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História Teacher's Nephew - O sobrinho do meu professor - Capítulo Único


Escrita por: Eli180

Notas do Autor


E aqui estou eu, postando mais um trabalho maravilhoso. Fiz essa one shot porque me surgiu a ideia e também a fiz em homenagem a minha amiga Maressa ( nossa, ela sempre tem que influenciar 😂). Além disso, estou postando essa one shot em agradecimento aos leitores que me acompanham, fora que ela também é para as fãs de B.A.P . Torço muito para que gostem e sintam-se à vontade para ser a Magali. Tenham uma ótima leitura!

Capítulo 1 - O sobrinho do meu professor - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Teacher's Nephew - O sobrinho do meu professor - Capítulo Único

Fazer faculdade em Seul estava sendo o máximo. Já fazia uns quatro meses que eu estava na Coréia do Sul, cursando Roteiro e Cinema na Universidade Nacional de Seul. O ambiente da instituição é excelente e não faz com que eu me sinta perdida, até porque alguns outros alunos brasileiros vieram comigo.

Dentre esses alunos do Brasil, minha amiga Drica está incluída. Diferente de mim, ela cursa Direção Teatral, mas não perde a chance de dar alguns pitacos em Cinema também.

Pois bem. Mais um dia de aula tinha chegado ao fim, porém eu ainda estava na biblioteca do campus. Era ótimo estudar por lá, cercada de livros e silêncio depois de uma manhã cheia.

— Está revisando tudo, Magi? — Drica apareceu, puxando uma cadeira e sentando-se ao meu lado, à uma mesa que eu escolhi para pôr meus materiais.

— Sim. — Respondi, folheando meu caderno de roteiros. — Preciso terminar até às uma, no máximo. Foi bom terem nos liberado cedo.

— Imagino. Essa exposição que você vai fazer com o professor Seo Joon tem tudo pra ser o máximo!

— E como vai ser, Driquinha! — Abri um sorriso entusiasmado. — Falar sobre Grécia e Roma vai ser fantástico!

Voltei minha atenção para os papéis em minhas mãos e comecei a marcar neles aquilo que era importante. Eu estou muito feliz pelo fato do professor Seo Joon ter aceito fazer uma parceria comigo. Seria excelente fazer uma exposição teatral e artística com ele, que é um dos melhores professores da universidade. Fora que, além disso, ele é o queridinho de todos. As mocinhas, principalmente, amam o charme que ele tem e vivem suspirando por aí.

— O bom é que o professor dá aulas de teatro e artes, podendo assim te ajudar em muitas coisas. — Drica comentou. — Ele te elogia muito nas aulas, quando conversamos. É legal isso que ele tem de tratar os alunos como filhos.

— Tem razão. Ele também te elogia muito quando fala comigo.

— Sério? — Drica ficou toda feliz. — Me senti importante. Ele é o máximo como professor. Além de ser um gato.

— Ai, Drica! — Eu ri.

Fiquei terminando minhas marcações nas folhas, enquanto ouvia minha amiga falar sobre o seu dia. Ela é assim, ama conversar e te contar diversas coisas. Se te ver por aí, ainda que não lhe conheça, vai puxar assunto.

— Olá, meninas! — Professor Seo Joon entrou na biblioteca com seu típico sorriso largo no rosto. Um tiro certeiro. — Vim falar com você, Magali.

— Comigo? — Perguntei, curiosa. — Pode dizer, professor.

— Obrigado! — Ele brincou com o cabelo, arrancando risos de Drica e de mim. — Bem, Magali, eu estou tão ansioso quanto você para essa exposição. Alguns amigos meus me cederam estátuas feitas por eles para usarmos. Elas têm um belíssimo estilo greco-romano, que vai dar um ar maravilhoso ao evento.

— Que legal, professor! — Comemorei. Minha ideia estava dando mais do que certo.

