História Tears Are Falling - Capítulo 1

Eu tinha 13, ele tinha 15, éramos amigos, melhores amigos, porém, com um tempo, desenvolvi um sentimento estranho, bom e ao mesmo tempo ruim por ele... Eu estava completamente apaixonado por Park Jimin. Ele era o único que me fazia sentir daquele jeito, porém nunca falei sobre isso a ele, mas eu também não estava aguentando guardar aquilo somente pra mim, então contei a minha mãe e a mesma me incentivou a me declarar, hesitei, pensei, mas de qualquer forma eu não aguentaria mais guardar todos aqueles sentimentos... Então, decidi que no dia seguinte me declararia.   

O tempo cooperou bastante para que o dia seguinte chegasse rápido, e cá estava eu esperando o meu amigo, tinha ligado pra ele me encontrar no jardim de casa.

Você estava demorando demais, e isso fez com que meu coração ficasse num aperto profundo...   

Até que você chegou. Estava lindo como sempre, mas seu rosto expressava tristeza, dor, seus olhos estavam inchados. "Estava chorando?", pensei assim que te vi, mas não foi apenas isso que eu reparei, você estava com seu padrasto e sua mãe. Assim que se aproximou de mim, falei que queria falar a sós com você. Mas você não se moveu, e disse que era para eu falar assim mesmo.

Não tinha outra escolha, eu precisava dizer o quão eu o amava, eu perderia a coragem se não falasse logo, naquele mesmo instante. Então comecei:   

"J-Jiminie... Ehh... Faz muito tempo eu queria te confessar uma coisa... Não sei qual será sua reação, provavelmente não vai gostar, mas espero que você entenda... Faz um tempo que eu venho sent-"   

Antes que eu terminasse de falar, Jimin me corta.   

"Jungkook, eu vou embora"   

Ele havia falado de uma forma tão seca, ele sempre me chamava pelo apelido, mas dessa vez não havia me chamado de um jeito carinhoso, então tive que perguntar novamente, você repetiu as três últimas palavras com brutalidade e de um jeito mais seco ainda... Mas, então, parei de pensar no jeito em que sua voz pareceu soar, e pensei nas palavras que tinha acabado de falar.   

Eu vou embora   

"Pra onde?" Perguntei desesperado.   

"Pro Canadá"   

Foi ai que eu me dei conta do tamanho da dor que aquelas míseras palavras haviam feito em mim... Não consegui me segurar, e antes que eu percebesse lágrimas já estavam caindo e quando me liguei da vida, você estava se afastando lentamente... Então corri atrás de você, e o puxei para que parasse e virasse para mim.   

"Não me deixa, por favor, estou te implorando. Não me abandone..." Eu falei entre lágrimas e soluços. "Eu te amo, Park Jimin... Não me deixa, por favor"   

"Eu não ligo pros seus sentimentos. Eu não te amo.”   

Você demorou a responder e também respondeu com a voz baixa, mas já tinha sido o suficiente pra eu escutar. E também tinha sido o suficiente para meu mundo desabar. O suficiente pro meu coração se quebrar.  

Por um momento eu fiquei estático, contudo não por muito tempo, corri em direção ao carro onde ele estava entrando e comecei a gritar desesperadamente seu nome e implorando para que abrisse...   

Mas a única coisa que você fez foi sussurrar "Adeus".    

Eu estava confuso, magoado. Meu coração ia explodir a qualquer momento de tanta tristeza, então a única coisa que fiz foi gritar com mais força ainda seu nome diversas vezes. Porém não adiantou. Você não desceu do carro. O veiculo não parou. Atropelando, assim, meu coração. Fui  pro meu quarto, em passos lentos, como se fosse desabar a qualquer momento, e isso realmente ia acontecer. Fui parado pela minha mãe, falei para me deixar sozinho, e assim fez, sem me questionar.   

