SHAIRA
A casa dos Smiths seria idêntica a da família de Shaira, isso claro se não fosse a cor, enquanto a da morena era de um tom "areia do deserto" e fora pintada por seu pai, que trabalhava com reformas de casas. Já a casa dos vizinhos tinha a cor de vermelho amor, sim essa cor existe.
A garota estava ali parada na frente da casa de seus vizinhos pensando se teria coragem ou não de tocar a campainha, um baixo som de uma música podia se ouvir, talvez fosse The Killers, tudo bem eles até podiam ter bom gosto musical mais ainda eram chatos, sem exitar ela apertou a campanha, era melhor fazer aquilo rápido ou sem festa na próxima semana e para Shaira não ir em uma festa era como um enterro solitario em seu quarto, ela amava festas.
— Um segundo.
Uma voz pode ser ouvida pela menina, o seu vizinho nerd iria lhe atender, ela suspirou querendo que aquilo acabasse logo. No mesmo momento Noah abriu a porta com certa velocidade, Pela primeira vez ela o viu de óculos, tudo bem, o garoto não era meio e nem bonito, apenas alguém na média.
— Minha mãe me pediu pra entregar isso, como boas vindas, e pede desculpas por demorar a dar boas vindas.
Shaira disse aquilo numa velocidade impressionante, seria ela o Eminem versão feminina? A garota quase riu da expressão de perdido que o menino fazia, porém não soltou a risada, aquilo poderia gerar uma conversar e isso ela não queria.
— Obrigado...Meus pais vão gostar.
— Então... Tchau.
Esse pequeno diálogo fez Shaira ter vontade de vomitar, ele não iria querer puxar conversa com ela? A menina esperava que não. Ao invés disso o menino apenas pegou a vasilha cheia de torta de pêssego, ele agradeceu novamente e fechou a porta, "mal educado" a menina pensou, pelo menos ja tinha se livrado daquilo, agora era só comemorar na festa.
NOAH
— Mãe? Pai? A filha da Sra. Jones trouxe torta de pêssego, sinal de boas vindas, antes tarde do que nunca.
Noah soltou um sorriso maroto, pelos menos em sua casa o garoto não precisa fingir um nerd estudioso que não faz piadas e é sozinho, chegava a ser irônico, ja que o mesmo tinha vários amigos e até uma ex namorada, porém ele só os via depois da aula.
— Que filha? Aquela que tem o namorado que te atormenta?
A voz de seu pai era grave e parecia que falava de forma seria, Noah soltou um sorriso concordando com o homem de quem puxara os cabelos cacheados, a diferença era que os cachos do pai era menores.
— Não zoe o nosso filho, sabe que ele apanha por causa do contrato. — A mãe de Noah era uma pessoa justa, o homem sorriu logo dando um selinho em sua mulher, enquanto isso o garoto apenas olhava a torta. — Quando a gente se mudar, você pode dar uns socos nele.
Noah tentou rir, mas não conseguiu, odiava o fato de sempre estarem se mudando, infelizmente isso estava no contrato também.
— A gente já vai se mudar? Mal chegamos.
A voz do garoto soava triste assim como todas as vezes que ele fez aquela pergunta, os três se mudavam muito, Noah ja tinha morada em pelo menos trinta cidades diferentes.
— Não vamos não, daqui à alguns meses quem sabe. — Seu pai o acalmou, Noah até que gostava daquela cidade apesar de tudo que passava.
O garoto não demorou a ir dormir afinal havia aula no dia seguinte e ele não queria perder, deixou seus pais terem aquele momento romântico pós jantar, a vida dele era difícil e não era possível prever o dia de amanhã, ele poderia morrer a qualquer hora, ainda assim ele preferia essa vida complicada do que uma simples e sem emoção.
SHAIRA
Parecia que a vida gostava de botar Shaira em situações das quais ela odiava, simplesmente fazia duas semanas que seu vizinho nerd não ia à escola, e como ela era a que morava mais perto do menino, a professora de História lhe obrigou a ir ver o porque das faltas.
— Que saco!
A menina soltou um grito do banco do passageiro no qual estava sentada, Jack dirigia o carro a certa velocidade e poucas vezes parava nos sinais vermelhos.
— Calma amor e só ir la e pergunta, aliás se ele tentar alguma coisa com você me diga.
Jack era um bom garoto talvez o melhor, essa era a conclusão de Shaira, eles se conheciam a dois anos, e desde os primeiros olhares podia se notar a atração que sentiam por ambos. A menina respirou fundo querendo que tudo aquilo passasse.
Ela estava agora na frente da casa de Noah, Jack havia tido problemas de família e não pode ficar pra ajuda-la. A morena respirou fundo, uma, duas, três vezes antes de tocar a campainha, alguns minutos e passaram e nada, até ela encostar na porta e descobri que a mesma estava aberta.
Receosa ela entrou, no mesmo instante a garota sentiu medo, não soube o porque, talvez fosse o fato de está entrando em uma casa sem permissão, ou quem sabe fosse porque aquele local estava bagunçado, objetos quebrados, parecia uma zona de guerra.
— O que aconteceu aqui?
Se perguntou em voz baixa, estava com medo e agora começa a suar, e o clima nem era caloroso, até que ela tomou a decisão que mudaria sua vida começara subir a escada. A cada degrau subido parecia que o ar a sufocava mais, a madeira rangia, os olhos da menina atentos a qualquer movimento. O som de passos foi ouvido pela garota e a mesma se forçou a ficar parada, tarde demais, ela entrou de cabeça naquilo e não havia volta, ja podia sentir que algo terrível aconteceria, o fato que um homem a encarava no fim da escada e outro no começo so a fez ter certeza daquilo.
— Oi...vocês...conhecem os Smiths?
— A gente conhece, para sua infelicidade você tambem os conhece.
Ela tentava entender o que acontecia ali, porque aqueles homens de terno estavam naquela casa que parecia abandonada, seus músculos se contraíram ao ver que o homem a sua frente moveu a mão até o quadril tirando uma pistola do coldre. O susto foi grande, a morena pensou em fugir mais isso não era uma opção.
Ela pensou em uma coisa, mais ficou com medo, provavelmente morreria do mesmo jeito, porque não tentar? A garota jogou o corpo em direção ao corrimão da escada, a sala de está era abaixo com sorte sobreviveria a queda. E foi o que ela fez pulou da escada direto para o chão ou melhor na mesa de vidro, Shaira sentia como se todos os seus ossos estivessem quebrados e alguém tivesse tocado um solo de guitarra com uma caixa amplificada no seu ouvido.
Sua visão turva não a deixava ver claramente o que acontecia apenas podia ouvir gritos e gemidos, tudo o que pode constatar era que havia mais pessoas além dela e dos dois homens, a garota não resistiu e acabou por fechar os olhos não os tornando a abrir.
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