— É verdade. Outra coisa que eu tenho que te dizer é que preciso que vá em minha casa. Eu imprimi a foto de um quadro grego pra você poder desenhar em escala maior com a ajuda da Drica, mas acabei a esquecendo. Se incomoda de ir buscá-la?

— Jamais me incomodaria. Eu preciso apenas terminar de pôr toda essa papelada em dia, mas às uma eu saio.

— Okay, então. Aqui está o endereço de minha casa. Eu vou passar em uma escola de artes antes de ir pra lá, mas quando você chegar eu já vou ter voltado.

Peguei o papel que me foi estendido com o endereço e o coloquei ao lado do meu caderno de roteiros.

— Se me dão licença, eu preciso ir. — O professor pronunciou. — Tchau e até mais, Magali!

— Tchau! — Drica e eu dissemos em uníssono.

Depois que o professor saiu, tornei a arrumar minhas coisas. Precisava terminar tudo a tempo se quisesse ir embora logo.

— Vou deixar você com seus roteiros, mana. — Drica falou, levantando-se da cadeira. — Tenho que ir resolver umas coisas também. Te vejo mais tarde, no flat.

— Vai lá. — Meneei a cabeça. — Até mais.

Drica acenou para mim e se retirou, me deixando a sós com as minhas tarefas.

*****

Terminei meus afazeres quando ainda faltavam cinco minutos para às uma. Guardei meus pertences em minha bolsa e saí da biblioteca, abrindo o papel com o endereço do professor. Não parecia ser um local muito distante da universidade, mas resolvi chamar um táxi para me levar.

Depois de um tempinho, lá estava eu em frente a um enorme condomínio de casas luxuosas. O lugar era lindíssimo, me fazendo ficar admirada por alguns segundos.

Saí de meu transe e olhei novamente para o papel que o professor havia me entregado. Não demorou e eu logo encontrei o número de sua casa, caminhando até lá e tocando a campainha. Não obtive resposta de primeira, o que me fez estranhar e pensar em ir embora. 

De repente, quando eu ia tocar o botão outra vez, a porta se abriu. Um belíssimo garoto, que pelos meus cálculos devia ter 1,81 metro, surgiu bem na minha frente. Ele exibiu um sorriso largo para mim — Que por sinal era magnífico, como o do professor Seo-Joon ou até melhor — e aquilo terminou de me revirar por dentro.

— Olá! — O garoto exclamou, todo receptivo. — Posso te ajudar com alguma coisa?

Eu permanecia extasiada com a beleza do moreno. Seus cabelos escuros e bagunçados o davam um ar de angelicalidade que eu jamais vira antes. Sua imagem mais se igualava a de um deus magnânimo, garboso, venusto e gracioso. Eu posso estar exagerando com todos esses adjetivos complexos, mas sei que não.

— M-me desculpe... — Gaguejei e comecei a ficar trêmula. — Eu acho que devo ter errado de casa e...

— Não errou, não. — O menino me cortou, ainda com seu sorriso iluminado no rosto. — Você é aluna do meu tio, não é? Essa letra que está no papel em sua mão é dele. Não que eu seja um enxerido, mas olhei de relance e reconheci num clique.

— Compreendo... — Tentei me acalmar do nervosismo. — Be-bem, seu tio está?

— Infelizmente ele ainda não chegou. — O garoto bonito respondeu, passando a mão no cabelo de forma... ãn... sensual. Não que ele estivesse tentando me seduzir, longe disso. Eu que achei a ação dele sexy. — Oh, já ia me esquecendo. Deixe me apresentar: Eu me chamo Bang Yongguk, mas pode me chamar apenas de Yongguk. E você? Como se chama?

— Me-meu nome é Ma-Magali. — Desviei o olhar do rosto do maior.

— Prazer em te conhecer, Magali. — Yongguk esticou a mão para que eu a apertasse.

