como um desabafo, lágrimas surgiram em meus olhos mas na verdade eu sentia alívio, nem Sharon sabia da história completa e de como eu me sentia anos depois, eu confiei nele da maneira que só confio em Aaron, meu gatinho.

Brian me olha, mais uma vez misterioso e inexpressivo. Sem que eu pudesse perceber pois estava de cabeça baixa, ele passa seu braço por meu ombro e me puxa para perto, me aconchego em seu peito e lá mais lágrimas saem. E foi ali, nos braços dele, que eu me senti mais segura.

- Calma... agora só estamos eu e você!