Entrei no meu quarto, e a primeira coisa que fiz foi desabar na minha cama, abraçar o ursinho de pelúcia que havia me dado, e chorar, chorar e chorar. E como chorei, meu olhos ardiam, minha cabeça doía, eu estava tonto, sentia vários sentimentos que não consegui identificar e dores no coração, dor de amar. Acabei dormindo e fui acordado pelas batidas na minha porta, antes que eu falasse pra entrar, a porta foi aberta revelando minha mãe e assim que se aproximou de mim, perguntou o que havia acontecido e eu contei, tudo, detalhe por detalhe, e acabei chorando de novo e o que acabou fazendo minha mãe chorar junto, após eu ter contado tudo, ela me abraçou e falou que tudo ficaria bem e que logo, logo esqueceria... Quem dera que aquilo fosse verdade…  
 
 

“Ele está saindo

E eu não posso fazer nada

O amor está indo embora

Como um idiota, estou aqui parado sem entender nada

Estou olhando pra ele, se distanciando

Ele se torna um ponto pequeno e desaparece

Isso vai embora depois que o tempo passar?

Lembro dos velhos tempos

Eu me lembro de você”

(If You, BigBang)

***  

6 anos depois  

─── Arghh! Não acredito, que agora eu também tenho que sonhar com ele... Não bastava ter que me perseguir pelas memórias e lembranças e ainda tem que me seguir até quando estou dormindo ── Falava pro meu amigo, que ao passar dos anos se tornou meu melhor amigo, porém nunca irá tomar o lugar do Jimin, não que ele não seja legal, pelo contrario, ele veio me ajudando desde que contei sobre a paixão que eu tinha e ainda tenho pelo Jimin ── Estou cansado de ter que acordar com meu travesseiro molhado devido as lágrimas, mas pra que isso pare de acontecer eu preciso esquece-lo e eu não quero esquecer ele, não quero deixa-lo pra trás... Ahh, Tae, dói tanto... ── Eu estava ficando louco .   

─── Queria tanto te ajudar, Kookie, eu sei como você esta se sentindo... ── Ao dizer isso ele me deu um abraço ── Vamos fazer o seguinte: eu vou preparar uma pipoca pra gente e vamos assist...  

Antes que Tae pudesse terminar a frase o celular dele toca, era Hoseok, pensei que Tae ia desmaiar, porém o mesmo respirou fundo e atendeu com uma voz de indiferença. Eu sabia que ele tinha uma quedinha pelo Hoseok — ou Hobi, como o apelidamos. O garoto era três anos mais velho que eu, e um ano mais velho que Tae — porém nunca disse pro mesmo, tinha medo que ele se afastasse e terminasse com a amizade, ele já tinha tomado a decisão de se declarar, mas quando pediu para se encontrarem num parque levou Namjoon e Suga — e só não chamou o Jin e eu porque dissemos que estávamos ocupados,  o que era mentira, pois nós dois estávamos escondidos pra ver o encontro dos dois —, então eles tiveram uma briga feia, depois desse incidente, Tae não tocou mais no assunto de se confessar e muito menos voltou a ter uma conversar direita com Hobi, no máximo se cumprimentavam ou falavam um "sim", "não" ou "tanto faz", o mais velho  

Parece que eles haviam brigado novamente, pois meu Hyung saiu do quarto chutando tudo que via em sua frente, desabando no chão e eu corri para o abraçar. A briga deveria ter sido feia, ele não deixa se abater facilmente, o levei para o sofá, ofereci um copo d'água e o mesmo aceitou, falei para desabafar e assim fez.

─── Como ele pode fazer isso comigo? Poxa, eu só queria falar para ele que eu gosta dele mais do que um simples amigo e quando arrumo coragem pra dizer o que sinto, marco o encontro e ele aparece com mais duas pessoas?! Só um idiota faz isso, e quando falo pra ele que era um encontro pra ser só com nós dois, ele fala que não haveria nem um o problema ter mais dois no pacote e que eu era um egoísta que não queria passar um tempo com os amigos, quando ele disse aquilo, meu Deus, não sei como não partir pra cima dele, minha vontade era te der socado a cara dele. ── O Tae falava irritado, mas dava pra perceber que o mesmo estava com os olhos marejados, dava pra sentir e ver o quão ele estava abatido e magoado, a tristeza e dor na sua voz era bastante visível, por mais que ele esteja fazendo um pouco de drama, sei que o garoto de cabelos castanhos estava triste ── E ele liga pra mim só pra me xingar, falando que era muita cara de pau e idiotice eu ligar pra ele, já que todas ás vezes que ele me ligou eu desliguei. Claro, a hora que ele me liga eu estou na faculdade. Ele pensa que eu não tenho sentimentos e que só liguei só pra quando ele atendesse eu desligasse na cara dele, se ele deixasse eu explicar que meu chefe tinha visto eu no celular e pegou me celular e o guardou ate o fim do meu serviço. Argh! Aquele garoto fala que não tenho coração, mas se soubesse que estou sofrendo tanto por ele.  