E assim fiz. Ergui minha mão também e a uni com a do belo garoto. Ele a chacoalhou de leve umas duas vezes, soltando-a devagar. Meu coração quase rasga o meu peito com isso, porque fiquei bem tocada internamente e surpresa com a ação. Um asiático normalmente não te cumprimenta dessa forma. Meu interior ardia como uma chama. Minha timidez também não ajudava muito.

— Ainda são duas horas. — Yongguk fez uma expressão pensativa. — Meu tio sempre chega entre às duas e dez e duas e quinze quando vai a algum lugar depois da universidade. Não quer entrar para esperá-lo um pouco?

— Entrar?! — Reagi, meio que gritando. Droga, o menino já deve estar me achando louca.

— Sim, entrar. — Ele riu. — Não seria gentil de minha parte deixar que uma aluna do meu tio fique o esperando do lado de fora, não é? Enquanto ele não chega, você entra e se senta um pouco.

Seria esse um pedido para a tentação? Okay, Magali. Respira fundo que é apenas um garoto. É o mais bonito que você já viu, mas se acalme e não pague mico.

— Tu-tudo bem. — Respondi, toda embaraçada. — E-eu vou entrar para esperá-lo um pouquinho.

Yongguk me cedeu passagem, com um sorriso que não mostrava os dentes. Adentrei a casa do professor e pude perceber que por dentro ela era ainda mais bonita. Fiquei olhando a sala ao meu redor, que possuía móveis extraordinários. Coladas com a sala, ficavam a copa e a dispensa, que também eram muito bem estruturadas.

— Meu tio deve ser uma graça como professor. — Yongguk falou, me tirando de meus devaneios. 

— Ah... — Ergui os ombros. — Ele é incrível. Seu tio é espetacular como professor e todos o amamos muito.

— Que legal! — Yongguk arqueou as sobrancelhas. — Aposto que quando tem trabalho ao ar livre ele fica: ''Não se afastem de mim, suas crianças rebeldes! Não pensem que eu não conheço as suas artimanhas!''

— É isso mesmo que ele fala! — Comecei a rir.

Em menos de um segundo meu riso foi desaparecendo. Minha timidez estava retornando e me fazendo parecer uma retardada.

— Sente-se, por favor. — Yongguk apontou com a mão para o sofá. — Mas deixe-me tirar este edredom daqui. Eu estava dormindo quando a campainha tocou.

— Ai, eu te acordei? — Dei um suspiro de decepção. — Me desculpe, eu não sabia.

— Sem problemas, fofinha. — Yongguk deu uma gargalhada. — Aposto que meu tio também fala isso pras alunas.

— Você pode ser um ótimo substituto dele, pelo visto. — Brinquei.

— Se fosse pra falar de artes, fazer exposições e tudo o mais, eu queria. — Yongguk confessou, cruzando os braços. — Inclusive, meu tio vai fazer uma exposição greco-romana com uma das alunas dele. Você deve conhecê-la.

— E como conheço. — Falei. — Essa aluna sou eu.

Yongguk abriu um sorriso surpreso e ficou me encarando com certa ternura. Minha mente já dava sinais de insanidade em relação ao rapaz.

— Você é a aluna da exposição? — O moreno comprimiu a boca. — Que bárbaro! É muito bom encontrar jovens que gostem desse tipo de cultura. Eu, por exemplo, amo esse estilo greco-romano, tanto que tenho o rosto de Zeus tatuado no meu braço direito. Enfim, eu ainda não tirei o edredom do sofá para você sentar. Que menino mau que eu sou.

Yongguk se inclinou um pouco para pegar os cobertores e eu pude notar uma tatuagem que cobria todo o seu peitoral. Tirei minha atenção daquela região assim que o maior voltou a sua postura inicial.

— Eu vou levar essas coisas para o meu quarto. — Avisou. — Fique à vontade.

Assenti com a cabeça e sentei-me no sofá. Yongguk subiu para o segundo andar da casa, trazendo um certo alívio para o meu ser. Em nenhum outro dia de minha vida eu havia ficado tão nervosa quanto eu estava.

Dei outro giro com os olhos pelo lar do professor e vi que ele colecionava muitas obras artísticas. Até a escada que dava para o andar de cima trazia um clima de cultura ao ambiente.

— Voltei! — Yongguk apareceu, olhando para um relógio que estava na parede. — Meu tio já deve estar chegando. Ele disse que ia te entregar algo?

— Sim. — Afirmei. — Ele me contou que imprimiu a foto de um quadro grego e queria que minha amiga e eu o fizéssemos em escala maior.

— Nossa! — Yongguk sentou-se ao meu lado. — Você é uma garota cheia de talentos. Além de ser muito bonita, com todo o respeito.

— O-obrigada... — Senti minhas bochechas esquentarem.

— Não fique envergonhada. — Yongguk se acomodou no sofá e aproximou-se um pouco. — Eu não costumo dizer coisas à toa e de qualquer maneira. Quando eu rendo assunto com alguém, esse alguém tem que ser muito interessante.

— O que você q-quer dizer? — Dei uma tossida.

— Eu quis dizer que pessoas que tenham conhecimento, gostem de coisas legais, são divertidas e que possam me acrescentar algo chamam muito a minha atenção.

— Seu tio também é assim.

— Somos bem parecidos. Gostamos de conversar, debater, compartilhar pensamentos e uma infinidade de coisas. Nós dois somos do tipo que vemos alguém que, por mais que ele não tenha uma formação, vai ter um conselho sábio para dar. E sim, vamos ouvir o conselho.

— Que bonito esse modo de pensar. — Sorri, dessa vez sem muito desconforto.

Yongguk retribuiu o gesto e voltou a olhar o relógio.

— Já são duas e quinze e meu tio ainda não chegou. — Ele disse, preocupado. — Que tal nós irmos ao escritório dele pra ver se achamos a foto do quadro?

— Não vai ser problema? — Indaguei, receosa.

— Que nada. — Yongguk virou o pescoço com os olhos fechados e passou a mão na nuca. Poderia eu ter me apaixonado à primeira vista?

Levantamos do sofá e o moreno foi andando na frente, se espreguiçando. Notei outra tatuagem na parte interna de seu braço direito, que dizia ''Make art not war''. Tinha também uma na parte superior do mesmo braço contendo o rosto de Zeus — A qual eu já tive conhecimento — e, com mais um pouco de esforço, descobri uma outra tatoo que ficava na parte de trás de seu ombro, com os dizeres ''Do what u like and luv what u do''. Me pergunto se alguma dama sortuda já teve a sorte de cravar suas unhas naquele corpo escultural.

— Chegamos. — Yongguk abriu a porta do escritório. — Vamos entrar e procurar nas gavetas da escrivaninha dele. Essa foto com certeza está aqui em algum lugar.

Começamos a busca, cada um em um canto. Encontrei uma caixa de papéis com desenhos sobre a mesa do professor e pensei que um deles pudesse ser a foto do quadro grego. No fim, eram apenas esboços.

— Então minhas artes estavam aqui. — Yongguk se pôs atrás de mim para olhar os desenhos. 

Senti sua respiração bater em minha nuca e me arrepiei por inteira. Virei-me de frente para me afastar do gigante, mas o mesmo estava colado em meu corpo e isso impossibilitava a minha passagem.

— Opa, me desculpe. — Ele deu um passo para trás.

— Tu-tudo bem. — Meu fôlego se alterou e eu voltei a tremer, fazendo com que todos os desenhos caíssem de minhas mãos.

Ao mesmo tempo, Yongguk e eu nos abaixamos para pegar os papéis. Nossos olhares se encontraram e ficaram pousados um no outro por mais de uns cinco segundos. Um mínimo movimento e nossas bocas acabariam por selar-se. Olhar para esse mocinho era como estar em um enorme campo verdejante, ouvindo o canto dos pássaros enquanto admirava seu reflexo em um rio de águas cristalinas.