Assim que terminou de falar, levantou-se e foi fazer a pipoca que havia falado que iria fazer e enquanto a preparava, fui procurando algum filme.   

Quando estávamos tristes ou, pelo menos, não tão contentes, procurávamos algum filme pra assistir e ligávamos pra Jin fazer companhia, e o mesmo não recusava, ele morava no apartamento ao lado e vinha assistir o filme conosco.   

Eu, Tae e Jin nos conhecemos quando me mudei — dois anos depois que Jimin foi embora —, eu estava sofrendo ter que passear pelas ruas de Busan e não encontrar minha paixão, meus pais queriam sair da cidade por causa desse sentimento que não me largava e, aproveitaram que meu pai tinha ganhado uma promoção e ele teria que trabalhar em Seul, e, assim,  nos mudamos para capital da Coreia. Tae e Jin moravam na mesma rua que eu, acabamos nos aproximando, e quando descobrimos que estávamos na mesma escola nossa amizade cresceu. E quando estávamos no último ano da escola, comprei um apartamento, que era grande e espaçoso e em seguida perguntei se Tae e Jin queriam morar comigo, e eles aceitaram sem pensar duas vezes, porém depois de seis meses Jin resolveu comprar um apartamento para morar sozinho, fiquei um pouco triste, mas o ficava ao lado do nosso, nesse caso, quase não faria muita diferença.  

Depois de assistirmos a maratona de filme que fizemos, fomos dormir. já que no dia seguinte retornaríamos as aulas da nossa faculdade depois de um tempo curto de "férias", se é que podemos chamar assim.  

~~~~  

Dia seguinte  

Eu e Tae fomos pro nossa faculdade, conversávamos sobre a possibilidade de entrar alunos e professores novos no meio do ano. Tivemos que parar o diálogo assim que chegamos no corredor, já que fazíamos faculdade de profissões diferentes, e ainda não era o horário que teríamos aula da mesma matéria.  

Já fazia quinze minutos que a aula já deveria ter começado, estava começando a ficar inquieto, porém essa inquietude passou quando o professor entrou na sala, contudo ele estava com vários alunos, uns da outra sala e outros estudantes novos de ambas salas. Uma garota sentada duas cadeiras a minha frente, levantou a mão, para, provavelmente, perguntar o motivo de os alunos de outra sala estarem na nossa sala. Mas ele já iria falar o motivo.  

─── Olá alunos. Pra quem não me conhecem, eu sou o professor Lee Chung-Ho. Eu vou dar aula pras duas turmas porque o outro professor teve um problema particular, e nos avisou em cima da hora. Todavia, isso foi bom assim poderão conhecer os alunos novos de ambas turmas.   

Ele foi falando a idade e o nome dos novatos, não dei muito importância e fiquei admirando a paisagem que eu via da janela em que estava sentando em frente, porém um nome me chamou a atenção, desviei o olhos da janela para o garoto que estava senda apresentado, tinha cabelos preto, um pouco desajeitado, tinha uma pele branca. Sai dos meus devaneios, quando escutei o professor repetir o nome daquela criatura magnifica.  

─── Pode se sentar ali ao lado de Jeon, aquele garoto de cabelos pretos, pálido ── falou provavelmente apontando para mim ── e seja bem-vindo. Você será dessa turma, okay?!   

Assim que o aluno novo veio na direção da cadeira que iria se sentar, decidi o olhar, e quase tive um ataque do coração. "Meu Deus! Não pode ser. Talvez seja minha mente e imaginação fértil que quer pregar uma peça em mim." pensei.  

Era realmente ele;  

Era Park Jimin. 

"Você sabe o quanto eu sinto sua falta

O quanto meu coração dói

Eu sinto tanto sua falta

[...]

"Eu te amo" - palavras que continuo gritando no meu coração

"Eu te amo" - palavras que posso apenas sussurrar pelas suas costas

"Eu te amo" - palavras que eu não posso falar, por medo de que elas desaparecessem

Eu te amo tanto que me assusta"

( I Can Live For A Day, Jo Hyun Jae )