— Não encontramos nada. — Cortei o clima, me erguendo do chão. — Acho melhor eu ir embora e pegar esse papel com o professor depois.

— Não, não vá embora ainda. — Yongguk pediu, meio que suplicando. — Não entendo o porquê de não acharmos a foto do quadro grego por aqui. Mas tudo bem, vou te oferecer um lanche. Você aceita?

Eu sentia que ia fazer uma merda bem grandona se continuasse ali naquela casa, sozinha com o sobrinho do meu professor. Um lado me gritava para que ficasse e visse no quê aquilo ia dar. Outro lado me berrava para ir embora o mais depressa possível. Eis o meu dilema mais difícil: Ir ou ficar? Ficar ou ir? 

— Acho que posso esperar o seu tio mais um pouco. — Me rendi.

— Ótimo! — Yongguk deu um sorriso de orelha a orelha.

Retornamos a sala e nos dirigimos para a copa. Encontrei vários potes com guloseimas espalhados por algumas prateleiras. Quem visse pensaria que moravam crianças na casa.

— Meu tio fala que eu compro muita porcaria para comer, mas vive colocando a mão em meus lindos potinhos. — Yongguk cortou o silêncio que havia se instalado entre nós dois.

Num ato gentil, o moreno puxou uma cadeira da mesa de refeições e pediu para que eu me sentasse na mesma. sacudi a cabeça, agradecendo a gentileza e me assentando.

— Aqui eu tenho geleia, patê, manteiga, suco, frutas e o que mais você quiser. — Yongguk foi colocando as travessas com os alimentos e as jarras de bebidas sobre a mesa. — Pode se servir à vontade.

— Obrigada. — Falei, pegando um pãozinho para colocar patê.

Yongguk sentou-se a minha frente e pegou alguns biscoitos para comer. Fixei os olhos nas tatoos de seu braço e ele logo notou. Droga, Magali! 

— Gostou dessas? — O garoto riu, levantando um pouco a manga de sua camisa para que eu pudesse ver melhor. — Eu tenho outra no ombro e uma no peitoral, escrita ''Viva la revolucion''. Essa do rosto de Zeus, por sinal e relembrando o que eu já te disse, faz referência à Grécia.

— E como faz! Mas o que o seu tio achou dessas tatuagens?

— Ele acha bacana. Sabia que ele também tem tatuagens? Vocês não podem vê-las, mas ele tem.

— Professores e suas obscuridades.

Continuamos nossas refeições sem dar um pio. De vez em quando eu usava a minha visão periférica e notava que o moreno estava me observando. Me senti um tanto intimidada. Era como se meu corpo estivesse nu e sendo avaliado. Comparação exagerada vinda de mim, mas de fato eu me senti dessa forma.

— Você tem namorado? — O belíssimo deus disparou, como se fosse uma questão qualquer.

Cuspi todo o suco que estava dentro de minha boca para fora por conta do intenso engasgo que tive.

— Calma, tosse! — Yongguk veio até mim, dando tapinhas de leve em minhas costas e visivelmente desesperado. — Tá tudo ok?

— Si-sim... — Retomei o ar. — O-obrigada.

— Que susto você me deu, mocinha! — O garoto pôs a mão no peito. — Quer que eu te faça um sanduíche?

— Po-pode ser... — Respondi, nervosa. Eu não estava nada bem.

Yongguk riu e começou a preparar o sanduíche para mim com toda a atenção do mundo. Parecia até que ele estava cuidando de sua amada.

Tá, parei com as ideias.

— Onde posso lavar as mãos? — Perguntei. — Acabei me sujando de manteiga.

— Pode usar a pia. — Yongguk apontou com a cabeça, sem tirar os olhinhos puxados do que estava fazendo.

Fui até a pia e molhei as mãos, enxugando-as com um lenço. Olhei por cima dos ombros e avistei as belas costas de Yongguk. O fato dele ser maior que eu me fazia ter pensamentos ainda mais impuros e eu não estava gostando muito disso. Não que eu não pense uma perversidade lá e cá, mas não sou excessiva quanto a esses assuntos.

— Aqui está o seu sanduíche. — O moreno deu uma piscadela para mim.

— Obrigada, de novo. — Falei, toda envergonhada. — Antes de comê-lo eu vou pegar um pouco dessa sopa aqui e...

Quando segurei a panelinha de sopa quente, acabei derramando todo o conteúdo dela na blusa de Yongguk por causa do nervosismo. Estava demorando muito para que eu pagasse micão.

— Ai, meu God! — Exclamei, desesperada e abanando a roupa do menino. — Me desculpe por isso! Eu sou uma burra desastrada, que paga mico sempre!

— Não se xingue, Acontece. — Yongguk me tranquilizou, afastando o tecido de sua pele para não se queimar. — Eu poderia ter sentado pra te dar espaço. Não se culpe, por favor.

— Mas eu te sujei todo! — Reclamei, chorosa.

— Não se preocupe! — Yongguk deu uma risadinha. — É só eu tirar essa blusa e pronto. Me espere aqui, okay? Vou me trocar.

Balancei a cabeça positivamente, doida pra enfiar a cara em algum buraco e não sair de lá. Yongguk passou por mim e foi para a lavanderia da casa escolher outra camiseta para vestir.

Andei até a sala e fiquei inquieta, me achando a maior idiota desse universo. Como eu pude derramar sopa quente no sobrinho do meu professor? Sério, eu sou mais do que louca!

Como Yongguk estava demorando, fui atrás dele na lavanderia. Quando cheguei lá, paralisei no instante em que o mesmo se virou para mim, exibindo seu peitoral definido com a tal tatuagem e seu tórax de outro mundo. Pra variar, a bobona aqui ficou boquiaberta e toda embasbacada com a atitude do rapaz.

— E-eu t-tenho que ir embora. — Pronunciei, sem pensar direito nas palavras. — O-obrigada mesmo pela ajuda e...

— Achei a foto do quadro! — Yongguk correu até uma parede próxima. — Meu tio tinha imprimido e colocado a foto desse homem com um disco em mãos aqui, pela manhã. Veja no papel se não é esse o quadro.

Bem tremelicosa, fiz o que Yongguk pediu e lá estava o nome do quadro: ''O homem e o disco''.

— É esse mesmo. — Confirmei.

— Tome. — Yongguk me estendeu o porta-retratos onde a foto estava. — É todinho seu.

Assim que peguei o objeto, o silêncio voltou a reinar na casa. Eu não conseguia encarar Yongguk de jeito nenhum. Me sentia pateta, boba, sem graça.

— Eu acho que já vou. — Dei um pequeno sorriso. — Mais uma vez, meu muito obrigada. Diga ao professor que eu o vejo amanhã e que já levei a foto.

— Vou avisá-lo. — Yongguk prometeu. — Me desculpe pela demora, é que eu aproveitei pra já colocar a blusa que sujou na máquina de lavar.

— Sem problemas.

Caminhamos para a sala e nos dirigimos para a porta. Dessa vez eu ia embora, ou pelo menos pensava que iria. Não tinha porquê permanecer ali e acabar cometendo mais gafes absurdas.

— Foi um prazer te conhecer, Magali. — Yongguk passou a língua nos lábios na intenção de umedecê-los. — Espero te ver de novo um outro dia. Quem sabe na exposição?

— Pode ser. Foi legal te conhecer também. Me desculpe pelos meus desastres e por parecer uma sem-noção. Eu sou uma boba.

— Já disse que não precisa se desculpar. E você não é nada boba. Mas já que insiste, também preciso me desculpar por algo.

— Pelo o quê? — Perguntei, confusa.

— Por isto.

Yongguk me encostou na porta e roubou um beijo dos meus lábios. Tomei um susto e permaneci de olhos abertos, vendo o moreno com seus olhos fechados agarrando minha cintura contra o seu corpo. Não sei porquê, mas abri a boca e deixei que nossas línguas se encontrassem, fazendo com que o beijo acabasse por se aprofundar. Entrelacei as mãos em seus cabelos e fechei os meus olhos, esquecendo por um instante do mundo à nossa volta. Sentia como se tivesse sido teletransportada para as nuvens ou estivesse voando.

— Espera! — Afastei Yongguk de mim, me retorcendo com a onda de desejo que estava prestes a me consumir por dentro.

Yongguk ia me beijar outra vez, mas interrompeu sua ação como se percebesse que fazia algo errado. Sua expressão demonstrava culpa e medo de que talvez eu reagisse com agressividade.

— Me desculpe, Magali. — Ele disse, me soltando. — Me desculpe por nem lhe conhecer direito e agir assim. Eu não sou desse tipo, de verdade.

Nisso, o belo garoto abriu a porta para que eu pudesse sair. Meu coração já estava em prantos, sem nenhuma vontade de querer ir.

— Te vejo por aí. — Falei, um pouco tímida. — Até mais.

Silêncio. Estávamos tão próximos e com nossos ares tão embaralhados que meus sentidos queriam se entregar a sensação de desejo sem pensar nas consequências. O mais velho possuía um poder de sedução e uma química completamente supranormais.

— Até, Magali. — Yongguk me presenteou mais uma vez com seu lindíssimo sorriso.

Saí lentamente pela porta, como se alguma força me puxasse para trás, e ela logo foi fechada. Estava sendo surreal ter que assimilar todos esses acontecimentos. Parecia que eu tinha saído de um sonho ou de uma aventura, uma coisa de outra dimensão. Talvez eu nem volte a ver aquele belo garoto moreno por aí, mesmo ele sendo sobrinho do meu professor e que tenha prometido ir à exposição. As únicas lembranças que eu teria de Yongguk seriam as que tive anteriormente, possivelmente sem chances de tê-las novamente.

Um garoto desconhecido que conseguiu roubar meu coração sem fazer esforço algum.

O sobrinho do meu professor, alguém que eu não vou esquecer de jeito nenhum.


Notas Finais


Muito obrigada por terem lido! Espero que tenham gostado muito da estória, pois a fiz com muito carinho e dedicação. Fiquem à vontade também para lerem minha outra fic e meus trabalhos futuros que estão por vir. Beijos procês e obrigada pelo carinho! ♥😄
Como eu sempre faço, abaixo vão alguns gifs:
1- Momento em que Yongguk abre a porta e diz ''Olá'' pra Magali: http://pa1.narvii.com/6396/ad654ba886a3232c8e5f2a62c043857a1c40692c_hq.gif
2 - Momento em que Yongguk diz ''Não se afastem de mim, suas crianças rebeldes! Não pensem que eu não conheço as suas artimanhas!'', que é uma fala clássica de seu tio, o professor:
http://img1.daumcdn.net/thumb/R1024x0/?fname=http://i1.daumcdn.net/cfile276/image/2651A8455875A3A52A5B83
3 - Momento em que Yongguk ficou encarando a Magali com ternura pelo fato dela gostar de arte greco-romana: https://68.media.tumblr.com/6e1e718e46e1327621a0c8936384364a/tumblr_o7ub2lgdJg1vsheboo1_500.gif
4 - Momento em que Yongguk não se conforma por não encontrarem a foto do quadro greco-romano que seu tio imprimiu: https://68.media.tumblr.com/e9153222747c21406de4892c6b3f1d57/tumblr_n6kossZdjk1r4iklmo1_500.gif


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